O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 10
Capítulo 10 - Olhos verdes


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Mais um capítulo pra vocês!
Aproveitem e boa leitura.



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Cinco dias haviam se passado desde que o barbixa reencontrou Luana. Há uma semana ambos não se falavam, tão pouco de viam. E parte desse tempo, ele havia destinado a pensar em como chama-la para sair. Tantos dias e nenhuma iniciativa.

Daniel pegou o copo vazio de cima do criado mudo e levantou-se da cama de seu quarto. Lentamente, foi até a cozinha, pôs o copo na pia e sem mais, voltou aos seus aposentos. Ao entrar, olhou para o grande espelho que havia no guarda roupa. Em silêncio, o mesmo buscava, talvez pela trigésima vez, as palavras certas para usar com uma certa ruiva de olhos claros, que sabia-se lá ele o que estava fazendo, onde estava ou como estava.

...

Não tão longe, Luana acabara de sair da clínica nutricionista onde trabalhava, e já estava prestes a ir para seu apartamento. Pouco tempo depois, esta chegou, exausta por sinal, e encontrou Lucas na cozinha onde preparava o almoço dos dois. Ellen ainda não havia chegado, pois passava quase o dia todo no trabalho.

– Chegou, senhorita? – O homem perguntou enquanto mexia na panela.

– E cansada. – Ela detalhou, quando pôde sentir tão atrativo aroma que vinha do fogão. – O que você tá preparando aí? – Ela perguntou ao aproximar-se.

– Risoto. – Lucas respondeu com um sorriso fechado, até ver que a outra parecia rir de algo, e perguntou curioso. – Do que você tá rindo?

– É que lembrei de uma coisa..

– Do que?

– Você já conhece o segredo do risoto? – A ruiva disse rindo ainda mais, contagiando o outro.

– E você não conhece a mãozinha assassina, sua amiguinha? – Respondeu o outro ao lembrar do hangout que a Cia. de humoristas haviam feito a muitos anos.

– Estou com saudades da mãozinha assassina.

– Eu também. Há quanto tempo não vemos a mãozinha assassina, né?

– Não, eu tô falando é do Daniel mesmo. – Ela explicou dando referência ao criador de tal personagem.

– Ah. – Ele respondeu abaixando a cabeça e concentrando-se na panela. – Mas só faz cinco dias Lua. E talvez a gente possa ir no improvável de novo daqui a um tempinho.

– Eu bem queria poder falar com ele pelo BP de novo. – Ela pôde ver a expressão duvidosa se formar no rosto do amigo.

– Espera, como assim “De novo”? Você falou com ele pelo BP?

– Uma vez.

– Sério? Quando?

– Há uns dias.

– E como foi isso?

– Eu comentei uma foto dele, ele me reconheceu e começou a puxar papo comigo.

– E sobre o que vocês falaram?

– Virou interrogatório agora?

– Não. Mas você sempre conta tudo pra mim. Porque não contou isso também?

– Por que... ah, não sei. Eu não contei pra ninguém. – Lucas ia falar algo, mas logo foi interrompida pelo grito de Luana. – LUCAS! – Ela disse olhando sobressaltada para a panela, fazendo-o olhar também.

– Droga! – Disse desligando os botões do fogão e levando a panela com o risoto queimado para a pia.

– Ih... parece que você não sabe o segredo do risoto. – Luana disse fazendo graça com tudo aquilo. Lucas riu cabisbaixo.

– E agora? O que vamos almoçar?

– Ainda dá pra aproveitar essa parte aqui ó. – Ela tentou convencê-lo apontando para a o lado que não estava queimado.

– Nem pensar. Agora está tudo com gosto de torrado. – Ele disse com expressão de desgosto ao tentar desgrudar a parte tostada da panela.

– Então a gente pede um hambúrguer.

– Falou a nutricionista.

– Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

Depois de pedir os hambúrgueres, eles finalmente puderam almoçar. Em seguida, foram para seus respectivos quartos. Depois de um bom banho, Luana trocou de roupa e jogou-se na cama, na espera que, talvez por um milagre, algo a mais alegrasse seu dia.

No mesmo instante, como se lesse seus pensamentos, alguém lhe enviou uma mensagem. Ela ficou boba ao notar de quem se tratava. Nem é preciso dizer que ela estava surtando mais uma vez. Afinal, haviam motivos claros para isso, certo?

Daniel Nascimento: Boa tarde?

Luana Bell: Boa tarde.

Daniel Nascimento: Estou incomodado?

Luana Bell: Não, de maneira nenhuma.

Daniel Nascimento: Está bem?

Luana Bell: Muito bem. E você?

Daniel Nascimento: Bem.

Luana Bell: E o que quer tratar comigo?

Daniel Nascimento: Quero saber uma coisa.

Luana Bell: Pois...?

Daniel Nascimento: Quero saber se gosta de comida japonesa.

“Eu entendi direito?”, ela se perguntava. E se aquilo fosse um convite para sair? Poderia ser só uma pergunta qualquer? O que diria? E se o interpretasse mal? Não tinha como obter respostas para seus questionamentos sem antes perguntar, então ela foi direto ao ponto.

Luana Bell: Adoro. A propósito, isso foi um convite pra sair?

Daniel Nascimento: Sim! Aceita?

Luana Bell: Claro! Tenho certeza que vou adorar.

Daniel Nascimento: Ótimo. Hoje, 19:30, te busco em casa, tudo bem pra você?

Luana Bell: Tudo certo. Te passo o endereço?

Daniel Nascimento: Por favor.

Luana sequer conseguia raciocinar direito. Aquilo tudo estava acontecendo mesmo? Ela então digitou o endereço no teclado de seu celular, com um sorriso bobo e insistente.

Daniel Nascimento: Ok. Vai mesmo, não é?

Luana Bell: Sim, certeza.

Daniel Nascimento: Ótimo. Te encontro mais tarde.

Luana bloqueou o celular e o deixou cair sobre a cama. Enfiou o rosto no travesseiro e o apertou com força. Afinal, ela estava certa sobre as intenções que ele tinha? Se fosse o que ela pensava (tinha que ser, não é mesmo?), então ela estava nas nuvens.

...

Ainda sem esboçar reação, o barbixa deixou seu celular sobre o criado mudo, jogou-se em sua cama e suspirou aliviado.

– Quem diria, Daniel... – Disse ele olhando para cima, com a cabeça sobre o travesseiro. – ... que um dia você voltasse a agir feito um garoto de quinze anos... – Sorriu. Passou um bom tempo apreciando o teto, que por sinal não era uma bela visão de se ter. Porém para ele era o melhor teto. Nunca havia olhado para o telhado da própria casa por tanto tempo, muito menos aprecia-lo de tal forma. Então fez o velho gesto de erguer uma das sobrancelhas e enrugar a outra. – ...estranho. – Simplesmente sussurrou.

Decidiu não repensar sobre a última dúvida que teve. Mas o fato é que quando a viu outra vez e a abraçou, sentiu-se bem, e ficou meio que sem jeito diante dela. Sequer conseguiu fixar seu olhar no dela sem que delirasse de tanto imanizar. Ah... aqueles olhos verdes. Tão atrativos, cheios de fascínio.

Daniel poderia até não querer acreditar ou não saber ao certo, mas seu intelecto fazia com que aqueles mútuos sentimentos e sensações fizessem-no gostar daquela mulher cada vez mais, e de um jeito um tanto especial.


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Notas finais do capítulo

Quem aí lembra da Mãozinha Assassina? Hahaha! O segredo do risoto é tudo, galera!
Obrigada por lerem e até a próxima.



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