A Vingança escrita por mazu


Capítulo 8
A conversa.


Notas iniciais do capítulo

Não tenho nada a dizer sobre esse capítulo fora:
EU ARRASEI MDS DO CÉU *começa a dançar loucamente uma dança retardada*
Caham...me recompondo, esperem...
Em fim, se você está lendo isso eu gostaria muito de agradecer. Obrigada por estar lendo e fazendo parte de tudo isso!



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Quando acordo, antes de abrir os olhos eu escuto Erin cantando baixinho uma música sobre águas-vivas que costumávamos ouvir quando crianças. Abro os olhos e percebo que ainda estou deitado no quarto de Miya. Minha cabeça estava no colo de Erin, que estava sentada na cama enquanto cantava e fazia carinho no lado direito da minha cabeça. Ponho a minha mão esquerda sobre a dela pra fazê-la parar e me levanto, sinto uma pontada forte na cabeça mas ignoro a dor.
–Bom dia. -Ela diz e também se levanta da cama.
–Bom dia... Você ficou ai esse tempo todo?
–Não, pra falar a verdade. Fiz esse curativo na sua cabeça, fui ficar um pouco com a Mina que está muito triste, depois voltei pra cá e fiquei.
–Porque?
–Porque... Eu me preocupo com você. Fiquei tão triste por você ter cortado contato conosco, eu sempre gostei muito de você Hiroshi. Quando você publicou seu livro eu fiquei tão feliz, eu torço muito por você porque eu te amo. -Ela diz e me abraça.
Eu retribuo o abraço. É tão estranho ouvir Erin dizer isso, nunca passou pela minha cabeça que ela gostava de mim, logo eu, o mais estranho do grupo. Todos tem qualidades, Shinji é engraçado, Seiji era animado, Ren canta bem e sou o que? Bom com palavras? No máximo.
–Olha eu...
–Eu sei, eu sei. Você tem namorada... Só... Fique quieto e não torne isso mais difícil pra mim.
Ela me encara por alguns segundos e depois me beija, não consigo empurrá-la e pra falar a verdade nem quero muito, pode parecer escroto da minha parte por causa da Victoria, mas não ligo. É estranho beijar outra garota que não seja a Victoria, antes dela eu nunca havia nem sequer pensado em namorar alguém. O sentimento de culpa aparece e começa a aumentar gradativamente.
–Erin tenta acordar o Hiroshi porque o Ren... Ai meu Deus. -Quando eu estava pronto pra me soltar da Erin o Shinji aparece na porta.
Erin se afasta de mim e nós ficamos encarando Shinji que estava parado na porta nos olhando de olhos arregalados.
–Eu... Eu vou fingir que não vi nada. Eu... Vou sair e volto daqui a 5 segundos.
Ele diz, sai e depois volta pra porta.
–Fala Hiroshi! Tá tudo bem? Melhor? Bom... O Ren tá querendo falar contigo! Pode descer? -Ele pergunta normalmente e eu balanço a cabeça positivamente.
Me junto a ele e começamos a descer as escadas.
–Eu vou esquecer o que vi, mas só porque sou seu amigo.
–Por favor... Eu agradeço.
Ren estava nos esperando no final da escada.
–Tudo bem? -Ele me pergunta.
–Tudo, foi só uma pancada na cabeça.
–Só? SÓ? -Shinji pergunta indignado.
–Fala logo e para de enrolar. -Mina que estava sentada no sofá segurando as duas espingardas diz e o Ren balança a cabeça.
–Certo... Olha Hiroshi, eu sei que você considera o Yamada seu irmão e que por enquanto estamos a salvo da loucura dele mas ele matou a Miya e está querendo nos matar. Se ele der brecha eu vou matá-lo.
–Como você pode dizer isso? VOCÊ ESQUECEU QUEM ELE É? Ele é o Seiji! O SEIJI DROGA.
–EU SEI QUE É O SEIJI, MAS VOCÊ NÃO TA ENTENDENDO! NOSSAS VIDAS ESTÃO EM JOGO. MERDA HIROSHI PORQUE VOCÊ NÃO ENTENDE?
–Er... Pessoal? -Shinji pergunta e eu percebo que ele e Mina estão olhando por um buraco entre as madeiras que estão pregadas na janela.
–O QUE FOI? -Ren grita e eu me aproximo da janela pra ver também. Seiji estava sentado no mesa perto do lago, com um facão cravado próximo a mesa, ele estava com as duas mãos na cabeça encarando a caneca de café que eu havia esquecido lá.
–Tirem essas merdas da porta, eu vou lá.-Digo e eles me encaram com expressões estranhas.
–Tá louco? Vai lá pra morrer? OLHA AQUELA MERDA DE FACÃO! TÔ SENTINDO MINHA GARGANTA CORTAR SÓ DE OLHAR PRA ELE! Você não vai. -Shinji diz e me empurra pra longe da janela.
–Deixem ele ir! -Mina diz.
–PORQUE? PRA ELE MORRER? -Ren e Shinji perguntam.
–Vamos ficar na porta com as armas apontadas pro Seiji, se ele atacar o Hiroshi a gente acaba com ele. -Mina diz, confere se a espingarda estava com munição e os dois começam a tirar as tábuas da porta.
–Leva isso. -Mina diz e me entrega uma faca.
–Espero não ter que usar...
–E eu espero que você crave ela na cabeça dele... Não é nada contigo. Mas ele matou minha irmã, tenho sentimentos também, né?
Ela me pergunta com uma naturalidade que faz meu corpo todo arrepiar. Ela está conseguindo se controlar perfeitamente, muito diferente de mim quando Ryo... E muito diferente de Seiji, que não deixou os desejos de vingança só na mente e começou a praticá-los.
Os rapazes abrem a porta e eu respiro fundo antes de atravessá-la. Escondo a faca no bolso do casaco enquanto caminho em direção ao Seiji e quando chego bem perto eu percebo que ele está falando sozinho. Quando me aproximo do facão só por precaução eu afundo mais ele na terra pra caso ele tente puxá-lo fique mais difícil, olho pra trás e vejo os 3 na porta, Shinji e Mina com as armas apontadas na minha direção.
Volto minha atenção pra Seiji e me sento na frente dele.
–Oi.
–Eu fiz... Mas não foi certo, mas eu fiz, que merda! Não, merda nada! Eu fiz... E eu gostei... HAHAHAHA EU GOSTEI GOSTEI MUITO. -Ele grita ainda encarando a caneca.
–Seiji, sou eu, Hiroshi. Fala comigo.
–Hiroshi? Hiroshi? Eu não conheço nenhum Hiroshi... Mas meu irmão conhecia, é, o mesmo Hiroshi que matou ele, assim como os outros claro.
–Eu não matei ninguém... Porque você não vê isso? Eu quero te ajudar, deixa eu te ajudar.
–AJUDAR MEU IRMÃO NINGUÉM QUIS NÃO É? -Ele grita e lança a caneca longe.
Eu fico o encarando com os olhos arregalados, ponho a mão no bolso e seguro o cabo da faca, eu tô pronto.
–I-Isso deve ter te deixado com... Medo... AH MAS ESSA ERA A INTENÇÃO HAHAHAHA SUA CARA FOI A MELHOR.
–Seiji você está louco!
–LOUCO?... Está certo. Eu vou te mostrar o louco.
Quando ele diz isso eu começo a me afastar lentamente mas ele se levanta e começa a me perseguir, eu já havia ultrapassado o facão quando Seiji chega perto dele e o pega na maior facilidade.
–Calma, calma. Vamos conversar.
–SIM! Sim! Vamos conversar. -Ele diz apontando o facão pra mim.
Começo a ouvir Ren gritar e percebo que estou sozinho pois os outros se abaixaram pra cuidar dele. Puxo a faca e Seiji ri.
–Pretende me atacar com isso? HAHAHAHA VOCÊ É MAIS LOUCO QUE EU.
Começo a correr. Quando chego perto da porta Seiji ainda estava considerávelmente longe. Porém algo me supreende, Ren se levanta como se nada tivesse acontecido e entra na minha frente desarmado ficando como se fosse meu escudo.
–Para agora. -Ren diz num tom frio.
Mas de nada adianta, Seiji continua vindo como se nem tivesse escutado.
–PARA! SE VOCÊ FIZER ISSO EU NUNCA VOU PERDOAR VOCÊ. -Ele grita e eu puxo o braço dele pra trazê-lo pra dentro. Quando ele se vira pra mim eu tomo um susto, ele estava com os olhos completamente brancos, sua íris havia sumido. Naquele momento eu percebi que não era Ren que estava ali e sim Ryo. Eu dou um empurrão nele e ele cai dentro de casa, eu corro. Seiji já estava muito perto e um pouco antes de atravessar a porta eu sinto uma queimação nas costas e escuto uma gargalhada. Quando passo, Shinji e Mina fecham a porta e começam a pregar as tábuas de novo. Seiji fica batendo freneticamente nela e gritando.
Olho pro Ren que ainda esta caído no chão, seus olhos estavam fechados. Tento acordá-lo mas ele está inconsciente, tenho quase certeza que Ryo já o deixou livre.
Minhas costas doem de maneira insuportável, quando os dois terminam de pregar as tábuas eu peço pra Mina verificar e ela diz que eu estava com um corte nas costas, o facão de Seiji me atingiu.
–Vai falar com a Erin pra ela cuidar disso, nós vamos cuidar do Ren. -Mina diz e quando eu me preparava pra subir a escada a Erin aparece no topo dela.
–Gente! Eu acho que encontrei uma maneira de sairmos daqui.
Ela diz e todos nós começamos a encará-la.
–Céus. O que houve aqui? -Ela pergunta ao ver o meu sangue pingando no chão e Ren inconsciente.
–Não importa! Diga logo. -Mina ordena levemente alterada.
–NÃO! Isso pode esperar. Olha o estado desses dois.
Ela sai e depois de alguns minutos retorna com um kit de primeiros socorros.
Finalmente, uma saída e poderemos deixar esse inferno. Eu achei que vir pra cá ia ajudar a superar o trauma e adivinha? Quando eu sair daqui é terapia 4 vezes por semana... No mínimo.

Continua


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