In Case escrita por Lydia


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

ESTOU DE VOLTA F-I-N-A-L-M-E-N-T-E. Como é bom ver essa telinha de novo capítulo.
Quero agradecer aos cometários de:
1. Sweet Kisses
2. BhiiSchreave
3. Princesa Mortal
4. Jortini Fanática
5. amandavlover2
6. Stephanie Blanco
7. Beijocas de uma Belieber
8. ZzLuli
9. Planetini
10. Ronny
Obrigada a todos! Adorei cada um e os respondi com todo o meu carinho ♥
AGRADECIMENTO ESPECIAL AOS FAVORITOS:
♥ Sweet Kisses
♥ amandavlover2
♥ Princesa Mortal
♥ tinista
♥ ZzLuli
Vocês já ganharam um espaço especial no meu coração.
Bom, sem mais delongas... Boa leitura.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/653391/chapter/3

In Case - Capítulo 2

Enquanto andavam pelas ruas calorosas de Buenos Aires, Violetta confidenciava a León praticamente todos os seus problemas. Parecia insano dizer isso a uma pessoa que nunca nem ao menos conversou, mas para ela, não é tão ruim assim. Afinal, se nem ao menos seus amigos estavam dispostos a escuta-la e entende-la, talvez um estranho fizesse isso melhor.

Ela só queria que alguém a dissesse que está certa. E, talvez, a oferece-se uma ajuda.

— Nossa! — mostrou-se surpreso. Ela pensou que, talvez, tivesse o assustado com tantas informações. Mas, não foi bem isso. — Poxa, você parece ser mais madura do que eu.

Balançou a cabeça.

— Eu estou falando uma coisa seria com você garoto, tente pelo menos fingir que se importa.

— Pra que? Isso vai mudar alguma coisa na sua vida?

— Talvez — deu de ombros. — Tem alguma coisa para me dizer?

Ela realmente esperava que ele tivesse alguma palavra de conforto para dar a ela.

— Você bebe? — perguntou, inocentemente.

Ela o olhou incrédula.

— Deus, porque mesmo eu pensei que um moleque poderia me ajudar? — olhando para o céu, preitejou.

Violetta realmente não estava zangada, apenas decepcionada. De tantas pessoas no mundo, ninguém consegue tranquiliza-la. Sua família a enxerga como um banco, seus amigos a acha inconsequente e até mesmo um estranho, que como palavras de consolo, pergunta se a mesma bebe.

— Garota, eu estou tentando ajuda-la, okay? Você está muito tensa... e a menos que você queira se drogar ou fuma um maço de cigarro, te ofereço uma bebida. Mas, só um pouco. Não quero que fique bêbeda.

— Maluco — murmurou baixinho.

— O quê? — a olhou, curiosamente.

— Maluco — disse pausadamente, mais alto dessa vez.

Ele deu de ombros e voltou sua atenção para frente.

— E então...? Você bebe?

X X

León, com toda a certeza, é um inconsequente. Toda vez que Violetta o via pelos corredores imaginava um garoto extremamente convencido – não que ele não fosse –, com cantadas baratas, e acima de tudo, arrogante. Pensava que o garoto fosse inteiramente arrogante.

Ela está errada.

De todos os defeitos que o moreno tem, ele ainda sim, não tem um coração ruim.

Assim que entrou na casa dele, sentiu seu estomago contrair.

Ela é mil vezes maior que seu apartamento. Maior que sua casa em Madrid. E por algum motivo, sentiu-se pequena diante dele. León é visivelmente rico, e ela é apenas uma garota desesperada por uma solução e que assim, está falida aos dezenove anos de idade. Cheia de dividas, compromissos que não pode cumprir... até mesmo os seus sonhos parecem querer consumi-la.

— Bela casa — elogiou, rolando os olhos pelo local.

— Obrigado — agradeceu. — Senta ali — apontou com a cabeça para o sofá de cor escura.

Sem protestar, ela sentou-se. León fez o mesmo, fitando-a descaradamente, a todo instante, fazendo-a cruzar os braços e erguer o olhar até ele.

— O que foi?

— Nada, só estou pensando — deu de ombros, também cruzando os braços. — E então... vai querer beber alguma coisa?

— Sim — ele sorriu. — Um suco — disse, segurando um riso ao ver o sorriso de instante atrás se desfazer.

— Um suco? — perguntou desapontado. — Garota, eu tenho uísque, vodca, cerveja e tudo quanto é tipo de bebida alcoólica, e você quer suco?!

O jeito como ele falava mostrava o quanto desapontado está. Violetta apenas deu de ombros, totalmente tranquila.

— Eu não bebo — afirmou. — E, só para deixar claro, eu estou aqui porque não tenho mais nada de interessante para fazer — passou a mão pelo rosto, retirando uma madeixa que atrapalhava sua visão. — E porque eu queria te ajudar.

— Me ajudar? — ergueu os olhos, confusos.

— É — concordou. — A garota que estava com você, não sei o nome dela. Enfim, você não me parecia muito animado quando conversava com ela — contou o que percebeu. — Na verdade, me parecia com tédio. E, se você não percebeu, ela nos seguiu até aqui.

— Talvez você estivesse errada.

— Acho que não — disse convicta, se levantando e agachando-se até a mesinha no centro, vendo algumas revistas e livros. — Sou uma boa observadora — gabou-se.

— Não irei discordar — levantou as mãos para o alto. — Espere aqui, vou pegar o seu suco — se dirigiu a ela, que assentiu.

Assim que ele saiu, o celular de Violetta vibrou dentro do bolso. Viu que se trata de uma mensagem de Ludmila.

A gente vai ir ao cinema, quer ir?

Ludmila.

Não, mas, divirtam-se.

Violetta.

Ela ainda sentia-se chateada com os amigos. A falta de compreensão deles em relação a ela chega a ser frustrante. Desde que os conheceu é assim... ela tem a impressão de que eles não entendem que ela apenas quer ajudar a família. E que isso sim é importante para ela. Talvez o fato de que todos eles fossem bem de vida - não ricos como León, mas bem de vida - complique que a entenda.

Os pensamentos dela foram afastados quando seu celular tocou. Pensou ser Ludmila, mas se surpreendeu ao ver que o numero que a liga é de sua casa.

— Oi... mãe? — balbuciou, constatando que somente sua mãe a ligava.

— Sou eu, Vilu — reconheceu a voz de seu irmão rapidamente.

— Federico? — disse, surpresa.

— É — o ouviu murmurar. — Vilu, você... você precisa vim para cá agora — a voz dele soava com dificuldade, e pode jurar que ele estava chorando.

— O que aconteceu, Fede? — indagou, já preocupada.

Por alguns segundos a linha ficou muda. Exceto pela respiração descompensada dele e alguns murmúrios. Violetta já estava ficando aflita e por sua boca quase saiu um palavrão. Quase. Mas seu irmão a interrompeu com uma fala repentina.

— O papai e a mamãe sofreram um acidente — despejou as palavras, com uma angustia visível em sua voz.

No momento em que Violetta processou tais palavras, congelou.

— O que? — perguntou, baixinho.

— Você escutou, Violetta. Eles estavam indo buscar a Melany no colégio e sofreram um acidente. — explicou, com a voz grogue.

Não, não, não.

As lagrimas já começavam a nascer nos olhos castanhos. Ela cerra as pálpebras, pensando que tudo o que ouviu foi uma miragem. Que tudo não passara de um terrível pesadelo... que os seus pais não tivessem sofrido um acidente.

— Você precisa vim para cá... eu não sei o que fazer. Tenho que ficar no hospital, mas tem a Melany e o Jonah.

— Como eles estão? — perguntou, entre alguns soluços.

— Melany e Jonah?

— Os nossos pais, Federico — rinhou, irritada. — Como eles estão? É muito grave? — perguntou, rapidamente.

— Eu ainda não sei — confessou, em meio a um suspiro. — Os médicos não disseram muita coisa, apenas que parece que a mamãe está bem... mas o papai... — deixou a frase no ar, aumentando ainda mais o desespero dela.

Meu Deus! — preocupou-se ainda mais. As lagrimas já inundavam o seu rosto pálido. — Fede, não tem como eu ir para aí agora... Não da para eu ir de ônibus e não tenho como comprar uma passagem de avião — o desespero, aos poucos, foi tomando conta de si.

Em sua mente se passava varias suposições em como poderia ir, o mais rápido possível, para a Espanha. Seu coração, de tão rápido que batia, chegava a doer. Não controlava mais as lagrimas, elas saiam livremente de suas iris.

Viu León sair da cozinha, com um copo de suco, e se assustou ao vê-la assim.

— O que houve? — perguntou, chegando mais perto.

Violetta manuseou a cabeça, virando-se para o outro lado. De alguma forma, ela não queria que ele a visse assim... Tão frágil.

— Mas você tem que vim. Não vou passar por isso sozinho — seu irmão prestejou, com a voz embriagada. — Olha, a mamãe disse que o dinheiro que você mandou para a conta dela ainda está lá... para emergências. Isso é uma emergência, não é? — Violetta murmurou um sim, quase inelidível. — Então eu vou mandar de novo para você... pode ser que demore uns dois dias, mas você precisa vir para cá logo.

— Tudo bem, Federico — suspirou. — Qualquer coisa me liga — pediu.

— Tá. Tchau, Vilu — despediu-se, encerrando a chamada.

Enxugando suas lagrimas, Violetta colocou o celular no bolso da calça enquanto corria até a porta, esquecendo-se completamente da presença de León. Mas, ele não a deixou esquecer.

— Espera — pediu, indo até ela. — Não vai me dizer o que aconteceu?

— Não... não é nada — engasgou-se em meio a sua mentira. — Eu preciso ir, Vargas. A gente se fala depois — passou a mão pelo rosto, enxugando suas lagrimas.

X X X

León era capaz de ouvir as batidas rápidas do coração dela de longe. E não foi difícil entender que a garota estava mentindo. Sim, havia acontecido alguma coisa e não é as lagrimas que a deduram – embora isso fosse extremamente significativo. Mas o que realmente mostra seu verdadeiro estado é os seus olhos, repletos de tristeza e angustia.

— Qual é, garota. Eu estou preocupado com você, o mínimo que pode fazer é me dar alguma satisfação do porque está chorando — apesar do seu tom, ele estava visivelmente calmo.

— Não te devo satisfações — rosnou.

— Fala logo — pediu, já começando a se irritar. — Talvez eu possa te ajudar...

Ela o interrompeu.

— Do mesmo jeito que disse que poderia me ajudar com os meus problemas? — sua voz mergulha a ironia.

— Eu disse que iria te ouvir... não me lembro de ter prometido conselhos — respondeu, prontamente.

Os olhos atentos de León observa o quanto ela está chateada. As lagrimas que rolavam livremente pelo seu rosto estava incomodando León.

"Ela é bonita até quando chora", pensou.

— Os meus pais... — começou ela, depois de alguns minutos em um completo silêncio. — os meus sofreram um acidente — contou, ficando cada vez mais triste.

Ele simplesmente calou-se diante da explicação da moça. Agora sim entendia o motivo das lagrimas e dos batimentos acelerados.

— E você pretende ir para lá? — perguntou, não sabendo o que dizer.

— Claro que sim! — respondeu, obvia. — É os meus pais, León — passou a mãe pela nuca e suspirou. — Por mais que eles me deem trabalho, não vou cruzar os braços e deixar que eles se afundam... ou morram.

— Você está certa — sorriu, encorajador. — Não importa como eles sejam, são os seus pais. Tem que estar perto da sua família agora — terminou sua fala ainda com o sorriso.

Viu quando ela arregalou levemente os olhos, e deduziu que estivesse surpresa por suas palavras. E, bom, não poderia discordar que até mesmo ele estava surpreso.

Ali, na frente dela, León mostra um lado totalmente diferente do comentado. Mostra que ele também se importa com coisas como a família. Embora mostre totalmente o contrario, com seu jeito imaturo.

— É, eu sei — concordou, passando a palma da mão pelo rosto, limpando as lagrimas. — E-eu tenho que ir. Vou arrumar minhas coisas e esperar a ligação do meu irmão — anunciou, mostrando-lhe um sorriso branco e saindo.

Ao vê-la partir, León não disse absolutamente nada. Na verdade, ele nem sabia o que dizer. Apenas fechou a porta, passando a chave. Viu o suco que havia pego para ela sobre a mesinha que a minutos atrás, ela fuxicava. Deixou o copo ali mesmo e subiu as pressas para o seu quarto.

Assim como no dia anterior, seu objetivo é passar o dia dormindo, e a noite sair para tentar encontrar uma mulher que lhe agrade. E, assim, fazer a insana proposta de casamento.

Isso é ridículo.

Pegou, ao seu lado, o controle do ar-condicionado e o ligou no máximo. O calor que fazia lá fora chegava a ser insuportável.

As pálpebras dele, aos poucos, foram ficando cada vez mais pesadas, não demoraria muito para que ele se entregasse ao sono. Mas, seus sentidos quase adormecidos foram interrompidos pelo barulho do seu computador, que indicava que havia um convite por chamada de vídeo.

Foi até o aparelho e o pegou em suas mãos. Sentou-se na cama, colocando-o em seu colo e aceitando a chamada. Em poucos segundos a imagem de seu pai apareceu sobre a tela.

— Oi, pai — não á nem um pouco de animação em sua voz.

— É impressionante como apenas eu ligo para você, León — disse, totalmente sarcástico. — Como vai, filho?

— Bem — murmurou. — Antes que você pergunte, eu não estou noivo — confessou, com uma estranha agonia.

— Eu sei — revirou os olhos. — Preciso conversar com você pessoalmente. Irei te explicar a nossa situação, quem sabe assim você não leva as coisas mais a serio.

León também revirou os olhos. Pensou em uma desculpa esfarrapada para escapar da ordem do pai, mas nada realmente convincente passava por sua cabeça.

— Não quero voltar para o México — confessou, pensando ser a única desculpa que poderia criar naquele momento.

— Não estou no México — sorriu vitorioso. — Estou na Espanha, na casa do seu tio. Temos algumas pendencias a resolver.

— Eu não... — tentou protestar.

— Pegue o primeiro voo. Quero que esteja aqui antes da madrugada — disse por fim.

A tela ficou preta e León soube que ele havia desligado. Soltou um suspiro em meio a sua frustração e levantou-se, indo providenciar sua passagem e arrumar as malas.

(…)

Duas horas mais tarde, ele já estava devidamente pronto. Seu voo está marcado para daqui exatos cinquenta e oito minutos. Foi um verdadeiro custo, mas ele conseguiu.

Enquanto bebia um copo de uísque, pensava no que o seu pai poderia lhe dizer. Por um breve segundo, pensou em desistir. León não é mais um moleque; já é maior de idade e pode muito bem tomar suas próprias decisões. Contudo, ele anseia por sua fortuna.

Viajar pelo mundo e suprir suas necessidades gastando.

Seus olhos, atentos, rolaram pela extensão da sala de seu apartamento, parando nos porta-retratos que estavam remexidos e atrapalhados. Isso o fez lembrar de Vioeltta, uma vez que ela era quem mexia neles.

E ao se lembrar dela, lembrou-se de que a mesma devia estar bastante mal por conta do acidente com os pais. E se recordou também de quando ela havia comentado mais cedo que sua família está em Madrid.

Um pensamento quase quanto insano passou por sua cabeça. Será uma boa ideia chama-la para ir juntos a essa viajem?

Não, não, não.

Espanha é um lugar consideravelmente grande. Seria muita coincidência a família dela morar no mesmo bairro do que o do tio dele.

Todavia, não custa nada perguntar, não é mesmo?

Pegou o seu celular que estava bem ao lado de sua mochila – essa, por sua vez, estava no sofá - e começou a fuçar sua agenda. Só então notou que não tinha o numero dela. Pensou por alguns segundos, enquanto remexia o celular perto da boca.

Pensou em pedir para alguns de seus amigos, mas teria de dar explicações eternamente, e não estava a fim. Então, sua melhor opção, foi a loira que com toda certeza do mundo tem o numero dela. Já que, Ludmila Ferro, é conhecida e adorada por todos.

Discou o numero dela e esperou que a mesma atendesse.

León e Ludmila não é o que se pode chamar de amigos; apenas conhecidos. Ela é uma grande amiga da família Vargas, uma vez que os pais dela também são. Ambos se conhecem desde os quinze anos, mas nunca chegaram a ser amigos de verdade.

Eles tem personalidades diferentes.

Ela é uma garota mimada, que adora compras e viagens, mas que acima de tudo, se da bem com todos. Jamais se achou superior a ninguém por ser rica e extremamente bonita.

Já León é completamente o oposto. Não é mimado – seus pais o criaram sobre regras rigorosas – mas é egoísta, egocêntrico e mulherengo. Escolhe suas amizades, assim como escolhe garotas.

— Alô — disse a loira, do outro lado da linha. — León? — quis confirmar, pois ele jamais a ligou.

— Oi, Ludmila — a cumprimentou, casualmente. — Tudo bem?

— Estou sim — respondeu, prontamente. — Precisa de algo? — indagou, com uma curiosidade incomum em sua voz.

— Na verdade, sim — confessou, penteando os cabelos com as mãos. — Você conhece a Violetta? Violetta Castilho — do outro lado da linha ouviu um sim, murmurado. — Ótimo! Pode me passar o numero dela?

— Olha só, Vargas. Eu estou no meio da fila do cinema, não tenho tempo para as suas gracinhas — trovejou ela. — Para quer você quer o numero da Violetta? — ela parecia não estar acreditando que era ele mesmo pedindo isso.

— Não é da sua conta — disse, de forma irônica. — Eu não quero te incomodar, então pode me passar o numero dela logo? — perguntou, já se irritando.

— Não até você me dizer o que quer com a minha amiga — protestou.

León respirou fundo, tentando se controlar. Contou até dez mentalmente e soltou o ar de uma vez.

— Tudo bem, eu arrumo o numero dela de outro jeito — resmungou. — Obrigado de qualquer forma — agradeceu irônico.

Já estava prestes a encerrar a ligação, quando a voz fina dela o impediu.

— Okay, você venceu — rendeu-se e León sorriu vitorioso. Ela o passou o numero que ele tanto deseja e logo depois se despediu.

Segurando o pequeno papel em suas mãos, ele pensou se deveria ou não ligar. Viu as horas e se deu conta que daqui a pouco estará na hora do seu voo. Então, em um ato involuntário, discou o numero e apertou no botão verde, iniciando a ligação.

Já estava no terceiro toque quando ela atendeu.

— Oi — a voz fina dela soou do outro lado da linha. León percebeu que sua voz é semelhante a de uma chorosa, e bom, ele sabe bem o porque.

— Violetta?! Você está bem? — não se conteve em perguntar, mesmo já sabendo qual será a resposta.

— Vargas? — seu tom é de extrema surpresa. Ele apenas murmurou um "eu mesmo" e ela suspirou do outro lado da linha. E León pode jurar que foi para abafar o som do seu choro. — O que quer?

— Nossa, quanta educação — revirou os olhos e ela fez o mesmo do outro lado da linha. — Eu estava aqui pensando... os seus pais moram na Espanha, certo?

— É. Por que?

Mordeu os lábios receoso se deveria ou não continuar sua fala. Ele não poderia dizer que Violetta é uma das pessoas mais fáceis de se conviver, e mesmo querendo fazer uma boa ação, uma ação sem nenhum vestígio de malicia ou algo do gênero, tem medo de que a mesma o devolva com gritos e xingamentos por estar se intrometendo onde não é chamado.

— Esquece — se acovardou. — Não, não é nada de importante — finalizou a frase, amaldiçoando-se mentalmente.

— Então ta — disse ela, confusa. — Bom, eu vou desligar, tudo bem? — sua voz esta mais suave, e talvez isso é o que tenha feito León criar coragem.

— E-espera — pediu, meio incerto. — Olha, eu estou indo para a Espanha daqui alguns minutos, tenho que encontrar o meu pai lá, e se sua casa for próxima aonde eu irei o encontrar, não sei, talvez você queira ir comigo para ficar com a sua família.

A ligação ficou muda por alguns segundos – mais aproximadamente quarenta segundos – e León sentiu gana de bater em si mesmo por ter dito isso.

Já iria desligar quando ela se pronunciou.

— Você está falando serio? — parecia incrédula.

— Sim. Estou.

— León, eu já disse que estou totalmente dura. Se eu pudesse, já tinha pegado o primeiro voo para lá, mas não posso — inspirou profundamente o ar. — Estou a espera de que meu irmão me mande um dinheiro para que assim eu possa ir.

— Você não está me entendendo, Violetta — passou o celular para o outro ouvido, uma vez que sua mão já começava a formigar. — Eu vou comprar a passagem para você — afirmou.

— Ficou maluco? — gritou.

— Sempre fui — brincou. — Estou falando serio. Eu pago sua passagem e depois você me dá o dinheiro. Apenas quero ajudar, porque imagino sua angustia agora.

Claro que ele não iria pegar o dinheiro dela. Ele não seria capaz de arrancar dela algo que a mesma tanto luta para conseguir, enquanto ele já tem. E tem muito. Contudo, Violetta é uma pessoa orgulhosa. E, em poucas horas de convivência, León percebeu isso.

— Eu não sei se devo aceitar — preocupou-se com o acordo. — Devo agradece-lo, mas não é justo que faça isso por mim. Você nem ao menos me conhece e quer me ajudar?

— Isso pode parecer estranho — suspirou. — Só não quero que você fique longe dos seus familiares nesse momento. Eu sei como é ruim ficar com o pensamento cravado em algo, ou em alguém, e ter medo de perde-lo — havia um pouco de tristeza em sua voz. — Acredite, eu sei como é ruim perder alguém.

Ao fim de sua frase, León mesmo estava surpreso consigo. Ele havia dito a uma estranha parte de sua dor, mesmo que fosse em códigos. E o mais estranho é que ele sente-se perfeitamente bem com o fato de ter posto isso – nem que seja por meros segundos – para fora.

— Entendo que você queira me ajudar, mas ainda sim não é certo — disse ela, incerta.

— Ùltima chance — advertiu-a. — Meu voo é daqui a trinta e dois minutos — concluiu ao olhar no seu relógio de pulso.

Como é complicado fazer algo legal! É tão difícil assim aceitar uma ajuda? Poxa, tem alguém querendo ser gentil aqui. Não faça-o se arrepender.

E, bom, ela não fez.

— Tudo bem, Vargas. Irei aceitar sua ajuda — se rendeu, fazendo-o sorrir de leve. — Mas, eu juro, irei lhe devolver todo o dinheiro, okay?

— Tenho certeza que sim — murmurou ele. — Você tem quinze minutos para estar no aeroporto. Então, se aprece.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo tá um pouquinho grande, não é? Hahaha.
Espero que tenham gostado. Quem sabe eu não posto o próximo ainda hoje? Ele que já está prontinho e cheiinhos de surpresas para vocês. Bom, para eu voltar, é só vocês deixarem os seus comentários especiais.
Beijos e até mais.