In Case escrita por Lydia


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI, NEGADA!!
Quero agradecer a quem comentou. Vocês são de mais ♥♥
E um agradecimento especial a:
Re Tinista
Beijocas de uma Belieber
Por favoritar a fanfic.
Boa leitura...



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Dois dias depois

Restando vinte e três dias para a chegada do natal.

Já era por volta das duas da tarde e León esta em uma lanchonete que fica em frente a faculdade. Seus olhos estão repletos por olheiras e seu semblante é de cansaço. Isso é o resultado de mais uma noite de bebedeira.

— Cara, você está péssimo — Diego o zoou.

— Nossa, que engraçadinho — forçou uma risada. — Procurar uma mulher para casar não é fácil não. — contou, enquanto bebia um pouco do seu suco.

— Então... diz aí, você quer mesmo se casar? Tipo, vai se amarrar assim? — parecia um pouco indignado, ou surpreso.

León revirou os olhos e começou a pensar que não esta sendo assim, tão fácil, a decisão que tomou.

Ele não irá se casar com qualquer uma, e o problema e que ainda não encontrou uma garota que o faça pensar que isso realmente vale a pena.

— Eu já falei que meu pai só vai soltar a grana se eu casar — tratou de manter a calma. — Acho que ele tem medo de que eu fique como o irmão dele... Sozinho, bêbado e fracassado — riu juntamente com o amigo.

— Tudo bem. Mas, você já escolheu a sortuda que você ira colocar uma aliança? — não escondeu a ironia em sua voz. — Por que, pelo que me disse, você só tem dois meses. E, sabe, não dá para fazer um casamento sem uma noiva — continuou com o tom sarcástico, mas León não deu a mínima.

— Não quero me casar com uma vadia — se pronunciou, depois de poucos segundos. — Vamos supor que eu me case com uma qualquer... ela será rica, muito rica, mas ainda sim é uma qualquer que me põe um chifre. Não vou ser corno, cara — por meros segundos, se apavorou.

— Então vai me dizer que quer se casar por amor? — não conteve uma risada ao perguntar.

O moreno, novamente, revirou os olhos. Pegou a carteira e deixou uma nota de vinte dólares sobre a mesa, se levantando logo depois.

— Não existe essa coisa de amor — disse com tanta convicção que Diego até se assustou. — Isso é apenas uma desculpa para os desiludidos acreditarem que ainda podem ser felizes — riu amargo.

— Você é um idiota — murmurou o dono das madeixas negras.

— Eu sei — o lançou uma piscadela. — Nos vemos depois, Diego — se despediu, saindo do estabelecimento.

Como não teria mais aula hoje, Vargas só pensava em chegar à sua casa e se jogar na cama. Os problemas que ficassem para depois.

Ele sabia bem o quanto complicado seria em conviver com uma pessoa a todo instante. Uma pessoa que ele não ama. E isso o atormentava.

Mas a ganância parecia ser ainda maior que seus medos. Não suportava imaginar que poderia perder a grande fortuna que seu pai está disposto a da-lo. Seria estúpido se a perdesse.

Caminhando em direção à faculdade, León percebeu o quanto aquele lugar ficava vazio naquele horário. Véspera de feriado, então tinha um motivo. Praticamente já estava nas férias. León havia planos para esse natal.

Passaria ele em Boston, juntamente com um amigo, e com certeza bebendo e com alguma garota – ou talvez, muitas. Contudo, os planos mudaram. Agora ele tinha que se dedicar, ao máximo, em achar uma companheira.

O cheiro do cigarro vindo de um dos grupos na entrada da faculdade fez o estomago de León se contrair e uma careta se formar em sua face. Tratou de sair dali rapidamente, adentrando pelos corredores da enorme construção.

Seu destino é o seu armário, onde está alguns de seus pertences — como a blusa de frio e o seu celular. Com eles já em mãos, decidiu dar a volta e sair por trás, para não ter que dar de cara com as pessoas repugnantes que trombará antes de passar.

Enquanto andava seus pensamentos se prendiam em coisas aleatórias. Cogitou a ideia de ir ao mercado comprar comida pronta ao invés de pizza. Sim, ele já estava cansado de pizza. Como não sabia cozinhar, uma lasanha em embalagem parecia uma boa opção.

Quando já estava prestes a virar o último corredor, uma voz o chamou atenção. Não escondeu sua curiosidade quando se encostou na porta e começou a ouvir a conversa no telefone de uma garota com algum desconhecido – por ele – no telefone.

— ... não posso me dedicar somente ao trabalho, mãe. Tenho que terminar meus estudos — ao saber que ela falava com a mãe, León sentiu as coisas ficarem mais claras no bisbilhoteiro. — Não tenho culpa se o papai é um bêbado... Como assim você largou o emprego? — ela demonstrava estar indignada. — Mãe, o pai tem problemas de saúde desde que eu me entendo por gente. Você não pode sair do emprego... E como pretende se sustentar e sustentar seus filhos?... Eu? Não, não, não. Já mando praticamente todo o meu salário para vocês e ainda quer que eu largue meus estudos para arranjar mais dinheiro?

“Pelo menos eu não sou o único com problemas.”

Realmente foi infantil da parte dele comparar as situações. A moça estava com problemas, aparentemente, sérios, e León sempre irônico. E evidentemente egoísta.

— Mãe, eu não estou mais trabalhando — confessou, em meio a um suspiro. Coitada, pensou León. — O que é que eu posso fazer? Eles fecharam a loja... Já estou procurando outro, mas não posso garantir nada.

Vendo que a conversa estava ficando pesada de mais para ele, León virou as costas na intenção de sair dali, finalmente. Contudo, acabou por derrubar seu celular no chão, causando um barulho pequeno, mas que foi ouvido pela moça.

Maldição.

— Desculpa — murmurou ele, com certo constrangimento pela flagra.

— Te ligo depois, mãe — se despediu, encerrando a chamada. Virou-se para o moreno e cruzou os braços, erguendo as finas sobrancelhas — Você estava ouvindo a minha conversa?

— Bom... mais ou menos.

— Não acredito! Isso aqui é pessoal, okay?

— Já estava indo embora.

Ergueu as mãos para o alto.

— Ah, tudo bem. Realmente não me importo.

Deu de ombros e pegou a mochila sobre uma das carteiras. Balançou a cabeça, silenciosamente, pedindo para que ele se afastasse da porta.

Mas ele não fez.

— Eu já vi você por aqui, mas não sei o seu nome — contou. — Como se chama?

— Eu não me chamo não. Os outros é que me chamam de Violetta — sorriu, sarcástica.

— Engraçadinha — riu forçado.

— Faço o possível — levantou os ombros, tentando mostrar-se convencida.

— Os outros me chama de León... Só para você saber — piscou em sua direção, fazendo-a revirar os olhos.

— Tudo bem, León, agora você poderia me dar licença, por favor? Tenho coisas importantes para fazer.

Arrumou a mochila nos ombros e ele mostrou-se pensativo.

— Tenho uma ideia melhor — falou, e ela ergueu os olhos curiosa. — Pretendia ir para casa e me jogar na cama, dormir a tarde inteira; mas eu posso convida-la para ir até lá e eu ouço todos os seus problemas — sorriu inferior. — Prometo ser um bom ouvinte.

— O que faz você pensar que quero que me ouça?

— Não sei... apenas sinto que você está louca para desabafar com um amigo.

— Você não é meu amigo — retrucou.

— Posso ser o que você quiser — disse sedutoramente.

Violetta revirou os olhos e passou por ele batendo em seu ombro.

— Tenho coisas mais importantes para fazer do que bater papo fiado — disse entre dentes, passando em passos firmes por ele.

Incredulo, Vargas soltou uma risada divertida.

Ele acabou de ser dispensado por uma garota? Oh, céus... as coisas realmente não estão nada boa para ele.

X X

Mais tarde, naquele mesmo dia, Violetta estava em seu pequeno apartamento – alugado, obviamente – enquanto folheava as paginas de emprego.

De azul, marcava os que eram mais possíveis para ela. Que daria certo com seu horário.

Com toda a certeza, não dormiria mais. Ao sair da faculdade iria para o trabalho e ao chegar em casa fazer seus afazeres.

Essa não é a vida que sonhou para si.

— Eu seria uma péssima secretaria — disse a si mesmo, marcando de vermelho a opção.

Terminou o que estava fazendo, deixando a pequena e amassada folha de jornal em um canto do seu armário. Vendo que já estava tarde, foi até a cozinha, abrindo a geladeira e buscando algo que lhe agradasse.

Por fim, decidiu comer apenas uma tigela de cereal. Estava cansada de mais para inventar qualquer outra coisa mais trabalhosa.

Enquanto comia, acabou levando seus pensamentos para a conversa com a mãe mais cedo. Como sempre, não foi um bate bato cotidiano. Violetta estava, novamente, sendo pressionada a ajudar sua família. Voltou para a Argentina a fim de seguir sua vida, mas isso não aconteceu com sucesso, uma vez que desde que chegou mais trabalha do que vive.

E sem ao menos perceber, seus pensamentos foram também para o moreno de olhos esverdeados.

León.

Que droga ela estaria pensando nele?

Já havia o visto antes andando pelo corredor da faculdade. Afinal, quem não o conhecia?

Seu jeito desleixado, o carisma que conquista qualquer um, e as qualidades que deixa qualquer menina louca.

Porém, impressionantemente, ela não enxergou nenhuma dessas qualidades. Exceto, claro, a beleza indiscutível.

Mas só isso. Nada mais do que apenas a beleza.

X X

Droga.

Foi o que pensou Violetta, quando voltou de todas as desastrosas entrevistas.

No dia anterior, enquanto selecionava os anúncios de empregos, tinha grande expectativa em conseguir um. Contudo, talvez por ser inexperientes, não conseguiu nada.

Em sua cabeça já cogitava a ideia de largar tudo e voltar para sua cidade. Onde está sua família.

Talvez seja isso o que eles realmente queiram. De volta, a escrava idiota.

Assim que chegou à praça, que fica alguns minutos longe de seu apartamento, avistou alguns de seus amigos. Caminhou até eles e os cumprimentou.

— Então, Vilu, conseguiu o emprego? — Francesca perguntou, não escondendo a curiosidade.

— Infelizmente não — lamentou-se.

— Já falei que é bobagem você ficar se matando para arrumar serviço. Você pode trabalhar apenas algumas horas para ter dinheiro o suficiente para pagar a outra metade da bolsa da faculdade — Maxi deu de ombros, e os amigos ali presentes – Camila, Natália, Francesca, Tomas e Andrés, assentiram.

— E eu já falei para vocês que eu tenho que ajudar os meus pais — suspirou cansada.

— Em minha opinião, você deveria dizer a sua mãe que você tem coisas para fazer aqui também.

— Eu não posso fazer isso, Camila. Ficou maluca? Eles são minha família.

— Estamos te dando ideias, Violetta.

— Vocês não me entendem — resmungou.

Não esperou uma resposta, apenas deu as costas e foi em direção a sua casa.

Nem ao menos seus amigos estavam dispostos a entende-la e a ajuda-la. Todos pareciam apenas querer a confundir mais e cada vez mais.

É tão ruim assim se preocupar com a família?

Assim que virou a rua, viu um pouco mais a frente, León, conversando com uma garota que reconheceu estudar com eles.

Violetta soltou uma risada ao perceber que ele era sim um grande galanteador.

E um perfeito mulherengo.

Dispensou os pensamentos e seguiu seu caminho. Mas então se deu conta de que no dia anterior ele havia oferecido ouvi-la, e mesmo tendo sido um convite insano, agora lhe pareceu uma ótima opção.

Violetta foi na direção dos dois e os cumprimentou. A garota, na hora, não se mostrou contente com a presença dela, mas León mesmo surpreso, mostrou-se, juntamente com um sorriso vitorioso, satisfeito.

— León, eu posso falar com você?

— Não está vendo que estamos no meio de uma conversa? — a garota se intrometer.

— Não me lembro de ter falado com você — sorriu falso. — E então? — voltou seu olhar para o moreno.

— Por mim tudo bem — deu de ombros. — Jessica, a gente se fala depois, okay?

— Não. Você não me disse que...

— Depois, Jessica — começou a se estressar.

Sem dizer mais nada, a garota virou as costas e saiu, batendo o pé. León olhou para Violetta, curioso. Manuseou com a cabeça, pedindo para que ela falasse.

— Ontem você disse que poderia ser um bom amigo — deu ênfase na última palavra. — Acha que pode ser um bom ouvinte agora? — perguntou.

— Olha só, para quem me deu um fora ontem... Você me parece bem chateada — ironizou. — Tudo bem, vamos dar uma volta.


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Notas finais do capítulo

Espero que comentem!!