In Case escrita por Lydia


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá, amados! Nem demorei, não é?
Obrigada a todas vocês que comentaram. Sabem que amo cada uma, não é?
O capítulo de hoje está especial. E o próximo ainda mais. Decidi dividir o capítulo, para que o próximo fique maior.
Querem mais um capítulo amanha? Só comentarem que eu venho e o trago, o mesmo com uma surpresinha bem agradável haha.



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In Case – Capítulo 3

Oque dizer num momento como esse? Sinto muito? Infelizmente, por mais que tentasse – e pensasse – em algo para dizer a ela, nada lhe vinha a mente.

Ambos já estavam nos seus devidos lugares no avião. Violetta, encostada com a cabeça na janela, tinha a atenção longe. Seus olhos, vermelhos e inchados, pareciam que iriam desabar a qualquer momento em lagrimas.

Ela está mal. Muito mal.

Os olhos de León a observava atentamente, até que por fim decidiu se pronunciar.

— Hum... — limpou a garganta, chamando atenção dela. — Talvez não tenha sido algo serio — supôs, em uma tentativa de acalma-la.

— Parece que minha mãe está bem, mas o meu pai não — disse, melancolicamente.

Sem saber o que dizer, León calou-se. Metade do avião estava dormindo, então eles conversavam bem baixinho. Ele se lembrou da pequena conversa que tiveram mais cedo, onde descobriram que o tio de León é um dos grandes amigos de Germam Castilho.

Coincidência ou destino?

Se um dos dois acreditasse em destino, talvez poderia ser uma boa opção. Porém, León e Violetta são duas pessoas diferentes, mas ao mesmo tempo iguais. Os dois têm feridas profundas.

E nenhum deles acredita em destino.

— Você tem quantos irmãos? — ele perguntou, de repente.

— Dois — respondeu, sem o olhar.

— E eles são mais velhos que você?

— O Federico sim, mas a Melany não. — Suspirou. — Por que tantas perguntas?

O olhou.

— Por nada, só queria puxar assunto — levantou as mãos para o alto, rendendo-se.

Ela revirou os olhos, voltando sua atenção para a pequena janela. Colocou os fones de ouvido e fechou os olhos, entrando em uma inconsequência.

Alguns minutos depois e León já estava cansado de ficar ali. Não havia barulho a não ser do motor do avião, e a agonia que ele sentia pela conversa com o seu pai apenas piorava as coisas.

Inquieto, ele se levantou disposto a ir beber com copo d’água e deu de cara com uma cabeleira loira. Esboçou um sorriso malicioso e se aproximou um pouco mais.

— Você deve ser a única alma viva desse avião — brincou, enquanto pegava um copo de plástico.

— Pois é. Normalmente viagens a noite da nisso mesmo. Todos dormindo — sorriu enquanto dizia.

— E é melhor para você, não é? — constatou ao ver a roupa que ela usava.

Aeromoça.

Encontrei um jeitinho de me divertir”, pensou ele.

— É mais tranquilo — concordou. — Qual o seu nome? — perguntou ela, sem tirar o sorriso.

— León — apresentou-se, dando um passo para frente. — E você?

— Helena — fez o mesmo. — Posso dizer que adorei o seu cabelo? — passou a mão nas madeixas morena de León.

— Só o meu cabelo? — perguntou, ironicamente.

Ela apenas sorriu ainda mais e segundos depois já estavam se beijando.

Não era um beijo educado ou tão pouco carinhoso. Helena se agarrava no cabelo dele e León segurava em seus braços.

O beijo não durou muito – segundos apenas. – e não foi o ar que os interrompeu, sim a tosse forçada de alguém.

Ao se virar, encontraram um par de olhos castanhos incrédulos.

Violetta.

— Isso só pode ser brincadeira — resmungou, antes de se virar, indo em direção a sua poltrona.

Vargas mordeu o lábio inferior, pensando nas mil e uma coisas – desagradáveis – que ela poderia dizer a ele.

— Quem é? — perguntou a loira, puxando-o e dando a entender que o beijaria novamente.

— É só uma amiga — mentiu. Eles não são amigos. — Acho melhor eu voltar para o meu lugar — sorriu de lado, enquanto se afastava.

— O que? Por quê? — perguntou, completamente confusa.

— Sinceramente, eu não sei.

Virou-se, deixando ela incrédula e irritada.

Assim que se sentou novamente, León percebeu que Violetta continuava da mesma forma de quando ele havia saído: virada para a janela, com os fones de ouvido e com os olhos fechados.

Ela o olhou rapidamente – quando percebeu que alguém tinha sentado ao seu lado – porém revirou os olhos.

Sem dizer absolutamente nada.

X X

Droga. Ela não deveria ter se incomodado com isso.

Maldito Vargas! Por que ele tinha que ser tão legal com ela? Fazê-la pensar que ele poderia ser uma pessoa boa? Está na cara, é só olhar para ele que consegue ver o canalha mulherengo que León Vargas é.

Não era por conta do beijo, ela simplesmente não queria que ele fosse como diziam. Como as garotas o denominam.

Como o cara que não liga para sentimentos e que troca de mulher como se elas fossem encartáveis.

Ela esperava mais dele.

(...)

Assim que saíram do avião, Violetta já se sentia aliviada. Demorou alguns minutos para que finalmente ficasse livre daquele ambiente carregado.

Em suas mãos tinha apenas uma pequena mochila, pois na casa de seus pais havia bastante de suas roupas.

Ela estava a espera de um taxi quando León chegou por de trás dela.

— Qual o seu problema? Eu estava te esperando e você me deixa sozinho? — perguntou, indignado.

— Só pensei que você fosse querer privacidade... Sabe?! Para poder se atracar com uma outra garota — brincou um sorriso nos lábios.

— Fala sério! — exclamou, revirando os olhos. — Violetta, eu sou solteiro e cheio de problemas. Acho que mereço um pouco de diversão, não é?

— Faça o que quiser, Vargas. Você não me deve satisfações — suspirou. — Eu só esperava, de verdade, que você não fosse como eu esperava.

Ela desviou o olhar do dele, mas logo o viu entrar em sua frente.

— E como é que você acha que eu sou?

— Mimado e galinha — despejou as palavras, com um semblante sarcástico no rosto.

— Tá brincando comigo, não é?

— León, você nem conhecia aquela mulher e já estava a beijando — disse, indignada. — Aposto que se eu não tivesse chegado lá vocês dois iam fazer coisas piores ali mesmo — ajeitou a alça da mochila em seu ombro.

— E você se incomoda com isso? — ela negou rapidamente. — Mas, sinto em dizer que você está dando uma de ciumenta — sorriu ao final da frase.

— Você está maluco! — pretejou. — Eu nunca vou ter ciúmes de você — afirmou, com uma convicção estranha em sua voz.

— Nunca diga nunca, querida — sussurrou, acariciando o rosto dela que se arrepiou. — Vem, vamos arrumar um hotel para passarmos a noite — se afastou, começando a andar.

— Não, não, não e não — o parou. — Eu quero ir para o hospital. Agora! — bateu o pé como uma criança.

Ele a ignorou, indo em direção ao taxi vazio que parou há segundos atrás. Entrou nele e esperou que Violetta fizesse o mesmo, e assim ela fez.

— Onde querem ir? — o taxista perguntou, olhando para através do espelho.

— Para o... — Violetta começou, mas León a interrompeu.

— Para o hotel mais próximo, por favor — pediu e o homem com cabelos grisalhos assentiu.

Vargas olhou para a garota ao seu lado e viu a mesma de braços cruzados e expressão irritada.

— Presta atenção — chegou mais perto dela, que se sentiu encurralada entre a porta do carro e o corpo do moreno. — Eu estou exausto e morrendo de fome, vai demorar no mínimo duas horas até chegarmos à cidade onde está o meu pai e os seus pais — ela fixou o olhar nos do dele. — A gente vai amanha.

— Mas eu quero ir hoje — retrucou.

— Não tenho culpa se você mora em uma cidade tão longe do areporto — sorriu desdenhoso.

— O seu tio também mora lá — devolveu o sorriso.

— Por isso eu nunca o visito — se ajeitou no banco, olhando para a paisagem lá fora. — Odeio lugares pequenos — resmungou.

— Eu gosto — deu de ombros. — Aproposito, o seu pai não disse que você deveria estar lá hoje? — perguntou, ao se lembrar do que ele havia lhe dito mais cedo quando se encontraram no areporto.

— Sim, mas eu não ligo — inspirou o ar, soltando-o em seguida. — Preciso de um tempo antes de rever meu pai.

Ela não disse absolutamente nada, apenas encolheu os ombros. Diferente de Buenos Aires fazia frio ali. Muito frio, na verdade.

Pegou o seu celular para ver as horas, e se assustou ao perceber que ainda era cedo.

22h41.

Ainda tem uma noite longa pela frente.


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Notas finais do capítulo

E então? Violetta com ciumes? Será? Teremos a prova no próximo capítulo. Como falei, se comentarem bastante eu posto o próximo amanha mesmo. Estou cheia de leitores fantasmas, então oremos para que eles apareçam.