In Case escrita por Lydia


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

OIEEEE
Estou de volta. Quero agradecer a todos vocês que não me abandonaram e comentaram no capítulo anterior. Vocês são incríveis ♥
Boa leitura
/Perdoe-me qualquer erro gramatical, concordância e afins.



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Deixar o ar frio de Boston para  o calor escaldante de Buenos Aires foi no mínimo estranho. E apesar de Violetta sentir uma imensa falta de sentar em frente a lareira enquanto a neve caia, tomar chocolate quentes com marshmallow e passear em meio aos flocos de neve.

Contudo, apesar de tudo isso, não via a hora de chegar em casa. Rever Ludmila e Alice — e quem sabe Francesca e os outros. Ainda tinham muito o que conversar —, voltar para a faculdade e falar com os seus pais. Porém não podia negar que sentia medo. Voltar para casa e rever todas essas pessoas significava que seu pequeno paraíso com León tinha acabado, agora enfrentarão a vida real. Problemas reais.

Como o maldito contrato.

Ambos ainda não haviam tocado no assunto de como seria agora em diante. O acordo estava acabado? Iriam se casar e manter uma relação como marido e mulher, ou nada mudaria? — essas e outras perguntas rondavam a cabeça da Castilho.  

— Vai direto para o seu apartamento? — perguntou o moreno.

— Hum… Sim, claro — respondeu, distraída com o celular.

Ele assentiu mesmo que ela não estivesse olhando e disse ao motorista o endereço. Em seu celular a moça mandava uma mensagem para a amiga. Alice.

 

Estou chegando. Ainda está aí?

 

Estou sim. Nos vemos logo então.

 

Sentiu seu pescoço queimar e sabia que León a estava olhando. Virou-se para ele com um sorriso pequeno nos lábios e notou sua testa franzida e as sobrancelhas elevadas.

— O quê? — indagou.

— Alice está no seu apartamento? — respondeu-a com uma pergunta. Sua curiosidade estava explícita em suas palavras.

— Não te contei? — Ele negou. — Oh, devo ter me esquecido — deu de ombros como desculpas. — Ela ficará lá um tempo até se resolver. Sabe? Problemas com os pais…

— Entendo. — Balançou a cabeça em compreensão. — E cabe vocês duas lá? Porque você pode ficar comigo, se quiser. — Ofereceu.

Isso fez seu coração palpitar. E naquele momento ela percebeu que nada mudaria, ainda estavam apaixonados. León continua se preocupando com ela como um verdadeiro cavalheiro, e namorado. E o que acontecer depois, ela notou que não iria se importa se os dois continuassem juntos.

— Não é necessário. Daremos um jeito. — Sorriu com gratidão. — Mas obrigada. Foi gentil da sua parte — inclinou-se e deu um beijo em seu rosto, mas ele tratou de se virar fazendo suas bocas se encontrarem.

Quando os lábios quentes dele tocaram os seus ela se derreteu. E deixou ser puxada para mais proxima. Quando se separaram, olharam um pro outro e ela o ouviu dizer:

— Se mudar de ideia, você sabe onde moro — piscou para ela que riu.

 

O corredor silencioso, as paredes em cor pastel e o barulho do ar condicionado velho e quebrado… Tudo estava do mesmo jeito que algumas semanas atrás. Parou em frente a porta de seu apartamento e sorriu empolgada, dando algumas batidas. Não demorou para ouvir barulhos de passos apressados do lado de dentro e, quando a porta se abriu, uma loira eufórica pulando em si.

— Você chegou! — Gritou animada, apertando-a mais. — Estava tão ansiosa.

— Meu Deus, Alice — sua voz falhou. — Está me sufocando — disse meio rindo.

Ela se afastou, dando um pequeno sorriso como desculpa e se abaixou para ajudá-la com as malas.

— Não pode me culpar. Você não imagina como estou me sentindo sozinha — confessou. Violetta virou-se para ela depois de fechar a porta e notou a tristeza em seu olhar.

— E seus amigos? Você devia vê-los — aconselhou-a.

— Eles não se importam comigo — frustrou-se. — Metem para mim, assim como os meus pais — ressaltou com amargura na voz. Mas balançou a cabeça, fechou os olhos e quando os abriu havia apenas a empolgação em ver sua recente amiga. — Mas não vamos falar sobre isso. Quero saber tudo sobre a viagem!

Violetta a olhou por alguns segundos e quis argumentar, porém achou que não era a melhor hora. Então tirou o casaco e disse:

— Enquanto tomo um banho avise a Ludmila que cheguei. Vou contar tudo a vocês — sorriu com mistério e correu para o banheiro, ouvindo os protestos da loira na sala.

Quando suas costas encostaram-se na porta fechada, ela suspirou e instantaneamente sorriu quando a lembrança da melhor noite de sua vida, veio a memória.

O corpo feminino se remexeu sobre os lençóis, aconchegando-se no outro corpo másculo ao seu lado. Suas pernas estavam entrelaçadas, e juntos olhavam a fogueira, apreciando cada segundo daquele momento.

— Confesso que estou com medo de fazer essa pergunta — os lábios dele tocaram a orelha dela, e a mesma fechou os olhos por um segundo, sentindo a sensação de tê-lo tão perto. — Mas eu… preciso fazê-lo — disse devagar. — Machuquei você?

Ela sabia que estava quieta demais. Não disse quase nada, apenas ficou ali, repassando cada momento em sua cabeça. León havia sido o primeiro dela depois de muito, muito tempo. Ela se permitiu entregar naquela paixão e naquele homem. E ele não a decepcionou, em nenhum momento sequer. Pensou nela, no prazer dela.

Ainda era surreal acreditar que ele só se permitiu gozar depois que ela estava totalmente saciada. Alex nunca tinha feito isso, nem na primeira vez deles. Só pensava nele, no prazer dele.

Mas León era diferente.

— Diga alguma coisa — implorou em um sussurro.

Ela se virou vagarosamente para poder olhá-lo, quando conseguiu, acariciou seu rosto e pousou as mãos em sua nuca, sem tirar os olhos dos seus.

— Você não tem ideia do que acabou de me dar — disse devagar. — Eu me sentia uma covarde, suja… E agora, me sinto realizada. Feliz, como a muito tempo não era — garantiu.

Ele sorriu, passando as mãos por suas costas nua.

— E o que eu dei a você? — indagou, curioso.

O sorriso dela foi capaz de iluminar mais do que aquela lareira. E León quase arfou com isso. Mas foi a resposta dela que lhe causou arrepios. E era tudo o que precisava ouvir para saber aquela mulher era única.

— Você me deu esperança… — sussurrou com emoção. — … esperança de amar de novo.

Se ele a magoasse, a fizesse sofrer ou a decepcionasse, valeria a pena só por ter tido a chance de viver aquele momento.

O resto ela superaria. Como sempre faz.

 

Era diferente voltar a faculdade depois de tantas mudanças. Antes, a Castilho via as aulas como uma forma de escape. Seu futuro estava ali. E o da sua família também.

Mas tudo havia mudado. Desfez e construiu amizades; fez um contrato de casamento; está noiva.

E mais feliz do que jamais foi.

A biblioteca do campus era um lugar onde Violetta sentia-se confortável. Era silencioso e tranquilo, perfeito para estudar. Contudo, naquele dia foi diferente. Tomás apareceu e se sentou ao seu lado na pequena mesa. Seus olhos avaliaram a garota por intermináveis segundos antes de sussurrar:

— Vai mesmo fazer isso?

Ela suspirou, ajeitando-se na cadeira.

— Não sei do que está falando — desviou os olhos para a garota pequena de cabelos ruivos no computador.

— Você mal o conhece. Não pode se casar com ele assim — disse indignado.

— Eu sinto muito, mas isso não é seu problema — respondeu firme.

Aquela não era a resposta que ele esperava, ela deduziu pelo seu olhar. O dono das madeixas negras parecia decepcionado e zangado.

— Achei que você fosse diferente — sua voz carregava rancor. Ela não entendeu o porquê. — Em toda minha vida eu vi caras como o Vargas conseguir tudo o que queria, e logo em seguida destruir isso. E ele vai fazer a mesma coisa com você, Violetta — balançou a cabeça, pegando na mão dela. — Não faça isso com você. León não é homem de uma garota só.

As palavras dele foram como um soco em seu estômago, pois esses foram os pensamentos que ela teve dele assim que o conheceu. Mas não iria deixar que a insegurança a seguisse novamente.

— Eu vou arriscar — afirmou, puxando sua mão de volta e se levantando. — Agradeço sua preocupação, Tom, mas não preciso que me julgue. Já sou bem grandinha e posso decidir o que quero para mim e arcar com as consequências — enquanto falava, pegou seus livros e anotações e os jogou dentro da bolsa. — Conversamos depois — despediu-se.

Não era esse o reencontro que ela previu com ele. Afinal, foram amigos por bastante tempo - e ela ainda esperava que fossem. Mas não iria admitir que a tratassem como incapaz de decidir o que é o melhor para si próprio.

Ao passar por ele sentiu sua mão se agarrada e ele também se levantou. A figura feminina sentiu o hálito dele em sua orelha.

— Eu não vou deixar que faça isso, Violetta — sussurrou devagar.

Ela moveu a cabeça para poder vê-lo e sentiu seu estômago dar um nó quando viu os olhos dele tão escuros. Porém não demonstrou fraqueza diante da raiva.

— Como eu disse, isso não é problema seu.

Saiu e não olhou para trás.

Pelos corredores ela notou todo tipo de gente. As ricas e mimadas, os solitários e os gananciosos. E não ser como eles a tornava diferente, como Tomas insinuou. Mas ele só estava errado sobre uma coisa: León também era diferente.

— Oi — ouviu uma voz conhecida sussurrar em seu ouvido.

Sorriu instantaneamente e se virou, olhando diretamente para os olhos verdes já tão conhecido.

— Oi — respondeu ainda sorrindo.

— Você está bem? Por que estava parada no meio do corredor? — perguntou, erguendo as sobrancelhas.

— Estou bem, só estava… distraída — deu de ombros.

Ele não pareceu acreditar, mas não disse nada.

— Certo — murmurou. Pegou na cintura dela e deu um beijo em seus lábios. — O que acha de aproveitarmos a tarde? — deu um sorriso malicioso.

Ela entendeu na hora o que ele quis dizer, e não poderia concordar mais.

— Eu acho uma ótima ideia.


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Notas finais do capítulo

Volto na terça (27) com mais um capítulo.
Beijos, meus amores ♥♥