In Case  

* * *

Quando ele sai do banheiro, ela está acordada, olhando para um ponto invisível na porta. Usava uma camisa dele, o que a deixava mais atraente aos olhos deles. Movimentou-se pelo quarto, enquanto terminava de secar os cabelos. Seus olhos não saiam dela.

— Quer me dizer o que está te atormentando? — León finalmente perguntou, quando notou sua distração.

Ela virou o olhar até ele, sentando-se. Aquela foi a deixa para começar a conversa que tanto ansiava — e ao mesmo tempo temia.

— Acho que deveríamos conversar sobre como ficará tudo a partir de agora — disse devagar. — Sabe, o noivado.

Suspirando, ele sentou-se ao lado dela. Sabia que deviam falar sobre isso, afinal, não eram mais dois estranhos casando-se por um contrato.

— Olha, eu sei que as coisas mudaram agora. Eu sou apaixonado por você, de verdade, e esses dias têm sido os melhores de toda a minha vida — sorriu para ela. — Mas eu não posso garantir que irei continuar casado depois dos seis meses — murmurou.

A moça de nome de flor assentiu, vagarosamente, absorvendo suas palavras. Não eram as que ela esperava, no final, mas eram as que bastava. Ele estava sendo sincero e ela não poderia ficar mais aliviada e agradecida por isso. Afinal, era tudo nova para ela também, estavam indo rápido demais. E também tinha a parte de ele dizer que é apaixonado por ela…

— Certo — sorriu mais tranquila. — Vamos deixar o tempo mostrar o que é melhor para nós dois.

Ele não disse nada, apenas a olhou. Era estranho para ele sentir tantas coisas com uma pessoa só. Com Lara era tudo superficial demais, não tinha esse frio na barriga. Era somente dor de cabeça.

Mas com ela… Com ela era tudo intenso: o sexo, as brigas, as carícias e o amor.

Sem nem mesmo dar tempo para que a morena percebesse, ele a puxou para seu colo e a beijou. Sua mão segurou a nuca feminina e se permitiu acalmar todo aquele alvoroço de sentimentos dentro dele.

— Independente — roçou sua boca na dela, misturando suas respirações. — Independe do que acontecer daqui pra frente quero que saiba que você foi a melhor coisa que me aconteceu — sua voz não passava de um sussurro.

Ela sorriu. Aproximou-se mais dele, prendendo sua perna na cintura dele e o beijou. Sua língua explorando cada canto da boca do moreno. Estremeceu quando sentiu as mãos dele entrando por debaixo da camisa, apertando com desejo sua pele que já estava quente.

Quando suas bocas se separaram, ela desceu até o pescoço dele, sentindo seu cheiro. Ela o sentiu se arrepiar e arrepiou junto. Em segundos a camisa que ela vestia estava no chão, e seu corpo, escondido apenas pela calcinha de cetim rosa, estava exposto.

— Você não tinha um compromisso importante agora? — perguntou ela com dificuldade.

— Nada é mais importante do que você nua na minha cama, acredite — respondeu, com o tom cheio de malícia explicita.

Com uma facilidade incomum ele a levantou, trocando de posição, e a deixando deitada na cama. Rapidamente desceu os lábios para seu colo e seio, fazendo-a arfar e soltar gemidos cada vez mais altos.

Sua intimidade estava encharcada e ansiosa para tê-lo dentro de si. E percebendo que estava em desvantagem, ela puxou os cabelos escuros até alcançar seu rosto e beijá-lo. Sem muita dificuldade ela o deitou e com pressa tirou sua calça juntamente com a cueca boxer.

— Apressadinha — o ouviu dizer.

— Está reclamando? — ergueu o rosto para encará-lo.

— Não mesmo.

A puxou para seu colo e, depois de vestir o preservativo, a penetrou. Violetta segurou-se no seu ombro e mexeu-se mais rapidamente enquanto soltava gemidos baixos. Sentiu as mãos fortes e tão conhecidas puxá-la para mais perto. Enquanto subia e descia cada vez mais rápido, ele colocou o rosto em seu pescoço e arfava.

Violetta apenas colocou o queixo no topo da cabeça dele, com a boca levemente aberta e os olhos trêmulos.

— Ahhh — gemeu, quando sentiu seu orgasmo chegar. Apertou ainda mais as pernas em volta dele.

Depois de mais algumas estocadas, foi a vez dele.

Caem ofegantes na cama, ela rolou para o lado, sentindo-se mole.

— Vou precisar de dois dias para me recuperar — disse com dificuldade.

León se remexeu na cama e colocou as mãos nas suas costas nuas, colocando a boca bem próxima a sua orelha. Ela teria tido alguma reação se tivesse o domínio do seu corpo naquele momento.

— Eu dou a você duas horas, amor.

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02:14

Essa era a hora que marcava no relógio quando o celular dele vibrou. Mais uma vez.

Sem mais paciência de ignorar, ele afastou delicadamente a morena que estava deitada em seu peito, pegou o celular e desceu as escadas de sua casa.

Soltou um baixo suspiro antes de sentar no sofá e começar a ler as mensagens do remetente que sabia bem quem era.

Eu preciso ver você.

Por favor, vamos conversar. Estou com tantas saudades.

Você não pode me ignorar. Eu estou precisando de você mais do que tudo agora.

Você não faz ideia do que estou passando, León.

Só você pode me ajudar.

Largou o aparelho sem se dar ao trabalho de terminar de ler as outras mensagens. Eram todas no mesmo contexto. Desde a primeira, a três dias atrás.

Não havia como não se atormentar com isso. Ele estava bem. Feliz. Tem Violetta ao seu lado, seus pais estão eletrizados com o casamento e a empresa finalmente seria sua, como deveria.

Contudo, ela tinha que voltar.

Infelizmente não era a primeira mensagem. Havia outras, assim como tinham ligações das quais ele ignorava. Quando ela apareceu na faculdade, ele quase enlouqueceu.

Seu pior pesadelo reapareceu para estragar sua felicidade, como sempre fizera. Mas dessa vez ele não deixaria.

— Você não vai me destruir de novo, Lara — jurou a si mesmo.

Depois de acalmar um pouco seus pensamentos, voltou para a cama. Quando deitou, abraçou a namorada que remexeu brevemente.

— Aconteceu alguma coisa? — sussurrou roucamente, ainda sonolenta.

León beijou o topo de sua cabeça e começou a fazer uma leve caricia com do dedo em seu ombro.

— Não, não aconteceu nada — mentiu.

Ele não gostou da sensação de estar escondendo algo dela. Violetta estava feliz, isso é o que interessa a ele. Não queria que a mesma se envolvesse na merda dele.