– Tenho de ir agora. Logo Ju vai querer mamar, já até dormiu no seu colo. Ela deve estar com a fraldinha suja e tenho de limpá-la. – Tentei escapar quando o assunto se voltou a ficar estressante. Havia prometido nada de brigas, e não deixaria isto acontecer.

– Vamos em minha casa. – Ele sorriu gentilmente. Não sabia até então, mas a praça onde tínhamos marcado ficava em frente ao prédio onde Gil tinha seu apartamento. – Você pode trocá-la, deixa-la descansar um pouco e comer alguma coisa.

– Você mora aqui perto?

– Sim. Ali naquele aparamento. – Ele me apontou o prédio e em seguida sua janela. – Vamos?

– Mas... – Que desculpa inventaria? Não tinha como escapar.

– Mas nada. Também quero ficar um pouco perto de minha filha horas! Só tenho dois meses para isto, depois ficarei um tempão sem vê-la. Se precisar comprar qualquer coisa a gente compra, tem um mercado logo aqui na esquina. – Gil me implorava com os olhos. Ainda tinha Ju no colo, alias não havia largado ela desde que lhe entreguei quando cheguei.

– Tenho tudo que preciso comigo. – Sorri dando-me por vencida.

Chegamos em seu apartamento e sinto que ele sentiu um pouco de arrependimento de ter me convidado. Estava tudo uma bagunça, mas na verdade sabia que ele não deveria ter tempo para limpar com a vida corrida que estava tendo, ele ainda deveria estar se adaptando a esta realidade. Fingi não reparar.

– Desculpe a bagunça, na verdade havia esquecido que a casa estava assim. – Ele sorriu sem graça.

– Tudo bem, nem notei. – Falei com um leve sarcasmo tentando quebrar aquele momento constrangedor.

– Você continua a mesma boba de sempre não é? – Ele riu fitando-me ainda com Julia no colo.

– Você queria que eu tivesse mudado?

– Não. Você é perfeita como você é!