O fato de lembrar-se dele durante todo o tempo me fez lembrar-se de maravilhosos momentos, mas também me lembrou de coisas desagradáveis, como quando ele me disse naquela mesma noite logo após o encontro que os sentimentos dele não eram os mesmos por mim. Despedacei-me. Também me recordei quando houve uma festa em um curso – que ambos fazíamos, mas em horários diferentes – ele me disse para ir, de verdade nunca gostei dessas festas e nunca fui. Ele insistiu para que eu fosse, e quando cheguei, lá estava ele de mãos dadas a uma menina que nem queria saber quem era.

Esses pensamentos todos também me levaram a mãe dele, de certa forma era a culpada por tudo de ruim que ocorrera em nosso namoro provocando o término do mesmo. Para ela eu não prestava, não tinha dignidade e a única coisa que queria, era dar o golpe da barriga e tirar-lhe todo o dinheiro. Na verdade, se ela soubesse o que eles ganham em um ano, hoje sem dúvida alguma tiraria em um mês sem muito esforço. E isto com meu trabalho e não dando golpes em homens.

Tive que ir a janela tomar um ar quando este pensamento me veio a cabeça. Acalmei-me.

Alguns dias mais tarde eu tive de ir novamente ao shopping, aquele shopping que havia trazido tantos pensamentos que atormentavam minha cabeça. Fui com minha mãe buscar minha irmã no trabalho, porém chegamos mais cedo. Minha irmã Taylor ainda estava no trabalho e minha mãe passou em uma loja para experimentar algumas roupas, sinceramente? Preferia ir à loja de informática, tecnologia era muito mais a minha cara. Só que o invés de fazer isto, fiquei andando pelo shopping, como aquele local me trazia lembranças dele.

Foi inevitável. Dei de cara com Gil, Oscar – seu irmão mais novo -, Beth – sua “adorável” mãe, tão adorável como intragável -, e seu pai, o Senhor Grissom, que apesar de não ter sabido escolher muito bem a esposa sempre me parecera um ótimo homem. Confesso que era a primeira vez que conhecia o Senhor e a Senhora Grissom pessoalmente. Obvio que Gilbert não pode deixar de me chamar para perto, o que me deixou completamente constrangida, mas isto não me afetaria, ou se afetasse, eles não iriam perceber.

– Oi Sara! – Ele sorriu. Já disse que o sorriso dele era lindo? Que podia me perder no tempo? Que... Ah! Gilbert! O que você faz comigo?!

Recompus-me rapidamente.

– Oi Gil! – Sorri de canto, e observei a linda família que parecia até um comercial de margarina.

– Este é meu pai, Gilbert e minha mãe Beth. Meu irmão, o pentelho aqui, você já conhece.

– Prazer. – Disse educadamente sem mal olhar nos olhos de Beth.

– Então? O que faz aqui? – Disse ele tentando prolongar o assunto. Que pena senti dele neste momento, podia ter ficado quieto e ido embora, mas preferi deixar uma pequena ideia que surgiu em minha mente florescer e deixar aquela senhora de cabelo em pé.