E se eu ficar? escrita por Day Real


Capítulo 14
O reencontro


Notas iniciais do capítulo

" Há coisas que o tempo não desfaz. Há coisas que a vida pede mais. "



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Sabemos o quanto é difícil perdermos alguém que tanto amamos. Seja por morte, por brigas ou até abandono. Lidar com a perda, é uma das coisas mais complexas em que não queremos passar - a dor se torna quase insuportável devido ao que tínhamos e, nos mantinha em completo equilíbrio, se vai! Não sei dizer ao certo o modo e os motivos mais difíceis ou fáceis - pois são muitos - em que algumas pessoas se vão. Posso afirmar, com toda certeza, se um dia optaram por isso é porquê tinham lá seus motivos. E não eram mesmo para permanecerem - me refiro a amizade. São coisas da vida e de um ser completamente mutável, que somos nós, seres humanos.
Quero pegar e frisar uma proeza que só praticam àqueles que realmente amam: o de permanecerem, independente de questões conjugais, novas amizades e acontecimentos, sempre estão lá para você com o mesmo amor e comportamento depois de tantas coisas novas e tempos.

Se estamos falando de amizade, de igual modo, citamos irmandade. Se denominarmos irmandade em parceria, também estaria correto, por quê são sinônimos bem significativos e marcantes na vida de duas pessoas em que fincaram uma importante relação dentro de doze anos, em que trabalharam juntos. Falo orgulhosamente da dupla Olivia e Elliot!
Ambos marcaram a polícia de NY com seus trabalhos impecáveis em que fizeram juntos em prol de vitimas violentadas sexualmente e fisicamente... enfim, fizeram lindamente suas histórias. O modo em que Elliot foi embora e não resolveu voltar, há exatamente cinco anos, foi algo em que surpreendeu a todos e entristeceu principalmente Olivia. Com o passar dos anos, a tenente deu continuidade em sua vida e isso foi ocupando sua mente levemente e esquecendo um pouco a "perda" do seu parceiro. Ela não contava que um dia as coisas pudessem mudar...

Seguindo mais um dia na UVE. Aquela pausa para o almoço. Uns descansavam, outros trabalhavam com ritmos mais acelerados, como todos os dias têm sido na delegacia. Fin e Amanda conversavam alegremente entre um relatório e outro, mostravam-se dispostos o que normalmente não é a típico, quando se trata de preencher a papelada. Olivia como sempre em sua sala, ajeitando uns documentos e ao telefone com Voight - a saudade aflorou, afinal o sargento voltou faz três dias à Chicago, então o coração aperta. A diversão era garantida porquê a tenente sorria demais durante a ligação. Enquanto o clima se estabelecia bem amigável, surge Elliot, entrando pela porta principal da delegacia e cumprimentando o policial da recepção animosamente. Fin, olhou os abraços e logo foi ao encontro do seu colega. Ambos se emocionaram já que não se viam há uns anos. Amanda continuava em sua mesa e observando um pouco do alvoroço em que logo na entrada se estabelecia.

— Fin, meu velho, quanto tempo! Pensei te encontrar mais magro... - Brinca Elliot o cumprimentando com apertos de mão e abraços fervorosos.

— É Elliot, você não muda mesmo esse seu jeito. E ai, como vão os filhos... sua filha maior já casou? Não matou o namorado dela, não né? - Provoca Fin com as mão sobre os ombros de Ell.

— Eu não! Mas agora sou livre pra matar quem eu quiser. Não tenho o Tucker e a corregedoria fungando no meu cangote! - responde Elliot sorrindo. - Todos estão bem! Minha filha vai casar, ele é um bom rapaz! - completa

— Eu não sei o que te aconteceu depois que saiu daqui, mas esses anos fora te fizeram bem... até consentiu o casamento. - o detetive sorri.

— Eu encontrei Jesus! Isso me tranquilizou! - responde Elliot mantendo o sorriso no rosto.

Os dois riem bastante. Olivia, pausa a ligação e ouve o alvoroço de sua sala. As persianas estavam abaixadas e sua visão impossibilitada. Ela ainda não conseguia distinguir, ao certo, as risadas que lá haviam, mas chegou a pensar que era de seu ex-parceiro - como estava distraída pensou em paranóia de sua parte e voltou para a ligação . Elliot vinha caminhando com Fin até o centro e observava à sua volta, o quanto tudo mudou desde que ele deixou a unidade. Amanda, como muito educada, levantou com algumas dificuldades da cadeira - devido a sua barriga - vendo que o ex-detetive se aproximava antecipando-se ao comprimentos para tornar a sentar rapidamente.

— Elliot, está minha parceira, Amanda Rollins. - apresenta Fin.

Amanda e Elliot apertam-se as mãos.

— Olá, Amanda! Uau! Você sabe mesmo como dar a vida pela UVE. - diz Elliot ao observar quanto ao tamanho da barriga de Rollins.

— Bem, eu já estou quase de licença. Não quero parar de trabalhar, quero curtir até que o Ben dê o sinal. - Amanda sorri.

— Então ele está quase prestes a "dar o sinal"! Meus parabéns! Felicidades à você e sua familia. - deseja Elliot educadamente.

— Muito obrigada! - responde Rollins que em seguida torna a sentar.

Elliot olha para antiga sala que, por longos anos, foi de Cragen. Ele nem imagina que Olivia estaria lá, quase a sua espera. O ex-detetive fixa seu olhar por segundos para a porta, tentando imaginar o que lhe esperava.

— Ei, Ell. - chama Fin.

— Oi, oi...! - responde Elliot retornando suas atenções a Fin.

— Vi que estava distraído, relembrando os velhos tempos quando um de nós entrava naquela sala e víamos o Cragen... - revela o detetive.

— Verdade.Velhos tempos! E agora, quem está no comando? - indaga Ell tornando a olhar para a sala.

— Olivia é a tenente! - enaltece Fin.

— Nossa! A Liv realmente mereceu. Que orgulho! - exalta o ex-detetive.

— Eu vou avisa-la que você esta aqui... - diz Fin indo em direção a sala.

Elliot dá um pique e o puxa rapidamente pelo braço.

— Não...! Deixa, Fin. Vou fazer uma surpresa! - diz Elliot.

— Tudo bem, Ell! Ela vai gostar em te ver. - Fin sorri.

— Tomara, meu amigo! - suspira Elliot.

O ex-detetive foi de encontro a sala da tenente. Olivia se encontrava em seu notebook, lendo algumas mensagens, fazendo seus relatórios com os seu famosos óculos de leitura em sua face. Entre um momento e outro dava uns goles em seu inseparável Starbucks - até o momento em que desprende sua atenção no que estava fazendo, ao ouvir duas batidas em sua porta.

— Entra! - grita Olivia reparando atentamente a entrada.

Elliot adentra a sala e logo se emociona ao ver sua ex-parceira. Olivia fica estarrecida e completamente imóvel ao revê-lo, por poucos segundos. Ambos não seguram as emoções vão de encontro um ao outro e se abraçam calorosamente - e foi exatamente àquele de muitas saudades, mesmo!

— El, seu cachorro, estou muito feliz em te ver! - diz a tenente ainda abraçada a ele.

— Eu quem diga Liv! Quanto tempo distantes um do outro. Não pude evitar tamanha saudade de você! - revela Elliot que em seguida passa o seu dedo indicador em uma das mexas de cabelo de Liv admirado.

— Se eu soubesse que viria, tinha me arrumado mais. - brinca Olivia apertando o nariz do deu ex-parceiro.

— Acho que não precisaria, porquê você sempre se manteve linda... - revela Elliot profundamente pasmo com a beleza da tenente.

— Como vão Kathy e as crianças?

— Liv, você sabe muito bem que elas cresceram. - brinca Elliot. - Todos estão muito bem. Moramos na Pensilvânia e isso nos acalma bastante.

— Concordo com você!

Demoram a se desvencilhar um do outro, quando finalmente conseguem, se sentam ao sofá. Já bem acomodado, Elliot repara a mesa dela e avista um porta retrato onde há uma foto de Noah.

— Liv, quem é o lindão ali? - indaga Ell sorrindo e apontando em direção a foto.

A tenente vai até a sua mesa pega o porta retrato e volta para o seu lugar.

— Ele é o primeiro presente, Elliot! Este é o Noah, meu filho e meu pacotinho de fofura! - revela Olivia emocionada olhando para a foto.

— Lindo rapazinho! - elogia o ex-detetive. - Mas, você teve tempo de engravidar? - indaga

— Não tive! Eu o adotei! É uma longa história que eu te conto depois, com mais calma! - diz a tenente.

Elliot a responde positivamente com a cabeça. Olivia põe o porta retrato em seu devido lugar à sua mesa e é seguida atentamente pelos olhares de seu ex-parceiro.

— Liv, sua filha da mãe, cada dia que passa ficando mais linda. E, ainda solteira, pelo o que estou vendo e sentindo. - Elliot sorri.

— Quem te disse que não tive ninguém, senhor Elliot?! Você sabe muito bem como eu sou... me envolvendo sem compromissos para saciar meu desejos... - revela a tenente maliciosamente.

— Isso é típico daquela velha Olivia que conheço! Mas não se decretou solteira, não é? - indaga El com os olhos arregalados.

— Não Elliot! Na verdade eu... - Olivia completa sua resposta passando lentamente a mão sobre seu ventre.

Elliot fica espantado quando olha e não consegue conter as lágrimas de felicidade por Olivia estar grávida. Em êxtase, mesmo sentado, ele dá um gripo seguido de palmas comemorando muito o momento - por sorte, a porta se encontrava fechada e não deu para quem estava ao lado de fora ouvir sua euforia.

— Eu não acredito, Olivia! Você vai ser mamãe! Você merece tudo e muito mais minha parceira! - diz Elliot segurando a mão da tenente.

— Obrigada, El. Parece que estou vivendo num conto de fadas. Eu consegui, depois de tanto tempo... independente de como veio ou com quem estava, me sinto realizada! - se emociona Liv.

Elliot enxuga as lágrimas de Liv e a conforta com um beijo em sua testa.

— Ei, quando temos um compromisso com um novo ser, tudo se vai. As frustrações se vão, os pesos... quando um bebê nasce, a vida renasce! - alivia o ex-detetive com uma das mãos ao rosto dela.

Ambos se levantam e se abraçam fortemente, depois de muita emoção.

— Liv, me desculpe pelo modo em que saí... me desculpe, também, por não ter voltado e ficado para proteger, como antes. - chora Elliot ao ombro de Olivia.

— Eu não me importo, Elliot! O mais importante é que você nunca esqueceu de mim e não deixou que esses cinco longos anos apagasse tudo que construímos! - declara Olivia e o abraça ainda mais forte.

— Eu te amo, Olivia!

— E, eu, o dobro! - corresponde a tenente com sua cabeça ao ombro de Elliot suspirando suavemente.

Por mais que muitas coisas se ocorram pelo caminho e tudo tome um rumo diferente, o importante sempre será amar e preservar a tudo que vivemos com as pessoas que mais amamos. Se um dia ocasionar de haver resquícios de esquecimento, sobre esses momentos, que todos os dias possamos trazer a memória o que nos mantinha vivos e felizes.
Só quem verdadeiramente viveu o amor pôde sentir o que é saudade!

Essa é a âncora da nossa alma!


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Notas finais do capítulo

Deixem sim seus comentários, por que esse capítulo vai render muitos deles !!!!



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