POV´s Joaquim

Acordo inalando o profundo cheiro do mofo.

Estou trancando no porão da mansão. Regina está sentada a minha frente, me encarando com seus profundos olhos azuis, que agora tem um brilho a mais de malvadeza.

– Como vai querido Joaquim? – pergunta com sorriso sínico – ops, esqueci que não pode responder.

Ela arranca brutalmente a fita da minha boca, o que me fez gritar de dor.

– Me solta idiota – me debato na cadeira

A Cenoura Vingadora rir alto e se abaixa para ficar da altura da cadeira em que estou amarrado. Ela bate em meu rosto, deixando uma bela marca de seus cinco dedos.

– Garoto insolente – diz com raiva – se continuar falando o que não deve sua amada Manuela ira pagar.

– O que você fez com ela? – grito

– Veja com seus próprios olhos.

Navarro aparece com um corpo coberto por um lençol branco em seus braços.

– Você a matou – urro desesperado.

Tombo a cadeira para o lado e caio no chão. Um dos capangas corre até mim

– Ela não estar morta, relaxa – ele diz enquanto levanta a cadeira novamente – ainda não.

– Como assim ainda? – me debato novamente

Recebo outro tapa da Regina, desta vez do outro lado do meu rosto. Sinto a ardência e esfrego com os ombros.

– Quem faz as perguntas sou eu – Regina fala ríspida – não quero ouvir uma palavra, a não ser que eu mande. Caso contrario sua namorada caipira pagará.

Engulo seco e me calo

– Melhor assim – ela rebola até o corpo de Manuela – own, tadinha da Manu, tão maltrata – fala em tom de deboche.

Ela arrasta o corpo da Manu até meus pés.

Sinto vontade de gritar, mas me calo ao perceber que as coisas podem piorar para a Manu. Limito-me a apenas derramar poucas lagrimas e evito olhar para baixo, ver seu rosto pálido e ferido me faz querer morrer, apenas para que eu jamais pudesse vê-la sofrer novamente.

– No fundo você sabe que tudo isso é sua culpa querido – Regina “acaricia” meus ombros com suas unhas gigantes.

A Cenoura Vingadora suspende Manuela pelos cabelos e depois a solta, o impacto é tão forte que vejo seu nariz começar a sangrar.

Não consigo mais segurar o choro, grito desesperadamente pela minha amada, porém é inútil.

Regina me perfura no estomago com seu enorme salto agulha.

É como se uma bala me atravessasse. Sinto meu sangue transbordar e agonizo de dor

– Todo esse sofrimento pode ter fim – caminha ao meu redor e levanta meu queixo com seu dedo indicador. – sabe como?

– C-co-co-como? – me contorço.

A dor aumenta a cada instante. Vomito em meu próprio corpo

– Basta me dizer onde a Isabela estar

– Não faço a menor ideia – mesmo com dor sorrio sínico, em seguida um de seus capangas dar um soco em meu queixo.

Cuspo sangue, porém mantenho o sorriso debochado. Regina arfa de raiva.

– Acha que eu tenho cara de imbecil como você? Eu já sei de toda a verdade, você já sabe a anos da existência da Manuela, e sei também que você ajudou na fuga da Isabela.

– Não sei de nada – gemo de dor

– Entregue a Isabela que tudo isso terá fim

– Jamais a entregarei – cuspo sangue novamente