Quando eram 5:00 da manhã, Margarida acordou. A mesma estava sem sono, afinal havia dormido à tarde. Sem ter muito o que fazer, resolveu ir beber um pouco de água.

Levantou-se com o maior cuidado para não acordar ninguém, logo chegando até a porta. Abriu-a cuidadosamente e saiu do quarto. No entanto, acabou acordando Jorge acidentalmente.

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Pegou um copo no seca-louças e a jarra com a água. Serviu-se e guardou a objeto novamente na geladeira.

Bebeu o líquido, colocou o copo na pia e preparou-se para voltar ao quarto. Entretanto, foi surpreendida quando viu o Cavalieri parado em sua frente.

– QUER ME MATAR DE...

– Cala essa boca Margarida!- cortou-a, cobrindo a boca da morena e sussurrando no tom de voz mais baixo possível.

A garota até tentou se soltar, porém Jorge era forte. Este segurava forte em seus braços, ocasionando uma leve pressão.

– Pode me soltar agora?- indagou, incomodada com o gesto do loiro. Jorge bufou, mas a soltou.

– O que faz na cozinha a essa hora?

– Te faço a mesma pergunta.- cruzou os braços.

– Perguntei primeiro!

– Dane-se!- tentou sair da cozinha, mas foi barrada por ele novamente.

– Pode me dizer? É algo simples!

– Então diga você, Cavalieri.

– Não mesmo, Garcia.

– Então tá, o problema não é meu.- deu de ombros.

– Tudo bem! Eu te conto!- Margarida sorriu vitoriosa.- Vim aqui te propor algo.- completou.

– Que coisa?

– Queria que você me ajudasse a fazer ciúmes na Marcelina.

– Na Marcelina? Por que quer fazer ciúmes pra ela?

– Não vai contar pra ninguém?- Jorge perguntou com um olhar indecifrável, fazendo com que a morena se arrepiasse. A mesma negou com a cabeça.- Porque eu gosto dela.

– Como?- a Garcia achou que não tivesse escutado direito. Em sua opinião, era a coisa mais improvável de acontecer. Quem diria, Jorge Cavalieri gostando de alguém.

– Eu gosto dela caramba!- repetiu novamente.

– Não acredito!- levou as duas mãos a boca, fazendo com que o garoto revirasse os olhos.

– Vai me ajudar ou não?

– O que eu ganharia com isso?- lhe fez mais perguntas, cruzando os braços. Jorge passou a refletir sobre isso. Não sabia nenhum segredo de Margarida. A única coisa que tinha certeza que sabia sobre ela era seu nome e idade. Quer dizer, achava que sabia.

– Percebi que gosta de um garoto daqui também.- inventou qualquer desculpa.- Não é?- Margarida o fitou, com os olhos arregalados.

– N-não.. claro que não!- tentou negar, mas rapidamente Jorge percebeu sua tensão. Ficou surpreso por ter acertado seu ponto fraco em cheio.

– Não minta pra mim..

– Não estou mentindo!

– Margarida...

– Tudo bem, eu confesso! Gosto do Daniel sim!- revelou, deixando o garoto perplexo. Iria morrer sem saber disso.

– Sabia..- murmurou.

– Mas como vai funcionar essa tal proposta?

– Assim..- iniciou.- Vamos fingir que somos namorados, então ela vai perceber que sempre me amou e voltar correndo pra mim. O que acha?

– Claro que não Jorge, que ideia idiota!

– Por que você acha isso?

– Isso só vai fazer com que ela se afaste de você! Pensa um pouco!- alertou, indignada.

– Nós temos que tentar. Por favor!- insistiu mais uma vez.

– E por que veio propor isso pra mim? Achei que me odiasse.

– Não te odeio.- Margarida o fitou e passou a rir.- Tudo bem, foi porque você era a única garota que eu sabia um segredo, então..- mentiu novamente.

– Chantagista!- interrompeu-o, empurrando-o para longe.

– Por favor Marga, faço o que você quiser!

– O que eu quiser?- indagou, sorrindo maliciosamente. Jorge assentiu.- Tudo bem, eu aceito. Mas quero que descubra tudo a respeito de Daniel.

– Que tipo de coisa você quer que eu descubra sobre ele?

– De quem ele gosta, qual garota ele acha bonita, o que ele pensa a respeito de cada uma, sei lá..

– Tudo bem.

– Quero te pedir mais uma coisa sobre esse "namoro".

– Que coisa?- bufou, já cansado das exigências da Garcia.

– Nunca, em hipótese alguma, tente me beijar! Credo!- fez cara de enjoada.

– Claro! Está fechado!- os dois apertaram as mãos, em forma de concretizar o namoro falso.

Assim, subiram para os quartos e voltaram a dormir normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Porém, o que não sabiam é que haviam câmeras, que infelizmente acabaram gravando a conversa deles.

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Por volta das 7:00 horas, Maria Joaquina acordou. Lembrando que o ônibus sairia às 9:00 horas, correu ao banheiro para poder se arrumar. Levou consigo suas maquiagens, chapinha, babyliss e algumas presilhas para o cabelo.

Valéria, Alícia, Davi e Mário foram os próximos a acordarem, devido ao barulho que a Medsen estava fazendo.

A Ferreira rapidamente percebeu que o som vinha do banheiro. Caminhou até ele, parando na porta e dando algumas batidas.

– Quem está aí?- indagou.

– Sou eu!- Maria respondeu, alisando o cabelo.- Se quiser entrar..

Antes mesmo de Maria terminar de falar, Valéria já estava dentro da peça. Arqueou as sobrancelhas assim que a viu.

– Pra que tudo isso?

– Como assim Valéria? Vamos sair, ou você já se esqueceu?

– Não me esqueci não, mas vamos para um acampamento, e não para uma festa!- lembrou, admirando a quantidade de maquiagem que pertenciam à garota.

– Vai dizer que não vai se produzir também?

– Não vou mesmo.- bufou, saindo do banheiro.

– Quem está lá Valéria?- perguntou Mário, ainda deitado.

– Te dou uma chance para adivinhar!

– Maria Joaquina?

– Exatamente.

– Garanto que está se arrumando, não é?- Davi gargalhou, esperando uma resposta da garota. Contudo, esta nada respondeu. Estava evitando ao máximo o ex-namorado.- Não vai me responder nada?

– Vai cagar Davi!- ordenou, deixando o garoto sem entender nada.

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Eram 8:50 e todos já estavam prontos. Haviam tomado café, preparado suas malas, vestido-se e carregado as malas para o ônibus.

Alguns já tinham combinado com quem iriam sentar: Valéria e Margarida, Marcelina e Alícia, Bibi e Maria Joaquina e Paulo e Kokimoto.

Vendo que Carmen não tinha com quem sentar, Mário a chamou para sentar consigo. A garota sorriu, despertando ciúmes em uma das meninas.

Daniel estava sentado sozinho virado para a janela, mas quando virou-se, se deparou com Jorge sentado ao seu lado.

– Jorge? Faz quanto tempo que está aí?- perguntou.

– Cheguei agora mesmo.- respondeu.

Por fim, Jaime e Davi sentaram-se juntos também.

Davi prontamente notou sua "namorada" sentada no banco ao seu lado, então resolveu descobrir o porquê dela ter lhe tratado daquela forma mais cedo.

– Valéria?- cutucou-a, mas mesmo assim ela não lhe deu ouvidos. Somente colocou seus fones de ouvido.- Valéria!- fez o mesmo, mas sem sucesso.- Valéria!- chamou mais uma vez. A garota resolveu lhe escutar, afinal ele não iria parar de chamá-la.

– O que foi garoto?

– Por que me tratou daquela forma?

– Você ainda pergunta?- Davi assentiu, confuso. A garota riu sarcasticamente.- Você beijou uma das minhas melhores amigas Davi! Lembra disso, ou você já se esqueceu?

– Não Valéria, mas foi um momento de fraqueza...

– Momento de fraqueza?- aumentou o tom de voz.- Se toca Davi! Não somos mais namorados! Entende isso de uma vez por todas!- colocou seus fones de ouvido novamente, deixando o loiro falando sozinho.

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Jorge estava inquieto. Queria anunciar a todos que estava namorando Margarida.

Foi até ela e pegou em sua mão.

– Gente!- todos passaram a fitar os dois, com as mãos entrelaçadas.- Quero revelar uma coisa a vocês.. Eu e a Margarida estamos..

– Namorando!- a garota completou.

Valéria foi a primeira a parabenizar os dois. Por um lado estava bem contente, mas por outro triste, pois pensava que agora a amiga iria dar muito mais atenção ao namorado.

– NÃO ACREDITO!- berrou, em um tom que todos pudessem ouvir.- PARABÉNS!

Jorge discretamente direcionou seu olhar para Marcelina, esperando uma expressão negativa da garota. No entanto, decepcionou-se ao ver que ela sorria, assim como todos os outros.

Depois de Valéria, o restante das garotas foram parabenizar o novo casal também. Davam gritinhos extremamente finos, fazendo com que os garotos tampassem os ouvidos rapidamente.