I am the Target escrita por Hawtrey, KCWatson


Capítulo 8
Sempre assassino


Notas iniciais do capítulo

Gente!! Antes de tudo, feliz ano novo atrasado!! U.U Eu sei que to atrasada pra um monte de coisa, incluindo para o aniversário de uma das nossas leitoras, a querida Luara, que completou mais um aninho no dia 31 de Dezembro. Parabéns minha flor *-*
E mais uma agradecimento MEGA especial para a Kia Araujo que nos mandou nossa primeira, inesquecivel e muito bem recebida recomendação! Que muitos outros possam seguir o exemplo dela e/ou o de Luara que está sempre nos acompanhando.
Esse é capítulo é meio curto e nós (KPrince e eu) achamos que não é suficiente pra vocês, então o PROXIMO será!
Esperem o proximo hein?



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Sherlock e Capitão Gregson estavam conversando na porta do quarto a pelo menos cinco minutos e isso a estava irritando. Ainda podia sentir uma dor enorme em todo o corpo e que parecia piorar a cada minuto, mas nada estava superando a impaciência de esperar eles lhe contarem algo.

— Acho bom vocês virem aqui e me contarem tudo — avisou aumentando a voz o máximo possível — Se eu descobrir que estão me escondendo algo eu prometo que nunca mais me encontrarão.

Ela já havia sido medicada, alguns médicos tiraram amostras de sangue dela e examinaram seu corpo. Fizeram de tudo. Mas ela não escutara nenhum resultado prévio. Logo que os médicos saíram de seu apartamento, Sherlock fez as malas dela e a jogou dentro do carro do Capitão Gregson. Agora estava no quarto que sempre fora dela, de volta na casa de Sherlock, quando tinha prometido não voltar por um longo tempo, ou pelo menos até estar livre de qualquer sentimento por ele.

Notou o Capitão Gregson suspirar e junto com Sherlock se aproximar, nenhum dos dois estavam com uma expressão muito boa.

— Pedimos urgência com os resultados dos exames — o Capitão garantiu sério — Mas ainda não temos resultados finais. Sabemos com certeza, que você foi agredida. Qualquer DNA que estava no seu corpo e não era seu foi coletado, assim que possível tentaremos ligar a agressão ao Holloway.

— E as bebidas? As seringas?

Sherlock fechou os olhos e suspirou, claramente a lembrança o perturbava.

— Os médicos disseram que não há vestígios físicos de embriaguez ou uso de drogas.

Joan quase suspirou aliviada, mas ainda havia algo.

— Mas e as marcas de agulhas nos meus braços? E os cortes?

Sherlock e Gregson se entreolharam preocupados.

— Não sabemos o motivo — Gregson respondeu — Mas uma grande quantidade de sangue foi tirada de você. Talvez isso explique as agulhas.

Joan franziu o cenho, confusa.

— Do quão grande estamos falando?

— Mas um pouco e você precisaria de uma transfusão urgente. Na verdade, precisa de uma agora. Mas os médicos concordaram que um bom descanso e comida podem resolver o problema.

Respirou fundo. Tudo bem, comida e descanso. Posso conviver com isso.

— E os cortes?

— Aparentemente foram feios por uma lâmina fina, todos os lugares são acessíveis a você.

— O que quer dizer com isso? — questionou confusa.

— Quer dizer que estamos discutindo a chance de você ter feito isso em si mesma — respondeu Sherlock sentando na beirada da cama.

— O que? — Joan exclamou começando a ficar irritada — Eu não fiz isso comigo mesma!

— Tudo bem — Sherlock interviu — Fica calma, vamos esquecer esse assunto por enquanto não é Capitão?

Ele lançou um olhar significativo para Gregson, esse apenas acenou e saiu do quarto em silêncio.

— Vamos esquecer pra sempre — Joan disse entre dentes — Eu não fiz isso!

— Tudo bem, só respire fundo e fique calma.

Joan obedeceu e fechou os olhos, aproveitando a chance de descansar.

— Eu volto mais tarde — Sherlock avisou se levantando — Vou deixar você descansar.

Ela respirou fundo e assim que escutou a porta ser fechada se levantou. Estava cansada, mas com certeza não voltaria a dormir. Precisa pensar, pensar com clareza. Tudo o que queria era descobrir o que Holloway estava fazendo. Descobrir qual era o jogo dele no final das contas.

— Certo, pense Watson. Pense.

Holloway matou o parceiro e entregou todo o método dele nas mãos da polícia, deixou bem claro como trabalhava e seus possíveis alvos. Mas seria coincidência demais justamente ele ser o seu ex-namorado maluco e tentar mata-la na mesma vida? Holloway ainda mostrava sinais de obsessão com ela e Sherlock ainda concordava com isso, mas por que tudo o que Holloway fazia era contra ela? Que tipo de obsessão era aquela?

— Talvez ele seja mais louco do que imaginei... — comentou para si mesma fitando as finas marcas que ele fez.

Foi ele, não ela, que fez aquilo em sua pele. Além de ter certeza de que jamais faria algo parecido consigo mesma, lembrava-se perfeitamente bem do primeiro corte que ele fez, da dor cruciante que sentiu. Levantou-se com dificuldade e procurou por um papel. Colocaria os ensinamentos de Sherlock em prática.

***

Escutou a porta sendo aberta e esboçou um sorriso mínimo, já sabendo que estava ganhando um olhar reprovador naquele momento.

— Não está deitada, descansando.

A voz dele causou um arrepio que ela fez questão de ignorar. O seu foco estava no painel improvisado a sua frente e devia permanecer ali. Ela sentou-se na ponta da cama sem mudar sua atenção e sentiu ele aproximando.

— Boa observação querido.

Não se importou em chama-lo assim, se ele arriscava chama-la pelo primeiro nome, então ela poderia arriscar um pouco mais.

— O que está fazendo? — Sherlock questionou sentando-se ao lado dela.

— Usando o que você me ensinou.

Agora ambos encaravam o painel improvisado. Joan decidira em algum momento que deveria organizar os próprios pensamentos, exatamente como Sherlock fazia em um caso um pouco mais complicado que o habitual. Mas diferente dele, não estava estudando um caso em geral e sim uma única pessoa. Ela queria e iria entender Hector Holloway, nem que fosse a última coisa que faria na vida.

— É somente sobre Holloway? — ele perguntou.

— Sim.

— E descobriu alguma coisa nova?

Finalmente ela o olhou e só então percebeu que ele carregava uma bandeja de comida.

— Eu ainda estou na fase de colher informações da minha própria mente. Essa comida é pra mim?

— Precisa recuperar o que perdeu — Sherlock respondeu colocando a bandeja sobre a cama e se aproximando do painel dela.

Joan o fitou com atenção, novamente pensando na possibilidade de sumir de sua vida. Holloway o deixaria em paz assim? Bem, com certeza não era do feitio de Sherlock Holmes aceitar essa decisão com facilidade.

— Você já pensou em fugir Joan? — Holloway perguntou erguendo a faca que começava a ficar ensanguentada.

— Fugir? — Joan soltou entre dentes tentando ignorar a ardência no braço.

— Fugir. Sumir. Sair do radar dos seus amigos e de Sherlock Holmes.

Sim, ela já tinha pensando nisso. Mas não ia alimentar nenhum pensamento maluco de Holloway, então optou por ficar calada.

— Vamos Joan... eu sei que já pensou nisso.

Joan revirou os olhos e mais uma vez ignorou a insistência dele no assunto.

— O que quer de mim Holloway?

Holloway riu roucamente e se aproximou ainda mais dela, que ainda estava amarrada na cadeira.

— Eu quero você Joan, só você.

Joan quase riu também. Fora a resposta mais idiota e falsa que já ouvira.

— Diz que me ama, mas me fere. Diz que faço parte do jogo, mas com certeza não sou seu alvo — rebateu furiosa — Faz todo mundo acreditar que é obcecado por mim, mas a sua única obsessão deve ser o inferno. Porque é lá que vou jogar você.

— Minha obsessão é mais complexa do que pensa... talvez nem seja uma obsessão, imagino mais como uma história de amor.

— Isso só mostra o quanto é maluco.

— Um maluco que mantem todos ao seu redor vivos.

Joan arregalou os olhos e bufou:

— Você não ousaria tocar neles.

— E por que não? Você os defenderia?

Ela engoliu as próprias respostas raivosas. Holloway tinha razão e odiava admitir isso, mas ele agia tão silenciosamente que era impossível saber o que ele realmente iria fazer. Não suspeitou nem com o próprio chá.

— Ainda bem que reconhece o próprio fracasso — ele completou erguendo a faca mais uma vez e fazendo um novo corte em um dos braços delas.

Joan reprimiu qualquer som que delatasse sua dor e fechou os olhos, respirando fundo.

Ele fez mais um corte e sorriu.

— Eu quero que sinta essa dor, que se lembre dela.

— Por quê?

— Porque foi a dor que me causou quando decidiu me abandonar — Holloway respondeu a encarando nos olhos e fazendo mais um corte — Não foi uma dor insuportável, foi apenas lenta, dolorosa, marcante e extremamente irritante. Como se você fosse lá me machucar um pouco mais todos os dias.

— Deveria ter seguido em frente e não se tornado um assassino — Joan retorquiu ofegante.

Holloway esboçou um sorriso malicioso e anunciou:

— Eu sempre fui um assassino minha amada Joan.

— Tudo bem?

Ela piscou algumas vezes e afastou as lembranças. Sherlock estava no mesmo lugar de antes, mas a fitava com atenção.

— Eu me lembrei de algo — ela anunciou sem emoção.

— Sobre a noite com Holloway?

Lançou um olhar zangado a ele, mas concordou. Sherlock esqueceu o painel e se aproximou com urgência. Ela sabia que tinha que ter cuidado com as palavras, havia contado apenas o resumo básico do que acontecera, não entrara em detalhes e esperava não entrar tão cedo.

— Enquanto estava comigo... — começou hesitante — Holloway revelou algo que eu já devia saber.

— O quê?

— Que ele sempre foi um assassino.

Sherlock franziu o cenho, questionando:

— O que isso significa pra você?

— Significa que eu poderia estar apodrecendo em um túmulo agora e que fui tola em pensar que, de alguma forma, influenciei na loucura dele — ela se aproximou do painel e pegou uma foto — Holloway já era um assassino maluco quando o conheci.

— Isso muda algo em nossa investigação?

Joan suspirou e entregou a foto a ele:

— Essa é Alejandra Ross, 23 anos, era minha melhor quando eu estava na faculdade. Um dia eu recebi uma carta do Owen dizendo que nossa mãe estava doente e quando voltei Alejandra estava morta.

— Meus pêsames — ele disse desconfortável — Como ela morreu?

Ela engoliu em seco e continuou:

— Ela foi encontrada morta dentro do dormitório que dividia comigo. Com sinais de tortura, estupro e com cortes em quase todo o corpo.

Olhou para os próprios braços cortados e piscou repetidas vezes, tentando esquecer as cenas daquela época que rondavam sua mente.

— Owen nunca me escreveu uma carta e minha mãe nunca esteve doente, Sherlock.

— Alguém queria você longe? — ele questionou — Por quê?

— Alejandra não gostava de Holloway e não concordava com o nosso namoro, sempre insistia que ele escondia algo e muitas vezes disse que a minha vida seria destruída por ele.

— Mulher esperta. Mas suponho que não acreditou nela.

— Eu amava Hector — Joan revelou em tom sério — Eu nunca desconsiderei nada do que ela disse, mas tudo o que ele fazia apontava o contrário. Então apenas conclui que Alejandra não era obrigada a gostar dele.

— Acha que ele a matou? — Sherlock questionou voltando a olhar a foto — Não parece fazer parte do método dele. Foi violento demais.

— Foi o que pensei no inicio. Mas depois me lembrei que, algumas semanas antes da minha viagem, Holloway reclamou e acusou Alejandra de mexer nas coisas dele.

Joan suspirou, alcançou uma pasta que estava sobre sua cama e se aproximou de Sherlock com firmeza:

— Holloway sempre foi um assassino astuto e meticuloso, mas todo assassino desse tipo pode perder o controle alguma vez. E se ele perdeu o controle com alguém que estava se intrometendo na vida dele?

— Faz sentido — concordou Sherlock — Talvez Alejandra tenha descoberto alguma coisa sobre ele. Mas não explicaria tudo. Se a morte dela foi uma consequência do descontrole, por que ele teria o trabalho de afastar você antes? Faculdades são enormes. Holloway poderia simplesmente tê-la atraído para qualquer lugar vazio ou invadido o quarto dela a noite. No entanto, ele planejou até sua saída de lá.

— E é aí que eu começo a acreditar na obsessão dele por mim, pelo menos naquela época — respondeu entregando a pasta a ele — Abra.

Sherlock olhou desconfiado para ela e logo abriu a pasta, paralisando logo em seguida.

— Ela foi encontrada assim?

Joan acenou inexpressiva. Não precisava olhar aquela foto uma segunda vez, uma única vez foi o bastante para entender toda a situação, ou assim ela imaginava. Recebera a pasta somente algumas horas antes de começar a montar o painel e ficou longos minutos a fitando sem qualquer reação. Afinal, qual devia ser sua reação ao ver a foto de sua melhor amiga morta tão brutalmente e vestida exatamente como ela?

— Definitivamente não foi um descontrole aleatório — Sherlock concluiu ainda analisando a imagem — Na verdade é bem especifico. Ninguém suspeitou do fato dela estar usando uma peruca idêntica ao seu cabelo e vestindo as suas roupas?

— Ninguém ligou os pontos — ela respondeu cansada — Ninguém notou a obsessão dele por mim e quando eu notei, já era tarde demais.

— Acho que não deve se culpar por isso, Watson.

— Está brincando? Ele fez com ela exatamente o que queria fazer comigo!

Sherlock suspirou e jogou a pasta no chão, impaciente:

— Sim, você está certa. Mas isso só deve aumentar nossa preocupação com sua segurança. Sinto muito pela sua amiga, mas já aconteceu. Você não sabia de nada na época, nem poderia suspeitar! Ele só se aproveitou do momento, Alejandra podia colocar tudo a perder e ele tinha que pará-la. Mas pensa comigo, Watson. Vocês já estavam namorando, não é? Já estavam próximos! E mesmo assim ele sentiu a necessidade de vestir uma mulher para que ficasse idêntica a você e fazer tudo aquilo. Imagine o que é capaz de fazer depois de tantos anos longe?

Joan recuou com as palavras dele, porque foram sinceras e faziam sentido. Já estava em um relacionamento sério com Holloway quando Alejandra foi assassinada. Se tudo o que estavam concluindo agora estava certo, então o que Holloway seria capaz de fazer com ela depois de tanto tempo longe? Poderia finalmente matá-la? Ou matar alguém próximo até que ela cedesse a um acordo maluco dele?

— Acho que preciso ir embora.

— Você acabou de voltar, Watson, e seu apartamento ainda está interditado.

— Eu não falei que voltaria para o apartamento.

Ele a fitou incrédulo. Joan viu muita coisa passar naqueles olhos, mas eles continuavam indecifráveis e inquietos.

— E para onde iria? — Sherlock questionou hesitante.

— Para o mais longe possível de todos vocês. E principalmente de você.


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Notas finais do capítulo

EII LEIAM AQUI!!
O que estao achando da fic? Alguém ai acha que estamos fazendo algo errado ou mudando DEMAIS a essencia dos personagens?
E alguém ai gosta dos capitulos na visão do nosso querido Holmes? Querem mais um ou mantemos assim?



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