Crônicas de um Jovem Rei escrita por MisuhoTita, Vanessa Sakata, TommySan, Sally Yagami


Capítulo 48
A espada Sagrado Coração


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Aqui é a Vanessa BR trazendo mais um capítulo de Crônicas pra vocês! boa leitura!



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Alguns dias se passaram desde o retorno de Landon a Zardren após o resgate bem-sucedido em Alkavampir. Desde que recebera aquela espada das mãos de seu pai, volta e meia a pegava e a desembainhava, só para ver aquele brilho hipnotizante daquela lâmina. Aquela lâmina, que ainda não fora usada, refletia a imagem de seu rosto já mais corado, mas bastante diferente de antes da terrível experiência pela qual passara dias atrás.

Havia sentido em sua pele uma mostra dos horrores que passavam as vítimas das atrocidades de Alkavampir, às quais poucas sobreviveram. Desde então, sua inocência desaparecera e dera lugar a uma vontade imensa de ir à forra contra aquele tal Daithi. Odiava a todos ali, mas o príncipe de Alkavampir era quem merecia a sua maior parcela de ódio, pois fora ele quem mais o torturara. E era dele quem queria se vingar por estar há dias sem poder sequer se levantar de sua cama.

Aquele aço reluzente o hipnotizava de tal forma, que ele nem se dera conta de que havia chegado um visitante.

— Imagino que está ansioso para usá-la, não é, Landon?

A voz de seu pai o fizera sair daquele transe. Meio sem graça, ele embainhou sua espada e a colocou no lado de sua cama.

— Eu ficava bastante ansioso para usar a minha primeira espada de verdade quando ganhei do meu pai. Ela era parecida com a sua.

— Que fim ela levou?

— O ferreiro forjou para ela uma lâmina maior conforme fui crescendo. Depois, quando me tornei rei, ela foi substituída por esta. – apontou para a “Sagrado Coração”, a qual constantemente mantinha embainhada à sua cintura.

— Ela é bem bonita. Pode me mostrar?

Cassius desembainhou sua espada e a mostrou ao filho, que ficou boquiaberto. Aquela espada era completamente diferente da que ganhara. A lâmina era mais longa – por ser para um adulto – e muito mais reluzente. O reflexo de seu rosto era ainda mais nítido e, ao empunhá-la, sentia que era bem mais pesada, o que fez com que ele nem se arriscasse muito a erguê-la. Em sua empunhadura, havia um botão vermelho com o formato de um grifo, além de alguns detalhes dourados.

— Bem diferente, não é? – Cassius perguntou enquanto embainhava sua espada novamente. – A lâmina é extremamente afiada. Uma distração e fazemos um corte, mesmo que pequeno, em nossos dedos.

— Como ganhou essa espada?

— Eu não a ganhei. Eu a herdei de seu avô. Esta espada, Landon, apenas os reis de Zardren podem usá-la. Ela foi forjada há mil anos, na era dos deuses, e desde então está na nossa família. Assim que um príncipe-herdeiro sobe ao trono para suceder ao pai, ele recebe a espada Sagrado Coração no dia em que é coroado como rei de Zardren.

— Então quer dizer que...

—... Quando você for coroado em meu lugar, Landon, ela será sua. De mim, você herdará a coroa, o reino e a espada. Esta espada foi forjada para proteger Zardren.

— Vou demorar muito a ter essa espada em minhas mãos. Só quando o senhor for muito velhinho.

— Tomara que seja assim.

— Por quê?

— Vou ser bem franco com você, Landon, e acredito que já tenha maturidade suficiente para entender o que vou te dizer agora. Você já sentiu na pele um pouco do que são os tempos de guerra que Zardren passa há cerca de mil anos, então acredito que entenderá. Em tempos assim, uma grande parte das pessoas não vive muito tempo. Morrem, de certa forma, cedo, por estarem em lutas ou por simplesmente estarem no lugar e na hora errada, quando um inimigo as encontra.

— Vez em quando eu ouço falar de cavaleiros que morrem nas batalhas nas fronteiras de Zardren.

— É bem por aí. Muitos cavaleiros morrem bastante jovens. E isso acontece também com os reis. Muitos, antes de mim, morreram antes de envelhecerem ou de ficarem doentes. Morreram relativamente jovens e em combate. Foi por isso, por exemplo, que você nunca viu o seu avô. E, por eu ser o rei de Zardren, também corro esse risco enquanto ainda houver essa guerra. Todos os reis de Zardren correm esse mesmo risco.

— Entendo. E, se ainda houver essa guerra quando eu assumir o seu lugar, também corro esse risco.

— Exatamente.

— Mesmo assim, eu espero receber essa espada quando o senhor for velhinho.

— Que os deuses te ouçam, Landon... Mas, independente de quando você assumirá o meu lugar, acredito que a Sagrado Coração estará em ótimas mãos.

*

Ao sair do quarto de seu filho, Cassius, como fazia nos últimos dias, deu uma passada no quarto de Astrid, que estava visivelmente melhor fisicamente. Também estava mais corada e estava sentada na cama, lendo um livro. Ao ver o marido adentrar e se aproximar, interrompeu sua leitura, pois queria conversar justamente com ele.

— Como se sente, Astrid? – ele perguntou após beijar rapidamente os lábios de sua esposa.

— Eu estou melhorando, Cassius. – ela sorriu. – Só de não precisar mais de ajuda para sair daqui já foi um avanço e tanto. Mas o Gregory me aconselhou a continuar descansando. Sem contar que estou fazendo isso porque estou bem tranquila quanto ao Reid estar cuidando do Landon. Os dois estão se dando muito bem. Mas – seu semblante se tornou mais sério. – eu estou preocupada com uma coisa.

— O que a preocupa?

— Ainda é o Landon. Depois que ele foi resgatado de Alkavampir, eu o percebo mudado.

— Mudado?

— O olhar dele está diferente. Não sei como descrever, mas parece que perdeu aquela inocência... Tenho a sensação de que há algo que ele sente e que ainda não nos contou tudo.

— Não cheguei a perceber isso ainda. – o rei zardreniano coçou o queixo pensativo. – Estive com ele agora pouco e nós conversamos sobre espadas. Ele se mostrou bem interessado, mas para a idade dele e pela vontade que tem de voltar a treinar, isso é bem normal.

— Pode ser, mas eu acho que há algo no nosso filho que o fez ficar diferente desde o sequestro... E isso me incomoda muito.

*

Com cautela, Landon procurou se levantar da cama para não sentir dor nas costelas. De resto, seu corpo parecia mais forte e os demais ferimentos já estavam quase todos cicatrizados ou em processo de cicatrização. Prova disso é que ele já podia se sentar sem maiores incômodos, desde que tivesse alguma cautela.

Olhou para a porta, a fim de ter a certeza de que ninguém apareceria ali. Seu pai, a esta altura, estava nos aposentos dele conversando com sua mãe e Reid acabara de sair dali. Ótimo.

Calçou suas botas, que estavam ali perto. Antes, havia pedido para vestir uma camisa e uma calça, alegando que já estava enjoado de usar o pijama o tempo todo. Sua alegação funcionara muito bem. Após calçar suas botas, colocou-se em pé e alcançou sua espada. A passos lentos e com a espada em mãos, o príncipe zardreniano se dirigiu à porta de seu quarto e deu uma espiada nos corredores para verificar se havia algum movimento. Ao ver que tudo estava tranquilo, saiu dali.

Percorreu os corredores de forma furtiva, até conseguir chegar ao pátio. Não iria ficar mais tempo parado. Precisava voltar a treinar logo! Precisava ir à forra contra aquele odioso Daithi o quanto antes!


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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