Nos aposentos reais do palácio real zardreniano, a rainha Astrid não consegue parar de chorar, pois, não consegue tirar Landon de seus pensamentos. Ela tem a mais absoluta das certezas de que seu filho está correndo perigo, pois é o seu coração de mãe quem está lhe dizendo e, coração de mãe não se engana.

Landon está chorando e sofrendo neste exato momento...!

− Landon...! – sussurra Astrid enquanto mais e mais lágrimas desesperadas descem por sua bela face.

Completamente penalizada pela situação da rainha zardreniana, Lady Adrienne a abraça, e, tenta, de alguma forma, dar algum consolo a sua rainha. Como mãe, ela sabe perfeitamente bem o que Astrid está sofrendo e, a situação piora ainda mais por Landon ser o príncipe herdeiro do reino livre de Zardren.

Mas, não pode dizer estas palavras a sua rainha. No momento, o que ela mais precisa é de consolo e palavras de apoio.

− Calma, Astrid. – fala a Lady – Tenho certeza de que logo encontrarão o Landon e ele estará novamente em seus braços.

− Meu filho...! – Astrid continua a chorar de forma desesperada – Ele está em perigo...! O Landon está em perigo...! Eu sinto em meu coração...!

− Tente manter a fé, Astrid. – Lady Elise segura às mãos de sua rainha, tentando transmitir alguma força a mulher mais importante de Zardren – Tenha fé, os deuses não abandonam as mães! Logo o Landon estará em seus braços. O rei Cassius irá encontra-lo e trazê-lo para seus braços!

Vendo que as duas Ladies estão fazendo de tudo para acalmá-la, Astrid seca as lágrimas que estão em seu rosto, enquanto se esforça para segurar todas as outras que seus olhos querem derramar.

Landon...

Onde estará seu filho neste momento...? Seu coração está tão apertado, que é como se seu filho estivesse pensando nela neste momento... E sofrendo... Sofrendo muito...

− Landon...!

***

Novamente, Landon vai recobrando os seus sentidos. Tenta se mexer, mas, percebe que não consegue, o príncipe de dez anos sente seus pulsos e tornozelos presos por grossas correntes.

Seus braços e pernas estão todos cortados e, em suas costas, sente a dor das queimaduras que sofreu. Todo o seu corpo dói demais e, o príncipe não consegue segurar mais suas lágrimas, começando a derramá-las sem parar.

Agora que está sozinho neste lugar úmido, frio e escuro, pode derramar todas as lágrimas que quiser... Agora não precisa ser forte... Agora pode ser apenas um menino e sentir medo...

Quer sair deste lugar...! Quer voltar pra casa, para ficar ao lado de seu pai e sua mãe, que é seu lugar...! Essa cela escura e sombria não é seu lugar...!

Tenta se soltar das grossas correntes que o prendem, mas, elas são fortes demais e tudo o que consegue é sentir dor em seus pulsos e tornozelos só de tentar se mexer.

Mais lágrimas inundam a face do príncipe e, ele não faz questão nenhuma de segurar... A cada minuto, mais e mais lágrimas descem por sua face, seus olhos castanhos começando a ficar vermelhos devido às lágrimas que caem de forma incessante por seu rosto.

Não aguenta mais...! Não aguenta mais este lugar...! Quer voltar pra casa...! Para seus pais...! Para o lado dos seus amigos Robert e Marden...!

Com o braço, tenta levar a mão acorrentada ao rosto, a fim de secar as lágrimas e, só fazer isso é um esforço tremendo, porque essas correntes pesam demais. Vê o local onde estão os grilões vermelhos e, sabe que não vai demorar muito para que comecem a sangrar.

Quanto tempo se passou desde que foi sequestrado...? Será que seu pai já está procurando por ele...? Será que seu pai sabe que ele é prisioneiro de Ramsay de Alkavampir...?

− Papai... Mamãe...! – sussurra Landon, começando a chorar mais uma vez.

***

Daithi está treinando ao lado de dois homens da mesma idade que ele, um deles, ruivo de olhos vermelhos, Lorde Davos, filho do Grande Lorde do Fogo Victarion e, o outro, tem cabelos negros e estatura mediana, Lorde Loras, o filho do Grande Lorde do vento Lancel.

Os dois Lordes avançam com suas espadas contra Daithi, que se livra com grande habilidade do golpe dos dois ao mesmo tempo em que ataca, mostrando que a sua habilidade em um combate é muito superior às habilidades dos dois Lordes.

Ramsay chega ali, colocando um fim ao combate dos três e, os dois Lordes fazem uma reverência a seu rei, dobrando os seus joelhos e se levantando em seguida.

− Daithi, tem um brinquedinho novo nas masmorras para você. – anuncia Ramsay, indo direto ao ponto – O fedelho é meio rebelde, mas nada que seu tratamento especial não resolva. Tenho certeza de que você pode ensinar ao pirralho o devido lugar dele.

Ao ouvir as palavras do pai, um sorriso demasiado cruel surge nos lábios de Daithi.

− Vai ser ótimo. – fala o príncipe – Agora que Esme carrega meu herdeiro, não tenho quem espancar em meus momentos de raiva. Vou adorar torturar um pouco o fedelho real zardreniano, até porque eu nunca torturei um príncipe antes, tenho que aproveitar a oportunidade.

− Faça isso. – aconselha Ramsay – Amanhã a minha carta deve chegar ao idiota do Cassius, e então nós veremos como ele vai reagir à notícia de que eu tenho o fedelho dele em meu poder.

− Se ele for só um pouco inteligente, vai se submeter a todas as suas vontades para garantir que o pirralho real fique bem. – comenta Daithi, o sorriso aumentando em seus lábios – Mas eu espero que ele não seja inteligente, pois vou adorar torturar o principezinho em represaria.

***

A luz do sol anuncia um novo dia e, Cassius anda completamente inquieto pelos corredores do palácio real zardreniano. Passara uma noite insone, preocupado com o filho que continua desaparecido.

Até agora, nenhuma notícia de Landon, seu filho não foi visto por ninguém e, ele continua se perguntando mentalmente como Landon pode ter desaparecido assim, do nada. É como se seu precioso filho tivesse simplesmente evaporado!

Não há qualquer sinal de que ele nem ao menos tenha saído da cama!

Como isso é possível?

O que aconteceu?

Quem levou seu filho?

Porque de uma coisa ele tem certeza, Landon não desapareceu do nada, alguém levou seu filho. Mas como, ele ainda não sabe! E, seu sexto sentido continua lhe dizendo que tem dedo do reino de Alkavampir nesse desaparecimento misterioso de Landon!

E, ainda por cima, ele tem que lidar com Astrid, que está tendo algumas crises nervosas desde que notaram o desaparecimento do filho. Além de ter que esconder seus medos e preocupações, para que as esposa não fique ainda pior do que ela já está.

Adentra seus aposentos e, vai direto para o quarto de dormir, e, ao vê-lo, Astrid imediatamente pergunta:

− Encontraram o Landon?

Cabisbaixo, Cassius se aproxima da cama e se senta ao lado da esposa, fazendo um sinal de negativo com sua cabeça. Imediatamente, Astrid começa a chorar e Cassius a abraça, a fim de consolar sua esposa. Permanece abraçado a ela até que a rainha se acalme e pare de chorar.

− Nós vamos encontra-lo, Astrid. – Cassius fala para sua esposa – Eu vou encontrar o Landon, onde quer que ele esteja!

O Conselheiro Gregory pede licença para adentrar os aposentos reais, e, após a permissão de Cassius, o homem entra no quarto, com um pergaminho em mãos. Dobra seus joelhos ante o rei e a rainha para, em seguida, colocar o pergaminho nas mãos de Cassius dizendo:

− Sua Graça, acaba de chegar esta carta para Sua Majestade.