Os olhos de Cassius permanecem fixos na direção do reino sombrio de Alkavampir, enquanto o mau pressentimento em seu coração apenas aumenta. Não sabe explicar, mas, tem certeza de que Landon neste momento está correndo algum perigo. Essa certeza é tão grande que faz com que tenha quase certeza de que Alkavampir tem tudo a ver com o sumiço de seu menino, ele só não tem no momento como provar.

− Cassius, não se preocupe, nós vamos achar o seu filho. – Ferdinand tenta dar algum apoio a seu grande amigo.

− Obrigado, Ferdinand – agradece o rei zardreniano – Seu apoio e o do William são muito importantes pra mim.

− Não há o que agradecer. – fala o Lorde William – A propósito, porque estava olhando em direção a Alkavampir com tanta apreensão.

− Pode até parecer loucura pra vocês, mas, eu sinto que Alkavampir tem alguma coisa a ver com o sumiço do meu filho.

− Mas como eles entrariam aqui sem serem vistos? – questiona Ferdinand – É impossível! A segurança é grande demais e você mesmo disse que mandou redobrar a segurança do Landon!

− Eu não sei. – continua Cassius – Mas eu estou com este pressentimento cada vez mais forte em meu coração. Além de tudo, aquela sensação ruim está aumentando, como se de alguma forma eu soubesse que, neste momento, o meu filho está em perigo!

− Calma Cassius. – Ferdinand coloca uma de suas mãos no ombro de seu amigo – Os deuses irão nos ajudar e o Landon será encontrado. E, se seus pressentimentos estiverem certos e Alkavampir estiver mesmo por trás do desaparecimento de seu filho, faremos com que eles paguem caro por isso!

− Enquanto isso, tente ser forte. Cassius. – aconselha Lorde William – A Astrid não está bem, ela vai precisar da sua força. Por isso, meu amigo, seja forte por você mesmo, pela Astrid e principalmente pelo Landon, seja lá onde ele estiver.

*****

Em sua cela nas masmorras de Alkavampir, Landon começa a andar em círculos, pensando em uma maneira de sair dali e voltar pra casa. Como aquele lugar é escuro e não tem visão do mundo exterior, ele não sabe se é dia ou noite, ou quanto tempo se passou desde que aparecera de forma misteriosa ali.

A única coisa que sabe, é que não vai ficar parada esperando que Ramsay o mate e ofereça seu cadáver ao pai. Não... Dará um jeito de fugir e encontrar os Cavaleiros da Guarda Real de seu pai, que certamente devem estar a sua procura.

Para um pouco e se senta no chão, olhando para a única porta de saída e, uma ideia vindo em sua mente. Se aquela porta é sua única saída para a liberdade e pra voltar pra casa, é por ela mesmo que ele vai sair, e, só precisa de uma oportunidade.

Seu pai não deve estar parado em Zardren, deve estar a sua procura e, com ele ali, nunca que poderá encontra-lo! Precisa fugir! Precisa fugir o quanto antes.

Uma lágrima solitária escorre por seu rosto, pois apesar de querer sair dali com todas as forças de seu ser, também sente medo, porque apesar de tudo é só um menino. Mas, não pode deixar o medo falar mais alto, precisa fugir! Por esse motivo, usa a manga de seu pijama para secar a lágrima e, continua a encarar aquela porta, pensando em como fará para sair.

E é então que ele vê a oportunidade perfeita, pois aquela porta começa a se abrir e, um Cavaleiro da Guarda Real alkavampiana adentra ali, com uma bandeja de refeição para ele.

Landon então aproveita essa momento único e, cria em suas mãos uma esfera de energia luminosa, atirando-a no cavaleiro que é pego completamente desprevenido pela habilidade do menino e, acaba sendo atingido em cheio pelo ataque dele.

Sem perder tempo, o pequeno príncipe saí correndo daquele lugar. Sem olhar para os lados. Sem pensar em mais nada, apenas querendo fugir e voltar pra casa, encontrar o seu pai pra que o deixe em segurança novamente!

Começa a subir as escadas pulando os degraus de dois em dois, apenas para ganhar tempo e tentar sair dali o mais rápido possível. A pressa de Landon é tanta que, enquanto ele sobe as escadarias, acaba esbarrando em alguém. Olha então para frente e, seus olhos ficam completamente cheios de pavor ao ver Victarion e Lancel sorrindo para ele de forma demasiado cruel.

− Onde o fedelho pensa que vai? – Victarion fala, sem deixar de sorrir.

Landon não tem tempo para responder, pois Lancel cria uma corrente de vento cortante que, além de lançar o jovem príncipe para trás com força, ainda causa cortes profundos em seus braços e pernas.

Sem perder tempo, os dois Grandes Lordes descem as escadas e, Victarion segura Landon pela gola do pijama do menino, jogando-o com força de volta a cela. O menino é jogado com violência contra a parede e caí no chão, cuspindo uma golfada de sangue. De joelhos, o príncipe zardreniano encara aqueles dois homens com ousadia, está com muito medo, mas é filho de Cassius e não irá demostrar o medo que sente a esses dois.

Não irá dar esse gostinho a eles!

Victarion cria em suas mãos uma esfera rodeada por chamas, lançando-a contra Landon que é atingido em cheio e sente suas costas queimarem, caindo no chão. Em seguida, Lancel envolve o príncipe em um pequeno tornado, girando-o em uma velocidade que faz com que Landon não perca somente o ar, mas também a consciência.

Dando-se por satisfeitos, os dois Lordes olham para a criança ferida e inconsciente caída naquele chão, acorrentam os pulsos e os tornozelos do príncipe com grossas correntes que estão presas na parede, para que ele não tenha mais como fugir e, deixam aquele local, trancando Landon novamente.

*****

Ramsay está em seu escritório, com pena, tinta e pergaminho terminando de escrever uma carta muito especial. Em breve, seu inimigo saberá que com Ramsay de Alkavampir não se brinca. Assina o pergaminho, o fecha e coloca o selo da casa Real de Alkavampir, representada por um dragão. Agora, só precisa entregar o pergaminho para que o Conselheiro Kevan envie sua carta ao reino livre de Zardren e então Cassius saberá que com ele não se brinca!

Que tem um refém valioso em seu poder!

O único herdeiro ao trono de Zardren! O único filhinho daquele idiota!

Deixa o escritório com aquele pergaminho em mãos e, ali encontra os Lordes Victarion e Lancel, que fazem a devida reverência. Victarion então toma a palavra dizendo:

− Sua Graça, é nosso dever informar que o pirralho de Zardren tentou escapar.

− É mesmo? – Ramsay não consegue deixar de sorrir – Presumo que tenham ensinado ao nosso hóspede boas maneiras.

− Certamente, Sua Graça. – continua Lorde Lancel – E, após a lição de boas maneiras, acorrentamos o fedelho, para que ele não tente fugir novamente.

− Excelente. – a voz de Ramsay é satisfeita – Muito em breve, Daithi também vai querer brincar com nosso hóspede.

− E aposto que o príncipe não ficará satisfeito se não fizer o menino gritar de dor. – a voz de Victarion é repleta de crueldade.

− Daithi não seria meu filho de se fosse diferente. – completa o rei alkavampiano – E como castigo, o fedelho não será alimentado. Vamos ver por quanto tempo ele vai manter a pose.