Crônicas de um Jovem Rei escrita por MisuhoTita, Vanessa Sakata, TommySan, Sally Yagami


Capítulo 30
A carta de Ramsay e a visita de Daithi


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Aqui é a Vanessa BR mais uma vez, trazendo a vocês mais um capítulo de Crônicas! Surpresas os aguardam neste capítulo!

Tenham uma boa leitura!



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Cassius pegou o pergaminho das mãos de Gregory e a primeira coisa que viu nele foi o selo, no qual estava um símbolo que impunha temor e terror em todo o Emperius. O símbolo era um dragão, que representava o reino de Alkavampir, e era, por si só, um prenúncio de que aquele pergaminho não possuía boas notícias. E, em seu interior, aquela sensação ruim só tendia a aumentar com relação a Landon... Como se ele fosse um pequeno grifo acuado em meio a ferozes e sanguinários dragões.

Meio hesitante, alcançou a gaveta do seu criado-mudo, do qual retirou uma pequena adaga. Num único golpe certeiro, rompeu e arrancou o selo, abrindo o pergaminho e revelando ali uma carta. Reconheceu a caligrafia direta de Ramsay, que havia mandado aquela carta escrita de próprio punho.

Seus olhos se arregalaram ao saber o assunto da carta logo nas primeiras linhas. Maldito Ramsay...!

“Estimado Rei Cassius de Zardren.

Saudações!

Não sou muito de ter diálogos com os meus inimigos, então creio que pode se sentir privilegiado por minha consideração para com você... Até porque suponho que você queira notícias quanto ao seu filhinho.

Ele está hospedado em uma cela das minhas masmorras e sendo tratado à maneira alkavampiana. Tive que adotar essa atitude porque seu filho é insolente e se demonstrou muito desrespeitoso para comigo, demonstrando ser um garoto muito mimado.

Você deveria educar melhor aquele moleque, Cassius... Mas creio que ele ficará melhor após ser devidamente disciplinado! Já encarreguei os Grandes Lordes Victarion e Lancel de uma parte desse “programa de disciplina”. Em breve, ele terá mais algumas lições, mas talvez sejam mais rigorosas e seu pirralho pode não suportar.

Se quiser ver o seu filhinho devidamente disciplinado e vivo, trate de marcar um encontro para que você possa assinar a sua rendição! Caso contrário, terá que providenciar outro herdeiro... Mas terá que encontrar uma mulher capaz de te dar filhos, visto que sua amada é incapaz até de te dar isso, não é mesmo?

Estou esperando a sua resposta em dois dias... Enquanto isso, o seu estimado filhinho Landon continuará sendo devidamente disciplinado! Não demore, ou ele poderá não suportar essas sessões... A menos que você ache mais fácil providenciar alguma cadela vadia que lhe abra as pernas para lhe dar um novo herdeiro!

Pense bem, Cassius! O tempo está contra você!

Vejo-o daqui a dois dias!

Antenciosamente,

Rei Ramsay de Alkavampir.”

— Ramsay...! – Cassius murmurou entre dentes, não conseguindo disfarçar o quanto estava furioso com aquilo.

Ele agora tinha a confirmação de suas suspeitas com relação a Alkavampir! Eles estavam com o seu filho! Mas como...? Como eles conseguiram adentrar Zardren sem serem notados e raptar Landon sem deixar qualquer vestígio?

Aquele fora o golpe mais baixo que levara de Ramsay! Aquele maldito já alvejara Landon uma vez e quis o destino que ele fosse salvo e que o bebê que Astrid esperava fosse sacrificado... E que ela nunca mais pudesse lhe dar outros filhos.

E, pelos deuses... O que estariam fazendo ao seu único filho...? Tinha quase certeza de que estavam lhe fazendo barbaridades...!

Não... Não podia deixar seu filho lá...! Ele só tinha dez anos de idade... Era apenas um menino!

E agora tinha, em suas mãos, uma decisão dificílima a ser tomada... Precisava decidir entre o bem de Zardren e o bem de seu filho...! Céus, o que ele deveria fazer? Tinha que haver alguma forma de conseguir evitar o pior a Landon sem sacrificar o reino!

E ainda tinha Astrid... Como ela reagiria...? Como dizer a ela que o filho estava em grande perigo?

Nesse momento, Cassius sentiu que arrancavam de forma repentina a tal carta de suas mãos. Quando olhou para o lado, viu que Astrid estava com os olhos derramando lágrimas em abundância e empalidecendo a cada palavra que lia daquele pergaminho infame.

A pobre mulher não conseguiu dizer nada ao término da leitura, apenas chorava convulsivamente. Aquele aperto em seu coração se tornava cada vez maior. O que estariam fazendo ao seu filhinho...? A que tipo de crueldades estavam submetendo o seu menininho? E por que o usavam para atingir o seu marido? Por quê...? Por que faziam isso com o Landon, mas também com o Cassius?

De repente, a rainha zardreniana começou a sentir, além das batidas do coração saindo de seu compasso normal, o ar a lhe faltar e a cabeça prestes a explodir. O peito doía de forma pungente, fazendo-a ofegar e revirar os olhos, prestes a desmaiar, o que fez com que o marido se apavorasse com aquilo e dissesse:

— Gregory, por favor, ajude aqui!

O conselheiro logo administrou a Astrid uma dose maior de um preparado com propriedades calmantes que já vinha lhe dando desde a descoberta do desaparecimento do príncipe. Até que ela se estabilizasse, murmurava o nome do filho e chorava sem parar, até que foi vencida pelo cansaço. Logo que os dois homens viram que Astrid havia estabilizado, o monarca perguntou, sem soltar a mão de sua mulher:

— O que aconteceu com ela?

— Majestade, ela teve um colapso nervoso. Ela já estava bastante abalada desde que soube do desaparecimento de Sua Alteza e, ao ler a carta, isso piorou a ponto de se refletir em seu corpo.

— Compreendo. – ele olhou tristemente para Astrid, que ainda ofegava mesmo inconsciente e sob o efeito do preparado que recebera. – Ela leu a carta de Ramsay... O Landon, ao que parece, está sendo torturado em Alkavampir e... E aquele maldito me deixou em uma terrível encruzilhada.

— Sua Graça me permite que leia essa carta?

Cassius entregou ao conselheiro o pergaminho, o qual leu atentamente. Não conseguiu esconder a surpresa e o quanto estava chocado com as palavras que estavam escritas ali. Agora entendia o que seu rei lhe dissera quando mencionara a tal encruzilhada, assim como agora tinha ainda mais certeza de que sua rainha havia tido de fato um colapso.

— Gregory – um preocupado Cassius o tirou de seus pensamentos. – A Astrid... Ela vai ficar bem?

— Isso dependerá muito do emocional dela, Majestade. – o conselheiro zardreniano respondeu. – Ela está muito abalada.

— O Landon é o nosso único filho, Gregory... Não posso deixar o menino sofrendo nas mãos daquele maldito do Ramsay, mas também não posso deixar Zardren à mercê de Alkavampir, assinando uma rendição! Estou dividido entre o dever de um pai e o dever de um rei...! Eu não posso deixar que o meu filho morra, mas não posso deixar meu reino sucumbir! Estou preocupado com o Landon, com a Astrid e com Zardren... Eu tenho apenas dois dias para pensar em algo e não consigo ter cabeça para pensar em uma solução...!

— Majestade, talvez haja outra opção para conseguirmos tanto evitar a assinatura da rendição e para que o príncipe Landon volte vivo a Zardren.

— E... Que opção seria essa...?

*

Já fazia algum tempo que Landon havia parado de chorar. Seu rosto havia já se secado sozinho das lágrimas que haviam escorrido em abundância. Foi quando escutou passos se aproximando da porta. Quem iria “visitá-lo” desta vez?

Ouviu a pesada porta da cela onde estava se abrir e tentou se mexer, mas em vão conseguia mudar de posição. Ele ainda jazia deitado no chão, com as mãos e os pés acorrentados e, mesmo assim, não se deixava intimidar com a atual situação.

Quem acabava de entrar ali era um jovem com o dobro de sua idade e com o dobro do seu tamanho. Exibia um sorriso cruel em seu rosto e deu um forte chute na barriga do garoto, para depois ironizar:

— Eu esperava mais de você, Landon de Zardren! Você realmente não passa de um pirralho fracote! Olha só como eu posso te golpear, e você não terá como reagir!

O rapaz acertou outro chute forte, agora nas costas de Landon, que engoliu o grito de dor. Não iria dar esse gosto àquele sujeito.

— Por que você não grita por socorro? Medo de fazer isso em vão? Está com medo de ver seu papaizinho morto?

— Quem é você, pra dizer que meu pai vai morrer?

— Eu sou Daithi de Alkavampir, o futuro Senhor de Emperius! Quando eu assumir o trono do meu pai, farei Zardren se ajoelhar aos meus pés!

— Vai sonhando, Daithi! – o garoto lançou ao jovem Daithi um olhar intimidador. – Quando eu me tornar o rei de Zardren, vou acabar com a sua raça!

— Até parece, moleque mimado! Você morrerá, bem como o seu papaizinho! E as cabeças dos dois estarão em estacas na praça daqui da Capital!

— Vai se arrepender de dizer isso!

Daithi se agachou e levantou o garoto agarrando-lhe o cabelo com força, fazendo-o encarar seus assustadores olhos cinzentos. Em seguida, segurou-o fortemente pelo pescoço, a ponto de quase sufocá-lo, mas mesmo assim Landon tentava encará-lo com seus olhos castanhos novamente de forma intimidadora.

Aquele cara podia ser grande, mas não era dois! Com aquele primeiro contato, já o odiava à primeira vista, com todas as suas forças e com todas as suas dores. Aquele sujeito, assim como todo o reino de Alkavampir, iria pagar caro pelo o que lhe faziam! Seu pai era o rei de Zardren, era forte! E ele, quando saísse dali, iria ficar forte como o pai!

— De nada adianta me encarar assim, moleque! – Daithi disse. – Você é apenas um pirralho mimado, um filhinho de papai! O que pode fazer contra mim?

Landon não respondeu verbalmente, mas lançou contra o príncipe alkavampiano uma cusparada. Daithi, enfurecido, se levantou, apertando com mais força o seu pescoço, fazendo novamente com que lhe faltasse o ar.

— Bem que meu pai disse que você é um menino muito malcriado, Landon de Zardren... Parece que eu também vou ter que te dar um pouco da disciplina de Alkavampir...!

Desferiu contra o príncipe zardreniano um forte soco no estômago, o que fez com que ele soltasse uma golfada de sangue. Em seguida, acertou-lhe uma pequena esfera de energia das trevas à queima-roupa, deixando-o jogado no chão.

— Espero que tenha aprendido a não ser malcriado com a realeza de Alkavampir, pirralho! – Daithi disse enquanto marchava para sair da cela.

Landon, mesmo estando ainda mais ferido e com o corpo todo tomado por uma dor cruel, conseguiu vociferar:

— Um dia... Um dia, se o meu pai não cortar a sua cabeça, Daithi... Eu vou fazer isso! Eu vou botar a sua cabeça numa estaca, está me ouvindo?

A pesada porta se fechou enquanto o príncipe alkavampiano se afastava rindo sarcasticamente. Algum tempo depois, lágrimas voltavam a escorrer pelo rosto todo ferido do príncipe zardreniano. Lágrimas de dor, misturada ao medo e, principalmente... Pelo ódio. Odiava aquele sujeito com todas as forças! Odiava Daithi de Alkavampir! E, sim, se seu pai não o matasse, ele se encarregaria de matá-lo!

— Se o meu pai não te matar antes... – murmurou em meio às lágrimas. – Eu é que vou acabar com a sua raça, Daithi...!


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Notas finais do capítulo

Continua...



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