O Ritual escrita por Elliot White


Capítulo 27
Espectros


Notas iniciais do capítulo

Hoje não é piada, é sério, seríssimo, capítulo novo de O Ritual



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647003/chapter/27

Cheguei no meu dormitório e abri a porta, por sorte já estava aberta. Wendy me esperava sentando em minha cama, observando a paisagem pela janela, abraçado em sua perna, ainda vestindo as minhas roupas, uma calça jeans comum e uma jaqueta laranja.

            Larguei um pacote próximo a ele no móvel, o que despertou a sua atenção.

            - O que é isso? – Perguntou o moreno.

            - Seu almoço. – Respondi.

            - Não estou com fome – o mesmo retornou a olhar a vista que tinha, virando seu rosto.

            - Há quanto tempo não come? Olha, você não tem muita opção.

            - Onde está o seu almoço? – O íncubo questionou.

            - Eu não estou com fome.

            - Se você não está, eu também não estou. – Respondeu, direto. Isso era um joguinho?

            - Tudo bem, que seja. Nós precisamos partir. – Me adiantei abrindo as portas do roupeiro e retirei uma mochila da Hello Kitty e as minhas coisas, colocando o que podia dentro.

            - Como assim?

            - Aqui não é seguro, não mais. – Falei, me recordando das palavras de Samael, “Se quiser sobreviver, saia, este lugar se tornará sombrio”.

            - E para onde iríamos? – Wendy perguntou mais uma vez, agora mudando de posição na cama.

            - Eu não sei, para o mais longe possível. Só sei que se continuarmos aqui, morreremos. – Sei que o que disse foi drástico e leviano, mas foi necessário. Não queria deixar meu pai para trás, pensando estar com seu irmão que na verdade é um demônio.

            - Olha não está pensando direito, o que faríamos? – O moreno agora estava na minha frente e com as mãos no meu rosto, me olhando nos olhos.

            - Eu nãos sei, mas nós estamos em perigo. Não podemos continuar aqui, apenas confie em mim. – Falei, e então o íncubo desviou o olhar por um segundo e respondeu:

            - Eu não posso deixa-la aqui. Olga.

            - Nada acontecerá com ela. Eu já encomendei uma lápide, um caixão, ela terá um descanso digno. E se você quiser vingança, não é o que teremos escondidos aqui. Quem fez isso com ela está lá fora e livre! – Exclamei, sem querer elevando demais a voz, talvez ultrapassando os limites. No entanto, Wendy pareceu entender.

            - Tudo bem, só que eu preciso vê-la uma última vez. – Ele me encarou com seus olhos, um cinzento e um verde, como eu poderia dizer não?

            - É claro. – Respondi.

            As horas passaram. O almoço permaneceu intocado até esfriar enquanto eu observava o moreno partir pelo bosque nevado, cercado por árvores coníferas e um frio invernal. Deixei ele ir sozinho e ter um momento de irmão com Olga, ao mesmo tempo em que eu contava os minutos para ele voltar e nós irmos embora.

            - Ah, finalmente! – Saí pela porta do quarto encontrando Wendy do lado de fora, andando lentamente. Minha mochila já estava em mãos.

            - Notou que escureceu mais cedo hoje? – O íncubo questionou, sério.

            Olhei em volta, realmente o tempo estava se fechando e o céu pintado em tons escuros, mas não parecia que iria chover. De chuva já bastava a de neve. No entanto eu não lembrava de quando tinha se tornado noite assim, sem um pôr-do-sol.

            - Parece que virou noite de repente. – Ele continuou, em sua voz grave.

            “A Academia não é mais segura, nem esta cidade. Sua casa, menos ainda. Se quiser sobreviver, saia. Este lugar vai se tornar sombrio. ”, as palavras de Samael retumbaram mais uma vez em minha mente.

            - Olha! – O moreno apontou para uma direção que indicava onde a Academia ficava, um pouco mais distante dos dormitórios. Um clarão linear saía de um prédio e alcançava o céu, já preto e escuro, iluminando o local. O que era aquilo?

            - Precisamos ir até lá! O meu pai, ele pode correr perigo! – Avisei Wendy, o encarando, enquanto pensava bem nas palavras que o demônio me dissera em sonho e que essa estranha mudança de clima parecia ser obra dele.

            Ele concordou, então corremos o mais rápido possível pela neve macia e demasiada difícil de andar, o que nos tornava mais lentos, até chegar ao terreno em que aconteciam as aulas no colégio, entre os vários prédios muitos alunos corriam, gritando ao mesmo tempo e fazendo uma confusão desnecessária e que causava pânico. Andamos por um corredor de pedra que levava até outra área ao ar livre, um amplo pátio de gramado coberto de neve branca, a correria de pessoas perturbou um pouco, o prédio de onde vinha o raio de luz estava perto, porém precisei parar para observar algo incomum: no céu negro e obscuro, o que antes eu pensei que fossem nuvens estavam descendo até o chão. Alguns alunos pararam para ver também. Fitei Wendy de relance, sua expressão estava tão séria e distraída como a minha.

            Não eram nuvens, eram criaturas feitas de algo imaterial e intangível, é como se fossem fantasmas, tinham dois braços, mas não pernas, seus rostos eram caveiras toscas e grotescas, seu corpo parecia humano, no entanto não era. Incontáveis desses monstros estavam descendo do alto, preenchendo o pátio e fazendo algumas pessoas da multidão gritar, mais uma vez. Inúmeros deles surgiam pelo céu, aparentemente não era noite, só parecia ser por causa que eles estavam em grande número ofuscando o sol, a escuridão os acompanhava e fazia parte deles.

            Wendy segurou minha mão, fazendo-me parar de observá-los e lembrar do que tínhamos que fazer.

            - Vamos – ele disse. Eu confirmei que sim com a cabeça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desta vez não é primeiro de abril kkk então, essa original está prestes a acabar, e não estando longe do fim, eu vos pergunto: querem uma continuação? Se sim me fale, comentem, mande review, mp, sinal de fumaça qualquer coisa caso contrário não vai ter e vai acabar assim mesmo, do jeito que eu quiser u.u brincadeira rsrs continuação vai ter de qualquer jeito, mas se ninguém se manifestar eu não vou colocar como prioridade nos meus ''projetos''. Se for dizer que sim, diga o que quer ver na continuação também! xoxo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Ritual" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.