O Ritual escrita por Elliot White


Capítulo 12
Um beijo


Notas iniciais do capítulo


Boa leitura!



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Corremos para fora, em frente a varanda estava Wendy parado encarando Chris, a integrante da seita, com seus olhos penetrantes e femininos por baixo do par de óculos. O vento estava frio e cortante na floresta nevada.
— Olá Becky— saudou em sua voz aguda, sendo interrompida pelo moreno:
— O que você quer? - gritou - vocês duas, fiquem aí. - ordenou, vendo que nós estávamos agitadas e eu quase indo lá acabar com aquela irritante. A bruxa apenas forjou um sorriso torto e falso.
— Responda! - o mesmo exigiu, mas eu não pude esperar e dei um passo a frente, erguendo a mão preparando um comando para os elementos inflamáveis que borbulhavam embaixo dos pés dela pelo solo explodirem.
— Eu cansei disso, cansei de você. - falei, enquanto notava que eu não conseguia perceber a presença das moléculas explosivas e se percebesse, elas escapavam facilmente, estavam inalcançáveis agora como nunca estiveram. A marca da besta em meu pulso estava adormecida, escondida por mangas de blusões e da jaqueta. Minha expressão facial revelou que algo estava errado - meus poderes... eles... - balbuciei, mas enquanto a atenção de todos estava em mim, Chris empurrou Wendy que caiu de costas na neve, mas se ergueu rapidamente recompondo-se e agarrando-a pelos pés antes que chegasse até mim, porém a luta foi interrompida por um berro de pavor - Olga.
O bruxo de pele escura envolveu a pequena ruiva em seus braços fortes, a contendo na cadeira de rodas enquanto Nestor surgia entre as altas árvores coníferas da floresta nevada, a seita estava se reunindo novamente. Wendy protestava incessantemente, preocupado com a irmã, e eu permaneci paralisada sem reação até ser pega no colo por membros rijos sem chance de escapar.
— Não! Me solte! - gritei em vão, sendo levantada no ar pelo bruxo alto e moreno, me segurando pelas costas e com a outra mão contendo minhas pernas; as mãos no entanto relutavam, embora os golpes que eu dava não interferirem em nada.
Becky! - Wendy me chamou.
Wendy! - respondi, vendo-o desaparecer na paisagem branca de inverno, os outros três bruxos contra os dois irmãos, me apavorava pensar no quê eles fariam com eles. Também me apavorava pensar qual seria meu destino agora que aparentemente, eles não me tratavam mais como um membro do grupo.
O percurso foi curto, mas não se via mais a casinha de onde estávamos, meu corpo se remexia tentando se soltar, porém o bruxo era forte demais; somente minhas mãos estavam livres. E estavam sem luvas, isso. Fechei os olhos tocando seu pescoço com firmeza enquanto canalizava a energia e me concentrava em fazer meus membros esquentarem rapidamente com magia, queimando a pele branca do adversário, que urrou de dor e me largou na neve grosseiramente. Tudo que pude ver foram arbustos e vegetação coberta de branco, e um lago congelado distante, além de um vulto se movendo entre nós dois.
— Quem é? - questionei, observando o sujeito se mover arrastando um manto negro, seu rosto oculto por um capuz avermelhado.
— Olá, Becky. - a voz feminina e a asquerosa respondeu, me proporcionando a identificação, a líder da seita, Shalia.
— Eu te odeio. - afirmei, fulminando-a com o olhar, ainda não via seu rosto, nem seus cabelos volumosos e oxigenados detestáveis.
Sua risada sarcástica e nojenta se alastrou pelo ambiente, enquanto removia o capuz e revelava seu rosto jovem, se aproximando de mim, ainda deitada no chão.
— Eu preciso de algo seu. - Shalia disse, pondo suas mãos brancas, nuas e geladas de frio em meu rosto, eu não estava entendendo o motivo mas sua face também se aproximava até tocar seus lábios nos meus antes que eu pudesse impedí-la, a bruxa beijou-me. Sua boca era macia e tinha sabor de brilho labial, pressionava contra a minha com força, enquanto investia sobre mim, que já estava deitada no chão gélido. Sua língua dançava com a minha, que permanecia estática, e eu não podia entender a razão daquele beijo e também a razão de não poder pará-lo, embora quisesse; perguntava-me em pensamento se ela estava gostando. Aquilo durou cerca de um minuto e ao terminar senti que minhas energias se foram junto, Shalia havia tirado mais que um beijo de mim.
Meus olhos a encaravam, hipnotizados, notando um sorriso em seu rosto e uma risada se vangloriando. Um vazio me habitava do mesmo jeito que há pouco eu sentira, as moléculas que eu manipulava agora não estavam mais visíveis e perceptíveis como antes, a maldita havia roubado meus poderes. Não era apenas um beijo, era mais um feitiço.


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Notas finais do capítulo

Recadinho para os leitores fantasmas: eu vejo as visualizações dos capítulos, eu sei que vocês leem, então o que custa dizer o que está achando? Nada não é? Fico grato. Obrigado.

Até amanhã, abraços.



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