Another Hermione escrita por Mrs Rainbow


Capítulo 38
38 - Leoa Sedutora


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHH OI
Nem demorei, viram?! (E esse tempo não é tanto, comparado aos 5 meses sem postar!)

Enfim, eu gostaria de agradecer a duas pessoas, especialmente! Primeiramente a camilasilva142801 pela linda recomendação, me incentivou muito! Principalmente pois eu estava em época de provas! (É, eu fiquei de recuperação, vamos chorar). E a MarySakura-chan, ela fez um textão de review, e eu chorei, babei, li e reli novamente, mostrei para todos os meus amigos e me gabei com o que recebi. Parece que estou brincando, MAS EU NÃO ESTOU. ENCHI MEUS AMIGOS COM ISSO POR DIAS E ATÉ HOJE COMENTO!
Mas não tenho a agradecer apenas a ela, mas também a todas vocês que me acompanham e esperaram tanto tempo por um capitulozinho mixuruca como aquele. Obrigada por continuarem comigo, mesmo com tudo o que aconteceu. Sou sinceramente grata a vocês, muito obrigada.

Falando em Review, eu decidi que não fazia sentido eu responder os mais antigos. Já que falam e perguntam sobre os "próximos" capítulos, que já foram postados e lidos. Então... É. Se eu não responder, me desculpe. Se vocês quiserem, eu não me importo em respondê-los por vocês ♥

E... EU FIZ A HERMIONE! AAAAAAAH Eu não sou boa de edição assim, mas eu tentei, e fiz a Hermione Potter que eu tenho em minha cabeça (mais ou menos). É uma mistura de Emma Watson com Kaya Scodelario!
Eu tentei, ao menos ♥
Ela vai estar aí embaixo, antes do capítulo. Bem, boa leitura!



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Bocejei coçando os olhos e me aproximei da mesa da cozinha de Pedro, Remus e Rabicho já estavam sentados, parecendo igualmente cansados. Mas isso não os impediu de sugarem o ar ao me enxergarem, Pedro se engasgou com seu cereal enquanto Aluado derrubou sua colher na tigela quando levantou os olhos para mim, espalhando leite na mesa.

Eu sabia exatamente o porquê das reações exageradas, e por saber que era por conta de meu short, fiz questão de ignorar, eu estava com muito sono para qualquer coisa.

Assim que me sentei, uma tigela flutuou para minha frente logo se enchendo de cereal e leite enquanto um paninho flutuou para a mesa limpando a sujeira que Remus havia causado.

— Você não acha que seu... – Aluado começou, me fazendo cortá-lo.

— Não. – Dei uma colherada em meu cereal, logo o olhando depois de engolir o café da manhã – Cedo demais para desaforos e clichés.

Rabicho gargalhou enquanto Almofadinhas, Pontas e Régulos entravam na cozinha, esse último tinha um olhar desconfiado e um tanto envergonhado. Troquei um olhar com Remus e o mesmo perguntou como se não quisesse nada;

— O que foi, Régulos? – Deu uma colherada em seu café da manhã e arqueou uma sobrancelha, engoli a baba que se formou ao pensar como ele era sexy daquele jeito meio ameaçador, abaixei os olhos para minha tigela tentando ver padrões flutuando no leite, para me tirar dos pensamentos de puxar Remus para algum lugar escuro e beijá-lo até sermos encontrados.

— Hm... Nada, apenas tive um... sonho meio... estranho. – Prendi o riso olhando para Sirius, que tratou de encher sua boca e desviar o olhar para o lado contrário de seu irmão.

— Porque não conta sobre ele? – Dessa vez quem prendeu o riso foi o mais novo de nós, dando de ombros antes de começar;

— Eu sonhei que vocês tinham virado animais, Mione era uma Raposa branca, o que é estranhamente específico – comentou me fazendo sorrir de lado -, Sirius era um cachorro, Pedro era um rato, desculpe por sinal. – Rabicho fez um sinal de “deixa para lá” lento e James estufou o peito perguntando orgulhoso

— E eu? – Régulos mordera o lábio inferior e respirou fundo, logo sorrindo de lado me dando uma estranha visão de Sirius mais novo e com cabelos curtos.

— Você era um veado. – James fechou a cara enquanto todos soltavam altas gargalhadas, Sirius pegou Régulos pelo pescoço o abraçando de lado e bagunçando seus cabelos de modo terno. Sorri larga para aquilo, era bom ver que uma pessoa estava salva.

Eu me preocupava que ele talvez acabasse virando um comensal, já que tudo é muito imprevisível, as chances eram bem pequenas, mas nunca se sabe.

— Era um cervo. – Meu irmão sussurrou para si mesmo ficando com o tipo de vermelho de irritado, sorri de lado e o empurrei com o ombro carinhosamente, fazendo-o me olhar e sorrir levemente, me peguei pensando em Harry. Ele conheceria seu pai, e eu não precisaria de reconhecimento por isso, mesmo que a parte orgulhosa e egocêntrica, Potter, gritasse para que eu berrasse para Deus e o mundo que eu salvaria as vidas de todos.

— E então, Rabicho, o que temos a fazer hoje? – Perguntei vendo a tigela vazia flutuar da minha frente para a pia, começando a se lavar.

— Hm, podemos ir para a pista observar as gatinhas. – Arqueei uma sobrancelha e ele me olhou arqueando ambas as sobrancelhas repetidas vezes, fazendo-me rir. Pedro havia me visto observando Selena Martinez, a monitora que tinha uma queda por mim. Mas ela era bonita, ué. – E depois se quisermos, podemos ir para um fliperama que tem aqui perto. Mamãe é amiga da esposa do dono, ele deu um cartão com fichas ilimitadas.

Todos, exceto eu, franziram as sobrancelhas sem saberem do que Rabicho estava falando.

— Flipe-oquê? – Jay perguntou, fazendo-nos rir.

— Fliperama, sabe, jogos...? – Ele suspirou negando com a cabeça – Vocês vão ver mais tarde.

— Por mim tudo bem. – Sirius disse arrastando a cadeira para se levantar e me levando junto, agarrando minha cintura e me jogando sobre seu ombro, ri surpresa junto aos marotos enquanto Régulos estava corado olhando para minhas pernas.

— Ainda não se acostumou, Reggie? – Perguntei apoiando meu queixo na mão, o olhando debochada. Ele levantou o olhar para mim e vi aquele brilho malicioso novamente, não conseguindo evitar o comparar com Sirius.

— É difícil quando você está sempre em fase de crescimento. – Almofadinhas gargalhou junto a Pedro enquanto James parecia não ter escutado e Remus não parecia ter achado graça, deixando seu rosto impassível.

— Certo, certo. Me larga, Sirius. – Reclamei ao chegarmos na porta da casa de Rabicho, Almofadinhas atendeu meu pedido, porém passou o braço por meus ombros em uma ação quase que natural e eu por sua cintura. Era diferente, pois eu já não era mais tão baixa.

Apertei os olhos por conta do sol forte e olhei ao redor no bairro de Pedro, era um bairro bruxo, mas haviam poucas pessoas nas ruas.

Talvez fosse a época pré-guerra.

Suspirei com isso e seguimos Pedro, em meio a brincadeiras, notei que entramos num bairro trouxa, que já estava mais cheio que o de Pedro.

Haviam jovens sentados nas calçadas, alguns namoravam ou apenas conversavam. Em algum grupo de adolescentes havia uma caixa de som grande e que funcionava a fita.

Régulos arregalou os olhos ao ver um menino passar com skate por nós, se assustando com o objeto e seu uso.

— Ei cara, tá’ olhando para minha mina?! – Ouvimos de um grupo, automaticamente olhei para Sirius, vendo-o com um sorriso arteiro estampado na cara. Suspirei e me virei para os trouxas, eles estavam encostados em um carro.

O cara que gritou tinha o braço ao redor de uma menina qualquer, não era bonita. Não em minha visão, tinha os olhos separados e o nariz de gancho, mas não do estilo de Severo – que chegava até a ser másculo. E eu sabia que Sirius também não tinha achado, apenas estava procurando confusão.

Ao lado dos dois, estava mais um homem. Era mais velho que eu, devia ter seus dezenove anos e era o que Lily chamaria de: “sonho americano e hollywoodiano”. Traduzindo, loiro, alto, ombros largos, óculos escuros, bonito, charmoso, carro conversível e garotas o rodeando.

— Foi mal, cara. É que a sua mina é muito bonita. – Apertei suas costelas em aviso, mas ele apenas fez sorrir para a menina, recebendo um olhar sujo e malicioso em resposta.

— Não acredito, Sirius. Escolhe uma melhor, pelo amor de Deus. – Resmunguei baixinho, mas de algum modo a nariguda escutou e gritou de modo estridente, atraindo atenção do cara ao seu lado:

— O que você disse, sua vaca?! – A olhei entediada e repeti debochada, sentindo uma irritação crescer em meu peito

— Eu disse para ele escolher uma melhor, mas acho que ele não precisa, já que eu estou aqui. – Lhe mandei uma piscadela quando vi suas narinas inflarem de raiva.

— Realmente, você é um otário por olhar para outra com uma mina dessas ao seu lado, cara. – Bingo! Sabia que ele era americano. O sonho hollywoodiano falou de modo irritantemente arrastado enquanto abaixava os óculos e olhava para mim com uma pontada de malicia em seu tom.

— Está vendo, gatinho? Ele vê. – Debochei, fazendo-o rir junto ao namorado da que Sirius tinha encarado. O namorado jogou o resto de cigarro no chão e sorriu de lado para mim, arqueei as sobrancelhas e dessa vez quem perguntou foi James, parecendo um tanto irritado.

— Tá’ olhando para minha irmã, idiota? – Rosnou me fazendo rolar os olhos, antes que o cara pudesse responder, eu me virei arrastando James e Sirius para onde seguíamos antes de sermos parados.

— Não começa, Pontas. Não quero ir para casa e passar o resto das férias no tédio por culpa desse seu ciúme idiota. – Resmunguei o puxando pelo braço e o ouvindo bufar, de longe era possível escutar a estranha brigando com o namorado e eu conseguia sentir olhares fixos em minha nuca. Mas eu não conseguia, e nem queria, descobrir se eram de Remus e Régulos ou se eram do sonho hollywoodiano e do fumante.

Quando chegamos na pista, nos sentamos em um dos bancos, observando as pessoas passarem e conversando.

— Porque esses apelidos? – Régulos perguntou confuso e pasmo enquanto olhava para os meios de locomoção dos trouxa, nós demos de ombros sem realmente uma resposta para aquela pergunta. Eu estava sentada entre os irmãos Black enquanto o resto estava no chão ou em pé.

— Nossos patronos. – Remus disse, vendo que ninguém estava conseguindo uma desculpa.

— Menos o do gato aqui. – Eu disse esticando meu braço e pegando o queixo de Aluado, ele estava atrás do banco, curvado sobre nós, o senti sorrir e deslizei minha mão para longe, estranhando sentir uma barba por fazer começando a crescer.

— Como assim? – O Black mais novo nos olhou confuso e eu ri antes de lhe responder novamente;

— Nossos patronos corpóreos, menos o de Aluado. O apelido dele foi o primeiro, e foi Pedro que deu, dizendo que ele era muito avoado.

— P-patronos C-corpóreos?! – Chiou e nós rimos, não havíamos aprendido em sala. Fora em muitas tentativas por conta da animagia, era preciso para que o animal interior fosse mais focado.

— Não se preocupe, você não terá que aprender tão cedo. – Apertei sua bochecha e pisquei, fazendo-o franzir o cenho de modo frustrado.

— Huh, Neve, não deveria fazer isso. – Arqueei as sobrancelhas para James, e todos – exceto Régulos e eu –, riram.

— E porque não? – Sirius passou o braço por meus ombros e me balançou levemente, como se eu fosse uma boba.

— Oh, Mione. Não fira o ego do meu irmão, por favor. – Dessa vez quem franziu o cenho fora eu

— Como eu apertar a bochecha dele é ferir o frágil ego masculino?

— Significa que você não o vê como uma real ameaça. – Pedro disse enquanto observava umas meninas de longe, dei de ombros.

— Você não me vê como uma ameaça? – Régulos perguntou quase ofendido, o olhei e quis rir ao ver que ele realmente tinha se ofendido

— Deveria? – Provoquei, fazendo os meninos rirem, Régulos apertou os olhos e respirou fundo, antes de me puxar pela nuca em direção a sua boca.

Arregalei os olhos enquanto os meninos se calavam, eu estava surpresa e chocada. Régulos era tímido demais para fazer esse tipo de coisa comigo, acordei em um milésimo de segundo e tomei controle do beijo.

Ele soltou uns “humfs” abafados quando eu o apertei mais contra mim, mas não demorei a soltá-lo rindo junto a Sirius, Pedro e até James.

— Você que deveria vê-la como uma ameaça, maninho. – Sirius disse gargalhando do arfar e do rosto vermelho de seu irmão, dei de ombros convencida.

— Ele que começou.

— Desculpa, Mione. – Réggie disse, enfiando o rosto nas mãos, o empurrei levemente enquanto ria, é claro que ele iria querer se provar, mas qual é, eu era uma Potter.

— Não tem problema, Regs. Você até que não beija mal. – Lhe lancei uma piscadela brincalhona, deixando-o ainda mais constrangido.

— Mas qual dos irmãos é melhor, ham? – Sirius cutucou minhas costelas e eu ri sentindo-me corar ao pensar que eu já havia beijado os irmãos Black.

— Não faça com que eu pareça uma... Uma...

Leoa Sedutora? – Tremi com a fala fria de Remus, mas não por que foi ele que disse ou porque foi fria, mas sim por causa da lembrança daquele jornal.

— Pelo amor de Deus, eu nem peguei tanta gente assim. – Bufei e Pedro arqueou as sobrancelhas para mim descrente

— De nós cinco, você pegou três. Não vai me pegar pois eu não fico com cafajestes e não vai pegar James por motivos óbvios. – Rolou os olhos enquanto meu irmão e eu fazíamos sons de nojo, eca. – Então de quatro, já foram três.

— Isso é um pedido para se tornar o quarto, Rabicho? – Perguntei me arrastando para a ponta de modo malicioso, era uma brincadeira, é claro.

— Eu já disse que não fico com cafajestes. – Imitou Lily, jogando os cabelos imaginários sobre os ombros e empinando o nariz. Claro que nós entendemos sua imitação, era impossível não saber.

— Qual é, eu estou mudando. – Imitei James e fiz o seu gesto de bagunçar os cabelos na nuca de modo exagerado e emitindo sons idiotas, fazendo os meninos rirem e James bufar cruzando os braços.

— Eu não falo desse jeito – Resmungou, fazendo-nos rir de sua voz irritada.

— De qualquer maneira, eu não sou uma leoa sedutora.

— Tá’, continua repetindo que talvez uma hora você passe a acreditar. – Rolei os olhos para Sirius e olhei Régulos novamente.

— Sério, desculpa por não vê-lo como uma “ameaça”, perdão se eu feri seu ego masculino. – Ele deu de ombros e escorregou no banco, ficando quase deitado.

— Não posso te culpar, acho que é por como e quando você me conheceu. – Remus pulou o banco ficando ao lado de Sirius enquanto nós encarávamos Régulos de modo confuso – Eu sou mais novo que você, e quando você me conheceu, eu era extremamente infantil. Acho difícil você me ver de um modo diferente.

— Na verdade, você é e sempre foi mais maduro que o cachorro aqui. – Me encostei em Sirius, fazendo-o rir e me puxar para seu colo enquanto ia para meu lugar, dando lugar para Remus que o empurrava levemente.

— Você está me chamando de criança, Neve? – Abraçou minha cintura enquanto eu rodeava seus ombros e colocava meus pés na pequena vaga que ficara entre nós e Régulos.

— E você não é? – Todos gargalharam enquanto Sirius cutucou minhas costelas.

— Os trouxas são interessantes com essas coisas rodantes. – Régulos observou depois de um bom tempo de conversa, olhando ao redor fascinado. Sorri de lado para isso, prendendo a gargalhada ao escutar “coisas rodantes”

— Realmente... – Seu irmão concordou, notando que James estava muito calado, Almofadinhas apontou para cabeça para Pontas. Acenei a minha em entendimento, escorreguei para o chão e me levantei oferecendo a mão para James, que encarou minha mão estendida de modo vesgo, não prestando atenção.

— Jay. – Ele piscou e me olhou por cima dos óculos, sorri calma e ele aceitou minha mão sendo puxando para cima por mim. – Vamos comprar sorvete para eles, tô’ com vontade de tomar um de chocolate com menta.

— Uhum... – Resmungou e eu ri lhe dando uma cotovelada de leve, me virei para os meninos, logo recebendo as respostas antes de até mesmo perguntar

— Chocolate. – Aluado disse se arrumando no banco

— Morango. – Rabicho arqueou as costas e riu das caras confusas dos irmãos Black

— O que é sorvete? – Perguntaram ao mesmo tempo e eu ri dando as costas para eles e levando James.

Chegamos na sorveteria da esquina, havíamos passado por ela ao ir até a pista, entrei assobiando e me estiquei no balcão, olhando para as opções no cardápio, apenas estava dando mais tempo para James.

— Pergunta logo. – Grunhiu e eu o olhei de lado ainda com o bico do assobio, mas não soprando mais.

— Porque está desanimado? – Ele franziu levemente o cenho, bagunçando a parte detrás de seu cabelo de modo nervoso. Quando ele abriu a boca para começar a falar, foi interrompido por uma voz familiar;

— Potter?! – James e eu viramos para o caixa ao sermos chamados, me engasguei ao ver Joshua ali com uma roupa de sorveteiro.

James me deu tapas nas costas enquanto eu alternava em rir e me engasgar, encarei seu rosto corado e fechado, rindo mais ainda de seu bico.

— Ora, ora o que temos aqui, sorveteiro. – Sibilei me apoiando no balcão, Pontas sorriu de lado achando graça enquanto eu sorria abertamente com o bufar do Monitor da grifinória.

— O que você está fazendo aqui? Isso é um bairro trouxa. – Murmurou irritado e eu olhei para meu irmão, que tinha os braços cruzados e um sorriso vitorioso ao ver que não teria que responder agora.

—  Bem, não sei você, mas geralmente eu vou para sorveterias para tomar sorvete. – Sorri de lado e ele engoliu seco rolando os olhos

— Tanto faz, o que quer? Fala logo.

— Nananão, pergunta direito. – Puxei sua gravatinha e ele estreitou os olhos bufando e deslizando um passo para longe, respirando fundo e botando um sorriso falso.

Ri e apoiei o queixo na mão, esperando as falas seguintes e famosas daquela marca de sorvete

— Olá, como está sendo seu dia? 

— Acabou de ficar melhor. – Respondi sorrindo de modo largo, Joshua trincou os dentes, ainda sorrindo e respirou fundo com os olhos arregalados. Ele parecia querer me matar dolorosamente por ter que falar o resto da frase, que perdia o efeito e ficava vergonhosa com minha resposta

— Que ótimo! Mas sabe o que faria seu dia ficar ainda melhor? O destaque do dia...

— E...? – A parte debaixo de seu olho direito tremeu, lhe dando uma aparência louca, James deixou a gargalhada escapar antes de tapar sua própria boca e rir silenciosamente

hippy huppy! é o sangue de dragão. — Chiou baixinho e eu sorri satisfeita

— Legal, mas eu não queria saber a novidade do dia. – Suspirei e ele respirou fundo fechando os olhos, fazendo James gargalhar abertamente

— Você é incrivelmente detestável, sabe disso, não é? – James se calou na hora e avançou, apoiando ambas as mãos no balcão e se curvando para perto de Joshua

— Repita. – Rosnou e eu rolei os olhos com isso, o puxando e rapidamente ficando a sua frente, fazendo Joshua desviar o olhar assustado e orgulhoso para mim;

— Desc-

— Não se desculpe, eu sou uma pessoa detestável. – Dei de ombros ouvindo Pontas bufar. – Continue com sua opinião sobre mim, por favor.

Fiz os pedidos sentindo o bufar de James em minha nuca, cada um de nós tinha três picolés nas mãos depois que paguei.

— Até a próxima, Carter. – Falei enquanto saía sendo seguida por meu irmão, que resmungava para si mesmo, fazendo-me ter o olhar entediado fixo no caminho que fazíamos

— Sinceramente, você deveria pensar melhor sobre si!

— Uhum – Resmunguei de volta, apressando o passo para os meninos, dei falta de Régulos e arqueei a sobrancelha para Sirius.

Segui seu olhar orgulhoso e abri a boca surpresa ao ver Regs flertando com uma trouxa qualquer sentada na ponta da pista de skate.

— Um Black é um Black. – Remus comentou e eu ri lhe dando seu picolé, enfiei o de amendoim na mão de Sirius e abri o meu enquanto sentava no chão cruzando as pernas em lótus.

Antes de começar a tomar meu sorvete, observei Sirius arregalar os olhos em surpresa, sorri para isso e comecei a tomar o meu de modo calmo enquanto observava o céu, mais uma vez, pensativa.

Tenho estado assim desde o começo do ano, meus músculos tencionavam ao pensar que a guerra tiraria aquela paz e felicidade gostosa. Sabia que não demoraria muito para que meus problemas adolescentes e bestas sobre romance e se meu cabelo estava muito estranho, passaria a ser de se todos os meus amigos estavam vivos ou se eu poderia matar Voldemort.

— Hermione! – James me repreendeu e eu voltei a realidade, o olhando confusa. Tirei o picolé da boca e franzi a cara para ele

— O que foi agora?

— Você estava fazendo os trouxas tropeçarem. – Aluado murmurou piscando diversas vezes e eu olhei confusa ao redor, voltando meus olhos para Sirius em busca de uma resposta;

— Você está dando muitas imaginações aos trouxas em cima das coisas rodantes quando chupa o sorveve desse jeito. – Disse sem rodeio e eu me engasguei com a saliva antes de gargalhar – Sinceramente, acho que estava dando a Aluado também.

Remus corou fortemente, olhando para o outro lado. Sorri maliciosa e lhe mandei uma piscadela quando ele me encarou com o canto do olho, Pedro gargalhou negando com a cabeça.

Depois que Régulos voltou sorrindo de modo malicioso, fomos para o fliperama, enquanto o Black mais novo tomava seu sorvete meio derretido.

Encarei a faixada negra com luzes azuis neon na entrada, entramos olhando ao redor enquanto Pedro ia pegar fichas para nós com o cartão que havia recebido do marido da amiga de sua mãe.

Logo ele voltou enfiando as fichas em nossas mãos, ri e parti para a primeira máquina que vi: A de dança.

Quando estava prestes a colocar uma ficha, alguém colocou antes de mim, olhei indignada para o filha da puta e rosnei ao ver a garota de antes.

— Leyla! – O fumante chiou chegando perto e me olhou envergonhado – Desculpe.

— Tudo bem, gato. Eu sei que deve ser difícil controlar um cachorro raivoso. – Pisquei, ouvindo-a rosnar, sorri maliciosa para seu namorado e passei por ele arrastando minha mão em seu peitoral, vendo-o subir e descer rapidamente com o contato.

Me adiantei para outro jogo qualquer, os pixels eram incômodos, mas bem, eram os anos 70.

***

— Você é uma bosta, Sirius. – Gargalhei o observando jogar pac-man, um dos jogos mais simples dali.

— Ah cala a boca! Se você acha que é tão fácil, porque não tenta? – Resmungou se levantando e apontando para o banco, ri novamente e tomei seu lugar agarrando o joystick começando a jogar.

— Se eu quebrar o recorde você vai ter que ser meu escravo por um mês inteiro. – O senti sorrir malicioso e se apoiar no banco para sussurrar para mim

— Eu faço isso de graça, gata. – Almofadinhas mordiscou minha orelha e eu me encolhi, gargalhando com sua brincadeira.

Não demorou muito para que começassem a se amontoar ao meu redor ao me verem jogar por tanto tempo, eu tinha um sorriso presunçoso em meus lábios, eu sabia. Mas a porra que eu me importava!

— Ela vai quebrar o recorde! – Um menininho de cabelo arrepiado exclamou, fazendo-me aumentar ainda mais meu sorriso.

— Ei!

— Auch! – Resmungos foram ouvidos antes de uma mão empurrar a minha, fazendo o joystick mover diretamente para o fantasma. Todos se calaram enquanto eu trinquei os dentes olhando raivosa para Leyla, que mantinha um sorriso nojento na cara de cavalo. Eu precisava apenas de mais dois segundos para poder quebrar o recorde.

Saltei do banco e fiquei cara a cara com ela, pronta para partir para cima da cachorra. Mas tive uma ideia melhor ao ver seu namorado atravessar a multidão de nerds, sorri para Leyla e andei em passos decididos até seu namorado.

— Qual é seu nome, gato?

— Andrew. – Disse e eu agarrei sua jaqueta de couro

— Olá, Andrew. Eu sou Hermione Potter. – E lhe puxei, subindo na ponta dos pés para lhe beijar, a multidão gritou um “oh” coletivo e eu logo o senti colocar a mão em meu quadril, me puxando para mais perto.

O beijo dele era bom e tinha gosto de menta, por causa do chiclete em sua boca. O tomei para mim e me afastei fazendo uma bola com o mesmo, ela pocou no momento que pisquei para Leyla. Ela urrou de raiva e saiu arrastando Andrew, ele me olhava estático e quase paralisado.

— Leoa Sedutora! – Sirius cantarolou, passando por mim em passos lentos e brincalhões. – Bem, um Potter é um Potter. – Imitou Remus e eu gargalhei com sua acusação.

— Ela mereceu, escravo. – Ele virou e começou a andar de costas para longe de mim, enquanto estalava a língua no céu da boca e mexia o dedo em negação.

Tsc, tsc, tsc nananinanão, Senhorita Neve. – Arqueei uma sobrancelha colocando as mãos no quadril e ele sorriu virando lentamente – Você não quebrou o recorde.

— Pensei que você faria de graça! – Ouvi sua gargalhada de latido e ri pelo nariz, girando nos calcanhares e dando de cara com dois peitorais. Levantei os olhos para Aluado e Pontas, franzindo as sobrancelhas confusa – O que foi agora?

— Você beijou ele! – Aluado acusou frio e eu arqueei ambas minhas sobrancelhas

— Bem observado, Lupin.  – Chiei no mesmo tom e ele pressionou os lábios até formar uma fina linha branca, virei para James e bufei para sua carranca – E você? O que foi?

— Ele fuma! – Rosnou e eu o olhei como se fosse burro

— E? – Meu irmão e Aluado se entreolharam quase indignados, fazendo-me dizer a coisa mais óbvia do mundo – Só porque eu beijei um cara que fuma não significa que eu também sou fumante. Se fosse assim você teria muitos vícios e Remus seria loiro... Mais. – Observei, vendo que Aluado tinha o cabelo castanho claro.

— Mas-

— Desistam, não é como se ela tivesse feito algo que vocês já não fizeram. – Pedro exclamou entre resmungos por causa do jogo, sorri para suas costas

— Te amo, Rabicho! – Ouvi um resmungo concentrado de volta e ri, voltando a olhar desdenhosa para os dois na minha frente. – Mais alguma coisa? Não? Pensei.

Trombei nos dois ao passar entre eles para ir para alguma outra máquina aleatória passar o tempo.

***

Encostei minha testa na porra de vidro da caralha da máquina de bichinhos, tinha uma raposa branca ali dentro e eu precisava daquilo.

Estava tentando a mais de meia hora, e eu sabia que não demoraria muito para que viessem me chamar para voltarmos a casa de Pedro, já que estava quase anoitecendo. Nós nem ao menos almoçamos e eu tinha fome, mas não desistiria! 

Meus pés estavam cheios de bichos de pelúcias, mas nenhum deles era a porra da Raposa com os olhos vermelhos, tentei mais uma vez, não conseguindo pegar nenhum. Suspirei meio que rosnando e fechei os olhos, ouvindo meus ouvidos estalarem.

Eu não estava perdendo dinheiro, mas minha paciência já havia ido embora a quatro tentativas atrás.

— Ajuda? – Uma voz rouca me despertou dos pensamentos raivosos, que acabavam comigo explodindo a máquina e roubando o animalzinho. Olhei para Andrew entediada, dando de ombros. Ele riu e me empurrou levemente, se pondo em meu lugar e enfiando uma ficha na máquina, começando a mexer a garra. Abri minha boca animada quando ele foi em direção da raposa – É esse?

— Sim! – Ele sorriu de lado e eu encarei a raposa presa na garra, arfei quando Andrew a estendeu para mim. – Eu não sei se me sinto agradecida ou irritada por você ter conseguido de primeira. – Andrew riu e eu peguei o bicho de pelúcia, quando pudesse eu trocaria a cor dos olhos para castanhos esverdeados, como os meus.

— Prefiro que fique agradecida. – Riu e eu sorri enquanto apertava a minha versão animal levemente

— Obrigada, Andrew. – Ele sorriu e passou a mão de modo nervoso pelo seu topete estilo bad-boy, que combinava com todo o resto de sua roupa estilo John Travolta no filme, que ainda não havia sido lançado, Grease. Minha mãe Granger assistia o filme constantemente, fazendo-me assistir junto a ela.

— Então, Herm- Está tudo bem eu te chamar Hermione? – Sorri de lado achando fofo sua preocupação com essas coisas bobas.

— Se estiver para você que eu lhe chame de Andrew. – Ele sorriu acenando com a cabeça, me dando uma visão de sua covinha.

— Então, Hermione. Você quer ir, não sei, numa sorveteria ou num boliche algum dia desses... Quem sabe? – Ponderei se valia a pena, bem, todos tínhamos namoricos de verão.

— Eu adoraria, mas eu não vou ficar por muito tempo. Umas semanas, apenas. – Ele entortou a boca e eu me lembrei de Leyla, franzi o cenho confusa – Além de... E Leyla?

Sua dada de ombros foi leve, fazendo sua jaqueta fazer barulho.

— Eu terminei com ela, e não foi culpa sua, por sinal. Eu estava pensando em fazer isso há um tempo, já. – Ri colocando uma parte de meu cabelo atrás da orelha, ele sorriu levemente antes de continuar – Então, que tal irmos para a sorveteria da esquina amanhã de noite, umas sete horas? Está bom para você?

— Está ótimo. – Seu sorriso se alargou e ele acenou com dois dedos enquanto eu me ajoelhava para pegar o resto dos bichos de pelúcia. Teria presente para as meninas, ao menos.

Com todos em meus braços, me virei, vendo Remus do outro lado. Pensei que ele fosse fazer cara feia e virar as costas, me ignorando. Mas ele respirou fundo e colocou um sorriso calmo no rosto.

— Vai sair com ele amanhã? – Até eu reconheci seu tom falsamente calmo, mas apreciei que ele tenha ao menos tentado.

— Sim, vamos na sorveteria que eu comprei os sorvetes! – Ele soltou um longo “hm” e arqueou as sobrancelhas para meus prêmios

— Creio que ele não tenha conseguido todos para você. – Neguei com a cabeça rindo e seguimos para a saída, havíamos concordado em sair antes que ficasse muito escuro.

 Ainda era perigoso para nós, bruxos.

— Só a que eu queria, o resto eu consegui sem querer. Mas bem, darei as meninas.

— Hm. – Alongou o som e eu ri novamente, ele estava irritado, mas se controlava para meu bem. Isso em si era irritante. Pois me fazia amá-lo mais ainda por conta de seus pequenos gestos, tentando fazer meu bem. – E qual você queria? – Meu sorriso aumentou mais ainda com sua tentativa de conversa e por meus interesses, droga Aluado!

— A raposa! – Apontei com o queixo e ele pegou o que estava no topo de todos, o virando nas mãos com um sorriso de ponta de lábios.

— É você, basicamente. Menos os olhos assustadores. – Riu e eu o segui, acenando com a cabeça animada.

— Quando eu puder, irei trocá-los. Prefiro não usar magia fora da escola, agora que o cara de cobra está tomando o ministério e qualquer coisa pode me trazer grandes problemas. – Remus travou no lugar, fazendo-me parar e olhá-lo sobre o ombro – O que foi?

— Ele tomou conta?! – Chiou e eu acenei com a cabeça, voltando a andar com Remus ao meu lado – Como você sabe?

— Eu sei, porque na minha época também foi assim.

— Então... Quanto tempo teve até que a guerra eclodisse? – Sussurrou e eu mordi meu lábio, olhando-o temerosa.

— Não o suficiente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo! Novamente, não há previsão para o próximo capítulo... Vou olhar minhas notas quando tiver coragem, antes vou responder os comentários do capítulo passado!
Notas iniciais, minhas Rainbows!