I Found Love escrita por AnnieSmith


Capítulo 9
Capítulo 8




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Passei o resto do dia sozinha, deitada no sofá a ver televisão. O tempo não convidava a sair, o céu estava nublado ameaçando uma grande descarga de água. Sem carro não poderia visitar os meus avós e os meus pais e o meu irmão só voltariam ao final da tarde. Levantei-me para fazer o almoço, arroz com um bife de frango e regressei ao sofá para almoçar enquanto continuava a ver televisão.

            Quando me fartei da mesma atividade, lembrei-me do caderno de anotações do meu tio, que tinha encontrado ontem na casa dos meus avós. Agora era uma ótima oportunidade para o analisar com calma e, por isso, subi as escadas e dirigi-me para o meu quarto pegando no caderno e também na carta que ainda não tinha lido. Regressei novamente ao sofá. As minhas mãos tremiam um pouco e o meu coração batia um pouco mais rápido, estava nervosa pelo que poderia ler. Optei primeiro pela carta, desdobrei-a e vi a letra impecável que do meu tio.

            “Querida Grace,

            Tenho de fugir. Já não é mais seguro, eles não podem descobrir o que você significa para mim. Ao longo do tempo foi arrecadando mais inimigos, todos querem deitar mão ao que descobri. Não tenho medo de quem me tenta enfrentar, eles é que devem ter receio de mim e de todo o poder que tenho. Porém existe algo porque me preocupo, você. Não lhe posso proteger, não por agora enquanto desconhece da verdade, você é a minha fraqueza e tudo o que mais amo, por isso, o meu distanciamento será a sua salvação, não quero que a usem como moeda de troca.

            Um dia, descobrirá tudo o que tentei esconder todos estes anos, só espero que seja eu a contar-lhe, se não tiver essa oportunidade, por favor, lembre-se que tudo o que fiz foi por você, para que um dia, tenhamos o mundo a nossos pés e depois as estrelas.

            Com amor,

                        Tio William”

            Novamente não sabia como reagir, aquelas cartas não me esclareciam só deixavam com mais dúvidas. O afastamento do meu tio, as suas viagens de trabalho, eram para me proteger daqueles que queriam o que ele descobriu, a fórmula do soro do super soldado? Era provável, era o maior objetivo do meu tio e da Hidra. Mas porque tanto receio, eu só era a sobrinha dele, mas o amor que ele parece sentir aparenta ser mais profundo. Voltei a ler a última frase “… tenhamos o mundo a nossos pés e depois as estrelas.” ele disse o mesmo na última carta, ele quer conquistar o mundo, mas esta enganado se pensa que eu vou alinhar em estar ao seu lado, eu vou ajudar a detê-lo.

            Olhei para o caderno de anotações, não era a esconder informação que iria conseguir pará-lo, mas irei entregar a Steve logo que chegarmos a Nova Iorque. Desfolhei-o para tentar perceber do que se tratava, parecia um diário como também um bloco de notas, tinha um pouco de tudo, texto, desenhos, formulas, fotos. Li uma pequena anotação que estava na segunda folha “amostra de sangue do único portador”, passei para a próxima “força, rapidez, agilidade” e a seguir longas fórmulas incompreensíveis para mim, acompanhada por pequenas anotações que não faziam sentido. Continuei a passar as folhas, algumas estavam em branco, outras repletas de informação, procurei algo de interessante até que parei no meio do caderno. “Ainda vou a meio do caminho, mas sinto que poderei suceder. Só preciso de um laboratório e alguém que acredite que tudo isto seja possível”. Voltei a olhar para as fórmulas e fiquei surpreendida, aquilo era o esboço da fórmula do super soldado. Não parecia estar completa, provavelmente não correu bem a primeira tentativa, mas era um começo e já se passaram tantos anos, meu tio já pode ter descoberto.

            Senti o meu celular a vibrar e vi que recebi uma mensagem de Ellie, combinando a que horas passaria por minha casa, informando que iriasse preparar em minha casa. Guardei novamente o caderno e a carta, não queria me preocupar mais com aquilo, pelo menos hoje. Este assunto vem-me assombrando por semanas e preciso de descansar para que, quando chegasse a Nova Iorque, conseguisse usar todas as minhas forças para finalmente por um ponto final nesta situação.

            A tarde foi passando enquanto me tentava distrair, até que faltava uma hora para a Ellie chegar a minha casa. Meus pais e Arthur já tinham regressado depois de um longo dia de trabalho/escola. Tomei banho, sequei o cabelo e vesti o pijama pois queria que a minha melhor amiga me ajudasse a escolher a roupa que iria usar. Ouvi a porta do andar inferior a ser aberta, ouvi a voz de uma garota e dos meus pais e depois passos a subir a escada. Nem tive tempo para processar pois já estava no chão com o corpo de Ellie em cima do meu.

            – Grace tive tantas saudades suas – disse, me ajudando a levantar.

            – Eu também Ellie, mas não era preciso isto tudo – disse rindo a abraçando.

            – Eu já não lhe vejo há cinco meses, por isso, sim era necessário este reencontro. Vamos começar a vestir.

            Assenti e começamos a preparar-nos, enquanto conversávamos de vários assuntos e ríamo-nos imenso. Já tinha saudades de estar na presença dela, tinha amigas em Nova Iorque, mas não era o mesmo à-vontade que tinha com Ellie, o à-vontade e a confiança que fomos construindo por anos. Vesti umas calças pretas, uma blusa e um casaco quente e calcei umas botas e depois a Ellie fez a minha maquilhagem. Descemos recebendo vários elogios dos meus pais e vi alguns olhares de Arthur para a morena ao meu lado, bastei olhar feio para meu irmão que logo parou. Jantamos em minha casa e depois fomos para o carro. Ao sentar lembrei-me de Steve, só esperava que este não descobrisse que tinha saído de casa.

            Passamos o resto da viagem a conversar, enquanto tentava não demonstrar a minha preocupação a Ellie. Em vinte minutos chegamos a Cambridge, saímos do carro e deslocamo-nos para o bar universitário muito frequentado pelos estudantes da universidade de Cambridge, em qual Ellie estudava tirando o curso de história. Percebi que estávamos a caminhar em direção a um grupo de três garotos e uma garota que estavam a conversar alegremente em frente do bar. Ao chegar perto destes Ellie cumprimenta com um abraço a cada um e depois apresenta-me.

            – Esta é a Grace, minha melhor amiga que eu tanto vos falo. Grace, estes são os meus colegas/amigos de turma. Vou deixar que estes se apresentem – disse.

            – Bem eu começo – disse a garota – meu nome é Jessie, muito prazer- disse estendendo-me a mão para cumprimentar. Ela era de estatura baixa, morena e tinhas olhos azuis.

            – Eu sou o Jacob – disse estendendo a mão como Jessie fez.

            – Peter, prazer – disse outro garoto.

            – E, por fim, mas não menos importante Liam – apresentou-se o último rapaz fazendo-me rir.

            – É um prazer conhecer-vos – disse-lhes.

            – Vamos para dentro? Tenho sede – disse Jacob.

            Concordamos e caminhamos para dentro do bar. Estava cheio de estudantes, a conversar em rodas de amigos, a rir-se alto enquanto bebiam. Outros enchiam o centro do bar dançando enquanto passava uma música animada, era um bom ambiente, cheio de energia e diversão. Dirigimo-nos ao bar e um dos amigos de Ellie pagou-me uma bebida e ficamos em pé a conversar uns com os outros, a conhecê-los melhor e eles a mim. Mais tarde, fui agarrada por Ellie e Jessie para a pista enquanto os garotos ficavam com os nossos casacos e bolsas. Estava a adorar dançar com estas, no meio de pessoas que não me conheciam, a cantar alto enquanto ria-me de Ellie a dançar. Ficamos uns bons minutos a dançar, tirámos umas fotos, mas estava a ficar com sede então dirigi-me até aos garotos que tinham ficado com a minha carteira.

            – Já se cansou de dançar? – perguntou Peter.

            – Não! Estava a ser tão divertido, mas tenho sede então vou comprar alguma bebida – respondi.

            – Se quiser, o Liam vai com você – disse Jacob, pela forma que ele disse parecia que estava a tirar o amigo para cima de mim. Ri-me e concordei.

            Dirigi-me para o bar sendo seguida por Liam e pedi uma bebida. Este começou a falar sobre o bar e como o ambiente estava animado e eu concordei fazendo alguma observação qualquer. Depois de receber a minha bebida começávamos a conversar.

            – Então você estuda em Nova Iorque? – perguntou.

            – Sim, porém as aulas estão suspensas agora – respondi.

            – Por causa do ataque? – perguntou e eu assenti – Você viu algum vingador, ou algum daqueles monstros? – fez novamente uma pergunta, pela sua cara e a sua animação parecia que gostava do assunto.

            – Sim, eu presenciei o ataque, mas não queria falar muito sobre isso – disse, não me sentia a vontade de falar do tema ainda por cima com uma pessoa que não conhecia, por isso, tentei mudar o assunto para não ser desagradável – me fale sobre você, a Ellie já contou várias coisas sobre mim, mas eu não sei quase nada sobre vocês.

            – Desculpe-me não sabia que era um assunto delicado, eu fiquei bastante curioso sobre o ataque. Bem, sou do norte de Londres, mas agora moro na residência da universidade, a minha cor favorita é verde – disse e ri-me pela informação.

            – A minha é azul – disse.

            – Combina com você – falou, me fazendo corar.

            Liam era engraçado, tive uma ótima impressão dele, era bonito, alto, loiro com olhos de chocolate. Abri a boca para lhe fazer uma pergunta, mas rapidamente está se fechou depois de ouvir a última voz que queria escutar neste momento.

            – Grace – disse ele, provocando-me um arrepio

            Virei-me para a pessoa que estava atrás de mim. A sua expressão era séria, podia ver raiva nos seus olhos, não estava nem um pouco contente por me ver ali. Arranjei um grande problema e não sabia como sair dele.


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