I Found Love escrita por AnnieSmith


Capítulo 15
Capítulo 14




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— Já contactei o Fury. Ele quer conversar com você – disse Steve entrando novamente no meu apartamento.

                - Quando? – perguntei ainda virada para a janela observando o céu escuro.

                - O mais rápido possível. Grace – chamou-me – você sabe que se a S.H.I.E.L.D considerar o seu palpite uma boa hipótese iram utilizá-la para capturar o seu tio, mesmo que seja perigoso para si. Eles vão tentar convencê-la a ir aquele prédio.

                - Eu sei Steve – virei o meu corpo em sua direção, os seus olhos azuis fitavam-me com preocupação – mas também sei que se tiver certa, podemos finalmente encontrar meu tio. E mesmo que isso não seja possível, talvez consiga arrancar-lhe algumas informações.

                - Mesmo que ele apareça nunca o iremos capturar Grace! – exclamou – O seu tio é bastante perspicaz, está sempre passos à frente da organização, nunca permitirá que isso aconteça. Não quero que se arrisque.

                - Não importa o quanto adie Steve! – exclamei também – Um dia o meu tio vai conseguir chegar até mim ou até alguém que esteja contra ele e me tente usar como moeda de troca. Se temos uma chance agora…podemos fazer com que isso não aconteça. Se tenho nas minhas mãos a chave para o fim de um problema, mesmo que não resulte a nosso favor, quero tentar antes que aconteça algo pior.

                - Eu, a S.H.I.E.L.D, iremos protegê-la, mas de longe, se o seu tio notar que há alguém no prédio para além de si, não irá aparecer. E se ele for estará desprotegida.

                - Tenho a certeza de que o diretor Fury irá encontrar alguma solução para esse problema. Também só irei tomar a minha decisão após ter ouvido o que ele tem a dizer sobre este assunto.

                - Mas Grace…– falou Steve.

                - Capitão a decisão é minha e sei que você não a quer desrespeitar.

                - Não vou conseguir fazê-la mudar de ideias?

                - Não Steve.

                O silêncio instalou-se no apartamento, nenhum dos dois sabia o que dizer, o assunto estava arrumado. Dirigi-me ao balcão em que estava o prato com o meu bife grelhado que naquele momento já estava frio. Coloquei-o no micro-ondas e virei-me para Steve.

                - Quer que vá embora? – me perguntou.

                - Pode ficar se quiser. Eu já fiz o meu jantar, mas posso fazer alguma coisa para si – respondi.

                - Sabe cozinhar bem? – perguntou com um breve riso, desanuviando um pouco a tensão que existia.

                - Não sou uma cozinheira profissional, mas sei fazer algumas coisas. Ajuda-me? – perguntei lhe estendendo uma panela com um sorriso.

                A noite passou-se rapidamente como a manhã do dia a seguir. Não tinha aulas, mas o estágio começava às 2:00 da tarde, por isso, almocei e vesti-me para o resto do dia que tinha em frente. Seria hoje que conversaria com o diretor Fury, tinha ficado acordado que viria a minha casa por volta do meio dia e estava neste momento à espera que o som da campainha suasse pelo apartamento. Steve não iria estar presente pois tinha assuntos para tratar, mas o diretor também preferia que conversássemos em privado. Estava nervosa, por várias razões, por todo este problema que não parecia ter fim. Levantei-me quando ouvi o som estridente da campainha e abri a porta. No outro lado estava o diretor Fury, com a mesma expressão da primeira vez que o vi, um breve sorriso no seu rosto, mas a seriedade no seu único olho visível.

                - Boa tarde senhorita Smith – disse.

                - Boa tarde diretor Fury, por favor, entre – disse, dando-lhe espaço para passar na porta.

                Dei a indicação para nos sentarmos no sofá e perguntei se queria beber alguma coisa recebendo um “não” e um “muito obrigado” como resposta. Olhei para o diretor, sem saber como começar a conversa e este ao entender a minha situação falou:

                - Não podemos nos alongar muito na nossa conversa, já que é um assunto bastante importante e a senhorita terá de sair daqui a pouco. Me conte o porquê de achar que o seu tio poderá aparecer naquele prédio.

                - Eu não tenho a certeza senhor, tudo isto é uma hipótese – desabafei – nas cartas que o meu tio escreveu ele refere-se sempre que vamos conquistar o mundo e as estrelas. Mas na última carta foi diferente, ele acha que serei eu a me encontrar com ele, não o contrário e ele refere-se a um prédio. O prédio em que foi entregue da carta à pessoa que me veio trazer à minha caixa de correio é bastante utilizado pelos alunos de fotografia da minha universidade, porque à noite conseguem capturar imagens incríveis noturnas da cidade. Tudo isto parece ser coincidência a mais, como se todos os pormenores me levassem a entender que meu tio vai aparecer à noite naquele prédio.

                - É uma boa hipótese senhorita Smith. O seu tio é bastante inteligente e fez disto tudo uma enorme charada. No meu ver, ele espera uma reação sua, se irá ou não ao seu encontro. O porquê de ele fazer isto, não o sei porque ele sabe que a S.H.I.E.L.D estará lá e com um bom plano o conseguiremos prender, ele tem a noção do perigo que corre. O que a senhorita está disposta a fazer?

                - Eu…- disse reticente- eu quero tentar, quero ir àquele prédio, ver se isto tudo não é só uma coincidência, quero que o meu tio seja capturado antes que consiga fugir do país e coisas piores aconteçam, quero saber toda esta verdade que ele esconde.

                - A senhorita tem a consciência do perigo que enfrenta, certo? A organização estará lá, mas tudo pode acontecer.

                - Eu sei disso…

                - Faremos de tudo para a proteger, agora só falta elaborar um plano. Quando tudo estiver definido a contactaremos. Lembre-se, a sua coragem está a salvar o mundo das ambições do seu tio e da Hidra.

                - Quando acha que tudo vai acontecer? – perguntei.

                - Ainda hoje, senhorita Smith – respondeu.

                - Acha que ele irá aparecer esta noite?

                - Não importa se é hoje, amanhã ou para a semana. O seu tio sabe todos os seus passos, ele perceberá a sua intenção - respondeu dirigindo-se para a porta fechando-a. O medo começou a preencher o meu corpo, medo do que poder-me-ia acontecer, lágrimas caiam-me no meu rosto, mas limpei-as rapidamente. Se queria ultrapassar aquilo teria de ser forte e não deixar que o medo me vencesse e, mesmo sozinha, Steve estaria por perto.

— Horas depois -

                - Grace, você tem a certeza? Ainda pode desistir desta loucura – disse Steve pela vigésima vez tentando me convencer a não participar naquele plano.

                - Sim Steve, a minha resposta mantém-se igual às outras vinte – respondi tentando mostrar que estava convicta na minha decisão. Olhei-me no espelho que tinha no meu quarto, os meus olhos mostravam o medo que sentia, mas aconselharam-me a escondê-lo, seria mais fácil se eu mostrasse que estava tranquila. Fechei o zipe do meu casaco, escondendo o colete à prova de balas e coloquei o cabelo de forma a esconder as minhas orelhas que continham o intercomunicador.

                - Acha que é mesmo necessário o colete? – perguntei a Steve.

                - Não sabemos o que poderá acontecer, o quanto mais estiver protegida melhor. Você tem noção do risco que está a correr desnecessariamente, certo?

                - Eu sei que corro risco Steve, mas você sabe também que meu tio só irá aparecer por minha causa. Sem mim a S.H.I.E.L.D não tem hipótese, se não, já o tinham o apanhado.

                - Desisto de tentá-la convencer – disse – está na hora, pronta? – perguntou.

                - Sim – aquele foi o sim mais mentiroso que disse na minha vida, lágrimas queriam descer pela minha face, mas tentei logo com que elas desaparecessem. Steve olhava para mim com um semblante triste, mas naquele momento ele não poderia fazer nada.

                - Não faça nada de precipitado, mantenha a calma. Se entrar no prédio, espere cerca de dois minutos, se ninguém aparecer lá, saia o mais rápido possível. Se o seu tio aparecer, tente ter uma conversa calma e consiga com que ele fale muito para que ele se distraia para que as forças da S.H.I.E.L.D se consigam aproximar. Tente não estar muito próximo, mantenha distância. Qualquer tentativa do seu tio contra si terá logo agentes a disparar contra ele. Tudo vai correr bem-disse numa forma para me tranquilizar e a ele próprio.

                Abracei-o forte sendo logo envolvida pelos seus braços. Aquele abraço fez com que uma onda de coragem invadisse o meu corpo, soltei-o, dei um pequeno sorriso e sai do meu apartamento. Após sair do prédio, Steve iria ter com Fury que estaria no centro das operações perto do prédio. Todo o meu trajeto seria vigiado por agentes da organização. Iria de táxi e depois caminharia cerca de dois minutos. Tudo isto passou bastante rápido e quando dei por mim já estava em frente às portas do prédio.

                 Olhei em volta e a rua estava bastante movimentada. Ouvi pelo intercomunicador um “Força” e “tenha cuidado” vindo de Nick Fury respirei fundo e entrei. Aquele prédio era utilizado como escritórios de empresas e pessoais, mas mantinham aberto até à meia noite por causa dos alunos de fotografia e à aquela hora ainda havia pessoas que estavam lá a trabalhar, o que fez com que ficasse um pouco mais relaxada. Fui até à rececionista mostrando o meu cartão da universidade, só deixavam entrar alunos que fossem da faculdade de Belas Artes. Dirigi-me até o elevador, sabia que não era muito seguro, mas não poderia subir vinte andares pelas escadas, então tinha de me sujeitar a aquele perigo. A viagem de elevador parecia que nunca mais terminava e a cada andar o medo e a ansiedade aumentavam.

                Cheguei ao último andar, que era o que dava acesso para o topo do prédio. À minha frente tinha um corredor vazio que dava a uma porta que seria para o exterior. “Grace, não está ninguém lá fora é melhor você sair daí” ouvi Steve, mas logo o diretor Fury falou “Vá na mesma senhorita Smith, o seu tio pode só aparecer quando estiver na sacada”. Caminhei em passos lentos até ao exterior e abri a porta sendo logo rodeada por uma incrível paisagem da cidade, uma dualidade entre a terra, com os seus prédios iluminados e o seu escuro com as suas estrelas cintilantes. Caminhei até o meio da sacada virando a cabeça para os lados para ter a confirmação que estava sozinha. Pelo auscultador ouço o diretor pedindo para esperar cerca de dois minutos, quando o tempo acabasse e se meu tio não se aparecesse, para ir embora.

                A batida do meu coração ficava mais rápida e mais alta a cada segundo que passava, contava interiormente os segundos desejando que o tempo voasse para poder ir embora daquele sítio. Porém, quando chego ao segundo cinquenta e dois, oiço uma voz, uma que já não ouvia há muito tempo.

                - Eu sabia que viria, Grace.


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