Escuridão. escrita por Elizabeth Watson
Notas iniciais do capítulo
Eu sei, faz séculos que não posto. Estou com alguns problemas aqui e está meio que afetando a minha escrita, e eu também estou estudando a tarde e tenho várias coisas pra fazer de manhã e a noite luto MMA, então minha programação de escrita fica toda pro fim de semana, por tanto as atualizações vão se tornar algo mensal, ok? Desculpa.
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Bem, vamos lá:
— O que você quer dizer?
— São diários de caça, não são?
— Sim...
— Pois então, acho que vamos ter que caçar. - Um olhar de confusão passou pela adolescente.
— Como assim caçar? Você quer que a gente cace essa coisa?
— Nós achamos estes diários por uma razão, não acha?
A ruiva deu uma risada fraca.
— Você acredita em destino, Mike?
— Sim. – O garoto respondeu convicto, mantendo o olhar firme para a namorada. – A ideia de que tudo é questão de acaso, e que nada é certo, me assusta pra caralho, Bella.
A garota suspirou e enrolou o diário num cachecol azul escuro.
— Depois nós conversamos sobre isso, Mike.
— Ei! – Michael disse franzindo o cenho. – Esse não é o cachecol que eu tinha perdido?
Bella sorriu de lado.
— Quer dizer o cachecol que você esqueceu no meu quarto quando teve que sair correndo no meio da madrugada?
Ele sorriu.
— Então foi lá que deixei? Eu devia ter me tocado. Tem mais alguma coisa minha por lá?
— Não, era só isso. Mas se você quiser, quando você melhorar, você pode esquecer algumas outras coisas no meu quarto de novo.
O garoto sorriu e se esforçou um pouco para levantar o tronco e conseguir beijar a namorada. O cheiro do perfume da garota o acalmava.
— Michael? – A enfermeira da noite passada entrou no quarto e os adolescentes logo se separaram. – Desculpa interromper, mas um policial quer falar com você.
— Ele está armado? – Michael perguntou imediatamente, não conseguindo interromper-se antes de falar.
— Eu creio que sim, já que esse é um objeto usado no trabalho dele. Quer recebê-lo? Se não quiser posso dizer que você está muito cansado, já que teve uma noite difícil.
— Não, não. – aprontou-se em dizer. – Pode mandar entrar. Mas por favor, peça pra ele deixar a minha namorada ficar aqui comigo. – Agarrou forte a mão de Bella. A garota olhou-o levemente confusa, mas não disse nada.
— Tudo bem, querido.
A enfermeira saiu. Bella aprontou-se em dizer antes que o policial entrasse.
— Por que você me quer aqui, Mike? Qual o problema?
Michael olhou-a inseguro por um breve momento, revezando o olhar entre os olhos verdes da garota e a porta.
— Eu te falo depois. Agora não dá.
O policial entrou. A boca de Michael secou ao ver a pistola na cintura do homem.
— Bom dia, Michael. – Cumprimentou-o com um aperto de mão e depois se dirigiu à Bella. - Bom dia, senhorita. Estou aqui para saber o que aconteceu na noite passada, Michael. Por que você estava andando pelo bosque àquela hora?
— Era só um atalho para a minha casa. Estava escurecendo e eu queria chegar logo.
— Uhum. É a segunda vez que você entra lá, não? Da última vez você até prestou uma queixa, alegando que havia uma garota lá.
O garoto suspirou.
— Sim, mas não tenho mais certeza do que vi naquela noite, senhor. E o que aconteceu ontem... Eu só queria chegar cedo na minha casa, mas tive um ataque de pânico.
— Um ataque de pânico? – O policial perguntou, encarando Michael. Parecia saber que o garoto estava incomodado, e que estava escondendo alguma coisa.
— Sim.
— Por que você teve um ataque de pânico, Michael?
— Ok, quer saber? Acho que ele está um pouco cansado. – Bella intrometeu-se, percebendo o olhar do policial. – Ele precisa descansar. Teve uma noite bem difícil.
— Compreendo. – Disse. – Quero te ver de novo quando você receber alta. Procure-me na delegacia quando melhorar. – Deu ao garoto um cartão. Seu sobrenome era Jones. – Melhoras.
— Obrigado. Eu vou procurar, sim.
O policial saiu, fechando a porta. Bella olhou para Michael no mesmo instante.
— Mike, qual o problema?
— Ele estava armado. – Michael disse.
— É claro que estava! Ele usa isso no trabalho! Qual o problema dele usar uma arma?
— Não gosto de armas.
— Você nunca viu uma arma na vida, Michael! – Bella disse, e percebeu o olhar do namorado. – Amor, o que você não está me contando?
Michael suspirou, sentindo lágrimas tomarem conta de seus olhos.
— Eu tinha cinco anos. Ouvi um estrondo na frente de casa e sem pensar eu só corri para fora. Minha vizinha, a Katherine, havia sido baleada no peito e o assaltante ainda estava apontando a arma pra ela... Até que ele me viu. Ele colocou a arma na minha cara e me mandou ficar quieto, não contar para ninguém. Bom, eu nunca contei.
O garoto olhou para a namorada, que tapava a boca com as mãos, parecendo chocada. Ele deu um sorriso triste e a ruiva atirou-se nele, abraçando-o forte.
— Desculpe amor. Eu não fazia ideia. – Ela disse.
— Ninguém fazia, vulcão ativo. Nem meus pais sabem disso. Você é a única que sabe.
Bella beijou-o. Lágrimas escorriam pelos rostos de ambos.
— Eu não vou contar para ninguém se você não quiser, ok?
— Obrigado. Posso te pedir uma coisa?
— Qualquer coisa, Mike.
— Você pode ver com aquela enfermeira quando eu vou receber alta?
— Tá bom. Já volto. - A garota saiu.
Michael olhou de novo para os arranhões em seu peito, lembrou-se da dor pungente que sentiu na noite anterior. Parecia que estavam tentando arrancar seu coração fora, como se estivessem serrando suas costelas e fervendo seu sangue. Ele gostaria de saber o que diabos fora aquilo, e mais ainda: se ele corria risco de vida até mesmo dormindo.
Bella retornou e ele voltou o olhar para a namorada. Nem ao menos fazia muita questão de saber quando receberia alta, só queria admirá-la e observar os cabelos de lava laranja agitando-se conforme ela se virava para fechar a porta.
— Você vai ter alta no fim da tarde.
O garoto suspirou.
— Vou ter que ficar o dia inteiro aqui?
— Você está em observação, Mike. Querem ter certeza que seu coração está bom. Você também vai fazer alguns exames.
— Eu preferia ir embora.
— Michael, o que você teve foi sério.
— Ah, jura? Acho que fui eu que senti como se estivessem jogando soda caustica no meu peito, não?
— Eu sei Mike, mas eles acham que você pode ter isso de novo. E Deus me livre você ter isso fora daqui.
— Estou começando a achar que Deus está de brincadeira com a nossa cara, Bella.
A luz do quarto piscou três vezes. Os adolescentes fingiram não perceber.
— Também estou achando. Ou que nossos anjos da guarda estão fazendo péssimos trabalhos.
A luz piscou mais. Eles continuaram ignorando.
— Com certeza. – Comentou Michael. – Nossos anjos da guarda estão fazendo trabalhos terríveis.
Um homem meio parecido com Michael, de olhos azuis, trajando terno e gravata, passou em frente ao quarto. Ele olhou nos olhos do garoto e foi como se alguém dissesse em sua cabeça para parar de falar aquilo. Naquele momento a luz enlouqueceu e explodiu.
Enfermeiros vieram às pressas até o quarto e o homem encarou Michael uma última e intensa vez.
“Você foi avisado”, sibilou e depois sumiu entre os corredores.
...
Michael foi liberado no final da tarde. Nenhum problema com seu coração, segundo os exames. Bella conseguiu a autorização dos pais para ficar na casa de Michael até as dez da noite, e depois, seus pais a buscariam. Os dois queriam subir para o quarto de Michael e ficar lá deitados na cama, mas os pais do garoto não permitiam, então tiveram de ficar no sofá, assistindo Arrow no Netflix e comendo alguns salgadinhos.
— Amor? – Michael disse.
— Sim?
— Você viu aquele cara passando no corredor do hospital, na hora que a lâmpada do quarto explodiu?
— Que cara?
— Um cara parecido comigo, de olhos azuis e terno e gravata. Ele ficou olhando pra mim.
— Olhando como?
— Como se estivesse, não sei... Me ameaçando.
Bella se endireitou e pausou a série.
— Como assim te ameaçando?
— Na hora que a luz explodiu ele disse: “você foi avisado”.
A garota engoliu em seco.
— Avisado sobre o quê?
Michael suspirou.
— Não tenho certeza, mas quando ele me olhou, parecia que não estava gostando sobre o que estávamos falando sobre os anjos.
— Tem alguma coisa errada.
Eles escutaram uma buzina e o celular de Bella apitou. Seus pais estavam esperando-a na frente da casa.
— Tenho que ir. Fica bem. Amanhã nós conversamos direito sobre isso, ok?
— Ok.
Eles se beijaram e o garoto acompanhou-a até a porta. Deu um oi para os sogros e voltou para dentro, desligando a TV e indo até o quarto.
Um livro aberto repousava na cama de Michael.
Ele não fazia ideia de que livro era aquele, mas um parágrafo estava grifado:
Se um espírito decide ficar no mundo dos vivos mesmo após seu último suspiro, acaba ficando mais violento conforme o tempo. Às vezes, sua forma pode se alternar entre sua aparência em vida e a do cadáver. Para libertar um espírito de seu ciclo infernal, deve-se salgar o corpo, pois o sal é o mineral puro da Terra, que não permite que a o solo seja fértil, e depois queimar os restos mortais. O sal e o ferro servem, também, para repelir tais espíritos.
A cruz Ankh gelou o peitoral arranhado de Michael.
Como aquele livro havia parado ali, ele não sabia, mas de uma coisa estava certo: quem seria caçado agora seria a garota da floresta.
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Bem, é isso. O que estão achados?
Quem vocês acham que é aquele homem que ameaçou o Michael?
O que vocês acham que foi aquilo no peito dele?
Quem deixou aquele livro na cama dele?
Me deem suas opiniões. Beijão.