Escuridão. escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 6
Capítulo 6.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, faz séculos que não posto. Estou com alguns problemas aqui e está meio que afetando a minha escrita, e eu também estou estudando a tarde e tenho várias coisas pra fazer de manhã e a noite luto MMA, então minha programação de escrita fica toda pro fim de semana, por tanto as atualizações vão se tornar algo mensal, ok? Desculpa.
Último capítulo: https://fanfiction.com.br/historia/644073/Escuridao/capitulo/5/
Bem, vamos lá:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644073/chapter/6

— O que você quer dizer?

— São diários de caça, não são?

— Sim...

— Pois então, acho que vamos ter que caçar. - Um olhar de confusão passou pela adolescente.

— Como assim caçar? Você quer que a gente cace essa coisa?

— Nós achamos estes diários por uma razão, não acha?

A ruiva deu uma risada fraca.

— Você acredita em destino, Mike?

— Sim. – O garoto respondeu convicto, mantendo o olhar firme para a namorada. – A ideia de que tudo é questão de acaso, e que nada é certo, me assusta pra caralho, Bella.

A garota suspirou e enrolou o diário num cachecol azul escuro.

— Depois nós conversamos sobre isso, Mike.

— Ei! – Michael disse franzindo o cenho. – Esse não é o cachecol que eu tinha perdido?

Bella sorriu de lado.

— Quer dizer o cachecol que você esqueceu no meu quarto quando teve que sair correndo no meio da madrugada?

Ele sorriu.

— Então foi lá que deixei? Eu devia ter me tocado. Tem mais alguma coisa minha por lá?

— Não, era só isso. Mas se você quiser, quando você melhorar, você pode esquecer algumas outras coisas no meu quarto de novo.

O garoto sorriu e se esforçou um pouco para levantar o tronco e conseguir beijar a namorada. O cheiro do perfume da garota o acalmava.

— Michael? – A enfermeira da noite passada entrou no quarto e os adolescentes logo se separaram. – Desculpa interromper, mas um policial quer falar com você.

— Ele está armado? – Michael perguntou imediatamente, não conseguindo interromper-se antes de falar.

— Eu creio que sim, já que esse é um objeto usado no trabalho dele. Quer recebê-lo? Se não quiser posso dizer que você está muito cansado, já que teve uma noite difícil.

— Não, não. – aprontou-se em dizer. – Pode mandar entrar. Mas por favor, peça pra ele deixar a minha namorada ficar aqui comigo. – Agarrou forte a mão de Bella. A garota olhou-o levemente confusa, mas não disse nada.

— Tudo bem, querido.

A enfermeira saiu. Bella aprontou-se em dizer antes que o policial entrasse.

— Por que você me quer aqui, Mike? Qual o problema?

Michael olhou-a inseguro por um breve momento, revezando o olhar entre os olhos verdes da garota e a porta.

— Eu te falo depois. Agora não dá.

O policial entrou.  A boca de Michael secou ao ver a pistola na cintura do homem.

— Bom dia, Michael. – Cumprimentou-o com um aperto de mão e depois se dirigiu à Bella. - Bom dia, senhorita. Estou aqui para saber o que aconteceu na noite passada, Michael. Por que você estava andando pelo bosque àquela hora?

— Era só um atalho para a minha casa. Estava escurecendo e eu queria chegar logo.

— Uhum. É a segunda vez que você entra lá, não? Da última vez você até prestou uma queixa, alegando que havia uma garota lá.

O garoto suspirou.

— Sim, mas não tenho mais certeza do que vi naquela noite, senhor. E o que aconteceu ontem... Eu só queria chegar cedo na minha casa, mas tive um ataque de pânico.

— Um ataque de pânico? – O policial perguntou, encarando Michael. Parecia saber que o garoto estava incomodado, e que estava escondendo alguma coisa.

— Sim.

— Por que você teve um ataque de pânico, Michael?

— Ok, quer saber? Acho que ele está um pouco cansado. – Bella intrometeu-se, percebendo o olhar do policial. – Ele precisa descansar. Teve uma noite bem difícil.

— Compreendo. – Disse. – Quero te ver de novo quando você receber alta. Procure-me na delegacia quando melhorar. – Deu ao garoto um cartão. Seu sobrenome era Jones. – Melhoras.

— Obrigado. Eu vou procurar, sim.

O policial saiu, fechando a porta. Bella olhou para Michael no mesmo instante.

— Mike, qual o problema?

— Ele estava armado. – Michael disse.

— É claro que estava! Ele usa isso no trabalho! Qual o problema dele usar uma arma?

— Não gosto de armas.

— Você nunca viu uma arma na vida, Michael! – Bella disse, e percebeu o olhar do namorado. – Amor, o que você não está me contando?

Michael suspirou, sentindo lágrimas tomarem conta de seus olhos.

— Eu tinha cinco anos. Ouvi um estrondo na frente de casa e sem pensar eu só corri para fora. Minha vizinha, a Katherine, havia sido baleada no peito e o assaltante ainda estava apontando a arma pra ela... Até que ele me viu. Ele colocou a arma na minha cara e me mandou ficar quieto, não contar para ninguém. Bom, eu nunca contei.

O garoto olhou para a namorada, que tapava a boca com as mãos, parecendo chocada. Ele deu um sorriso triste e a ruiva atirou-se nele, abraçando-o forte.

— Desculpe amor. Eu não fazia ideia. – Ela disse.

— Ninguém fazia, vulcão ativo. Nem meus pais sabem disso. Você é a única que sabe.

Bella beijou-o. Lágrimas escorriam pelos rostos de ambos.

— Eu não vou contar para ninguém se você não quiser, ok?

— Obrigado. Posso te pedir uma coisa?

— Qualquer coisa, Mike.

— Você pode ver com aquela enfermeira quando eu vou receber alta?

— Tá bom. Já volto. - A garota saiu.

Michael olhou de novo para os arranhões em seu peito, lembrou-se da dor pungente que sentiu na noite anterior. Parecia que estavam tentando arrancar seu coração fora, como se estivessem serrando suas costelas e fervendo seu sangue.  Ele gostaria de saber o que diabos fora aquilo, e mais ainda: se ele corria risco de vida até mesmo dormindo.

Bella retornou e ele voltou o olhar para a namorada. Nem ao menos fazia muita questão de saber quando receberia alta, só queria admirá-la e observar os cabelos de lava laranja agitando-se conforme ela se virava para fechar a porta.

— Você vai ter alta no fim da tarde.

O garoto suspirou.

— Vou ter que ficar o dia inteiro aqui?

— Você está em observação, Mike. Querem ter certeza que seu coração está bom. Você também vai fazer alguns exames.

— Eu preferia ir embora.

— Michael, o que você teve foi sério.

— Ah, jura? Acho que fui eu que senti como se estivessem jogando soda caustica no meu peito, não?

— Eu sei Mike, mas eles acham que você pode ter isso de novo. E Deus me livre você ter isso fora daqui.

— Estou começando a achar que Deus está de brincadeira com a nossa cara, Bella.

A luz do quarto piscou três vezes.  Os adolescentes fingiram não perceber.

— Também estou achando. Ou que nossos anjos da guarda estão fazendo péssimos trabalhos.

A luz piscou mais. Eles continuaram ignorando.

— Com certeza. – Comentou Michael. – Nossos anjos da guarda estão fazendo trabalhos terríveis.

Um homem meio parecido com Michael, de olhos azuis, trajando terno e gravata, passou em frente ao quarto. Ele olhou nos olhos do garoto e foi como se alguém dissesse em sua cabeça para parar de falar aquilo. Naquele momento a luz enlouqueceu e explodiu.

Enfermeiros vieram às pressas até o quarto e o homem encarou Michael uma última e intensa vez.

“Você foi avisado”, sibilou e depois sumiu entre os corredores.

                                                                       ...

Michael foi liberado no final da tarde. Nenhum problema com seu coração, segundo os exames.  Bella conseguiu a autorização dos pais para ficar na casa de Michael até as dez da noite, e depois, seus pais a buscariam. Os dois queriam subir para o quarto de Michael e ficar lá deitados na cama, mas os pais do garoto não permitiam, então tiveram de ficar no sofá, assistindo Arrow no Netflix e comendo alguns salgadinhos.

— Amor? – Michael disse.

— Sim?

— Você viu aquele cara passando no corredor do hospital, na hora que a lâmpada do quarto explodiu?

— Que cara?

— Um cara parecido comigo, de olhos azuis e terno e gravata. Ele ficou olhando pra mim.

— Olhando como?

— Como se estivesse, não sei... Me ameaçando.

Bella se endireitou e pausou a série.

— Como assim te ameaçando?

— Na hora que a luz explodiu ele disse: “você foi avisado”.

A garota engoliu em seco.

— Avisado sobre o quê?

Michael suspirou.

— Não tenho certeza, mas quando ele me olhou, parecia que não estava gostando sobre o que estávamos falando sobre os anjos.

— Tem alguma coisa errada.

Eles escutaram uma buzina e o celular de Bella apitou. Seus pais estavam esperando-a na frente da casa.

— Tenho que ir. Fica bem. Amanhã nós conversamos direito sobre isso, ok?

— Ok.

Eles se beijaram e o garoto acompanhou-a até a porta. Deu um oi para os sogros e voltou para dentro, desligando a TV e indo até o quarto.

Um livro aberto repousava na cama de Michael.

Ele não fazia ideia de que livro era aquele, mas um parágrafo estava grifado:

Se um espírito decide ficar no mundo dos vivos mesmo após seu último suspiro, acaba ficando mais violento conforme o tempo. Às vezes, sua forma pode se alternar entre sua aparência em vida e a do cadáver. Para libertar um espírito de seu ciclo infernal, deve-se salgar o corpo, pois o sal é o mineral puro da Terra, que não permite que a o solo seja fértil, e depois queimar os restos mortais. O sal e o ferro servem, também, para repelir tais espíritos.

A cruz Ankh gelou o peitoral arranhado de Michael.

Como aquele livro havia parado ali, ele não sabia, mas de uma coisa estava certo: quem seria caçado agora seria a garota da floresta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, é isso. O que estão achados?
Quem vocês acham que é aquele homem que ameaçou o Michael?
O que vocês acham que foi aquilo no peito dele?
Quem deixou aquele livro na cama dele?
Me deem suas opiniões. Beijão.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Escuridão." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.