Escuridão. escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 7
Capítulo 7.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem? Voltei com o novo capítulo o/
Tá cheio de suspense, ação e um pouquinho de p*taria ahsahs
Sugestão da autora: ouçam 505 do Arctic Monkeys na cena do Mike no quarto da Bella. (música tema do casal)
https://www.youtube.com/watch?v=MrmPDUvKyLs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644073/chapter/7

Michael tirou algumas fotos do livro e do parágrafo grifado e mandou para o grupo de amigos.

“Acabei de achar isso na minha cama. Quem topa brincar de caça ao cadáver?”

Despiu a camiseta e foi tomar uma ducha quente. Precisava acalmar os nervos.  Talvez tomasse um pouco de chá com leite antes de se deitar. Deixou que a água relaxasse os músculos. Aquilo ardia um pouco os arranhões, mas era necessário.

Voltou ao quarto com uma toalha enrolada na cintura. Pegou o celular para checar as mensagens e viu as notificações dos amigos:

Bella: Mike, você está brincando comigo, não é?

Bella: Michael Laurent me diga que você não quer realmente caçar essa vadia!

Gabriel: Eu topo! Quando vai ser? Levo o isqueiro ou o sal? Posso levar uma arma?!

Bella: Nada de armas, Gabriel! E nós não vamos caçar essa... Essa... Seja lá o que essa garota seja!

Raphael: Acho que está bem claro que ela é um fantasma, não é Bella? E odeio concordar com isso, mas nós realmente temos que fazer alguma coisa sobre isso. O Mike quase morreu!

Bella: Cala a boca, baixinho!

Raphael: Escuta Bella Rose Khan, não é porque eu tenho 1, 65 de altura que você pode me tratar assim!

Meg: Desculpa mana, mas o Raphael tem razão. A gente tem que parar essa coisa antes que o Mike morra.

Bella: Mas que cacete!

Michael decidiu intervir.

Michael: Está decidido Bella. Nós vamos caçar ela. Amanhã conversamos sobre isso direito. Agora fiquem quietos todos vocês porque eu estou tentando colocar alguma roupa aqui e vocês não param de falar! Boa noite.

Desligou a internet do celular e vestiu uma cueca, livrando-se da toalha. Colocou uma calça de moletom e desceu as escadas, indo tomar o chá.

Seria uma longa noite.

                                                                       ...

*Gabriel acabara de sair de um encontro com um rapaz muito interessante que estava saindo há algumas semanas. Os dois riam e andavam de mãos dadas pela noite fria.

— Eu juro pra você! – Gabriel disse rindo. – Já consegui fazer a proeza de esquecer meu celular dentro da geladeira!

— Ah não! – o outro garoto riu desacreditado. – E como diabos você descobriu que estava lá?

— Eu liguei pra ele e ouvi o toque vindo de dentro da gaveta de verduras, no meio dos tomates.

Os dois riram e passaram em frente de um grupo de garotos mal-encarados que bebiam e fumavam maconha. Gabriel engoliu em seco, como se pudesse pressentir o que estava por vir.

— Ei! Seus veadinhos! – um dos garotos gritou. – Nós vamos dar uma lição em vocês pra vocês aprenderem a serem homens!

— Quem será que é o macho do casalzinho nojento? – outro disse.

O grupo começou a andar em direção aos garotos.

— Brad? – Gabriel disse.

— Sim?

— Corre!

Os garotos começaram a correr. Por exceção deles a rua estava deserta e provavelmente ninguém ligaria para a polícia.

Correram mais do que suas pernas e pulmões permitiam, parando no bairro de Michael.

— Espere Brad! Meu amigo mora por aqui, nós podemos nos esconder lá e...

Gabriel levou uma garrafada na cabeça e caiu no chão, levando chutes e socos.

— Gabriel! – Brad gritou. – Parem com isso!

— Vai embora! – Gabriel gritou para o outro garoto. – Vai embora daqui! Agora!

Brad saiu correndo, acatando ao pedido do outro garoto que levava chutes no rosto.

— Ei, seus baderneiros! – uma das pessoas da vizinhança gritou de dentro da casa. – Estou chamando a polícia!

Um dos homofóbicos cuspiu em Gabriel antes que todos saíssem correndo.

Gabriel ficou deitado na rua, chorando assustado e manchando o asfalto de sangue. *

Michael estava deitado em sua cama, revirando-se de um lado para o outro tentando dormir até que recebeu uma mensagem.

Gabriel: Abra a porta.

Sem entender nada o garoto se levantou e vestiu uma camiseta, desceu as escadas e abriu a porta.

Ele se assustou com o estado do amigo.

— Ga-Gabriel... O que aconteceu?! – deu passagem para o moreno entrar. Sangue pingava de seu rosto e manchava o chão da casa de Michael.

— Eu saí com aquele garoto, lembra? O Brad? Uns caras nos viram rindo e de mãos dadas e nos atacaram. O Brad ficou bem, falei pra ele fugir e, bem, dá pra perceber que eu não consegui.

— Os caras o quê?! – Michael disse indignado. – Mãe! – gritou.

— Não! Não acorda a sua mãe. Só me dá um gelo pra por no rosto e... – Gabriel começou, mas foi interrompido pelos pais de Michael que desciam as escadas.

— Mas que gritaria é essa mole... Gabriel?! O que aconteceu com você, querido? – a mãe de Michael disse.

— Nada tia Samantha, eu caí e...

— Caiu o caramba! – Michael cortou-o. – Um grupo de homofóbicos atacou ele.

— O quê?! – Samantha foi até o amigo do filho, segurando seu rosto e avaliando os ferimentos.  – Quem foram os animais? Conseguiu ver o rosto deles? Jesus! Nós temos que te levar ao hospital.

Gabriel negou com a cabeça, parecendo desesperado.

— Não tia! Por favor. Eu só quero limpar o rosto, ir pra casa e esquecer isso.

— Não Gabriel. E também vou ligar para os seus pais. Você pode ser emancipado e morar sozinho, mas eles se importam com você.

O garoto suspirou.

— Tudo bem.

— Vou calçar um sapato e já desço. – Michael disse.

— Não filho. – seu pai disse. – Fique aqui. Está muito tarde e você tem aula amanhã. Nós cuidamos disso.

— Mas pai, é meu melhor amigo!

— Mike, deixa. - Gabriel disse. – Eu vou ficar bem.  Te vejo depois.

— Ok. Me liga pelo amor de Deus.

Gabriel sorriu e Michael pode perceber que seu maxilar estava torto.

— Isso porque eu que sou gay. Eu te ligo depois, pode deixar.

Eles saíram e Michael encontrou-se sozinho.

Sua casa podia não ser muito grande, mas com ele sozinho parecia imensa. E aterrorizante.

Ouviu o rangido de uma porta lá de cima. Seria a porta do banheiro ou de seu quarto?

O garoto subiu as escadas apreensivo, dando os passos mais silenciosos que podia. O corredor que era apenas iluminado pelas luzes dos postes das ruas não tinha nada, tampouco o banheiro, onde Michael preferiu não olhar o espelho.

Adentrou em seu quarto em passos leves e cautelosos. Em cima de sua escrivaninha havia uma caneta tinteiro de prata que Michael havia emprestado do pai um dia desses. Decidiu que aquela seria a melhor arma que poderia conseguir naquele momento.

Empunhou a caneta do melhor modo que pode e abriu a porta do armário. A princípio achou que não havia nada e que era tudo coisa de sua cabeça, até que viu algo em meio às sombras do armário. Um par de olhos vermelhos escarlates brilhantes. E eles encaravam Michael fixamente.

Subitamente a criatura pulou das sombras, revelando quatro presas afiadas e pontiagudas. Michael não conseguia ver que criatura era aquela, e nem se preocupava, pois aquelas presas estavam cada vez mais se aproximando de seu pescoço, onde sua jugular estava saltada.

Cravou a caneta no pescoço da criatura, que jorrou um líquido negro pelo ferimento e caiu sobre Michael. O garoto chutou a criatura para cima, e ela caiu pela janela aberta.

Olhou para baixo e viu aquela coisa deitada no gramado. Não sabia o que fazer. Estava desesperado e só conseguia pensar em uma coisa: fugir.

Michael treinava parkour havia alguns anos e por medo de voltar para o andar de baixo mirou a árvore em frente á sua janela, apoiou-se no parapeito e lançou-se para o galho mais próximo. Desceu mais dois galhos até ficar numa altura segura para saltar para o chão, dobrando os joelhos para amortecer a queda e dando uma cambalhota, já que perdera um pouco do equilíbrio e tombou para frente.

Pôs-se de pé e saiu correndo pela noite escura.

                                                                       ...

Bella revirava-se em sua cama. Pensamentos e sensações estranhas não a permitiam dormir.

Ouviu o barulho inconfundível de pedrinhas sendo atiradas em sua janela. Michael sempre fazia aquilo quando a vinha visitar pela madrugada. Só que daquela vez eles não haviam combinado.

A ruiva abriu a janela e se apoiou no parapeito, observando o namorado escalar a árvore que ficava ao lado de sua janela e por fim chegar até ela, sentando-se e colocando as pernas para dentro do quarto.

— O que aconteceu, amor? – Bella perguntou, alisando os braços com as mãos por conta de uma brisa fria que entrava pela janela aberta. Ela tinha o costume de dormir de lingerie.

Michael fechou a janela atrás de si e levantou a camisa para limpar o suor do rosto.

— Espere um segundo. – disse ofegante. – Preciso recuperar o fôlego.

Arrancou a camiseta e secou o suor do peitoral. Bella esperava pacientemente, aproveitando para admirar o namorado.

— Ok. – Michael disse e Bella levantou o olhar, que antes encontrava-se no abdômen do garoto. – Gabriel foi atacado por um grupo de homofóbicos. Ele estava saindo com o Brad e os desgraçados espancaram ele. O Brad conseguiu fugir e meus pais levaram o Gabriel pro hospital.

— Ai meu Deus Mike!

— Essa não é a pior parte.

Bella fez cara de confusa.

— E qual é?

— Tinha alguma coisa no meu armário.

— Tipo o quê? Aquele leão de As Crônicas de Nárnia?

— Acho que era um vampiro.

A garota engasgou-se

— Um o quê?!

— Um vampiro, Bella. Tinha olhos vermelhos, presas afiadas, tentou morder o meu pescoço e então eu matei ele com uma caneta de prata.

— Você matou ele com uma caneta?

— Eu acho que sim. Saiu uma espécie de sangue preto e daí eu joguei ele pela janela. Acho que deve ter morrido. Só sei que fiquei desesperado, sai pela janela do quarto e vim correndo pra cá.

— Você deixou o corpo no seu jardim, Mike? E se alguém achar?

O garoto parou por um segundo.

— Não pensei nisso.

— Devia ter pensado.

— Escuta, aquela coisa tentou morder meu pescoço. Não deu muito tempo pra raciocinar.

— Morder assim? – a garota aproximou-se do rapaz, ficou na ponta dos pés e mordeu gentilmente seu pescoço.

Michael suspirou.

— Acho que ele não seria tão delicado...

— Então seria mais ou menos assim? – mordeu de novo, dessa vez aprofundando um pouco mais os dentes e dando um leve chupão.

O rapaz envolveu a cintura da garota com as mãos e a empurrou em direção à cama, fazendo-a cair de costas no colchão macio.

— Não me provoque. – sussurrou em seu ouvido.

— Me. Obrigue. – a garota também sussurrou, pontuando a frase sensualmente.

Michael segurou a garota pelos braços e beijou o colo dos seios. Bella suspirou por baixo do rapaz, que soltou seus braços e permitiu que ela os passasse em volta de seu pescoço.

O garoto só voltou para casa minutos antes de o sol nascer.

                                                                       ...

No dia seguinte, na escola, o grupo estava reunido numa mesa do refeitório antes da entrada. Exceto por Gabriel, que estava de atestado. O garoto havia mandado uma mensagem a Michael dizendo que estava bem e que tiraria o dia para descansar e isso deixou Mike mais aliviado.

— Não acredito que o Gabriel apanhou. – Raphael comentou indignado. – Isso é um absurdo.

— Se eu achasse esses caras eu mataria eles um por um... – Michael disse cerrando o punho.

— Mas, com sorte não vai ser você que vai achar eles. – Bella disse tentando acalmar o namorado e deu um jeito de entrelaçar a mão do garoto na dela. – Os policiais já não estão indo com a sua cara, Michael, e a sua ficha não é a mais limpa. Quer foder com tudo?

— Ela tem razão. – Meg disse. – Se você não fosse tão esquentadinho, não se metesse em briga por qualquer merda e não ficasse se metendo em bosques no meio da noite, sua ficha estaria bem bonitinha.

— Vocês estão exagerando.

— Oito boletins de ocorrência por conta de brigas, Michael. – Meg lembrou-o. – Sem falar que em duas dessas brigas você estava armado.

— Eu não estava armado!

— Você colocou pregos entre os dedos pra servir de soco inglês!

Michael calou-se diante daquilo.

— Cara, - Raphael disse. – você já foi pra um psicólogo, um psiquiatra, um terapeuta... Sei lá, um exorcista talvez?

Michael revirou os olhos.

— Não preciso disso. Faz séculos que não tenho um ataque.

Raphael deu de ombros.

— Você quem sabe.

Após um instante de silêncio Meg decidiu abrir a boca.

— Mike? Faz um favor pra mim?

O garoto franziu o cenho desconfiado.

— Tá bom...

— Quando for ao quarto da Bella no meio da madrugada, por favor, tente não fazer tanto barulho para subir pela árvore.

Michael e Bella sentiram suas faces ficarem em chamas. Raphael conteve o riso mordendo o lábio.

— Meg? – Raphael disse.

— O quê?

— Você é a melhor pessoa.

Meg sorriu sem jeito e Raphael passou o braço em torno de seus ombros. Enquanto isso Michael e Bella entreolharam-se com um olhar expressivo.

— É muita fofura pro meu coração aguentar. – Bella sussurrou no ouvido de Michael.

— Sinto como se o meu irmão caçula estivesse com a primeira namorada.

A ruiva riu.

— Quanto tempo até eles se notarem?

Michael pensou um pouco.

— Seis meses.

— Tudo isso?

— O Raphael é inocente e meio lerdo pra essas coisas. E a Meg é tímida demais.

Bella desviou o olhar para a irmã e o amigo. Os dois estavam escutando música juntos.

— Ai Deus, são tão inocentes! Dá até nervoso de ver.

Michael riu. O sinal bateu.

— Vamos Raphael? Temos Filosofia agora.

— Ok. – deu um beijo no rosto de Meg e um no rosto de Bella. – Até daqui a pouco.

Os dois garotos perderam-se entre os corredores.

                                                                       ...

— Raphael? Você e a Meg já tiveram alguma coisa? – Michael perguntou quase no final da aula, quando já haviam terminado a lição.

— Tipo o quê?

Michael revirou os olhos.

— Vocês já ficaram ou alguma coisa?

— Não. Somos muito amigos pra isso.

— Eu e Bella também somos muito amigos. Desde que nascemos, já que nossos pais são amigos.

— Só que todo mundo sabe que vocês se pegavam desde quando tinham quatorze anos, atrás do ginásio do colégio. Já eu e a Meg somos bons amigos e apenas isso.

— E você nunca olhou pra ela de outro jeito?

— Não Mike. Nunca.

— Ok então.

Desviou o olhar para a porta e lá viu uma das faxineiras encarando-o fixamente com seus olhos completamente negros... Olhos negros?

— Raphael? – o garoto cutucou o amigo ao lado sem desgrudar o olhar da porta.

— O que é Michael?

— Você também está vendo aquilo? – apontou para a porta.

O baixinho seguiu a direção em que o amigo apontava e engoliu em seco.

— Maria mãe de Deus... – disse.

Os dois piscaram e a senhora sumiu. Encararam-se assustados e desviaram a atenção para o caderno de Michael. Algo estava escrito num tom muito escuro de vermelho.

Você se deitará a sete palmos de profundidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? O que estão esperando para os próximos capítulos? Me contem tudo.
Tchau,Beijão.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Escuridão." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.