Meu paizinho Naraku escrita por Okaasan


Capítulo 7
Intervalo para almoço


Notas iniciais do capítulo

Naraku se veste como o Rei do Pop e deslumbra, encanta e arrasa geral.
Pausa para um churrasco, onde Sesshoumaru, Rin e Jaken são convidados.

ALERTA 1: Este capítulo contém self-inserction! Hehehe
ALERTA 2: Apesar da inusitada proximidade, Kagome NÃO está sendo shippada com o Naraku! Nem pensem nisso!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/643925/chapter/7

Intervalo para Almoço

Após ensaiar todos os passos de Smooth Criminal, Billie Jean e The Way You Make me Feel até aprendê-los, o perverso vilão Naraku finalmente se deu por satisfeito e caiu sentado sobre a poltrona de Kagome. Exausto, fechou os olhos e imaginou-se dançando no castelo feudal e sendo aplaudido entusiasticamente por Kagura e Kanna.

— Huhuhuhuhu... — riu, em voz baixa, e adormeceu logo em seguida.

Quinze minutos depois, Kagome chegava da casa de Yuka com a roupa de Michael Jackson. Como o dono da roupa engordara demais, acabou doando o traje para a jovem, que alegara ser para um "tio que viera do interior".

Então, ela notou o hanyou dormindo sentado com a cabeça recostada sobre o braço da poltrona, suado e ainda com os resquícios de um sorriso no rosto. Impaciente, Kagome resolveu acordá-lo, já que não dispunha de tanto tempo livre para acompanhá-lo nas famigeradas compras para a sua família.

— Naraku! Ei, Naraku! Levante-se daí, eu consegui a roupa!

— Hein? — resmungou ele, despertando e se sentindo meio perdido.

— A roupa, Naraku! Acorde! — exclamou ela, já tirando a roupa, cuidadosamente passada, de um saco plástico. Era um terno branco, com uma gravata também e uma camisa azul. Havia também um chapéu fedora e um par de sapatos de dança seminovos.

Naraku ficou muito empolgado e riu daquele jeito singular que lhe era característico, assustando Kagome.

— Ei, não ria desse jeito perto de mim, idiota! — reclamou, mas o hanyou parecia tão deslumbrado que nem se importou com o xingamento.

— É o traje que ele usa na música que mais me agrada! — exclamou Naraku, pegando no chapéu com admiração e olhando-o de todos os ângulos.

Kagome não pôde evitar um sorriso. Odiava ficar sozinha em casa e havia recesso na escola. Aquela situação absurdamente inusitada não estava sendo tão ruim assim, já que, pelo menos agora, Naraku estava se comportando de modo civilizado.

— Pois é, agora você deve experimentá-la. Vamos, vista. Deixe-me ver se tem mais alguma coisa aqui... Puxa, uma foto do Harry Styles? Deve ter vindo por eng-

— Como se usa este pedaço de pano? — interrompeu-a o hanyou.

A colegial deu um grito desesperado ao ver que Naraku tirara o hakama ali mesmo e estava nu em pelo, com o chapéu na cabeça, olhando para a gravata na mão. Tão distraído estava que demorou para perceber a chuva de objetos que foram atirados contra si por uma Kagome vermelha e ensandecida.

***

Rin, com o corte e os arranhões devidamente limpos e tratados por Sango, entrava na casa de Kaede, desistindo definitivamente de convencer seu mestre a entrar e comer com todos. Miroku e Sango cortavam as carnes e legumes assados, enquanto Kaede enchia os pratos de risoto. InuYasha disputava com Shippou um bombom e Jaken estava absurdamente quieto e deslocado. Ocasionalmente, o youkai verde saía para ficar junto de Sesshoumaru, que sentara às raízes de uma mangueira, mas voltava logo com um galo na cabeça.

Em uma das inúmeras viagens de InuYasha à era de Kagome, o hanyou descobrira a praticidade das churrasqueiras e, levando alguns objetos de muito valor conseguidos (sabe-se lá como) por Miroku para penhorar, comprara uma. Desde então, sempre que o grupo voltava de viagem, havia churrasco na casa da velha sacerdotisa.

— Ele não quer entrar... — resmungou Rin, baixinho, mas fora ouvida por InuYasha.

— Não se incomode com aquele idiota, menina. Já é de se surpreender que ele tenha vindo para cá. Agora me conta, que feitiço você fez para amolecer aquele coração de pedra?

— Feitiço? — perguntou ela, confusa.

— É que Sesshoumaru odeia humanos, Rin, então ficamos sempre surpresos quando o vemos cuidar tão bem de você — respondeu Kaede, com um prato cheio nas mãos, entregando para ela. — Espero que goste, usei o tempero da era de Kagome.

— Obrigada — sorriu Rin, fazendo uma reverência. — Mas eu posso pedir uma coisa?

— Diga, Rin.

— Dê este meu prato para o senhor Jaken e me entregue outro sem arroz, para eu levar ao senhor Sesshoumaru — sussurrou a criança.

— Sesshoumaru não come arroz? — indagou Sango, surpresa.

— Ele disse um dia que arroz engorda e que um youkai poderoso, belo e elegante como ele não deve se descuidar... — respondeu ela, arrancando uma risada dos presentes e um muxoxo de Jaken, que recebera sua comida. A menina não entendera qual era a graça, mas sorriu ao receber das mãos de InuYasha uma generosa porção de legumes com fatias de lombo bovino e duas enormes coxas de galinha.

— Muito obrigada, InuYasha — disse ela ao hanyou, que fizera questão de colocar no prato do irmão as coisas que mais gostava: cenoura, cogumelo, fatias de tomate cru, batatinhas. Após a saída de Rin, InuYasha sentiu olhares intrigados sobre si e corou, enquanto dizia com rispidez:

— Nunca me viram, idiotas?

— Monge, você viu isso? — perguntou Kaede.

— InuYasha escolhendo comida para Sesshoumaru... Realmente, hoje é o dia das surpresas! — disse Sango.

Jaken, até então calado, resolveu se manifestar:

— Isso para mim não é surpresa, afinal mesmo este hanyou reconhece que é uma honra ser meio-irmão do mestre Sesshoumaru... Surpresa será se o mestre Sesshoumaru comer essa comida humana.

— Tá insinuando que a nossa comida é ruim, seu anão? — esbravejou Sango, fazendo Jaken se encolher mais uma vez.

— Não é nada disso, taijiya! De fato, devo admitir que esta refeição está sendo uma das melhores que já experimentei, mas você não percebe que estamos falando do mestre Sesshoumaru? — retrucou ele, esganiçado. E, em poucas palavras, contou como Sesshoumaru e Rin se conheceram e de como o youkai branco sempre enfatizara que não gostava do cheiro da comida humana. Após alguns minutos refletindo sobre o caso todo, Miroku exclamou:

— Aposto a minha porção de linguiça calabresa que ele vai aceitar, porque é Rin, sua protegida, quem está lhe oferecendo!

— Pois aposto a minha porção de costela que ele não aceitará, monge! — replicou Jaken.

— E eu aposto a minha salada temperada com Ajinomoto que eles comerão juntos no mesmo prato! — disse Sango.

— E eu ainda aposto o meu pote de Nutella que a Rin ainda vai conseguir fazer o Sesshoumaru tomar uma latinha de Coca-Cola! — exclamou Shippou, gerando um grande burburinho.

— Gente, vamos parar com isso e comer, senão esfria — resmungou Kaede, que foi ignorada.

— E você, InuYasha? Por que se calou? Não vai apostar nada? — perguntou Miroku.

— Shhh — fez ele, que estava sentado estrategicamente sob a janela. — Calem a boca, seus escandalosos, eu quero escutar a conversa!

***

— Ele vai me enlouquecer... — gemeu Kagome, depois de gritar pela quarta vez com Naraku que ele não precisava sair despido do banheiro para pedir-lhe alguma coisa, pois lá havia uma coisa que se chamava toalha.

Com muita discussão, Naraku finalmente acatara a ideia de tomar banho para vestir a roupa de Michael (“suor não é sujeira, miko maldita!”). Enfim, limpo, com os cabelos lavados e, para o alívio de Kagome, devidamente enrolado na toalha, o hanyou estava quase pronto para se vestir.

Ainda faltava desembaraçar a vasta cabeleira dele. Como Kagome viu que ele era lento demais para se pentear, acabou se impacientando e colocou quase um tubo inteiro de redutor de volume nas madeixas do homem. Sem o mesmo cuidado de Kanna, o processo fora um tanto quanto brusco, apesar de o cabelo dele estar bem mais macio, devido ao creme. Muitos "ai, maldita, isso dói" depois, os cachos de Naraku estavam desembaraçados e bem definidos, o que fez o hanyou tomar nota mental de levar consigo a "substância mágica" para a era feudal. Kagome finalmente percebeu que as folhas e flores espalhadas naquela cabeleira eram enfeitiçadas e que o próprio vilão não as notara; o melhor seria esquecer.

Enfim, Naraku vestia a roupa de Michael. Nenhum dos dois sabia dar nó em gravata, então ele acabou desistindo. Calças brancas, camisa social azul, paletó branco slim fit, sapatos de dança pretos, meias brancas, chapéu fedora: o hanyou estava pronto e se admirava no espelho. Mesmo Kagome ficou fascinada com o excelente resultado. O vilão tinha um rosto jovem e bonito, apesar da acentuada palidez e da expressão maligna de sempre, que, ultimamente, não aparecia tanto.

— Estou sem palavras — disse o hanyou, olhando deslumbrado para o seu figurino.

— Um cosplay quase perfeito! — exclamou Kagome, observando os cabelos dele. — Se seus cabelos fossem menores... Ei, Naraku, eu sei cortar cab-

— Nem pensar — retrucou ele, meio azedo. — Então, podemos partir?

— Falta uma coisa... — e Kagome foi até seu guarda-roupas e voltou com uma nécessaire preta. Naraku piscou confuso ao ver o conteúdo para si desconhecido.

— Um pouco de delineador nos olhos e um batom nude vai fazer a diferença... E um blush para melhorar esse aspecto anêmico... Ah, acho melhor aplicar um primer, você sua demais — disse a jovem, pegando no rosto do outro sem aviso e dando os retoques mencionados, resolvendo por fim fazer uma make completa. — Agora, deixe-me ver... — dando uns passos para trás, ela analisou o seu trabalho e bateu palmas, animada.

Naraku se olhou no espelho e ficou assombrado com seu aspecto, afinal ele nunca imaginou que ficaria tão bonito enquanto reles humano e tão parecido com o "youkai" Michael Jackson. Rindo muito, avançou inesperadamente sobre Kagome, abraçando-a e girando-a no ar. Ela o abraçou de volta e riram juntos, até que se deram conta do ato e se empurraram enojados.

— Ei, seu nojento, que ideia estúpida foi essa de me agarrar?

— Eu é que te pergunto, miko maldita, você me abraçou de volta!

— Não pense que me esqueci de quem você é e que meus amigos e eu faremos com que pague pelos crimes que cometeu!

— E você não pense que somos amiguinhos! Ainda vou derrotar você e o seu bando e obter todo o poder da Joia de Quatro Almas!

Silêncio. Pararam se encarando, carrancudos, até que Naraku tomou a palavra:

— Enfim, Kagome, proponho-lhe um acordo.

— Acordo? — indagou ela, confusa.

— Sim. No momento não podemos ser inimigos, mas também não pense que vou ficar te paparicando como se fôssemos camaradas, entendeu? — e, estendendo a mão para ela, concluiu: — Sejamos parceiros por hoje.

Kagome olhou cética para a mão estendida, sem saber se a apertava ou não.

— Não sei se devo confiar em você, Naraku.

— Não deve confiar em mim mesmo — volveu o outro. — Mas só quero fazer algo de bom pelas minhas crias. Elas me obedecem em tudo, dariam a vida por mim, principalmente Kanna. Quero dar o meu melhor a elas, não importa o quanto isso me custe. Então, fará aliança comigo, Kag-

— Ohh! — exclamou a jovem, comovida, pegando a mão dele entre as suas. — É tão lindo o amor paternal! Te deixa até humano! Que ternura!

— Err... — fez ele, corado e aborrecido por ver que, definitivamente, Kagome não o temia — Vamos logo, então? Eu tenho pressa.

— Claro, claro! Vamos aproveitar para vacinar o cachorrinho!

Naraku não entendeu, mas deixou para lá. Quanto mais fizesse perguntas, mais demorariam a sair da casa.


***

— Senhor Sesshoumaru, por favor...

— Não, Rin, eu não aprecio comida humana, não insista.

— Mas o senhor Jaken me disse uma vez que o senhor já comeu quatro galinhas assadas numa refeição só, lá no seu castelo...

Sesshoumaru rosnou, irritado.

— Este Sesshoumaru dará um castigo àquele criado inútil e linguarudo.

— Oh, não! — exclamou a criança. — A culpa é minha, por favor, não o machuque!

O youkai continou sem olhar para Rin, que estava de pé, a seu lado, com o prato de comida nas mãos.

— Esqueçamos aquele imprestável, então — resmungou e, em seguida, olhou para a copa da árvore. — Coma você, sei que está com fome.

— Posso pelo menos ficar aqui com o senhor? — perguntou ela, sem graça.

— Desde que não me incomode, pode.

Ignorando a expressão entediada de Sesshoumaru, Rin sentou-se ao lado dele e começou a comer um pedaço de cenoura. O youkai branco, de soslaio, a observava atentamente e estranhou que não houvesse arroz no prato.

— Eles não têm arroz? — inquiriu ele, surpreendendo Rin, que não o vira sequer olhar em sua direção.

— Bom... Têm, sim, senhor Sesshoumaru, mas este prato é seu. E eu sei que o senhor não come arroz.

— Mas você adora arroz, menina. Onde está a sua porção?

— Eu disse à vovó Kaede que desse o meu prato para o senhor Jaken, porque queria trazer o seu primeiro.

Sesshoumaru ficou incomodado com o carinho demonstrado pela garotinha e baixou o olhar, pensativo. Alguns minutos depois, assustou Rin com uma ordem:

— Sente-se à minha frente.

— C-certo, senhor Sesshoumaru...

Sentada perante o youkai branco, Rin o encarou, intrigada, ao vê-lo ligeiramente confuso, o que não era comum. Mas Sesshoumaru pareceu tomar mais uma decisão:

— Comamos, Rin.

A menina sorriu alegre ao ver seu mestre pegar uma coxa de galinha e dar uma pequena mordida. Exclamou:

— Já que vamos comer juntos, quero que fique com as coxas e a carne de boi, senhor Sesshoumaru! Eu fico com as batatas temperadas com o ojonimoto!

E mais alegre ainda ela ficou ao ver o youkai deixando a classe de lado e abocanhando a porção de frango sem medo de se sujar. Rapidamente o prato se esvaziou; Sesshoumaru se levantou de supetão. Rin, que quase não comera, estranhou a atitude deste e já ia perguntar, quando o ouviu dizer:

— Tinha que ser aquele hanyou imprestável para colocar uma porção tão ínfima de comida para este Sesshoumaru e sua Rin.

— Mas, como assim? O senhor sabia que foi ele quem preparou o seu prato?

Sesshoumaru olhou para Rin com uma sobrancelha levantada.

— Pelo que eu notei, ele colocou para o senhor exatamente a mesma quantidade de comida que ele colocou no prato dele, com os mesmos legumes e...

— Miserável — rosnou ele. — Além de tudo, achou que este Sesshoumaru compartilharia seus gostos?

— Mas o senhor só deixou dois pedaços de batata para mim, tem certeza de que não gostou da comida preferida do InuYasha?

— Me espere aqui, Rin! — disse ele, ignorando o questionamento, e voando. A menina ficou sentada, esperando e imaginando o que o seu mestre estaria pretendendo. Vinte minutos depois, Sesshoumaru aterrissava de volta, com nove galinhas amarradas pelo chicote.

— Vá chamar Jaken, Rin. E diga a aqueles humanos e ao hanyou idiota que este Sesshoumaru lhes mostrará o que é fartura.

***

Kagome e Naraku, depois de trocarem o ouro por ienes, deixarem o akita numa pet shop e comprarem quimonos para Kanna e Kagura, procuravam agora um restaurante menos movimentado. Como ela dissera, o traje cosplay não chamou tanto a atenção das pessoas na rua. Até o momento, o hanyou fora assediado apenas por uma vendedora ambulante de bijuterias e um gay de jaleco branco, que lhes lembrava muito o falecido Jakotsu.

— Aqui, Naraku, este tem um aspecto limpo... — dizia a colegial, apontando para um pequeno restaurante que estava meio vazio. Entraram, ele meio ofegante e suado, desacostumado ao calor daquele "vilarejo" urbano. Era um local razoavelmente agradável; a música ambiente era uma ópera de Verdi e a especialidade da casa era comida italiana, mas tinha também self-service com pratos tradicionais japoneses.

Kagome aproveitou que não estava pagando por nada para fazer um generoso prato no self-service. Acabou fazendo um para o hanyou também, que parecia esgotado. Ela se fartou com o karee raisu, acompanhado por guioza e sushi — Naraku, contudo, não comeu quase nada, indisposto.

— Então coma a sobremesa, pelo menos...

— Sobre o quê? — resmungou ele.

— Sobremesa! Algo doce.

— Me dê frutas, por favor...

Vendo a total inércia do vilão, ela encheu um prato com frutas, com os quais ele se empanturrou à vontade. Os funcionários do estabelecimento os observavam curiosos, porém discretamente.

— O que falta agora? — perguntou ele, enquanto comia uma fatia de abacaxi.

— Sandálias, doces, bolachas, refrigerantes, ramen... Basicamente o que eu compro sempre para meus amigos... Você não quer mesmo esse salmão? Tá uma delícia.

— Não, estou farto e cansado deste lugar movimentado e quente. Pergunte quanto custou essas refeições e vamos embora.

No caixa, entretanto, uma funcionária negra confabulava com o garçom, um gordinho latino:

— Vamos, é só enquanto esse doidão cabeludo estiver aqui. Depois colocamos Verdi de novo.

— Mas os clientes vão estranhar! Michael Jackson é pop e R & B, é muito... Dançante!

— Que clientes? Só tem aquele casal de velhinhos ali no fundo e o advogado que almoça aqui todo dia! — e, já editando a playlist do aplicativo de músicas, ela concluiu: — Tenho que ver se esse cara é só mais um cosplayer ou um verdadeiro fã do Michael!

Kagome se aproximava com a comanda e a operadora de caixa disfarçou. Logo, o som ambiente mudava para uma canção extremamente familiar...

As he came into the window, it was the sound of a crescendo

He came into her apartment, he left the bloodstains on the carpet

She ran underneath the table, he could see she was unable

So she ran into the bedroom; she was struck down, it was her doom

A colegial viu a expressão levemente zombeteira da funcionária se transformar em espanto total. Sem entender, viu também a boca do garçom virar um “O” perfeito e resolveu olhar para trás, tomando um baita susto.

Naraku havia subido sobre uma das mesas vazias do restaurante e dançava, sem pudor, a coreografia que ensaiara pela manhã.

Annie are you ok?

So, Annie are you ok?

Are you ok, Annie?

— NARAKU! O que você pensa que está fazendo?! — berrou ela, indo até ele, mas foi impedida pelo garçom.

— Não, não, deixe-o! Ele está com você, não está? É seu parente?

— E-ele é meu t-tio... que veio do interior — gaguejou Kagome, morta de vergonha, notando que muitos transeuntes curiosos apareceram para ver aquele cosplayer de Michael Jackson com cabelos tão grandes.

Annie, are you ok? Will you tell us that you're ok?

There's a sign in the window, that he struck you

A crescendo, Annie

E o hanyou, totalmente alheio, mergulhara na vibe de Smooth Criminal, dançando apaixonadamente. Eram só ele e a música. Em instantes, o salão do estabelecimento estava lotado e as pessoas deliravam, aplaudindo e gritando: “Michael, Michael!”.

Kagome, após pagar a conta, rapidamente pegou todas as sacolas e ficou esperando o fim da música, para poder arrastar Naraku para longe dali. Mal Smooth Criminal acabou, o hanyou desceu da mesa enquanto era ovacionado pela multidão e se aproximava de Kagome para irem embora.

Contudo, não era esse o plano da operadora de caixa, que colocara The Way You Make me Feel como a próxima canção da lista. Os primeiros acordes da música soaram e Naraku saltou novamente para cima da mesa, jogando longe o chapéu e gritando o icônico “aow!” do Rei do pop, levando os presentes a uma euforia incrível. Kagome perdeu a paciência:

— Quer saber? Fique aí! Eu vou embora! — e se dirigiu à porta, com as sacolas, mas não imaginou que seria cercada e rapidamente alcançada pelo vilão, que se aproximou dela, dançando com toda a sensualidade proposta pela música.

The way you make me feel (The way you make me feel)

You really turn me on (You really turn me on)

You knock me off of my feet (You knock me off of my feet)

My lonely days are gone (My lonely days are gone)

— Eu não acredito nisso… — riu a funcionária do caixa, vendo o constrangimento (verdadeiro) de Kagome. Era como ver o videoclipe: a jovem tentando escapar do dançarino e sendo cercada pela multidão. — Vamos, mocinha, é só uma dança. Não se leve tão a sério.

I never felt so in love before

I promise baby, you'll love me forevermore

I swear I'm keeping you satisfied

'Cause you're the one for me...

Por fim, a colegial relaxou e continuou se esquivando, mas já achando graça da situação. Naraku estava irreconhecível, já sem o chapéu e o paletó, suado, sorridente e se requebrando insinuante para ela, exatamente como no videoclipe.

Hee hee! Go on, girl! Aaow!

E The Way You Make me Feel terminava, com o hanyou rodando a jovem pelo ar mais uma vez num abraço despretensioso. Sob muitos aplausos, Naraku saiu correndo do restaurante, levando Kagome consigo.


Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entãããão... Acho que vocês já sabem quem é a funcionária negra do restaurante, kkkkkkkkkk

Para uma melhor visualização, recomendo que assistam o clipe de Smooth Criminal e The Way You Make me Feel. ;-)

Obrigada a você, leitor, que tem acompanhado esta história até aqui.

~TheOkaasan



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu paizinho Naraku" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.