It's Time escrita por Arabella McGrath


Capítulo 4
Capítulo III — Merlin e os Contos de Fadas


Notas iniciais do capítulo

Oi! D:

Cês perdoem a minha demora, por favor. É porque o treco anda difícil mesmo, mas agora estou de férias e... Enfim, gostaram do título? Resume pelo menos o começo do capítulo ahuahua.

No final há spoilers da saga "As Brumas de Avalon". Leia por sua conta e risco.

Boa leitura! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/643319/chapter/4

— Isso não pode ser verdade, Melissa.

— Claro que pode, Arthur.

— Não pode.

— Pode sim.

— Você está mesmo querendo me convencer que o Merlin espetou o dedo numa roca que aparentemente sumiu e a única forma de acordá-lo é por um beijo de amor verdadeiro?

— É a verdade — falou Melissa com os braços cruzados no peito e um olhar sério.

— E por acaso eu sou o amor verdadeiro dele?

— Sim! Isso é óbvio! — exclamou.

Arthur e Melissa estavam discutindo há cerca de dez minutos a respeito do que fazer com Merlin. O rei percebeu que seu servo ainda estava respirando, mas nem isso foi o suficiente para acalmá-lo de verdade.

Melissa realmente não sabia o que fazer com um doente. Arthur era pior ainda nesse caso. Ambos só sabiam que Merlin estava extremamente quente e, na cabeça do rei, que poderia morrer a qualquer momento.

— O que podemos fazer por ele? — Arthur perguntou novamente.

— Você deve beijá-lo antes dele virar um sapo — murmurou Melissa.

— Melissa!

— O quê?! Você já imaginou um Merlin sapo pulando por aí? É isso que vai acontecer se você não beijá-lo! — perguntou Melissa rindo e Arthur teve que acompanhá-la ao imaginar a cena. Mas logo depois fez uma cara séria e olhou para ela.

— É sério, Melissa. — Ela simplesmente bufou em resposta.

— Vamos levá-lo para o hospital então — murmurou emburrada. — Abre a porta do guarda roupa, coloca algumas roupas dele numa bolsa e me avisa quando terminar. Vou pegar algumas roupas para a gente e levar um pouco de comida já que lá no Brasil a lanchonete do hospital custava os olhos da cara.

Arthur não entendeu muito bem aquela expressão e não fazia a mínima ideia do que ou quem era o Brasil, mas mesmo assim concordou, apesar de não estar acostumado a receber ordens.

Melissa saiu e Arthur começou a preparar tudo. Abriu a porta com o maior cuidado, já que anteriormente assinara o estado de óbito do pobre notebook e lá pegou uma bolsa enorme, colocou algumas roupas dentro — de qualquer forma, aliás, porque ele até tentou dobrá-las, mas acabou perdendo a paciência.

Depois saiu do quarto e avisou a Melissa que já tinha terminado. — Ótimo! — a morena exclamou com uma bolsa um pouco menor que a de Arthur. — Agora vamos pegar o Merlin. Você aguenta, né? Já que agora é até mesmo professor de luta — Melissa disse com um tom divertido na voz.

— Claro que eu aguento! Por que não aguentaria?

— Você comeu muito no almoço.

— O que Merlin andou te contando? — perguntou Arthur. Melissa simplesmente riu.

— É brincadeira, Arthur. E relaxa, o Merlin só me contou algumas coisinhas. — Mentira, ele não contou nada para Melissa. Mas mesmo assim era legal implicar com Arthur.

— Tipo o quê?

Acho que isso é meio óbvio, mas Melissa era um pouco bipolar. Agora ela não estava mais com paciência para discutir o rei, portanto deu um beliscão no braço dele.

— Por que você fez isso?! — exclamou Arthur.

— Você está enrolando para não carregar o Merlin, é? Se ele morrer vai ser culpa sua! — Arthur olhou-a desconcertado. Melissa, ao perceber que ele não discutiria mais, sorriu. — Então vamos logo, por favor.

Arthur concordou e ambos foram para o quarto de Merlin. O rei pegou-o pela direita e Melissa, pela esquerda.

— E não é que ele engordou mesmo? — comentou Arthur sentindo certa dificuldade, assim como Melissa, de levantá-lo.

— Vamos bastante para fast foods. Eu não engordo, mas ele... — respondia Melissa enquanto passava pela pequena abertura, porém Arthur acabou batendo a sua própria cabeça e o ombro direito de Merlin na porta. Melissa conteve uma pequena risada.

— Vamos logo para esse tal hospital — resmungou Arthur.

Os dois conseguiram passar pela porta e sair do apartamento acabou sendo tranquilo. Melissa havia chamado um táxi que já estava lá embaixo esperando por eles. Os dois entraram e deixaram Merlin no banco do meio.

— Meus jovens, o que houve com o moço? — perguntou o taxista, um homem de cinquenta e poucos anos, já careca e com várias rugas.

— Ele deve estar doente. Vamos levá-lo para o hospital mais próximo, pode ser? — perguntou Melissa sentindo Merlin ficar ainda mais quente. O taxista assentiu.

— Já deram remédio para ele? Um banho frio? — perguntou o homem enquanto dirigia calmamente.

— Não. Não sabemos cuidar de um doente — respondeu Arthur. Melissa deu a língua para ele por causa da intromissão e foi retribuída com uma careta.

O taxista olhou-os rapidamente em choque, mas logo resolveu não se intrometer e continuou a dirigir, aumentando um pouco a velocidade por causa do jovem doente. Poucos minutos depois e eles estavam na frente do hospital. Melissa pagou o motorista e ela, junto a Arthur, pegou Merlin.

— Wow, essa construções é gigantesco e... estranho! — comentou Arthur admirado.

— Você é do interior? — perguntou Melissa, surpresa pelo comentário. Arthur, porém, olhou-a com confusão. A morena simplesmente suspirou. — Ah, deixa. Vamos entrar.

Eles entraram e Melissa falou com a recepcionista. Felizmente era terça-feira à noite e não tinha muitos pacientes, então eles esperariam por poucos minutos. A morena sentou-se ao lado de Merlin e acabou percebendo o interesse de Arthur pelo hospital.

— O que foi, caipira?

— Caipira? — resmungou Arthur. Esperava que não fosse o significado que ela achava. — Enfim, eu só estava admirando esse hospital. Ele é diferente, é grande, estranho e... mágico! — exclamou ao prestar mais atenção em alguns objetos.

— Não, só tecnológico mesmo. Você é estranho, aliás — comentou Melissa. Arthur olhou-a com surpresa. Não era qualquer pessoa que chamava o rei de Camelot de estranho. Seus pensamentos acabaram sendo interrompidos pela cabeça de Merlin caindo no seu ombro. Arthur somente sorriu. — E vocês fazem um casal lindo. Vou começar a shippar vocês, e o nome do ship será... Merthur! Isso, Merthur! Apesar de...

Arthur acabou nem prestando mais atenção nas divagações de Melissa, só ficou olhando para o rosto calmo de Merlin. Como será que ele realmente passou todo esse tempo sem o seu rei? Bem? Esperava que sim. Quando ele melhorasse teriam uma conversa longa.

— Ei, Arthur, nem para disfarçar, né? — perguntou Melissa ao cutucar o loiro. Ele olhou-a irritado. — O médico já está chamando. Vamos.

— Hm, ok — resmungou Arthur e, junto de Melissa, levantou Merlin. Foram até a sala que uma enfermeira indicou e lá simplesmente jogaram-no na cadeira.

— Esse é o Merlin Emrys? — perguntou o médico ao olhar a prancheta. Tinha cerca de trinta e poucos anos, cabelos e olhos pretos e parecia cansado. — E quem são vocês?

— Eu sou a Melissa, colega de quarto do Merlin — respondeu Melissa e logo indicou Arthur com o dedo. — E esse é o Arthur — então ela foi para perto do doutor e sussurrou: —, o namorado do Merlin.

Arthur não conseguiu escutar o que ela disse, mas não parecia ser uma coisa boa devido ao olhar reprovador que o médico dirigiu.

— Sou o Dr. Pinto e... — o doutor começou, mas foi interrompido pela risada de Melissa. — Algum problema, senhorita?

— Não, nada — disse ao tentar conter a gargalhada.

— Como estava dizendo, eu sou o Dr. Pinto. — Outra risada por parte da morena. Arthur estava começando a ficar até mesmo envergonhado. — E vocês poderiam contar como foi o dia do sr. Emrys?

— Arthur — Melissa chamou, ainda tentando conter a risada —, conta para o Dr... P... i... n... t... o... — Outra tentativa de conter a risada. — Como foi o dia do Merlin já que você passou o dia inteiro com ele.

— Hmmm — começou Arthur. Iria esconder a parte de que ele voltara dos mortos já que talvez a magia não fosse permitida nesse tempo, apesar dos inúmeros aparelhos “mágicos” que ele vira somente naquelas horas —, nós nos encontramos num lago. Eu não sei onde é, mas... Bem, depois saímos de lá e eu fiquei esperando um cavalo, mas Merlin disse que na verdade nós iríamos de táxi. Entramos nesse tal de táxi, que é bastante estranho, e fomos até o apartamento dele e da Melissa. Lá eu a conheci, comi, quebrei um notebook, tomei um banho estranho com uma água maravilhosa, vesti essas roupas ridículas, fui com Melissa para um local e fui contratado como professor de luta. Então, quando chegamos em casa, achamos Merlin quase morto na cama. Melissa disse que ele espetou o dedo numa roca e que ele viraria um sapo também se eu não o beijasse. Então ela nos trouxe nesse lugar mágico... Não, mágico não! O que você tinha dito antes mesmo, Melissa?

— Tecnológico?

— Isso, tecnológico! E é só — completou Arthur até perceber os olhares sobre ele. O médico estava completamente assustado e Melissa, confusa e tentando conter a risada.

— Que ingenuidade — comentou baixinho a morena.

— Ah, certo — falou o Dr. Pinto, apesar de ainda estar assustado e confuso com a história. — Ele comeu a mesma coisa que vocês? Vocês sabem se aconteceu algo enquanto não estavam em casa?

— Sim. Não.

— Tudo bem então. Vocês podem levá-lo para essa cama e tentar acordá-lo? Eu estarei de volta em poucos minutos. — Melissa e Arthur assentiram enquanto o médico saia da sala. Pegaram Merlin e deitaram-no na cama.

— Você tem água aí? — perguntou Arthur.

Melissa sorriu e o loiro estranhamente retribuiu. — Você está pensando no que eu estou pensando?

— Eu acho que sim. No que você está pensando?

— Em jogar água na cara do Merlin.

— Era nisso mesmo que eu estava pensando! — exclamou Arthur e abraçou a morena com força — É tão bom ter alguém que me entende!

— Com certeza! — Melissa exclamou de volta. Então pegou uma garrafa d'água na bolsa que trouxera e deu para Arthur.

Imediatamente o loiro abriu a garrafa e jogou o líquido na cara de Merlin. Na mesma hora ele acordou arfando.

— O-o quê? Onde estamos? E por que vocês fizeram isso? — exclamou Merlin olhando para Arthur e Melissa, que tinham sorrisos nada inocentes no rosto.

— No hospital porque achamos que você tinha morrido. E também não queria acordar, então realmente tivemos que fazer isso — respondeu Arthur. Merlin suspirou.

— Eu só não estava me sentindo bem, nada dem-

— Ah, senhor Emrys, posso examiná-lo agora? — o Dr. Pinto perguntou e Merlin assentiu. — O senhor e a senhorita terão que ficar de fora. — E o médico simplesmente enxotou eles do cômodo e fechou a porta na cara.

— Tudo isso porque eu ri do sobrenome dele? — Melissa resmungou. — Humpf. Vamos para a sala de espera comer, Arthur.

Os dois saíram daquela área e foram para o final da sala de espera, onde as secretárias não conseguiam ver direito. — O que você trouxe?

— Cachorro quente — Melissa respondeu e Arthur olhou-a espantado — É uma salsicha num pão, mas de um jeito mais brasileiro, com batata palha e verdura. Agora... se abaixa mais para não verem a gente.

Ficaram comendo vários cachorros quentes por alguns minutos até notarem o olhar de Merlin.

— Há quanto tempo você está olhando para a gente? — perguntou Melissa com a boca melada de ketchup, maionese e mostarda que conseguira, magicamente, enfiar na bolsa.

— Só uns dois minutos — Merlin respondeu calmamente ao se sentar ao lado de Arthur. — Podemos ir para casa agora?

— O que você tem? — Arthur perguntou, limpando o ketchup com o seu antebraço e encarando Merlin.

— Ah, nada demais, só uma gripe mesmo. O doutor disse que eu só preciso repousar um pouco — disse. Depois olhou com raiva para os dois. — Ou seja, não precisava me trazer para um hospital. Eu poderia muito bem me cuidar em casa.

Melissa e Arthur simplesmente bufaram.

— Quer comer um pouco? — perguntou Melissa com um cachorro quente na mão. Merlin confirmou e pegou a comida, dando um gemido de satisfação após a primeira mordida.

Arthur gostou daquele som, isso era óbvio pelo sorriso que ele deu.

E Melissa percebeu isso.

*

— Espera, o quê?! — Essa foi a exclamação de Merlin quando Melissa e Arthur contaram tudo o que havia acontecido após o encontrarem desmaiado.

— Que sorte você não ter se transformado num sapo, hein. A culpa seria toda do Arthur — comentou Melissa. Os dois bufaram em resposta. — De qualquer forma, vocês conhecem As Brumas de Avalon?

— Sim — Merlin respondeu secamente. — Você já me contou a história dos livros várias vezes.

Arthur negou, querendo saber mais sobre essa história que tinha Avalon.

— Então... — Melissa começou a contar a história e Arthur ficara completamente impressionado com tudo, em especial com a criatividade da autora. Quer dizer, ele e Morgana? E Mordred filho deles ainda por cima?! Mas uma parte acabou chamando ainda mais a sua atenção, principalmente com o olhar divertido de Merlin em cima dele. — No fim, Arthur, Lancelote e Gwenhwyfar — ou Guinevere, como quiser chamá-la — transaram. Eu sinceramente acho que Arthur e Lancelote transaram muito mais que somente nesse dia, mas... Hum, Arthur? — Melissa chamou o loiro completamente apavorado, mas ele assentiu mesmo assim. — Você tem algum amigo chamado Lancelote? Porque Merlin você já tem, né...

Cala a boca! — gritou Arthur afundando a cabeça num travesseiro qualquer enquanto Melissa e Merlin gargalhavam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aliás, um extrinha porque hoje quero destruir o core de vocês (spoilers, obviamente): http://i.imgur.com/H07at4p.jpg
O próximo provavelmente sairá essa semana ainda. Mas prometo que não vai ter a demora de antes. E, novamente, desculpem-me.
Gostaram? =D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "It's Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.