It's Time escrita por Arabella McGrath


Capítulo 3
Capítulo II — Melissa, o notebook e o nascimento de um professor


Notas iniciais do capítulo

Oieee! :D

Demorei mais do que o esperado, mas essas semanas tão sendo difíceis, gente. :/ Nem sei se vou atualizar ainda essa semana, mas né, bola pra frente.

Boa leitura! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/643319/chapter/3

— Mel, você não entende. E bem, nem eu consigo explicar direito. Mas não fale sobre bissexualidade, homossexualidade ou qualquer coisa do tipo perto dele, por favor — dizia Merlin enquanto trazia o prato de Arthur para a pia e Melissa o acompanhava.

— Ah, já sei. Ele está em fase de aceitação ainda, não é?

Merlin bufou.

Quando Melissa chegara e flagrara os dois num momento “íntimo”, Merlin apresentara os dois e, junto à morena, fizera comida para eles. Arthur ainda esteve chocado nos primeiros momentos, mas quando a refeição ficou pronta ele logo livrou-se do choque e comeu desesperadamente.

Naquele momento todas as desculpas esfarrapadas que dava em Camelot sumiram da sua mente. Também, ele estava numa situação completamente diferente. Com certeza Melissa deixaria Arthur ficar com eles e de qualquer forma ela presumiria que os dois eram namorados, então não adiantaria falar que eram amigos.

No fim Merlin só esperava que ela não perguntasse onde se conheceram. Mas bem, ela não perguntara sobre o passado dele, então estava de boas.

— Só não fala disso perto dele, ok? — Merlin completou a fala. Melissa, com um pequeno sorriso malicioso, concordou.

Emrys lavou o seu prato e o de Arthur e voltou para perto dele enquanto Melissa lavava a louça e guardava um pouco da comida que tinha.

— O que essa tal Melissa realmente falou enquanto estávamos abraçados? — perguntou Arthur enquanto olhava seriamente para Merlin.

— Nada demais, sério! — falou Merlin com um sorriso amarelo. — Mas você precisa tomar banho, não é? Vou te mostrar como funciona o chuveiro.

Arthur estava seguindo Merlin até o banheiro, mas parou ao ouvir a última frase e deu um puxão na orelha de Merlin.

— Eu posso ter morrido por centenas de anos, mas agora estou bastante vivo, obrigado — disse intensificando ainda mais o puxão. Merlin deixou escapar um gemido de dor e algumas caretas, mas suspirou de alívio quando Arthur o soltou, apesar do olhar irritado.

Merlin bufou e apontou para a porta que estava na frente deles. — Esse é o meu quarto, dentro dele há duas portas, a...

O pobre servo nem conseguiu terminar a explicação pois Arthur logo adentrou o cômodo. Merlin suspirou e, quando estava voltando para a sala a fim de descansar um pouco, ouviu um estrondo vindo do seu quarto.

Emrys correu imediatamente até lá e lá encontrou um Arthur desnorteado olhando para um notebook completamente destruído ao seu lado.

Merlin gelou. Melissa iria matar ele e o seu rei! Arthur só estava vivo novamente há pouquíssimo tempo e agora morreria de novo... De certa forma ele e Merlin eram tão jovens, ainda tinham tanto a viver...

— O que aconteceu? — perguntou Melissa. Merlin até mesmo fechou os olhos enquanto um frio percorria sua espinha e a de Arthur, que, apesar de ter conhecido a morena há... hm, meia hora no máximo, já sabia que ela representava um certo nível de perigo para ele.

Melissa ficou alguns minutos olhando para o notebook quebrado, até que deu um sorriso assustador. Arthur, que esteve sentado aquele tempo todo, sentiu o maior medo da sua vida.

— Você não tomou banho ainda, não é, meu querido Arthur? É na outra porta, vá lá. Quero ver você lindo e cheiroso.

Merlin finalmente abriu os olhos e olhou-a com suspeita. Melissa não era tão calma assim...

— Enquanto isso você e Merlin podem pensar em como comprar um novo notebook e colocá-lo num lugar realmente seguro. Eu acho que a mesa é uma boa opção, considerando que ele nunca deveria ter saído de lá — completou Melissa ainda com o sorriso.

— Mas, Melissa...! — exclamou Merlin. — Meu dinheiro não é o suficiente e Arthur não tem nenhum tostão. Seu notebook não tem garantia? Eles não podem cobrir isso?

— Eu poderia simplesmente falar para vocês se virarem já que foi você, Merlin, que guardou num lugar nada seguro e você, Arthur, que não foi cuidadoso ao abrir. A respeito da garantia, ela expirou mês passado, lembra que eu comprei bem antes de morarmos juntos? E nenhuma garantia aceitaria um notebook nesse estado, o conserto seria até mesmo mais caro que um novo.

Merlin suspirou, realmente não tinha dinheiro o suficiente. E não é como se houvesse um feitiço para consertar um notebook ou fazer dinheiro aparecer magicamente. Acredite, ele já tentou procurar algo do tipo.

Mas como eu sou uma pessoa muito legal, gentil, bonita, cheirosa e simpática, naturalmente eu tenho vários contatos, meu caro Merlin. Quando o Arthur tomar banho a gente conversa para ver as aptidões dele e eu vejo se alguém precisa de algo que se encaixe com o que ele tem a oferecer. Num último caso podemos usar o corpo dele... Enfim, esperarei um novo notebook até ele receber o dinheiro necessário para completar com o seu.

A morena deu um último sorriso e fechou a porta após terminar de falar. Merlin respirou aliviado — apesar do “último caso” ser assustador — e olhou para o seu rei ainda congelado.

O servo estendeu a mão para Arthur, que a aceitou prontamente, mas agora olhando para o eletrônico. — O que é isso exatamente?

— Um notebook, é difícil explicar — respondeu Merlin com um sorriso triste para o nobre laptop. Melissa fazia backup várias vezes, mas mesmo assim doía ver o coitado daquela forma... — Vem, eu te explico como se usa o chuveiro. É diferente do nosso tempo.

Emrys enroscou sua mão com a de Arthur e puxou-o até o banheiro. O rei inicialmente achou estranho aquele gesto e até ia protestar falando que sabia tomar banho sozinho — o que não era uma verdade absoluta, pois bem, ele era um rei, tinha empregados e depois de um dia cansativo bem que ele poderia se dar ao luxo de pedir para um servo (Merlin) ajudá-lo —, mas ao entrar no banheiro e dar uma boa olhada ele acabou se esquecendo de tudo.

O banho da época dele consistia em se sentar num balde cheio d'água — uma banheira, em suma — e pegar vários outros baldes para se lavar. Então sim, Arthur ficou bastante surpreso ao ver que o banheiro de Merlin não tinha uma banheira, mas sim um chuveiro.

— Tira a roupa — Merlin disse simplesmente. Arthur, ainda embasbacado com a visão do chuveiro, olhou-o confuso e um pouco irritado. — Eu já te vi nu, por favor... — Outro olhar, dessa vez mais irritado que confuso e Merlin bufou. — Tá bom então. Quando tirar a roupa entra no box, fecha ele, abre um pouco isso aqui e a água vai cair. Um sabão para você — falou enquanto dava o sabonete para o Arthur agora realmente confuso. — Quando terminar só chamar, assim eu te dou a toalha.

Arthur despiu-se enquanto Merlin terminava de falar. O servo olhou-o rapidamente, mas mesmo assim o rei percebeu o seu olhar e ameaçou bater nele. Resultado? Merlin bateu a porta e saiu correndo até a sala.

Lá, Melissa olhava-o com um sorriso e Merlin pulou de susto ao perceber isso. Também, no íntimo, ficou surpreso constatar que seu coração estava acelerado e ele mesmo estava um pouco quente. Talvez estivesse doente...? Mas todos esses pensamentos evaporaram quando ele lembrou-se de uma coisa importantíssima.

— Melissa, eu estou realmente encrencado! — exclamou enquanto mordia o lábio.

A morena olhou-o em dúvida.

— Não tenho nenhuma roupa que caiba em Arthur. E ele não deve demorar no banho, vou ter que correr para a rua e comprar alguma coisa.

Melissa puxou o cachecol de Merlin, fazendo-o olhar para ela confuso. — Eu acho que tenho uma roupa que caiba nele, espera aí.

— Ah, obrigado, Melissa. Eu-...

Novamente a fala do servo foi interrompida por seu rei, mas dessa vez por meio de um grito de susto. Imediatamente ele correu até o banheiro com Melissa logo atrás e lá eles encontraram Arthur sorrindo enquanto a água quente batia em seu corpo.

— O que houve?! — exclamou Merlin.

— Hm? Ah! A água é ótima, viu? Bem quentinha... — respondeu Arthur sorrindo para a água quente.

— Huh, gostei dessa visão — comentou Melissa no ouvido de Merlin. Este se virou e olhou-a surpreso. — Relaxa, Merlin. Vou deixar você sozinho com o seu rei. Na real, você sabe que eu prefiro os ruivos. — Então ela simplesmente saiu com uma risadinha.

Merlin ficou confuso. “Seu rei”? Como ela sabia disso? Então dirigiu seu olhar a um Arthur despreocupado com a vida enquanto se deliciava com aquela água quente. Meio que sem querer o olhar de Emrys caiu para a parte debaixo do corpo do rei e bem, seu olhar ficou bem vidrado naquela parte. Até que Arthur saiu do box rapidamente e imprensou-o na parede.

— O que foi isso? — Merlin exclamou.

— O que foi isso?! — Arthur exclamou de volta. Era óbvio o quão irritado ele estava. — Você praticamente não me explicou nada desde que chegamos aqui, Merlin! Eu não sei para o que exatamente eu estou aqui, mas eu quero ajudar de alguma forma. Porém, para isso, eu... preciso da sua ajuda, entende? E da sua experiência nesse tempo. Como nós dois fizemos em Albion e para isso eu preciso saber...

Merlin afirmou veemente. Ok, seu rei, que, detalhe, estava nu, estava o imprensando na parede e ele sentira tanta falta disso... Não, não disso exatamente. Claro que não, eles nunca fizeram algo parecido com isso. Mas sim, ele sentiu falta de Arthur. Então obviamente esperava uma conclusão daquela frase que faria qualquer um suspirar e dizer “esse é o rei de Albion!”. Então, quando ele completou a frase...

— De onde é que vem essa maravilhosa água quente?

Merlin simplesmente murchou.

*

Com as devidas roupas de algum ex de Melissa, Merlin tentava não rir de como ela se “encaixou” no corpo de Arthur. O traje ficou completamente justo nele, só para constar. Emrys pensou que, quando relembrou conhecera o Pendragon aquela roupa cairia bem nele, mas depois que ele virou rei... Merlin suprimiu novamente uma risada.

Enquanto isso, Melissa gargalhava sem medo algum de Arthur.

O Pendragon, já cansado daqueles dois, olhou-os irritado. — Melissa, você não disse que queria falar comigo por causa do... bem, eu não sei o nome daquilo.

— Do notebook? — perguntou Melissa após se recuperar um pouco das risadas. Arthur assentiu. — Ah, sim! Você é bom de luta?

Merlin arqueou a sobrancelha com aquela pergunta inesperada. Arthur tinha um porte físico de lutador para ela indagar isso? E também teve aquela vez do “rei”... Porém, Emrys olhou para o seu amigo e seu sorriso brilhante, provavelmente proveniente da pergunta. Obviamente ele também sorriu. Depois de tanto tempo era bom rever o sorriso de Arthur.

— Pelo seu sorriso a resposta é óbvia. E isso é ótimo! Minha ex precisa de um professor de luta e há algumas horas mesmo ela perguntou se eu conhecia alguém. Eu estava para respondê-la que não, mas agora... Vamos até lá! — exclamou Melissa animada já puxando Arthur pelo braço. Então ela olhou para Merlin. — Vem logo, Merlin! Vamos ver se Arthur aguenta os treinos da Anne. Você se lembra dela, não é?

— Lembro sim. Mas ah, bem, eu acho que não posso ir. Tenho que fazer umas coisas e não estou no maior pique — respondeu Merlin coçando a cabeça. Arthur olhou-o decepcionado e Melissa obviamente percebeu isso. — Tenho certeza que você pode ajudar o Arthur, não é, Melissa? — Ela afirmou com a cabeça. — Então eu não preciso ir. Boa sorte no teste, Arthur.

— Mas...

— Vamos! — Melissa berrou no ouvido de Arthur enquanto puxava-o para fora do apartamento.

Merlin sorriu, pressentia que eles seriam bons amigos e passarem um bom tempo sozinhos provavelmente teria esse feito. No fim Arthur realmente precisava de novos amigos, daquele tempo mesmo. Ok, agora Merlin parecia um psicólogo ou algo do tipo. Mas, mesmo assim, ele estava falando a verdade quando disse que precisava fazer algumas coisas e que não estava se sentindo muito bem.

Todavia, com o retorno de Arthur havia tanta coisa para fazer... E pensar também. Ou melhor, o principal era pensar. Os druidas disseram a ele que Arthur voltaria quando Albion mais precisasse. Mas... realmente eles precisavam do seu rei agora? Na verdade era Merlin o necessitado nisso tudo.

Afastou aqueles pensamentos que lhe davam dor de cabeça e concentrou-se no que ele realmente deveria fazer agora. Ah, sim, com certeza comprar roupas para Arthur. Mas... Melissa dissera a ele que seu ex deixara várias. Então não teria problemas se ele fizesse isso depois, principalmente com a presença de Arthur.

Mas o que seria melhor para fazer agora? Hmmm. É, isso com certeza. Era melhor ir dormir do que desmaiar em algum canto. Então Merlin simplesmente se encaminhou até o seu quarto e praticamente desabou na cama.

*

— Merlin! Merlin! Meeeeeeeeerlin! — gritava Arthur antes mesmo de entrar no apartamento. Melissa tampava os ouvidos, apesar de compartilhar a felicidade do rei. — Onde está aquele idiota?

Melissa riu. Gostara de Arthur desde que o viu num momento bastante íntimo com Merlin e, desde então, gostava dele ainda mais, principalmente pelo tempo que eles passaram juntos. Ela havia o levado para um acampamento que sua ex-namorada dirigia e lá davam aulas de luta, e, para a felicidade geral da nação, Arthur conseguiu passar no teste de professor. O loiro era desenrolado, afinal.

— M-Melissa... — murmurou Arthur com medo. A morena, alheia à situação, olhou-o confuso e o Pendragon simplesmente apontou para a porta aberta para o quarto de Merlin. Os dois entraram lá e depararam-se com um Merlin que aparentava estar praticamente morto. — Será q-que... Ele está... morto?

— Hm, não — respondeu Melissa. — Deve estar só doente. Há algumas horas mesmo ele estava bem quente.

Mas mesmo assim Arthur não a ouvia e balançava o corpo de Merlin, sem resposta. — Ele morreu! Temos que... Cadê o Gaius? Precisamos reanimá-lo!

— Gaia? Olha, considerando que ela é uma deusa... — resmungou Melissa. Arthur estava em pânico e, mesmo sem conhecê-lo direito, sabia que isso não devia ser do feitio dele. — Olha, Arthur, calma aí! Ele só deve estar doente e...

— E se ele tiver morrido?! — exclamou Arthur.

— Então ele já deve estar no inferno! — berrou Melissa com raiva das interrupções. — Calma, caralho! Nós só precisamos...

— O Merlin morreu... — murmurava Arthur olhando para o corpo do servo. — Com o corpo gordo e quente... Ele não pode ter morrido... Não...!

Melissa bufou, tentando conter a raiva. Com certeza seria uma longa noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Posso confidenciar algo a vocês? O MERLIN TÁ GRÁVIDO. MUAHAHAHAHAH Não, pera, gente, mentira. -q AHUAHAUSHAU

Espero que cês tenham gostado. :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "It's Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.