Já se passaram alguns dias desde que Allya aparecerá no colégio e mudará algumas coisas, Katherine e Jorge continuavam a discutir e fuzilar um ao outro, mas suas discussões não eram mais tão pesadas como antes. Allya forçava-os à sentarem ao lado do outro no intervalo. Katherine continuava a viajar no seu mundo de fantasias, e Jorge tentava de todas as formas paquerar Allya, que sempre lhe dava um gelo ou alguma patada.
Janice e Bob, continuavam a repreender Katherine, dizendo que ela corria perigo se continuasse falando com aquele punk.
Hoje é sexta feira o último dia de aula da semana.

– Estou tão animada para esse fim de semana.

– Por que?
perguntou Katherine.

– Porquê? Sua songa-monga, vai ter um encontro de góticos no Cemitério Das Almas.

– Eu vou para o Bar Anos 60.

– Você só vive naquele lugar. Onde você vai passar o fim de semana Jorge?

– Não sei.

– Ele vai para o covil.
Falou Katherine.

– Eu vou para aonde eu quiser, hippie idiota.

Katherine ficou brava novamente, enquanto Allya dava risada.

– Ah ela ficou bravinha quer um abraço?

– É claro que ela quer, Jorge. Onde já se viu uma hippie rejeitar um abraço.

– Afinal você quer ou não quer.
Disse Jorge.

Katherine olhou para a cara de Jorge por um tempo e apenas falou.

– Eu não rejeito um abraço á ninguém e você sabe disse.

Enquanto ele e Allya puseram se a rir.

– Pois eu duvido, dê um abraço no Jorge.

Katherine olhava para os olhos pervertidos de Jorge, enquanto Allya estava numa enorme expectativa, se levantou da sua cadeira e pediu a Jorge que se levantasse também. E então três, dois e um, fechou os olhos e lhe abraçou, como Jorge era mais alto, sua cabeça tocava em seu peito, ela escutava o coração de Jorge acelerar.

– Já pode me largar, Jorge!

Mas Jorge não largava Katherine que estava ficando vermelha de vergonha. Allya ria mais do que nunca.

– Jorge já pode me largar, você é surdo!?

Gritou Katherine, atraindo a atenção de toda á sala para os dois.

– Parece que temos um novo casal na sala. Falou o professor Fernando.

– Eu shippo "Jorgeline". Falou Allya bem alto.

– Olha o Jorge, pegando a hippie hein.

– Como ele pode abraçar aquela maluca.

– Não acredito no que estou vendo, uma hippie e um punk juntos?

– Ela não tem medo dele?

Na segunda feira a notícia havia sido espalhada por toda a escola, Katherine agora era conhecida como a namorada de Jorge. Ela estava muito preocupada, E se uma punk descobrir e querer brigar comigo, ou chamar todas as suas outras amigas para me dar uma surra. Pensava ela.

– Ele estragou a minha vida, Allya!

– Katherine, me poupe! Já disse que isso é neurose, um abraço não vai estragar a sua vida.

Conversavam as duas na sala um pouco antes de Jorge chegar.

– Hey Allya!

– Hey Jorge!

Katherine ficou vermelha sem saber porque, não conseguia olhar para o rosto de Jorge. Ela não sabia porque o coração dele estava batendo tão forte quando estavam se abraçando, Estaria ele apaixona... Não afinal, eles se odiavam. Pensou.

– Como foi o encontro no cemitério Allya?
perguntou Katherine.

– Foi uma coisa gótica, oras.

– Grossa!

Jorge riu com isso! E Katherine revirou os olhos para ele.

– Quer outro abraço?
Brincou Jorge. Allya e ele deram gargalhadas.

Mais tarde Katherine e Allya, combinaram de ir na Praça 1001. O dia estava ensolarado e bonito, pássaros cantavam nas árvores da praça, velhinhos alimentavam os pombos, crianças brincavam nos parquinhos vigiadas por suas mães, que fofocam com outras mães.
Katherine e Allya sentaram-se, num banco qualquer da praça. Ela pensava em contar para Allya, sobre o coração de Jorge ter acelerado, porém antes que tivesse a oportunidade de falar, virá Jorge na praça com outra garota também de aparência punk, tinha cabelos ruivos que não passavam dos ombros, os dois se beijavam.

– Onde eu estava com a cabeça de achar que ele estava apaixonado por mim. Pensou Katherine.

– Allya o Jorge tem dado muito em cima de você?

– Muito? Ele não para de tentar fazer algo principalmente quando estamos em aula.

Após ouvir isso, o pequeno sentimento que Katherine criará pelo o coração, se esfriou e uma chama de ódio se acendeu novamente.

– Hey Allya!

– Hey Jorge!

Então, Jorge veio em direção das duas e sentou se ao lado de Allya, ignorando Katherine, que não se importou muito com isso, apenas perguntou.

– Onde está aquela guria ruiva ?

– Ela foi para o Ninho, também vou, mas vim dar um oi para Allya.

– Só para mim? E a Katherine?

Jorge não respondeu.

– Não faz diferença, Allya, eu não gosto dele mesmo.

Se levantou logo após isso, mas Jorge a segurou pelo braço, não a deixando sair.

– Pois, eu estava começando a gostar de você.

Katherine para! Seu coração acelera não sabe como reagir, mas porque sentia tudo isso? Nem mesmo ela sabia.

– Acha que estou zoando? Pois estou.

Isso foi como uma facada no coração de Katherine, agora ela estava destabilizada, sentiu um enorme ódio.

– Você conseguiu, era isso que queria? Pois bem, tirou a minha paz de espírito.

Puxou o seu braço com toda força que podia, arrancando o das mãos de Jorge e apenas saiu caminhando, seu grande cabelo e a enorme saia de cigana que usava, balançavam com o vento. Não olhou para trás apenas foi para casa deixando, Allya e Jorge.

– Porque fez isso com ela?

– Eu estava apenas brincando!

– Paz de espírito pelo visto é uma coisa muito importante para ela, você deve ter feito um belo estrago, mas nem mesmo eu sei o que foi tão pesado, porque afinal com venhamos não foi nada muito sério.

Chegando em casa, Katherine foi para o seu quarto, nem mesmo olhou para os seus pais, o que ela queria mesmo era pensar em tudo. E foi isso que fez a noite inteira.

– Por que isso destruiu a minha paz de espírito?

– O rio que passava por mim estava calmo, agora está tão turbulento.

– Apesar de tudo ele não tem noção do que fez.

– Eu o perdôo. Mas ainda não sei porque me sinto assim.

Katherine, pensou em ligar para Janice, porém adormeceu antes de criar coragem para tal. Também não atendeu as ligações, de Allya. De repente ela acorda com uma ideia que surge na sua mente.

– É isso! Pensou animada.

Ligou para Allya o mais rápido que pode.

– Alô?
Falou Allya com muito sono.

– Alô Allya? É a Katherine.

– Ah, oi, HEY! você sabe que horas são!? Para me telefonar a essa hora! E a propósito, porque não atendeu as minhas ligações?

– Allya, você tem o contato do Jorge certo? Diga para ele não faltar amanhã obrigada.
Antes mesmo de Allya responder Katherine, desligou o telefone.
Já era dia, e Katherine foi a primeira a entrar na sala, estava muito animada, mas ela tinha que aprender uma velha lição, que as expectativas nem sempre se tornam realidade, Jorge tinha faltado neste dia.

– Você avisou para ele vim hoje.

– Eu avisei sim.

– Então porque ele não está aqui, brother?

– Guria, você acha que eu tenho bola de cristal?

– Desculpe.

Katherine se sentiu triste, afinal Jorge havia ignorado o seu pedido. Porém ela não se abalou e resolveu esperar o dia seguinte. E ele novamente não pareceu. E assim foi por uma semana até que então quando Katherine, pensará que Jorge havia mudado de escola. Eis que ele surge pela porta da sala. Allya coloca um sorriso no rosto.

– Hey Kath, olha quem apareceu hoje!

– Hey Allya!

– Jorgeeee!

– Sentiu minha falta senhorita hippie.

Katherine não queria admitir, mas ela sentiu a falta de Jorge sim, sem ele a escola não era mais a mesma. Então ela se levanta e abraça Jorge, com todas suas as forças, Allya arregalou os olhos enquanto, Jorge fica sem reação apenas colocando as mãos em volta do corpo de Katherine, que agora não queria soltar, ela ficou alguns segundos, ouvindo o coração dele bater.

– Hey eu também quero um abraço!

E então Allya se pôs no meio dos dois, formando um grande abraço triplo. Katherine se lembrou do que queria dizer a Jorge desde o primeiro dia.

– Bem eu não sei porque eu o abracei só sei que senti que precisava fazer isso. Mas eu quero lhe propor algo.

– Vai me propor namoro?
Riu Jorge.

– Não seja fútil! Eu quero conhecer a sua ideologia!

Jorge ficou perplexo, não conseguia entender porque uma hippie queria conhecer a ideologia punk.

– Se você quer, conheça nada está te impedindo.

– Eu quero que você seja o meu guia!

– Eu? Não sei se quero fazer isso.

– Uma semana, me leve ao ninho, me explique tudo!

– É isto que quer?

– Sim! Mas tem uma condição!

– Qual?

– Você terá que conhecer a ideologia hippie. Eai topa ou não topa?

– Claro, que não! Não tenho o mínimo interesse em conhecer o mundo hippie.

– Mas eu pensei que..

– O que você pensou!? Que eu sou seu amiguinho punk da escola? Olha curto seus abraços e tal deixo até você me beijar se quiser, mas não somos amigos, lembre-se disso.

– Bem você realmente tem razão, não somos amigos, onde eu estava com a cabeça em pensar que poderíamos tentar ser amigos! não se preocupe eu não lhe incomodarei mais.

Katherine não queria chorar apenas ficou triste pela oportunidade perdida de conhecer o mundo punk. A manhã na escola se passou e Katherine não foi para casa após o colégio e sim ao Bar Anos 60, encheu a cara com Janice e Bob e se esquecera de tudo que viverá até ali.
Jorge ao contrario de Katherine foi para sua casa.

– Hey mãe, hoje uma hippie queria conhecer o mundo punk.

– Nossa que legal, mas eai?

– Ela queria que eu também conhecesse o mundo hippie então recusei.

– Por que fez isso!

– Porquê não tenho o mínimo interesse em conhecer a cultura deles.

– Mas Jorge, é uma oportunidade que talvez seja única e você a perdeu.

– Porque isso seria do meu interesse?

– Muito bem! Porque o seu pai era um Hippie! Mas a escolha é sua.

Jorge não acreditou no que ouvirá, enquanto a mãe lhe deu as costas o deixando sozinho, ele ficou muito abalado, o seu pai? Aquele que ele sempre sonhou conhecer! Era um hippie?

– Alô Allya, me passa o número da Katherine.

– Hey senhorita hippie é o Jorge, EU TOPO !