Dear, Soldier escrita por TheKlainerGuy


Capítulo 8
Day Off


Notas iniciais do capítulo

Olá.
Pra você pode ser segunda, mas eu não dormi, então ainda é domingo. E nem reclamem, pois venho escrevendo isso desde sábado de madrugada. Um capítulo com quase 4.500 palavras. Kurtbastian pra todo mundo ficar feliz.
Consegui atualizar hoje o/ - Se domingo que vem eu conseguir atualizar, vai ser um recorde de atualizações em 3 domingos seguidos.

Bom, é isso.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/641188/chapter/8

Depois que Quinn foi praticamente arrastada para fora da escola, os animadores de torcida sentiram a falta da loira e isso acabou prejudicando a energia do grupo. Mesmo não estando tão concentrados quanto deveriam, as Cheerios conseguiram prosseguir com a apresentação e ajudar os Titãs a conseguir um empate.

Assim que terminou o jogo, Kurt ligou diversas vezes para melhor amiga, mas ela não respondia aos telefonemas. Ele chegou até a mandar duas mensagens para Sebastian, para saber se eles pelo menos haviam chegado bem em casa. O castanho foi para casa na companhia de sua família, mas por todo trajeto, não saiu do telefone para ver se conseguia mais informações sobre a amiga.

Quando chegaram em casa. Kurt foi direto para seu quarto, onde tomou banho, passou os produtos necessários para o rosto e depois foi se deitar. Antes de dormir, o rapaz ainda fez mais algumas tentativas para se comunicar com a Fabray, mas a loira não respondia as ligações, SMS ou mensagens em todas as suas redes sociais. Enquanto não conseguia pregar os olhos pensando na amiga, Kurt pensou na possibilidade de ir atrás dos irmãos Fabray na casa deles e saber se eles estavam bem.

Enquanto Kurt estava pensando se duas horas da manhã era muito tarde para ir checar Quinn, uma mensagem chegou ao seu telefone. O aparelho praticamente foi ao chão, quando Kurt tentou pega-lo. Na esperança de encontrar uma resposta da amiga, a única que Kurt viu, foi que a mensagem era de três emojis.

Incerto se deveria ler, o rapaz demorou por volta de cinco minutos para parar de tirar conclusões e discutir consigo mesmo e leu logo a mensagem. Era tão curta e confusa, que Kurt via ela como uma palavra do dicionário, que em seguida receberia uma explicação. Kurt precisou lê-la três vezes.

“Eu estou bem. Lucy está bem. Estamos bem. Mas espero que NÓS estejamos bem.”

Kurt queria encontrar um sentido para aquilo, já que nada daquilo respondia o que ele havia perguntado. Insatisfeito e duas vezes mais confuso, Kurt pensou em ligar para Sebastian, mas sentia que iria ficar extremamente irritado caso o Fabray não o respondesse pelo telefone e não queria causar desconfianças por estar ligando para ele aquela hora da madrugada. Então, com um forte sentimento de impotência, Kurt sentiu uma raiva tremenda de Sebastian e de sua mensagem, que foi dormir.

Enquanto estava com os olhos fechados, a cena de Sebastian puxando Quinn passava diante de seus olhos. A forma como ele foi autoritário com a loira, como se fosse pai dela. Apesar de que Kurt acharia errado se Russel tratasse Quinn daquela maneira – mesmo que a loira tivesse cometido o pior dos erros. Kurt se lembrou dos olhos nervosos de Sebastian; da careta em seu rosto; o vermelho se espalhando; a voz crescente.

Com esses pensamentos, Kurt foi dormir imaginando como poderia estar a loira. Ele queria muito que ela estivesse bem e que de alguma forma, ele não viesse a se decepcionar com Sebastian.

No dia seguinte, Kurt acordou com dor no corpo e cansado como nunca. Alguma coisa também o dizia que ele precisaria usar maquiagem embaixo dos olhos hoje. Depois de muito tempo olhando para o celular sem mensagem alguma de Quinn, Kurt se levantou. Ele fez todo o seu processo matinal de costume e escolheu as roupas mais simples que ele tinha – no conceito dele do que era simples. Antes de descer para tomar café, Kurt mandou mais algumas mensagens para Quinn. Como a loira não respondeu, ele foi para o térreo.

Chegando na cozinha, toda sua família já estava tomando café silenciosamente. Quando entrou, todos o desejaram um bom dia, mas o castanho nem ao menos prestou atenção naquilo. O Hummel começou a pegar algumas frutas na geladeira e colocar em uma tigela. Quando terminou, foi se sentar na única cadeira que ainda sobrara.

– Kurt, está tudo bem, querido? – Perguntou Carole, não querendo ser muito invasiva. O menino não respondeu. – Kurt?

– O quê? – Respondeu o castanho, como se tivesse acabado de tirar a cabeça de dentro d’água.

– Carole perguntou se está tudo bem. – Disse Burt, observando o filho. O jornal que ele lia, havia sido deixado de lado.

– Sim. – Respondeu antes de se voltar para Carole. – Só estou um pouco cansado. Foi um jogo difícil ontem. – Por conta do placar do jogo da noite seguinte, Kurt esperava que a conversa acabasse ali, coisa que não aconteceu.

– Teria sido pior se não fosse você, Quinn e as Cherrios, Kurt. O time e eu queríamos agradecer, mas por algum motivo, vocês pareciam piores que nós... – Agora todo os olhos estavam no castanho.

– Ah, aconteceu algumas coisas depois do tempo que os Donkins pediram e isso acabou nos esfriando um pouco até o final do jogo. – Disse ele, enquanto revirava os morangos a sua frente.

– Isso não tem nada a ver com a minha ida para agradecer a você, né? – Perguntou Finn, começando a subir o tom de voz. – Ninguém te machucou, né? – Finn procurava os olhos azuis do irmão, que estavam baixos.

Burt observava com toda atenção aquela conversa. Os punhos já estavam fechados em cima da mesa.

– Não, ninguém fez nada a mim. É só que... Sebastian, irmão de Quinn, viu ela beijando Puck ontem e levou ela de lá furioso. – Enquanto explicava, se lembrava mais uma vez da cena. Precisou afastar o café da manhã da sua frente. – Ficamos preocupados com ela, pois não recebemos notícias de nenhum deles, depois que foram embora.

– Esse foi rapaz com quem você saiu aquele outro dia? – Começou Burt. – Porque se for...

– É, foi ele sim, mas ele não age assim normalmente... – O tom de voz de Kurt foi abaixando até que ele se calou, porque sim, Sebastian agia assim com frequência. Por que só agora ele havia percebido aquilo?

– Se ele não é assim normalmente, por que fez isso? – Questionou Burt, não se agradando muito do rumo da conversa.

– Eu preciso ir para aula e descobrir. – Kurt se levantou para não ficar mais irritado com o pai. Ele já tinha que lidar com a mente dele tendo mil pensamentos, não queria que o pai começasse a dize-los em voz alta. – Vamos, Finn.

Kurt e Finn recolheram suas coisas e saíram de casa. Kurt estava em silêncio e encarando os sapatos pretos. Não queria conversar, apenas pensar no que acabara de concluir sobre Sebastian. Ele não gostaria de regressar o modo que via o Fabray.

Ainda na garagem, quando Finn mal havia tirado o carro da entrada da casa, Kurt recebeu uma mensagem. Pensando se deveria ignorar, já que possivelmente poderia ser de Sebastian, Kurt decidiu que devia pelo menos ver de quem era. Ao tirar o celular do bolso e checa-lo, viu que não eram três emojis na tela e sim um nome: Quinn Fabray.

Rapidamente, ele desbloqueou o telefone e leu a mensagem. Ele não quis considerar que aquilo havia sido mandado por Sebastian, mas pelo o tamanho da mensagem, não era tão difícil pensar nisso.

“Estou indo para escola. Me encontre antes da aula de Trigonometria porque precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem. Você não vai acreditar!”

Quando Kurt já estava praticamente decorando a mensagem, uma nova chegou. Novamente de Quinn.

“Estarei embaixo das arquibancadas que geralmente ficamos. Não demore!”

Kurt mal havia saído da rua de casa e já pensava na possiblidade de saltar do carro e ir correndo para escola. Ele queria chegar na escola o mais rápido possível.

Assim que Finn estacionou o carro, Kurt desceu correndo e foi em direção ao campo de futebol. Finn, assustado, não parava de chamar pelo irmão. Kurt nem ao menos olhou para trás.

Quando o castanho percebeu, ele já estava abrindo as grades que cercam o campo e corria pela grama. Kurt chegou em tempo recorde a arquibancada, mas essa, se encontrava vazia. Ele notou que não havia sinal nenhum de que alguém tivesse passado por ali.

Imediatamente, Kurt caçou seu celular em sua bolsa e começou a digitar uma mensagem para Quinn, perguntando onde a loira estava. Assim que enviou a mensagem, recebeu uma resposta. Conferindo o celular, Kurt notou que não havia mensagem nova. O som não viera de seu telefone. Foi quando ele olhou para trás e viu Quinn.

– Oi. – A loira se aproximou, mas parecia um pouco sem graça. Enquanto Kurt estava congelado no lugar, ela tirou a bolsa dos ombros e se sentou no chão. – Sente-se.

Kurt fez. Ele percorria o olhar por todo o rosto de Quinn. Ela não estava machucada, pelo contrário, estava muito bem. Ele queria entender porquê a situação entre eles estava um tanto estranha. Por alguns instantes, a Fabray deixou que o amigo a observasse e se certificasse de que ela estava bem. Quando Kurt teve certeza disso, desembestou a falar.

– O que foi que aconteceu ontem? O que seu irmão fez com você? Você está bem? O que seus pais fizeram? Por que não respondeu minhas mensagens? – Kurt estava ficando sem ar, quando Quinn levantou o dedo, pedindo que ele parasse.

– Vou te explicar desde o começo. – Ela respirou fundo e começou com a história. – Ontem, assim que Sebastian me tirou do campo e me levou para o carro, aconteceu uma coisa muito estranha...

Flashback

– Sebastian, me solta. E-eu posso explicar. – Pedia a loira, enquanto tentava se soltar dos braços do irmão. – Não precisa ficar tão bravo. Me deixa explicar.

Sebastian não disse nada, apenas continuou a puxar ela por todo o caminho. Quando chegaram ao carro, o rapaz abriu a porta do carona e colocou Quinn sentada no banco. A loira sabia que não conseguiria fugir, então ficou observando o irmão dar a volta no carro e se sentar no banco do motorista.

Quinn nunca tinha visto o irmão tão furioso. Sebastian encarava a irmã, enquanto o peito subia e descia freneticamente. A respiração era tão forte, que o único som vinha da respiração em bufos de Sebastian.

– Você sabe o que me deixa mais furioso?! – Sebastian disse em meio a sua raiva. Ele queria poder socar alguma coisa. Então ele começou a esmurrar o volante, enquanto Quinn se distanciava dele.

Os socos foram repetitivos e intensos. Pareciam que os punhos do Fabray iriam quebrar a qualquer instante. Quinn gostaria de fazer alguma coisa para tentar para-lo, mas nada iria acontecer. Depois que ficou exausto, Sebastian cruzou os braços no volante e abaixou a cabeça. Quinn observou, com ajuda da luz que entrava pela janela, as costas do irmão subindo e descendo. Mas o que chamou atenção, era que elas subiam em ritmos diferentes. Ele não estava respirando. Estava chorando.

– Se-Sebastian, você está bem? – Quinn um pouco receosa, colocou a mão no ombro do irmão, esse que levantou com o toque.

– Não, eu não estou bem. – Lágrimas escorriam pelo rosto do menino. – Eu acabo de ver você beijando um cara na frente de toda a escola! – Ele olhou para a janela ao seu lado.

– Sebastian, foi um único beijo. Eu não entendo porque você está tão... louco. – A loira não sabia se havia outra palavra para descrever Sebastian agora.

– Louco? Louco?! – Sebastian riu ironicamente. – Você não entende, não é mesmo, Lucy? Eu vi você beijando alguém. Eu vi você conhecendo alguém. Eu vi você no seu último ano na escola, sendo uma incrível líder de torcida e com um namorado. – Quinn franziu a testa. – Eu saí de casa você ainda odiava garotos e estava tendo as primeiras aulas de ballet. Hoje você tem um namorado e consegue pular mais de três metros. Você entende isso? Eu perdi tudo isso. – A voz de Sebastian quebrou ainda mais. O soluço prendendo no fundo da sua garganta. – Eu perdi a minha irmãzinha. Eu não te acompanhei, não estive ao seu lado, não te ajudei. Tudo isso porque eu estava enfurnado no exército porque sou homossexual! Eu perdi a melhor fase que poderia ter tido com você, porque nossa família é homofobica. – Sebastian chorou mais. Quinn tinha uma cara de horror estampada. – Eu não te tirei de lá porque você estava beijando aquele garoto. Eu te tirei de lá porque eu não quero ter a certeza que a minha pequena Lucy já cresceu e eu não estive lá para ver isso acontecer.

Sebastian voltou a baixar a cabeça no volante e chorou mais alto. Quinn apenas teve o deslumbre da cena. O irmão dela estava assim porque ela havia crescido. Sebastian tinha raiva da vida que havia levado. Ele tinha raiva porque por alguns instantes, pensou que não conhecia mais sua menina.

– Mas você não precisa ficar assim. Você não é o papai ou a mamãe para estar sempre presente comigo. Você não tinha obrigação de estar ao meu lado. – Quinn tentou acalma-lo.

– Eu não tinha a obrigação, mas queria estar lá. Eu não fiz a escolha de ir para o exército. Eu não sou seu pai, mas seu irmão. Eu vi você dar os primeiros passos, falar as primeiras palavras, amarrar os cadarços e andar de bicicleta. Isso foi uma salvação para não me preocupar com meus sentimentos na época. Ficar sem você, não foi uma falta de peso nas costas, foi a falta de um refúgio. Eu te amo, Lucy... Eu só queria não ter perdido algo tão importante para mim e que me ajudou por tantos anos quando eu precisava esconder e descobrir quem eu realmente era. Eu queria estado lá para você.

O coração de Quinn caiu. Seu irmão mais velho, a pessoa que sempre a protegeu, não esteve com ela. Ela parou e pensou o quanto sentiu a falta da figura do irmão. E vendo o irmão na sua frente, com o mesmo sentimento, fez tudo desmoronar. Ver Sebastian chorar com saudades dela, era a pior coisa que ela poderia imaginar.

Quinn colocou os braços envolta do irmão e o segurou com força. Lágrimas pesadas caíram em cima do uniforme. Ela afagou as costas do irmão de uma maneira carinhosa, para acalma-lo. Quinn até um momento segurou as lágrimas, mas quando viu a situação: ela e o irmão em um carro, ele chorando porque sentia falta da irmã e sentia culpado por isso – foi demais pra ela, que começou a chorar.

Por meia hora, eles choraram por palavras que jamais seriam ditas. Mesmo que viesse do fundo do coração, palavras não seriam tão significativas quanto aquelas lágrimas. Elas seriavam para curar o que tempo havia machucado. Lágrima, a forma física de um sentimento que não coube no peito.

Flashback

– Foi isso que aconteceu. – Disse Quinn, encarando suas mãos. – Depois nós dois fomos para uma lanchonete que fica aberta 24 horas e conversamos sobre como foram esses anos separados. – Ela passou a mão para limpar as lágrimas que haviam escorrido enquanto contava a história. – Duas horas foi o horário que nós saímos da lanchonete e eu pedi pra ele mandar uma mensagem pra você, porque a bateria do meu celular tinha descarregado.

Kurt ficou em silencio, enquanto analisava a conversa. Ele não se sentiria mal de ver que Quinn já estava bem e começasse a ter novos pensamentos e conclusões sobre o irmão dela. Mas ele analisou, caso um dia viesse a namorar com ele.

Sebastian era ciumento. Mas ele gostava de se fazer presente na vida de quem amava. Kurt pensou na ideia de ir para New York e deixar Sebastian em Ohio. Ele não iria suportar um namoro a distância. Ou iria? Sebastian largaria tudo e iria com Kurt, para justamente não perder a evolução de Kurt? Kurt não queria ver como Sebastian reagiria caso ele começasse a crescer na Big Apple.

O fato era que Sebastian não estava bravo por maus motivos e sim, por bons motivos. Mas como ele expressava eles, era o que incomodava Kurt. Mas talvez fosse algo exclusivamente de momentos assim que Sebastian ficava transtornado.

Quando se deu conta, Quinn tirava Kurt de seus pensamentos.

– O quê? – Era quase um sentimento de deja-vu dizer isso.

– Eu não vou ficar hoje para aula, pois preciso conversar com o Noah. Sebastian quer conhece-lo e me deu coragem para assumi-lo para minha família. – Quinn sorriu. – Além do mais, não conversamos depois do jogo... – Quinn se levantou e Kurt fez o mesmo. – Tudo bem pra você?

– C-claro, pode ir. – Kurt sorriu. A amiga beijou sua bochecha, deu rápido abraço e saiu correndo.

Kurt ficou sozinho embaixo da arquibancada, repassando a conversa e seus pensamentos. Então, Sebastian era uma boa pessoa, certo? Aquilo só havia sido um mal-entendido e um passo errado.

Nesse exato pensamento, o celular de Kurt voltou a vibrar. Ele nem questionou e já foi checar, porque toda vez que o celular lhe dava uma mensagem, de alguma forma, o ajudava nas questões atuais. E ele estava certo, pois a mensagem vinha de três emojis.

“Não conte para ninguém, venha em silencio e não se assuste, tudo isso enquanto você vem até o auditório. Estou te esperando.”

Um formigamento surgiu de repente no estomago de Kurt. Um sorriso cresceu sem querer em seu rosto. Sebastian estava no auditório e queria conversar com ele. Se explicar. Kurt viu o horário e já tinha perdido o começo da aula de qualquer forma, ficar com Sebastian o resto dela não seria um problema.

Fazendo o que foi pedido, Kurt pegou sua bolsa e foi correndo até o auditório. O coração batendo forte no alto do peito.

Kurt começou a desacelerar conforme foi chegando mais perto da entrada do auditório. Por algum momento, ele pensou que alguém estaria ensaiando algo, mas se lembrou que Sebastian havia pedido para que Kurt não se assustasse. Uma melodia suave e calma de um piano vinha do auditório. Foi quando uma voz maravilhosa começou a cantar.

Como se uma conexão magnética tivesse puxado a barriga de Kurt, ele abriu as cortinas e entrou no auditório. No centro do palco, estava Sebastian. Holofote sobre ele, bem vestido como nunca, segurando um microfone dourado, uma voz arrebatadora e um olhar intenso para Kurt.

I'm a flame you're a fire
I'm the dark in need of light
When we touch you inspire
Feel it changin' me tonight

Kurt não conseguiu evitar o sorriso. Parecia que Sebastian havia procurado uma música que havia a palavra “fogo” envolvida, para poder cantar. Mas o que Kurt mais adorava sobre tudo, era a voz de Sebastian. Era gostosa, suave, aguda na medita certa e parecia que ele fazia as notas dançarem pelo espaço. Ele era encantador no palco. Definitivamente, um Fabray.

So take me up take me higher
There's a world not far from here
We can dance in desire
Or we can burn in love tonight

Enquanto Kurt descia as escadas do auditório, ele mantinha os olhos no Fabray. Além da voz potente, Sebastian tinha uma desenvoltura encantadora com os braços e com o resto do corpo. O modo suave que ele se movimenta e cria algo diferente. É como se ele fosse o mar e suas ondas.

Our hearts are like
Firestones
And when they strike
We feel the love

Com a mudança do ritmo da música, o cenário mudou. O palco foi preenchido por luzes roxas e azuis, que mudavam de cor suavemente. Sebastian acompanhou Kurt com os olhos e piscou para o castanho, que estava encantado.

Sparks will fly
They ignite our bones
And when they strike
We light up the world (we light up the world)

Kurt chegou em frente ao palco, foi quando Sebastian parou de cantar e puxou o castanho para cima do palco. Enquanto luzes de várias cores piscavam e passavam rapidamente por eles, Sebastian puxava Kurt para uma dança e em algumas vezes, colando os corpos dos dois juntos. Por diversas vezes, Kurt se viu com a mão no maxilar de Sebastian e suas bocas muito próximas.

Ao redor, tudo se transformou em nada.

Sebastian voltou ao microfone, segurando uma das mãos de Kurt, para continuar com a música.

I'm from X
You're from Y
Perfect strangers
In the night
Here we are
Come together
To the world
We'll testify

Sebastian trouxe Kurt para perto e cantou olhando no fundo dos olhos azuis do Hummel. Kurt não ousou e nem pode desviar os olhos de Sebastian. Estavam muito intensos.

No meio da música. Sebastian indicou com a cabeça o microfone, para que Kurt o acompanhasse na música. Sem muito escolha e sem muito desinteresse, Kurt fez.

Sebastian e Kurt

Our hearts are like
Firestones
And when they strike
We feel the love

Eles dividiam o microfone com uma graça bonita de se ver. Kurt não reparava mais em nada, que não fosse o verde dos olhos de Sebastian. O Fabray ainda segurava as mãos de Kurt e percorria o olhar por todo o rosto de Kurt. Ele achava Kurt lindo.

A voz dos dois juntos, era algo realmente tranquilizador. Quando Kurt cantava com Quinn, eles conseguiam fechar os olhos de quem quer que estivesse na plateia e fazer com eles apenas sentissem a música. Com os dois não era tão diferente. A música parecia entrar no ritmo do coração e quem estivesse escutando, teria o coração vibrando na frequência deles.

Sparks will fly
They ignite our bones
And when they strike
We light up the world

Kurt sentiu um delicioso arrepio, que correu sua espinha, quando Sebastian colocou a mão na nuca do castanho. Com o mesmo magnetismo, a mão de Kurt foi para o braço esquerdo de Sebastian. A música não parou por nenhum instante. Era automático.

We light up the world
We light up the world
Oh-woah
World
Oh-woah
Firestone

Assim que a música terminou, Sebastian sumiu na escuridão, deixando Kurt sozinho. O castanho olhou para o chão e respirou fundo, reorganizando a respiração e os batimentos cardíacos. Aquilo havia sido muito bom.

Logo Sebastian já estava de volta. Ele sorria grande para Kurt. O Hummel precisou corresponder, porque sabia que sentia aquilo também.

– Precisei desligar a música antes que ela retornasse e ficássemos presos em um looping eterno. – Disse ele sorrindo e afastando o microfone de perto dos dois. – Oi. – Cumprimentou Kurt, em seguida, foi se sentar na beira do palco.

– Oi. – Kurt se sentou ao lado dele. – Como você está? – Perguntou Kurt, não conseguindo conter o sorriso de estar na presença de Sebastian.

– Depois disso você ainda tem coragem de perguntar como estou? Eu estou mágico e você? – Sebastian se apoiara nos dois braços.

– Mágico? Gostei disso. – Sebastian deu os ombros, praticamente dizendo que já sabia disso. Sebastian também deu um sorriso torto e passou a língua pelos lábios. Eram esses pequenos detalhes que deixavam Kurt tão preso a Sebastian. – Também estou me sentindo mágico.

Sebastian gargalhou rapidamente, antes de abaixar a cabeça. Os dois ficaram em silêncio e entraram em um constrangimento. Um esperava que o outro voltasse a falar, mas ninguém falou nada. Sebastian estava envergonhado, mas Kurt apenas achou que eles estavam fazendo um tipo de armazenamento de memória ou algo assim.

– Você estava falando com Lucy antes de vir para cá, né? – Perguntou Sebastian, um pouco envergonhado. Saindo dos devaneios, Kurt percebeu o que o silêncio significava. Kurt franziu a testa, ficando um pouco mais sério e concordou com a cabeça. Sebastian olhou para o outro lado. – Imaginei que fosse isso.

– Há algum problema nisso? – Questionou o castanho.

– Não, não há. É só que... agora você provavelmente sabe do que aconteceu. – Sebastian se endireitou no lugar. – E-eu estava com vergonha de falar com você e me desculpar, então pensei em cantar e pedir desculpas em seguida. – Kurt juntou as sobrancelhas. – Me desculpa. Desculpa por vacilar quando eu estou tentando provar que não sou um louco paranoico. Eu não queria que você tivesse me visto daquela forma tão transtornada.

– Está tudo bem. – Kurt procurou os olhos do Fabray. – No começou eu fiquei preocupado com o que você poderia fazer com Quinn, mas depois de tantas mensagens, eu fiquei preocupado com o que poderia ter acontecido com vocês dois. – Disse Kurt, olhando para as mãos. Sebastian ficou confuso e Kurt percebeu um olhar interrogativo sobre ele. – Minha mãe morreu em um acidente de carro... E-eu só fiquei com medo de, sei lá...

– Eu sinto muito. – Sebastian chegou mais perto. – Eu sinto muito se nós te procuramos só depois de algumas horas. Eu realmente me sinto mal por saber disso. E-eu deveria ter respondido antes. – Sebastian queria fazer alguma coisa para consertar.

Kurt negou com a cabeça.

– Não, eu não entrei em crise nem nada. No começo, toda vez que meu pai saia de carro, eu entrava em desespero, mas com alguns tratamentos, aprendi a me controlar. – Kurt olhou para Sebastian, que tinha um olhar de piedade. – É por isso que eu também não sei dirigir. E-eu não teria coragem...

– De verdade, eu sinto muito. – Kurt concordou com a cabeça. – Ela deve ter sido uma mulher incrível. – Disse Sebastian depois de um longo tempo. Kurt sorriu e concordou ainda mais.

– Ela se foi quando eu tinha sete. – Sebastian ergueu as sobrancelhas. – Ela estava voltando pra casa, no fim de um dia de trabalho. Lembro que a última coisa que ela me disse, foi que eu era a coisa mais preciosa da vida dela e que ela me amava muito. – Kurt fechou os olhos, como se ainda pudesse se lembrar. – Respondi dizendo que também a amava. – Kurt estava todo arrepiado por se lembrar do momento. – Ela sempre dizia que havia nascido para ser grande. Se eu carrego um sonho, foi porque ela me ajudou na construção da base dele. Minha mãe foi tudo na minha vida.

Kurt fechou os olhos e deixou uma única lágrima escapar de seus olhos. Sebastian a capturou e em seguida beijou onde ela havia parado – na altura da maça do rosto. O beijo foi longo e reconfortante. Os lábios de Sebastian eram macios e davam uma sensação de sensibilidade na pele de Kurt.

O Hummel se afastou e ficou alguns centímetros afastado de Sebastian. Eles ficaram encarando os olhos e os lábios um do outro, até que Sebastian começou a abrir a boca.

– Pretendo seguir os passos dela em sua vida. – Kurt concordou, olhando para o chão. Ele estava envergonhado agora. Depois de alguns instantes e de uma grade ideia, Sebastian disse: – O que você acharia de faltar as aulas hoje e ir comigo ter um segundo encontro em uma loja onde eles nos deixam jogar Just Dance? Eu veria você dançar de qualquer maneira, já que esse era nosso plano para ontem.

– Ok. – Concordou Kurt.

Logo Sebastian se levantou e estendeu a mão para Kurt, ajudando-o. Os dois saíram juntos do auditório e foram para um encontro de verdade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim.
Capítulo que vem vai ser só Kurtbastian, Quinn e outros mal vão aparecer. Se aparecerem no começo, vai ser muito. Prometo.
Música legal pra esses dois né? É porque tem umas aí a caminho que vai fazer um pessoal querer enlouquecer...
Até semana que vem.

Bye!