Twilight - a Magia do Amor escrita por Sol Swan Cullen


Capítulo 33
28º Capítulo - Impasse




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(Edward POV)

Estava a ficar cansado de esperar... Conseguia ouvir o coração de Bella, tanto na máquina a que os humanos a haviam ligado como dentro do seu peito. O som regular e calmo em nada ajudava a controlar a angústia que se tinha espalhado pelo meu corpo e mente durante a longa espera!

Se não estivesse tão certo de que tirei o veneno do seu corpo, poderia até pensar que ela se estava a transformar. O pensamento passou-me pela mente, estava tão desligado de tudo que já quase não conseguia distinguir a diferença entre os pensamentos daqueles que me rodeavam e os meus.

Mesmo estando sob o feitiço que Charlie tinha feito sobre nós e que Ana melhorara no momento em que acordara, eu permanecia imóvel. Uma pedra imutável, imóbil e indiferente. Era tudo o que eu era sem Bella.

- Ela vai ficar bem, Edward. – Alice disse sentando-se ao meu lado e colocando uma mão no meu ombro. Eu ainda a vejo com clareza! Ouvi os seus pensamentos que tentavam a todo o custo chamar à minha atenção para as visões que a minha irmãzinha via.

As suas visões não iriam despertar o meu interesse enquanto fossem apenas isso, a possíbilidade de elas não virem a acontecer era maior do que Alice pensava. Enquanto Bella não despertasse, as possibilidades não me interessavam, eu queria certezas! Ana dizia o mesmo que Alice... Ela vai acordar, dêem-lhe tempo. A pergunta era: quanto tempo?

Ouvi a porta do quarto onde Bella estava abrir e olhei quase que automaticamente para cima para ver Charlie, o seu semblante continuava soturno... Era o segundo dia e não havia sinais de alterações. Carlisle dizia que o seu organismo estava a fazer uma recuperação dos estragos, segundo o meu pai, como o organismo das bruxas se curava mais depressa que o dos humanos, o corpo de Bella curava os seus ferimentos, tomando mais de si do que tomaria se fosse apenas um corte. E a pergunta permanecia a mesma: quanto tempo?

Tínhamos tido notícias de Angel e os restantes de Forks no terceiro dia. Quando a notícia da morte de James alcançou os ouvidos de Victoria, ela tentou atacar, Angel não gostou das ameaças feitas pela vampira contra Bella e não permitiu que ela "poluísse" o ar durante muito mais tempo... Quase suspirei de alívio quando soube disso, mas o meu alívio só seria completo quando Bella acordasse.

Charlie entrava e saía constantemente do quarto dela, deixando-me ir, por vezes, vê-la mas era apenas ao meu sogro que as estadias mais longas no cómodo eram permitidas.

Quanto mais tempo? Quanto mais tempo?

Pi, pi... Pi, pi...

Tic, tac... Tic, tac...

Um batimento do seu coração, uma passagem do ponteiro dos segundos.

Finalmente! A voz mental de Charlie atingiu-me como um camião de tire que vinha a mais de 90 km/h. Ela acordou.

Quis levantar-me, correr para junta da minha namorada, mas Carlisle impediu-me.

- Fica! Deixa-os conversar!

- Mas...

- Eles têm coisas importantes a resolver, Edward. – Os olhos azuis de Carlisle estavam de tal forma penetrantes que quase me senti mal. – Fica durante mais um bocado.

Esperei pelo que me pareceram horas. O tic tac do relógio na parede do corredor estava a deixar-me louco. E quando, finalmente, Charlie saiu do quarto, levantei-me prontamente para entrar.

A figura do meu sogro parecia mais leve agora que ela estava acordada e fora de perigo.

- Como está ela, Charlie? – Carlisle perguntou.

- Está bem... Agora voltou a adormecer.

- O quê? – Emmett perguntou, confuso. – Porquê? Ela já não dormiu durante três dias?

- É diferente, Emmett. – Carlisle disse. – Durante aquele tempo, o corpo dela esteve a curar-se, de uma maneira ou de outra, ela não esteve a repousar. Ela precisa de descanso.

- Charlie. – Chamei o meu sogro. – Posso... Posso ficar perto dela? Esperar que ela acorde novamente?

Charlie olhou para mim, os seus olhos estranhamente carinhosos. De algum modo, o seu olhar mudara durante o tempo em que tinhamos estado à espera de Bella.

- Entra. – Ele disse-me. – Não te preocupes com o sono dela, não creio que fosses capaz de acordá-la mesmo que te metesses lá dentro a rosnar como um leão.

Assenti, entrando no quarto e sentindo uma onda de alívio correr-me pelo corpo. Ela estava bem e viva... Isso era tudo o que importava. Aproximei-me da cama, sentando-me na cadeira de plástico que se encontrava junto da cabeceira, Bella parecia mais tranquila durante este sono do que pareceu durante o seu estado de inconsciência anterior. Peguei-lhe numa das mãos, acariando-a entre as minhas, fazendo pequenos circulos com a ponta dos meus dedos nas costas da mão da minha amada.

- Edward. – Ela disse durante o sono, fazendo-me sorrir calmamente.

- Estou aqui. – Sussurrei. – Estou aqui, meu amor.

Ela sorriu e eu senti-me reconfortado. Tudo estaria bem...

(Charlie POV)

Depois de Edward entrar no quarto de Bella, deixei-me cair na cadeira onde ele tinha estado sentado. Sentia-me exausto, não fisicamente, mas mentalmente. Agora que Bella acordara, as coisas iriam complicar-se... Renée era o nosso primeiro problema.

Renée...

O seu nome ressoou-me pela cabeça. Não sabia o que deveria considerar disto. A minha ex-mulher não queria ver-me nem pintado de ouro, ela culpava-me silenciosamente por tudo, disso eu tinha a certeza. Culpava-me da morte de Phil, de ter demonstrado magia, de Bella ter sido atacada... Coisas em que eu realmente não tinha controlo. Mas aos olhos da mãe das minhas filhas, tudo aquilo era culpa minha.

- Terra chama Charlie. Responda, astronauta! – A voz de Carlisle tirou-me dos meus devaneios.

- Eu estava a ouvir-te. – Menti confiantemente, mas sabia que o meu irmão não cairia nessa.

- E eu sou a Madre Teresa de Calcutá! – Ele retorquiu, os seus olhos azuis brilhavam de preocupação. – Em qual das senhoras estavas a pensar?

- Em todas!

- Eu ouvi a tua conversa com a Bella. Quando achas que...

- Que devas contar ao Edward? Penso que em breve.

- Em breve?

- Ele merece saber, não achas? Para não falar que a Denize não nos irá perdoar por lhe estarmos a tirar o neto desta maneira. Bem sabes o quanto ela vê nele a Elizabeth.

- Eu sei... – Carlisle disse e eu percebi que o assunto ficaria por ali.

Levantei-me, recebendo um olhar questionante do meu irmão. – Vou... Vou ver da Renée...

Carlisle assentiu, deixando-se estar sentado e eu afastei-me, segui pelo corredor, as pessoas passando por mim não me incomodavam, nem mesmo aquelas que estavam feridas e com sangue a escorrer-lhes pela face... Já não caçava há algum tempo, supostamente, sangue fresco deveria incomodar-me, mas nem comichão na garganta estava a ter. Aparentemente, a minha preocupação estava a levar a melhor sobre a minha sede.

Não vi por onde estava a ir, até entrar na pequena capela que havia dentro da igreja. O silêncio no seu interior era perfeito para o meu estado de espírito, a escuridão não me incomodava os olhos, a única luz que havia entrava pelo vitral com uma reprodução da mãe de Jesus. Sentei-me num dos bancos da frente junto do altar, olhando fixamente para o vitral.

- Ajuda-me, Liz. – Disse baixinho, como uma preçe. – Já não sei o que fazer. A Renée odeia-me. As única pessoas em quem posso confiar realmente são nas minhas filhas e nos meus irmãos... Nos meus pais também, mas... Lizzie... Nenhum deles é como tu eras para mim. E eu preciso mesmo da tua ajuda.

O silêncio acolheu-me.

- Eu só precisava que estivesses aqui. – Voltei a falar, sentindo as lágrimas e os soluços acomularem-se na minha garganta. – Precisava de te ouvir dizer-me o que devia fazer, o que achavas que eu estava a fazer mal... Que me ajudasses a reconquistar a confiança da Renée!

Novamente o silêncio respondeu-me e eu senti as lágrimas escorrerem dos meus olhos, senti o meu corpo tremer com os soluços que se libertaram. Olhei desesperadamente para o anjo que estava representado no vitral junto da Virgem.

- Porque é que não permitiste que o Carlisle te transformasse? Porque é que não quiseste ficar com a tua magia? Porque é que não quiseste ficar connosco? O Edward e o Joe iriam gostar de saber por ti que eles têm uma avó... que há para eles uma maneira de voltarem a ser humanos! TAL COMO HAVIA PARA TI! – Gritei, deixando que as lágrimas e o desespero saissem de mim. – Porquê, Lizzie? Porquê?

Apenas o silêncio... Suspirei, sentindo-me menos pesado com todos os meus rancores, mas mesmo assim, ainda tinha uma grande dor no meu peito... A dor da saudade da minha melhor amiga, da minha irmã de coração.

Ouvi a porta da capela abrir e depois fechar, soube que não estava sozinho quando o som do coração de quem entrara disparou. O cheiro que me assolou o nariz fez-me reconhecer quem entrara e senti o meu próprio coração bater mais depressa.

- Charlie. – A voz de Renée chegou aos meus ouvidos e eu senti uma vontade imensa de voltar a chorar. – Podemos... Podemos conversar?

- Claro. – Respondi-lhe, a minha voz estava muito rouca por causa do choro. – Senta-te comigo.

Ela aproximou-se e sentou-se no mesmo banco que eu, mas não disse mais nada.

- Desculpa. – Ela disse passado um momento.

Olhei para ela, o espanto a correr-me frio nas veias. – Desculpa? Porquê? Não tens que pedir desculpa de nada, Renée.

- Tenho. – Ela respondeu. – Tenho que te pedir desculpa por te ter tirado a Bella quando ela era ainda tão pequenina e tu precisavas dela. Desculpa por te ter culpado por ambas as minhas filhas terem saído como tu. Desculpa por te ter culpado de tudo o que corria mal na nossa vida em Salem. Desculpa por te ter culpado da morte do...

Um soluço interrompeu-a e eu quis confortá-la nos meus braços, como costumava fazer enquanto éramos casados. Mordi os lábios para me impedir de avançar.

- Renée. – Disse, chamando à sua atenção. – Eu sei que tu não querias mesmo ter feito aquilo... Que tiveste... medo porque não conhecias o que éramos realmente. E eu sei que estás arrependida por me teres culpado dessas coisas todas... Eu lamento imenso pela morte do Phil. Apesar de...

Parei. Eu sabia o que queria dizer e pior, eu sabia o efeito que isso iria ter. Renée iria odiar-me mais, ela iria gritar comigo e fugir... Mas raios! Que culpa tinha eu se ela era a minha companheira? Tanto ela como eu tínhamos nascido um para o outro, em épocas diferentes, mas tínhamos. E eu querer tê-la só para mim fazia parte dos sentimentos de um companheiro.

- Apesar de... – Ela incitou-me a continuar. – Charlie, tivemos duas filhas juntos! Eu sei o que tu és, o que a tua família toda é...

- No entanto, não sabes o que tu és. – Disse, distraindo-me e deixando parte da raiva que continha direccionada para Renée sair. – Raios, Renée! Eu expliquei-te vezes e vezes sem conta o que tu significavas para mim! Expliquei-te como funcionavam as coisas entre os casais, especialmente se um dos membros do casal fosse como eu !

- Charlie...

- Sabes como é que eu fiquei durante todos estes anos? Sabes como é que eu era antes de te conhecer? Sabes o que é que as tuas palavras me fizeram? O que é que aquela noite causou em mim? Como tudo me afectou? Raios partam! Eu fiquei catatónico! Eu não me mexia, eu não comia, eu não dormia!

- Charlie, eu...

- Não! Tu não és capaz de imaginar o que aquilo significou! O que tu ainda significas para mim, Renée! Quando fiquei a saber que te tinhas casado novamente, tive que fingir que não me importava, sabes porquê? Porque apesar de ainda te amar, apesar de ainda te querer, eu sabia que ter-te significaria que tu serias infeliz. E eu queria acima de tudo que tu fosses feliz, fosse comigo, fosse com quem fosse! Eu só queria que fosses feliz.

Quedei-me em silêncio, evitando olhar para ela. A verdade já estava metida em cima da mesa, agora só faltava saber o que ela faria com isso.

Senti a sua mão no meu ombro, deixei-me deliciar-me com o calor do seu toque, relembrando-me de como aquele toque tinha sido capaz de sossegar a minha mente preocupada antes, agora só me trazia mais dor.

- Charlie, por favor, ouve-me. – Ela pediu-me, fazendo força para que eu me virasse para a encarar. – Eu nunca quis magoar-te. Eu nunca quis que as coisas tivessem acabado como acabaram. Eu nunca quis...

- Então porque te foste embora, Renée? Se não querias que as coisas tivessem acabado mal, porque te foste embora?

- Salem não era o meu lugar.

- Poderias ter-me dito para onde querias ir! Eu teria ido! Eu teria feito trinta por uma linha só para ficar contigo! Contigo e com as gémeas!

- Para seres tu infeliz? Charlie, a coisa mais difícil que tu fizeste por nós foi sair de Salem! Forks foi a solução mais fiável para ti, sem sol... tu nunca poderias estar connosco em Phoenix por causa do sol!

- Isso não quer dizer que eu não teria abdicado da minha liberdade para ficar convosco!

E Renée calou-se.

- Eu teria sacrificado tudo o que tinha por vocês! Eu teria feito tudo, até vender a minha alma ao demónio se necessário para ficar convosco! Mas parece-me que só eu estava pronto a desistir de tudo para que as coisas funcionassem. – Levantei-me, apercebendo-me de que a conversa não iria mais longe.

- Charlie, por favor... – Ela agarrou-me no pulso, a sua mão delicada não se fechando ao redor dele.

- Não, Renée. – Olhei para ela, sabendo como o meu olhar estaria terno. – Eu amo-te e amar-te-ei sempre, mas as coisas nunca irão funcionar entre nós. Já vimos isso antes. E lamento sinceramente.

Estava a preparar-me para sair da capela, quando ela se pôs à minha frente. Não esperava que ela fizesse o que fez. Esticou-se e os seus braços envolveram o meu pescoço, aproximando o seu rosto do meu, os nossos lábios encontraram-se. Esquecera-me totalmente qual era a sensação de ter os seus lábios nos meus, de quão bom era sentir o seu corpo encostado ao meu, de como os seus lábios tinham um sabor doce... Tão depressa estávamos ambos em pé junto dos bancos como estávamos os dois encostados a uma das paredes. Renée presa contra a parede pelo meu corpo... Oh bons velhos tempos!

Ela não é tua... Uma vozinha na minha mente disse-me.

Ela é MINHA. Rosnei contra a voz.

Não, Charlie, ela não é. E a insistência da voz fez-me ganhar consciência.

Larguei Renée, quebrando o beijo e fazendo-a reclamar.

- Charlie...

- Não! Eu não me vou aproveitar disto! Eu não quero...

As suas mãos seguraram no meu rosto, obrigando-me a olhá-la nos olhos azuis que me faziam sempre lembrar os céus de Salem.

- Eu sei que me sinto magoada pela morte do Phil. Eu sei que tu não queres tirar partido do facto de eu estar assim. Eu sei que não queres sair magoado de uma relação comigo novamente! E eu não quero entrar numa relação agora. – As suas palavras tocaram-me como ondas do oceano, mas eu sabia o quanto daquilo eu não desejava. – Só te peço uma nova hipótese, Charlie. Nem que seja daqui a um século, nem que seja daqui a meio século... Seja o tempo que for necessário, para tu te recompores, para tu teres a certeza daquilo que queres...

- Eu tenho a certeza daquilo que quero. – Disse-lhe, interrompendo-a.

- E o que é, Charles? – Nunca me tinha ela chamado Charles...

- Eu quero-te, Renée. – Disse-lhe acariciando o seu rosto. – Eu quero-te com todo o meu corpo, alma e mente... Nunca quis tanto algo ou alguém como te quero a ti.

Renée voltou a beijar-me e eu senti como a sua magia mexeu no fundo do meu ser. Foi então que soube o que aquilo significava, a magia dela estava tentar sugar a minha... E isso não poderia ser. Afastei-a de mim, começando a sentir-me fraco. O ar infeliz que ela me deu, fez-me sorrir, tinham sido tantos os anos que passaram desde a última vez que ela me tinha olhado assim.

- Não queres matar-me com um beijo, pois não, Ren? – Chamei-a pelo apelido carinhoso que costumava usar quando começámos a dar-nos um com o outro.

- Quero matar-te de outro modo, Char. – Ela retorquiu, um sorriso matreiro nos seus lábios e um sentimento nostálgico alastrou-se pelo meu peito.

Abanei a cabeça sorrindo calmamente. Aproximei-me dela e encostei a minha testa à sua, olhando-a nos olhos, perdendo-me nas suas iris.

- Acho que ficamos num impasse.

- Num impasse?

- Sim. Primeiro, vamos tratar das nossas filhas. Depois vamos todos para Salem... – Ela fez uma careta e eu sorri mais. – Tens que ser educada nas nossas regras, nas nossas leis, nos nossos modos... Mais tarde, quem sabe possamos ter alguma coisa um com o outro, se ainda me quiseres.

Ela gargalhou e eu quase me ri com ela. Havia algo de diferente nela, algo que eu não sabia distinguir, mas que a estava a tornar uma Renée totalmente diferente. Quando ela parou de rir, toquei no seu rosto, acariciando-lhe as bochechas.

- Há algo de diferente em ti.

- Talvez seja o meu novo lado recém-descoberto.

- Possivelmente. – Respondi antes de juntar os meus lábios aos seus novamente.

(Edward POV)

Mantive-me em silêncio enquanto esperava que Bella acordasse. Pelo que podia ouvir, Charlie e Renée tinham feito as pazes... ou algo assim do género... Bella ficaria feliz por isso, disso tinha a certeza. Tentei distrair-me cantando a sua canção de embalar...

- Por mais que goste do som e adore esta imagem para acordar, não quero voltar a dormir.

- Bella!

O alívio correu-me pelas veias enquanto olhava para os seus maravilhosos olhos castanhos chocolate. Aproximei-me e beijei-a, recebendo o seu sabor doce na minha boca.

- Oh meu amor.

- Shh. – Ela disse-me afagando-me a cabeça. – Já passou. Estou aqui e estou bem.

- Nunca mais! Mas nunca mais mesmo, me faças uma coisa destas!

- Edward...

- Queres que eu morra? Porque, Bella, o que me ia acontecendo era bem pior do que a morte!

- Edward! – Ela chamou-me, fazendo-me ficar calado. – Eu não podia deixar a Renée morrer... E eu sabia que vinhas salvar-me...

- Eu podia não ter chegado a tempo. – Disse-lhe.

- Mas chegaste e isso é que interessa.

Os seus lábios tocaram nos meus e eu esqueci tudo, sentindo-me subitamente mais leve. Ela estava bem, era isso o que importava, não interessava que tivessemos chegado quase tarde demais, não interessava que tivessemos tido que matar uma pessoa, se é que se pode chamar de pessoa a James.

- Tenho boas notícias para ti. – Disse-lhe passado um bocado.

- Eu gosto de boas notícias. – Ela disse-me sorrindo.

- Acho que os teus pais se entenderam.

Bella deu-me o mais brilhante dos sorrisos perante a novidade.

- A sério?

Assenti. – Aparentemente estão agora num... impasse.

- Com o tempo eles lá ficaram juntos. – Bella disse-me sorrindo carinhosamente. – E nós? Como ficamos?

- Acho que não há mudanças a fazer na nossa relação, pelo menos, não por agora.

Ela voltou a sorrir e os seus lábios voltaram aos meus. Poderia ficar assim durante toda a minha existência, mas ela ainda precisava de respirar. Quando me afastei, reparei no som alarmante da máquina a que ela estava ligada, o bater do seu coração estando tão acelerado que poderia passar por um ataque cardiaco. Por isso, não foi espanto nenhum quando uma enfermeira muito preocupada entrou no quarto para verificar os sinais vitais de Bella.

- Está tudo bem, querida? – A senhora de meia-idade perguntou olhando para mim com suspeita.

- Está tudo óptimo! – A minha linda namorada respondeu. – Não se preocupe.

- Hum. – A senhora olhou uma última vez para a máquina e então para mim, dei-lhe o meu melhor sorriso inocente e então ela foi-se embora.

Assim que ambos tivemos a certeza de que a senhora estava longe do quarto, eu ri-me e Bella suspirou.

- Não poderia ser mais embaraçoso beijar o meu namorado.

As suas palavras trouxeram uma nova onda de riso, mas quando consegui parar de rir, nos meus lábios estava o maior sorriso de sempre.

- Assim que te derem alta, voltaremos para Forks. – Disse-lhe. – Já andam a especular sobre a tua ausência e a do teu pai.

- E vocês?

- Nada demais, usámos a desculpa de que o meu irmão mais velho tinha regressado a casa e que Carlisle, eu, o Emmett, o Jasper e a Alice tinhamos ido com ele a Chicago para tratar de assuntos pessoais.

- E as pessoas de Forks cairam nessa? – Ela arqueou uma das suas sobrancelhas perfeitas e eu ri-me.

- A Rose e a Esme ficaram para trás e confirmaram a história. – Encolhi os ombros não me mostrando minimamente preocupado. – Mas sabes que as pessoas vão ficar curiosas quando voltares.

- Por causa do gesso... – Bella suspirou novamente. – De certeza que quando sair daqui não os posso tirar? Certamente que as minhas feridas já estaram todas curadas.

- É melhor não, não me parece uma boa ideia.

Ela bufou irritada e eu ri-me baixinho.

- Pensa assim, querida. Ao menos estarás livre de Educação Física durante o resto da escola e para melhorar, poderás sempre usar-me como um apoio para andar.

Ela sorriu e eu imitei-lhe o gesto.

- Começo a gostar mais destes gessos.

- Já eu não gosto muito.

Aqueles eram as lembranças do que James lhe havia feito e apesar de as suas feridas já estarem a meio caminho de estarem totalmente saradas, eu lembrar-me-ia sempre do estado em que a tínhamos encontrado quando entrámos naquele estúdio de ballet.

- Edward, por favor, não penses mais nisso. – Bella disse, estando visivelmente atenta à minha mente.

- Ele podia ter-te morto.

- Mas não matou. E quem acabou morto foi ele. – Ela disse segurando-me no rosto. – Por isso, esquece! Por mim.

Ela ofereceu-me um ar de cãozinho sem dono e eu derreti-me. O que a Alice levara anos a aprefeiçoar, Bella superara neste momento. Suspirei.

- Sabes que vai ser impossível esquecer.

- Nada é impossível quando estamos a falar de nós os dois.

E os seus lábios voltaram a tocar nos meus...

Ela tinha razão, nada era impossível em relação a nós os dois.


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