P.S.: Koishiteru escrita por Izzy Hojou


Capítulo 3
Capítulo 3 - Da Revelação ao Reencontro


Notas iniciais do capítulo

A tristeza, a dor, a raiva, a incompreensão, o cuidado, a temerosidade. Todos esses sentimentos se resumem aqui.



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Certa noite, Izzy acordou gritando, e quem a socorreu foi Shiemi. A Hojou estava tremendo e soluçando, e sem pensar acabou falando tudo, cuspindo todas as verdades e dores para que a colega as ouvisse.

– Izzy-san... - Moriyama não sabia como reagir. Na verdade, nunca soube o que pensar de Shima, então não tinha uma opinião formada sobre desertores - Isso, eu... Temos que avisar o Rin, e o Yuki-chan. Temos que trazer o Shima-san de volta! - ela parou por alguns instantes. A menção aos gêmeos deixou Shiemi vermelha, e então foi a vez da Hojou ajudar.

– Eu notei que você olha para os irmãos Okumura de um jeito diferente... Você gosta do Rin ou do Yukio? - ela sorriu.

– E-e-e-eeeu? - Moriyama estava rubra como um tomate, mas terminou por falar - Sabe... O Yukio é companheiro e gentil, e se preocupa comigo. O Rin... O Rin briga quando estou errada, mas me ajuda a todo custo, e sempre me salva... Ele sorri de um jeito gentil para mim, e tenta ser inteligente quando está ao meu lado...

– Ele gosta de você. Sempre cuida e se preocupa com você, até parece... Com o Renzou... - Izzy voltou a deixar as lágrimas tomarem o seu rosto - ele está em perigo... Shiemi... - se ajoelhou e se dobrou perante a amestradora - Eu te imploro... Me ajuda... - as lágrimas brilhavam em seu rosto. Estava tão frágil ali. Esperava que nenhum corvo da Illuminati estivesse por perto para ver aquilo. Shiemi a fez se levantar e lhe deu um longo abraço.

Na manhã seguinte, Moriyama reuniu o pessoal durante o horário livre após o almoço e então começou a falar.

– Suguro, Koneko, vocês reconheceram a Izzy-san assim que a viram, não é?

– Eu conheço esses olhos de algum lugar, é verdade - Ryuji teve de confirmar.

– Ela tinha o cabelo da cor do meu, mas cortou e pintou de vermelho pra não a reconhecerem. O sobrenome dela não é Homura; é Hojou. Ela é uma das filhas do Uwabami-san, um dos protetores da Myoda, Suguro - deixou o rapaz pensando naquilo - Ela... Quer pedir a ajuda de vocês. De todo mundo - e então deixou que a Hojou continuasse.

– P...Patrãozinho... O Renzou... - Izzy sentiu como se as pernas tivessem falhado. Caiu de joelhos perante todo o grupo - O Renzou está correndo perigo... Ele está correndo perigo por mim... A Illuminati vai matar ele da mesma forma que... Da mesma forma que à sua mãe, Kamiki-san - também deixou aquilo no ar - eu vim implorar para vocês... Mandei relatórios falsos para a organização desde que entrei no curso, apenas para poder implorar a sua ajuda - queria gritar para eles e chorar como nunca, mas ainda conseguiu falar - Estão usando o corpo dele para conseguir mais substâncias para o elixir de Lúcifer. Era eu que cuidava dele a cada experimento. O sangue... Os cortes... Eu imploro... Me ajudem... - Shiemi a abraçou forte, aconchegando Izzy em seus braços.

– Rin... - A loura começou.

– Eu sabia. Eu falei pra vocês que ele não era um traidor. Eu sabia! Yukio, avisa o palhaço do Mephisto que vamos sair e arrebentar aquele laboratório de novo - Rin já estava com a mão na Kurikara quando parou para olhar para Izzy. Ele se ajoelhou até ela e sorriu - Você vai poder voltar a estar com o Shima. Tudo vai dar certo - um relâmpago de chamas azuis passou pelos olhos do rapaz - Yukio, anda!!

– Não é assim tão fácil, irmão. Precisamos de uma autorização especial para operações como essa. Tenho que falar pessoalmente com Mephisto e...

Um cachorrinho branco com laços na coleira saiu detrás de uma árvore. Kamiki foi a primeira a vê-lo.

– Olhe bem, comandante. O Mephisto esteve aqui o tempo todo - a garota apontou para o cãozinho e sorriu - Não caio nessa duas vezes, Senhor Diretor.

Mephisto então se deixou transformar em humano e sorriu malicioso para Izumo.

– Ora, pequena Kamiki, acho que vou precisar de um disfarce novo - passou pela garota e se ajoelhou para ficar na mesma altura da Hojou - Estava à sua espera, detentora do Shiningami. Seus poderes serão muito úteis para a Ordem dos Cavaleiros de Vera Cruz, assim como os poderes de nosso caro Shima. Me senti comovido e instigado - virou-se para Yukio e se pôs em pé - senhor comandante, tem a minha permissão para invadir o laboratório da Illuminati novamente e salvar nosso precioso Renzou Shima. Mas não demorem. Tem sempre algo muito pior pra vocês - e com mais um sorriso, Mephisto Pheles desapareceu em uma nuvem de fumaça e papéis coloridos.

Yukio soltou um suspiro e ajeitou os óculos, olhando para a garota nos braços de Shiemi. Abanou a cabeça negativamente e olhou para Rin, murmurando qualquer coisa. Mandou que todos estivessem prontos até o inicio da noite e deixou o grupo.

– Hojou... Como pode ser uma Hojou? Não lembro de você no templo - Suguro a olhava de cima, até que Konekomaru sentou ao lado da garota e começou a falar.

– Patrãozinho, lembra que as filhas do Uwabami-san eram conhecidas como a tétrade das serpentes? - Ryuji fez que não com a cabeça - Devia estar tão preocupado com o restabelecimento do templo que esqueceu disso. Mas eram quatro. Até que uma delas desapareceu de repente. A que era conhecida como a serpente ceifeira, por ter nascido na companhia de um Shiningami. Nunca soubemos o motivo do desaparecimento, e o Uwabami-san sentiu-se tão impotente pela perda que mandou as demais filhas simplesmente fazerem de conta que a irmã nunca havia existido - sorriu para Izzy - Bem vinda de volta, senhorita Hojou. Agora explique para nós como a senhorita e o Shima se meteram nisso, por favor.

Izzy então contou que Renzou nunca esteve cansado da obrigação. Em um dia após os deveres do templo, os dois corriam entre as pedras do Monte Kongou, simplesmente brincando de se esconder. Contou que acabaram se beijando naquele dia, e que um pequeno grupo da Illuminati aparecera para levar a detentora do Shiningami. Chorou ao contar os detalhes do ocorrido.

"Eles me agarraram pelos braços e deram uma surra no Shima, até que ele liberou o Yamantaka e extinguiu todos os demon eaters. Mesmo assim, os que restaram me levaram para dentro de um helicóptero e disseram que se ele se aproximasse de mim, matariam a nós dois. O Renzou pulou no helicóptero e conseguiu derrubar os caras que me seguravam, mas o doutor Summers ainda estava lá, e enfiou uma adaga nas minhas costas; a lâmina atravessou meu peito, e quando o Ren viu aquilo, perdeu o controle e conseguiu me tirar das mãos do Summers, berrando pra ele que o Yamantaka seria uma aquisição muito mais interessante, e que se ele tocasse em mim de novo, acabaria morto e nem saberia o que o atingira. O Renzou me pegou nos braços e me deixou na relva, sorriu e me beijou, pela segunda e última vez.

"Não... Você não sabe o que vai haver lá! Renzou! RENZOU!!!"

Eu então fugi do templo, e consegui entrar para a Illuminati, onde passei a cuidar dele após todos os experimentos. Ninguém me reconheceu porque cortei e mudei a cor do cabelo, mas a comandante acabou descobrindo e me chantageou. Se eu não servisse a todos os propósitos deles, o Renzou e todo o pessoal do templo iria sofrer as consequências..."

Shima... Seu idiota... - Suguro tinha algumas lágrimas lhe lavando a face e a alma - Anda Okumura. Temos que no apressar e salvar aquele imbecil. Hojou - ofereceu a mão para que a garota se levantasse - Precisaremos que nos mostre o caminho. Vou lhe dar um voto de confiança. Se estiver mentindo para nós, eu acabo pessoalmente com você - a garota se levantou e apertou a mão de Ryuji com força.

– Eu não traio as pessoas. Faço o que faço para defendê-las, assim como o Renzou - Izzy olhava firmemente nos olhos de Suguro - Muito obrigada, patrãozinho.

E assim, o grupo se reuniu novamente no aeroporto de Haneda, para pegar o avião que seguiria por uma hora e meia até a província de Shimane, onde estava o laboratório da Illuminati. Seguiram madrugada a dentro andando a pé até a Viela da Raposa, e dessa vez, sem a barreira de ervas da Shiemi, foi difícil para o grupo conseguir se manter longe da apetitosa comida da Viela. O grupo seguiu até perto da entrada do condomínio que servia de fachada para o laboratório.

– Esperem aqui. Eles conhecem o meu rosto. Vou usar isso para distraí-los - Izzy saiu dos arbustos e foi na direção dos guardas na porta da frente. Os dois homens a cumprimentaram e perguntaram o motivo de ela estar ali - Estive em uma missão de reconhecimento. Acabei de receber uma chamada da Comandante. Ela quer vê-los e lhes dar os parabéns por conseguirem cuidar da guarda. Podem ir. Eu cuido daqui. Sabem que consigo.

Os homens mal tiveram chance para dar as costas à garota. Levaram uma forte pancada na cabeça e desmaiaram.

–Vamos! - o grupo entrou em formação atrás da Hojou, que os levou até a porta secreta sob uma escada rolante. Mas assim que a porta foi destravada, dezenas de zumbis jorraram na direção do grupo.

– Era mentira! Estava nos traindo como o Shima fez! - Suguro entrou em fúria e decepou duas cabeças, mas a garota apenas murmurou:

– Eu cuido disso facilmente.

Abrindo os braços, Izzy fez uma prece, e o Shiningami apareceu. E para cada zumbi que o grupo podia avistar, um pentagrama de julgamento apareceu. Todas as almas e demônios foram julgadas e enviadas para onde quer que devessem ir.

– Ela está dando julgamento a todos os demônios do andar... - Suguro estava novamente boquiaberto.

– Não é só nesse andar... - Rin tinha a Kurikara desembainhada - Ela está purificando o prédio inteiro. Todos os demônios estão desaprendo, eu sinto...

Ao terminar, Izzy soltou um arquejo e caiu de joelhos. Shiemi se inclinou para ajudar, mas a Hojou se levantou e mandou que seguissem em frente. Durante o trajeto, entraram em muitas salas e deixaram dezenas de homens desacordados. Rin conseguiu pegar a Comandante de surpresa, deixando também ela desacordada.

Por fim, encontraram a sala onde estava Shima.


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