Scorpius & Rose (vol. 2) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 12
Capitulo 11 - Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas do meu coração! Tava na praia, por isso demorei um pouco, mas olha só! Tem capítulo novo pra arrasar com vocês (hehehehe) Eita! Negócio tá quente!

Então, queria só comentar os termos de nomeação aqui. Eles tem muita variação, por exemplo, de Scorpius pra Malfoy ou Albus pra Potter ou Severus; depende das cenas, das tensões dos compromissos, dos horários. Harry pode esta em missão com Al, eles dois vão se tratar de modo formal, como profissionais! Tipo isso

Fui, boa leitura!



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Scorpius & Rose

Capitulo XI – Surpresas

                Albus Potter fora abordado no meio do Ministério da Magia pelo assistente pessoal de Harry Potter assim que chegou. O jovem fora intimado a comparecer no gabinete do general dentro de cinco minutos, o que era ótimo, porque Albus só baixara a guarda de três dias, quase quatro, dentro do St. Mungus porque precisava daquela conversa. Só esperava que achasse seu pai e não o General Potter naquela sala.

— Sente-se – Harry indicou uma das poltronas a frente de seu gabinete quando o filho passou pela porta.

Al obedeceu, mas não podia esconder a insatisfação da diplomacia que seu pai tinha usado na voz, embora tenha permanecido em silêncio – afinal, ele sabia o que tinha ido fazer ali, mas ainda não sabia o porquê de ter sido chamado. Harry o estudou com cuidado, depois soltou o ar e Al percebeu o quanto o pai estava cansado. O moreno de fios grisalhos tirou os óculos e passou as mãos nos olhos.

— Como você está? – perguntou, recolocando a armação de lentes circulares no lugar. E bom, a pergunta fez efeito.

— Bem – Al disse, relaxando na cadeira, aliviado.

— Sua mãe vai me deixar louco – Harry riu um pouco, sem muita vontade, apoiando as costas no encosto da própria cadeira – Para ela, vocês nunca cresceram.

— Engraçado, que diante de toda essa bagunça, mamãe ainda é a única que pode tirá-lo realmente do sério.

— Bom, isso é verdade.

Al não disse mais nada, não sabia o que dizer. Quer dizer, ele queria falar algumas coisas, mas como ainda não sabia sua função ali, logo desconhecia a sua liberdade.

— O que aconteceu lá? – Harry tornou a quebrar o silêncio. Ele parecia realmente preocupado.

— É uma boa pergunta.

— Falo sério, Severus.

— Isso é um depoimento? Porque eu já o fiz e você pode lê-lo nessa mesma papelada aí.

— Não. Estou perguntando pra você, meu filho. O que houve?

Albus baixou a guarda, finalmente estava mesmo falando com o pai.

— O jogo acabou, uma das torres desabou – ele começou. – Depois de socorrermos Scorpius, Rose viu algo na Floresta e correu.

— Por que você não a seguiu?

— Scorpius ainda precisava de um médico, Olívia não podia segurar a varinha, então me encarreguei dele. Acho que Rose não viu, mas assim que ela sumiu na Floresta Proibida, o Tio Ron e Teddy foram logo atrás dela, então não me preocupei.

— E foi aí que as coisas saíram do controle lá dentro.

Al suspirou, as imagens do resto daquele dia passando e passando na sua cabeça incessantemente. Ele queria que elas parassem, que simplesmente se apagassem.

— Eu não sei o que houve lá; digo, na floresta. – ele quase engasgou quando voltou a falar – Scorpius acordou e toda a dor o deixou agonizante, tive que apagá-lo de novo. Até Minerva dá um jeito de tirar a gente dali sem sermos vistos. Só soube de Rose quando já estava no Hospital, ajudando uma das enfermeiras a preencher a ficha de Scorpius. A maca dela passou por mim, pai. Eu nem sei descrever o que eu senti quando eles pararam no meio do corredor para reanima-la.

Um breve silêncio se construiu. Albus baixou a cabeça e olhou para os próprios pés. Ele tinha tentado conversar com a mãe, mas a coisa não fluiu, e agora, de frente ao pai, ele se permitiu lembrar e contar tudo.

— O relatório de Teddy chegou faz pouco tempo, não tem o depoimento de Ronald. Ele só sai do quarto de Rose para higiene pessoal, isso porque Draco arrumou a chave do próprio escritório para ele. – Harry foi dizendo devagar, enquanto o filho se recuperava. – Mas aparentemente, Rose está estável.

— Foi um fracasso, não foi? – O mais novo perguntou, como se não tivesse ouvido nada que o pai acabara de falar.

— O que?

— A missão.

— Não, vocês se saíram bem, melhor do que esperávamos, ninguém sabe de vocês. Hogwarts acha que foi a estrutura e só.

— Pelo menos isso.

É, a missão, vista de fora, nem mesmo existiu, como era o objetivo da Divisão, mas internamente, era sempre um estresse. Não havia como Harry, ou qualquer outra pessoa, ensinar como receber o estresse, como lidar com ele depois do fim de cada trabalho. As pessoas eram diferentes entre si, cada um lida como pode, como sabe com base nas próprias emoções.

— Scorpius sabe dela?

— De início eu não quis contar nada, nem a tia Tori, nós estamos nos revezando, visto que ela está de férias. Mas já faz três dias, quando Rose não foi vê-lo na primeira noite, ele soube que tinha algo errado. Desde então Victoire o mantem sob o efeitos sedativos.

— Sedativos? – Harry franziu as sobrancelhas.

— Ele precisa ficar quieto pra que as cicatrizes sarem. Quando está consciente, Scorpius se revira que nem um louco pra ir atrás dela. – Al explicou.

— Pergunto-me o que Draco Malfoy acha disso.

— O Hospital tem uma política: médicos não cuidam de parentes e não podem se envolver no caso de outros médicos, nem questionar suas decisões. Mesmo que o tio Draco seja o Diretor do Hospital e Victorie apenas a Chefe de Cirurgia, a hierarquia não tem valor quando eles estão tratando alguém. Ainda que, independente disso tudo, duvido que ele agiria de forma diferente da dela.

— Mas Draco não pode tratar Rose.

— Sim, é verdade. Mas, por sorte, a burocracia não pode impedi-lo, já que Rose não tem nenhum envolvimento legal com Scorpius. E convenhamos, ele é a melhor opção que ela tem. Se pudesse estaria tratando dos dois.

— Bom, eu tenho algumas fichas médicas. Rose, como já disse, parece está fora de perigo se tudo seguir bem e Scorpius só precisa de mais dois dias para alta. Olivia já está encaminhada para algumas atividades leves aqui dentro e você saiu ileso.

— Se você diz...

— Fisicamente, pelo menos.

— Não acho que nós três devêssemos voltar a trabalhar juntos... – Pronto, era para aquilo que ele estava ali, para dizer isso ao pai.

Harry sorriu, um sorriso leve. Al o encarou intrigado.

— Imaginei que fosse dizer isso – o pai afirmou, com paciência.

— Sendo sincero, não me lembro da última vez que me controlei tanto na minha vida. A ideia de que meu melhor amigo poderia estar morto quase me fez estragar todo o plano. Ainda me pergunto como Rose conseguiu agir sem nem mesmo mudar de expressão. Ela acabou de perder a mãe, a expectativa da perda do namorado devia ter acabado com ela.

— E é exatamente por isso que vocês tem tudo para serem a melhor equipe que já tivemos. Não percebem o quanto de foco vocês tem? – Harry continuou. Al revirou os olhos. – Deixe-me ser mais claro, é difícil encontrar num grupo o companheirismo e o cuidado que vocês tem um com outro e ainda assim não comprometer a missão. Imagine, que na situação em que estamos, em que todos os agentes e soldados estão em campo controlando uma guerra por debaixo dos tapetes dos civis. Imagine Rose na Austrália e você aqui, imagine como você se sentiria se pensasse que ela estivesse em perigo, e vice-versa.

Severus não respondeu de imediato. Ainda não tinha pensado por aquele ângulo.

— Eu não estaria focado – admitiu, por fim.

— Exatamente. Eu preciso que você volte ao hospital.

— Eu mal tenho saído de lá.

— Quero que converse com Scorpius e quero que abra toda a situação de Rose a ele.

— Ele sabe sobre o coma.

— Mas não sabe sobre a coluna, os hematomas e o resto.

Harry tinha terminado aquela frase com um tom que deixava claro que o resto significava alguma coisa.

— Que resto? – Albus quis saber. A coluna ereta. – Que resto, pai?

— Pelo visto, Draco vai sair do caso de Rose. – O outro ia contando, paciente.

— Espera! O que?

— E Ronald vai ter que medir suas decisões com Scorpius a partir de agora.

— Mas! Eles não são casados, nem mesmo noivos. Rose precisa dele, de Draco! Victorie está proibida porque é prima! Não tem ninguém melhor do que eles pra ela e...

E ele continuaria se seu pai não o tivesse interrompido, e o calado de modo que ele nem mesmo se lembrava o que significava o encontro de uma consoante com uma vogal.

.:x:.

Primeiro a mesma parede branca, aí veio a mesma porta branca, e então o mesmo quarto branco depois da milésima vez que ele tinha sido sedado. A diferença, talvez até mesmo o divisor de águas, fosse que, em vez de Albus ou sua mãe na maldita poltrona branca, estivesse Draco Malfoy. O jaleco do pai estava estendido nas costas da poltrona e, de algum modo, essa imagem fez o ar de Scorpius faltar instantaneamente.

— Respire! – pulou Draco de onde estava, entregando uma máscara de oxigênio ao filho – Mantenha a calma e respire. Está tudo bem, ela está bem.

— Onde? Onde ela está?! – ele sussurrou, sem folego, a voz abafada pela máscara.

Draco não respondeu de imediato, as informações teriam que vir à tona com calma. Victoire só lhe deu permissão porque, além de ter o conhecimento profissional em situações delicadas, Draco era pai do paciente; controla-lo, em teoria, deveria ser mais fácil.

 - Primeiro – o médico assumiu um tom frio, serio, que normalmente usava quando passava sermões ao filho quando este era menor –, prometa-me que vai se comportar.

— Não está sendo justo comigo.

— Então você volta para os sedativos e Victoire o declara incapaz até segunda ordem.

— Sua ética profissional não permitiria isso.

— Tratando-se do que está em jogo, estou me lixando para a minha ética.

                Estava funcionando. Scorpius calou-se, concentrou-se nos olhos do pai, mas o muro estava ali, opaco para qualquer emoção. Draco falava sério. Colocar sua ética em jogo significava por sua carreira, bem como sua sanidade. O filho sabia que se tratava de Rose, suas atitudes extremas não ajudariam em nada. Concentre-se, babaca.

 - Tudo bem – prometeu ao pai, abaixando a máscara. Ele não precisava mais dela, a respiração estava controlada.

— Até onde você se lembra?

— Fomos torcer por Hugo...

— Não precisa mentir pra mim, sou o único aqui que sabe da Divisão.

— Ahm?!

— Quem você acha que trata o pessoal do Potter?

É verdade, nenhum médico podia agir sem saber o que houve com o paciente e mesmo que não, mais cedo ou mais tarde o profissional descobriria.

— Acertaram-me na cabeça, suponho que na de Olívia também. Estávamos observando o final do jogo quando tudo aconteceu. Tudo ficou escuro e depois eu acordei no gramado na parte externa do campo com uma dor dos infernos, até Albus me pedir desculpas por ter que me apagar. Depois eu acordei aqui e você sabe o resto.

— E o que sabe sobre Rose?

Scorpius engoliu em seco.

— Sei que houve um confronto na Floresta Proibida entre os suspeitos e o resto da nossa equipe, e que ela está em coma deste então. Não sei se os desgraçados foram capturados. Não sei de mais nada.

Draco ajeitou-se na cadeira.

— Tudo bem, o que vamos conversar agora não pode ser mais comentado dentro das paredes desse hospital, ou eu sairei do caso de Rose e na situação dela, eu sou a única chance que tem e ...

— O que quer dizer? Que merda aconteceu naquela floresta?!

— Não me interrompa. O que foi que combinamos? – o pai ergueu uma sobrancelha desafiadora. Scorpius calou-se, com muito esforço, mas calou-se. – Pois bem. O que aconteceu foi que Rose chegou a mim com um trauma na coluna, por sorte, nenhum nervo foi permanentemente comprometido, portanto seus movimentos estão a salvo, mas isso pode mudar se o tratamento errado for executando. Entende o motivo de eu ser sua única chance? Eu tenho conhecimento de medicina bruxa e trouxa, especialmente em neurologia. O único de toda a Inglaterra. As minhas técnicas usam ambos os mundos.

Scorpius assentiu. A medida que Draco falava, a expressão do filho se esvaziava, as coisas iam passeando pela sua cabeça de modo a prendê-lo dentro das possíveis conclusões daquela conversa. Nenhuma das opções eram felizes.

— Algumas cirurgias foram feitas para recolocar e reconstruir vértebras. No total, cinco foram quebradas, logo na altura quadril. Aparentemente, Rose encontrou o grupo de inimigos sozinha e os enfrentou sem reforços durante tempo suficiente para ser alvejada de feitiços que comprometeram seu corpo. Ela está exausta. Parou duas vezes antes de ser internada. Por isso não podemos mantê-la na sala de cirurgia por tanto tempo, os procedimentos não podem ser completados de uma vez só. O corpo precisa se recuperar em intervalos de 24 à 72 horas. Ela está em coma induzido, para que seu metabolismo trabalhe melhor, mas estamos ficando sem tempo. Se ela não for acordada até o fim da semana, ela pode nunca mais o fazê-lo.

Draco parecia ter terminado, por hora. Scorpius não mais o olhava, seu corpo estava lá, seus olhos abertos, mas era como se ele mesmo não estivesse. O pai estava prestes a perguntar até que ponto ele teria prestado atenção, mas a voz do filho soou sem peso.

— O que espera que eu diga? Não tenho nenhum direito sobre ela. Ronald quem decide, ou até mesmo você, não eu.

— É exatamente por isso que eu estou aqui. – Draco disse, calmo, embora seu coração também estivesse a mil na expectativa de dizer o que tinha o levado ali pra dizer – Há algo que descobrimos, algo que muda tudo.

Scorpius virou-se para ele, a compreensão tomando aquele rosto, que por um minuto, desligou-se.

— Você não está me dizendo que... – ele começou a dizer, mas parou, engasgado.

Seu filho não era burro. E tanto Draco como ele queriam que aquela noticia fosse dada em uma circunstância absolutamente diferente. Draco queria que seu filho estivesse sorrindo quando o dissesse o que ele mesmo estava preste a dizer, ele queria sorrir de volta orgulhoso, animado. A coisa toda estava errada, trocada, em total negativo.

Mas, sabe-se que as coisas nunca tinham sido fáceis para Draco Malfoy, ele só não esperava que com o seu filho fosse do mesmo jeito.


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Notas finais do capítulo

Alguém pegou? Façam suas apostas pessoas e vamos ver no que dá! Tô louca pra ouvir a conclusão de vocês!

COMENTEM!