Com as lembranças cada vez mais vivas dentro de mim, eu o abracei tão forte que apertei a camisa dele involuntariamente. Então ele beijou minha testa e me apertou mais forte. Então eu sussurrei…

— Eu estou com medo… (Eu disse entre lágrimas)

— Eu sei… (Ele riu e me apertou)

— Desculpe estar te atrapalhando…

— Tudo bem. (Ele começou a acariciar meu braço com a mão do braço que me abraçava) Não chora… Não é pra tanto…

— Não é só por isso…

— Então por que mais? (Ele perguntou gentil) Me diz…

— Não… Eu não quero falar disso… Só continua me abraçando…

— Então para de chorar. (Ele continuava acariciando meu braço)

— Eu vou tentar…

— Quer que eu tire do filme?

— Não… Não precisa… Só fica assim. (Ele sorriu e assentiu)

Ele estava diferente do normal, mas um diferente bom. Quando o filme acabou eu já estava morta de chorar. Eu não consegui prestar muita atenção. Nós nos levantamos e fomos para o quarto sem dizer mais nada. Cada um virou para um lado e dormiu. Quer dizer: eu tentei! As imagens do filme mais as lembranças vinham cada vez mais assustadoras! A cada minuto um pesadelo diferente me assustava! Eu me mexia na cama… Até que chegou uma hora que eu cansei… Sentei-me na cama e encolhi minhas pernas as abraçando.

Eu me levantei fui ao banheiro e lavei o rosto, me olhei no espelho por uns minutos e voltei para a cama, voltei em silêncio para não acordá-lo. Ele estava virado para o lado do banheiro, então voltei bem devagar… Quando voltei deitei-me na cama novamente e tentei dormir. Mais uma vez não consegui. Sentei-me novamente e acendi a luz do abajur. Eu me abracei aos meus joelhos começando a chorar de novo. Ele se virou e abriu os olhos.

— Me desculpe… Não queria te acordar, eu vou apagar a luz…

— Pode deixar acesa se quiser. Não me incomoda. (Ele fechou os olhos novamente se virando. Eu comecei a chorar tanto que mal conseguia me controlar) Deita aqui... (Eu o olhei e ele estava deitado com a barriga para cima e me olhando. Eu apenas me aproximei e deitei sobre o braço dele, ele acariciou meus cabelos e depois fez um suave cafuné) Sua idiota. Por que quis ver aquilo?! (Eu o abracei forte)

— Eu só queria ficar perto de você… (Ele riu)

— Você podia ter jantado comigo, não acha?

— Desculpe… (Ele beijou minha testa)

— Eu não já disse que odeio te ver chorando. Então não faça isso!

— Eu não consigo… (Eu olhei pra ele) Desculpe… E obrigada… (Eu selei meus lábios aos dele e ele ficou me olhando por alguns segundos) Desculpe, é só que…

Ele me interrompeu me beijando. Parecia que era nosso primeiro beijo, meu coração estava a cem por hora. Tinha quase três semanas que não nos beijávamos. Tão bom que eu não queria parar. Ele me afastou dele. E eu deitei novamente…

— Dorme. Eu vou cuidar de você. (Ele sussurrou me fazendo cafuné, eu me abracei mais forte a ele e acabei dormindo).

Castiel POV

Pouco após tê-la beijado, o que me fez muito mais feliz, eu acabei dormindo. De manha quando eu acordei, ela ainda estava lá. Então eu acariciei seu ombro até que ela me abraçou mais forte.

— Está acordada?

— Sim…

— Está se sentindo melhor?

— Uhum. Obrigada de verdade, Pica-pau. (Ela me olhou e então eu me sentei)

— Não foi nada. (Ela se sentou ao meu lado) Conseguiu dormir?

— Não muito. (Ela bocejou) Acordei algumas longas vezes.

— Não fique mais vendo filmes como aquele como desculpa para se agarrar em alguém! Essa tática é bem imatura, sabia?!

— Não era minha intenção assistir ao filme…

— Não é como se você tivesse visto de qualquer forma.

— Hilário! (Ela foi irônica e eu ri) Sou comediante?! (Ela foi irônica de novo)

— Não! É minha esposa, quem eu amo muito. (Eu sorri e ela ficou me olhando)

— Sério?!

— Ué, não é?! (Eu perguntei rindo como se fosse óbvio)

— Sua esposa, quem você ama muito?! (Ela perguntou sorrindo)

— Uhum… (Eu sorri e puxei sua nuca a beijando e então o celular dela tocou)

— Espera aí… (Ela disse rindo e tentando se soltar)

— Não… (Eu continuei a beijando e então subi em cima dela) Deixa tocar.

— Pera… (Eu comecei a beijar o pescoço dela e ela se arrepiou) Só um minutinho, Castiel! Pode ser importante! (Ela disse séria)

— Um minuto! (Eu saí de cima dela)

— Oi… Não sei… (Ela dizia no telefone) Você vai me levar? (Ela perguntou pra mim e eu assenti) Não precisa Igor, ele vai me levar… Ok. Te encontro no Café então.

— Igor?! Foi por ele que você me trocou?!

— Exagero! Vamos continuar… (Ela puxou minha nuca)

— Não! Perdi a vontade. (Eu a empurrei levemente) Faz assim, pode ligá-lo avisando que eu não poderei te levar porque estarei ocupado demais encontrando alguém.

— Ok! Seu bipolar! (Ela disse grossa e se levantou saindo do quarto)

Talvez eu tenha sido grosso demais. Argh! Eu baguncei meu cabelo irritado. Esse filho da puta fica roubando a esposa dos outros! Só essa idiota não percebe que o cara tá a fim dela! Fica bancando a ingênua, porra! Eu estava tão revoltado que me arrumei e fui tomar café; não a vi na cozinha e fui pra varanda.

— Sete da manha! Já brigou com ela de novo? (Perguntou grosso meu irmão)

— Não! (Eu disse grosso no celular) A culpa foi dela.

— Escuta, Castiel, eu sei que sou médico, mas eu não sou psicólogo e nem terapeuta! Eu já te falei o que você tem que fazer, agora se você não quer o problema é seu! (Ele disse irritado)

— Nossa, valeu!

— Cara, eu já estou com um problema bem grande aqui. Não posso ficar resolvendo suas crises de ciúme e covardia.

— O que houve?

— Victória brigou com o Sebastian e agora ambos estão aqui em casa desde as cinco da manha achando que a Viviane e eu somos terapeutas!

— A sua cunhada é realmente louca!

— Louca?! Você tem noção de quantas coisas eles já quebraram?! (Eu ri)

— Mas eles querem o divórcio?!

— Eu não sei! São dois malucos!

— Eu já teria me divorciado há décadas!

— Matias! Vem me ajudar aqui! (Gritava Viviane louca do outro lado)

— Cara, depois a gente se fala! (Eu ri sobre a loucura na casa do meu irmão)

Entre minhas risadas eu ouvi o barulho de algo quebrando e então fui até a cozinha, e encontrei a Nanica.

Morgan POV

Após eu ter me levantado muito revoltada e ligado para o Igor, que me fez explicar-lhe tudo, eu saí pra correr enquanto o Castiel ainda estava no banho. Quando eu voltei fui direto para a cozinha e enquanto bebia água ouvi a voz do babaca.

— Eu já teria me divorciado há décadas!

Eu fiquei tão nervosa ao ouvir isso que sem perceber comecei a tremer. Eu tentei me controlar, mas não consegui. Então achei melhor beber mais água, mas quando eu peguei o copo, ele acabou escorregando da minha mão e se espatifando no chão. E alguns segundos depois o idiota apareceu...