Macchiato | Café com Letra #1 escrita por Café com Letra


Capítulo 1
“Coração Mecânico” — Dark Bastet


Notas iniciais do capítulo

Esta história foi escrita pela autora Dark Bastet (https://fanfiction.com.br/u/502244/), fundadora do projeto.



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ATO I — CRIAÇÃO

Já entravam raios de sol na oficina, através das falhas na madeira da janela, quando Monroe finalmente deu por terminado seu trabalho. Haviam engrenagens e folhas de projeto, repletas de desenhos geométricos perfeitos, sobre sua desorganizada mesa de trabalho, bem como pedaços de fio desencapados e ferramentas de metal. Invenções pela metade, quebradas ou repetidas, que se amontoavam numa enorme pilha em um dos cantos do aposento, completavam o visual bagunçado e confuso do lugar que era mais seu lar que a cama em que as vezes dormia.

O homem de cabelo grisalho, feições enrugadas e sorriso simpático retirou os óculos protetores e encarou o projeto final pela primeira vez. Nem a graxa em seu rosto, ou as ataduras em torno dos dedos machucados, foram suficientes para ofuscar o brilho dos olhos de um inventor que encarava finalmente o fruto sólido de incontáveis noites mal dormidas e do árduo esforço em superar as próprias habilidades.

Ela tinha pouco mais de um metro e era toda feita de metal amarronzado, interligada por engrenagens e fios coloridos, com uma chave de dar corda, modelando um laço, fixada nas costas. Suas curvas eram discretamente femininas. Havia um tronco de cone na cintura, simulando uma saia rodada, e alguma coisa em seus olhos — lisos, sem vida e vazios — chamava atenção, juntamente das letras “C” e “L”, desenhadas lado a lado e em preto, na perna direita.

Monroe a pôs no chão, ansioso pelo que aconteceria a seguir, e encarou sua criação em silêncio por alguns instantes. Naquele momento, não diferia em aparência de nenhum dos seus irmãos que permaneciam dormindo na oficina; taciturnos, mortos, presos no limiar entre a paixão da ideia e o perfeccionismo da execução. O homem sabia, no entanto, que quando decidisse ligá-la, ela estaria mais perto que qualquer um ali presente de se tornar uma verdadeira obra divina.

Suas mãos, trêmulas graças ao êxtase da ansiedade, alcançaram o aparato na parte traseira do robô humanoide e giraram-no devagar, ao passo que ele ouvia com nitidez assombrosa as engrenagens girando e se encaixando, uma após a outra, em um tique-taque quase musical. Os ruídos eram diferentes — uns mais agudos, outros mais graves —, mas o inventor sabia perfeitamente a função que cada um desempenhava no nascer de sua esplêndida criação.
A máquina em forma de gente, que até o presente momento permanecia em silêncio, ligeiramente curvada para frente, de súbito ficou ereta. Seus dedos metálicos se moveram, bem como a saia na cintura — que deu uma volta completa antes de voltar para o mesmo lugar —, e a chave começou a girar na direção contrária para a qual foi pressionada em uma velocidade mais lenta.

— Papai? — A voz mecanizada, porém fina e infantil, do robô preencheu o cômodo de imediato.

Os olhos marejados de Monroe fixaram-se no rosto da garota robótica, que se movia em pausas curtas de um lado para o outro, enquanto os outros membros do corpo passavam a acompanhar o mesmo ritmo. Seus olhos permaneciam lisos e vazios. Em passos mecânicos, ela caminhou com aparente dificuldade na direção do homem e repetiu:

— Papai?

— Sim. — ele murmurou. — Sou eu, querida.

Ajoelhou-se e a tomou em seus braços, ignorando completamente o eriçar dos poros de sua pele ao entrar em contato com o material morno do qual ela era feita. As gotas de água salgada se espalharam por sobre o ombro duro e escorreram até pingarem no chão. Era nítida a falta de capacidade do velho em conter o fluxo de suas emoções, uma vez que, após anos de tentativas falhas, o som da fala de CL II cantava o eco de seu maior sonho anteriormente sufocado pelo estigma do fracasso.

— Há algo errado? — Indagou ela, sem se mover, em tom imparcial. — Seu coração acelerado e a sua respiração ofegante indicam que está agitado.

— Não é nada. — Monroe voltou a sentar-se em seu banquinho e limpou os olhos com as costas da mão. — Eu só estava com saudade.

— Eu estava dormindo. — retrucou, ao que a pequena lâmpada na lateral de seu pescoço assumia uma coloração alaranjada de alegria. — Mas agora eu acordei.

— Sim... — Ele permitiu que um sorriso sereno se formasse em seus lábios.

ATO II — PROTÓTIPO

Após afastar, com um dos braços, toda a tralha que havia em cima da bancada da cozinha, Monroe pôs ali o prato de torradas doces que tinha acabado de fazer. O cheiro de canela emanava das rodelas endurecidas de pão e se espalhava por todo o aposento. Era comum que passasse longos períodos trancafiado, abastecendo-se apenas com cafeína, mas, assim como das outras vezes, a sensação de prazer e o alívio do dever cumprido eram sempre os mesmos.

Pela primeira vez, a ideia de nunca mais precisar voltar para a oficina não lhe parecia tão assustadora.

Ele enfiou uma das torradas na boca e seus passos o guiaram em direção à sala de estar, acoplada à cozinha e separada apenas por uma abertura sem porta, ao que ele ignorou sumariamente a bagunça na qual o cômodo estava imerso. O porta-retrato sobre a mesinha de canto à direita capturou sua atenção e induziu-o a segurá-lo entre os dedos. Havia nele uma fotografia de uma mulher, um homem — que assemelhava-se a ele próprio, porém sem as marcas do tempo — e uma garotinha, de curtos cabelos castanhos e olhos claros, que exibia um enorme sorriso enquanto era abraçada pelos pais.

Ele sentiu um aperto no peito que quase lhe arrancou o equilíbrio ao passo que retirou a foto do porta-retrato e leu os dizeres “Nós estaremos sempre juntos, papai; com amor, Cyelle” na parte detrás.

— Desculpe ter falhado antes. — ele murmurou focalizando o rosto da esposa na imagem. — Mas eu prometo que, desta vez, eu cuidarei da nossa garotinha.

Recolocou o retrato em seu lugar original e sentou-se no sofá. Acendeu um cigarro, utilizando o isqueiro que estava dentro de seu macacão de trabalho maltrapilho, e posicionou-o entre os lábios para só então tragar e empurrar com violência a nicotina em direção aos seus pulmões. Uma onda de êxtase tomou conta do seu corpo rapidamente ao que ele respirou aliviado, acabado, enquanto sua mente era de súbito assaltada por imagens em flash que atropelavam umas às outras.

“Papai, por que você nunca brinca comigo?”

“Papai, os meus amigos dizem que você é louco.”

“Papai, eu sinto a sua falta.”

As palavras, pronunciadas em um tom infantil e estridente, penetravam-no mudamente como lâminas afiadas. Silêncio gritante o cercava. Sequências de imagens, uma após a outra em um confuso turbilhão, mostravam infinitas vezes todos os erros que ele cometeu e pelos quais sempre culpou a si mesmo. Elas dançavam ao seu redor, girando como engrenagens, enquanto Monroe mergulhava cada vez mais fundo dentro de seu castigo eterno.

A casa, remendada de cima à baixo, nunca fora tão silenciosa quanto nos últimos anos. Nenhuma risada, choro ou gritos histéricos pairavam no ar; apenas o som do remorso e arrependimento profundos que retumbavam no peito do proprietário.

ATO III — AVALIAÇÃO

Com alguma dificuldade, CL II finalmente conseguiu — desdobrando o braço direito em outros três compartimentos — alcançar a maçaneta e abrir a porta da frente. Suas mãos e pés, bem como o resto de seu corpo metálico, tremia enquanto ela andava. Havia um escapamento pequeno embaixo da saia que, assim com naquele momento, soltava fumaça sempre que superaquecia devido ao excesso de movimentos subsequentes. A luz do sol, no entanto, era um tipo de fonte de calor que a pequena robô descobria agora pela primeira vez.

Alcançou a fachada da casa em seu próprio ritmo e moveu a cabeça, da esquerda para a direita, afim de engaiolar as imagens que lhe eram apresentadas sem nenhuma prévia explicação. A chaminé da loja de doces, na esquina, expelia fumaça preta, enquanto duas crianças brincavam de bola na calçada em frente a ela, e o jornaleiro, montado em sua bicicleta psicodélica, mas funcional, cruzava a rua e atirava os tufos de papel na frente das residências que se completavam em um degradê acobreado.

Com seu sistema simples, porém sofisticado para a época, ela captou os sons que a circundavam, tentando distingui-los através dos comandos instrucionais cujos quais regiam sua programação, e alguns deles foram encontrados em seu pequeno banco de dados. Embora seu rosto rígido não mostrasse nenhuma expressão, seu alarme externo — localizado na lateral esquerda do pescoço — brilhava em azul de agitação.

De repente, uma bola cruzou o ar em alta velocidade e acertou em cheio a cabeça de CL II. Seu corpo diminuto quase pendeu para o lado por causa do impacto, mas o peso das peças fez com que seus pés se atrelassem à cobertura de cimento. A cabeça girou até voltar ao estado anterior e ela se preparava para procurar a origem do problema quando um garotinho aproximou-se correndo com os olhos fixos na esfera de plástico.

— Ei, você pode me devolver a minha... — a criança de cabelos negros, ligeiramente desalinhados, e trajes acinzentados tipicamente ingleses interrompeu a si mesma quando se deu conta de quem tinha atingido. — ... bola?

A menina-robô voltou o rosto em sua direção, parecendo encará-lo, enquanto o azul de seu alarme ia lentamente mudando para a um verde de curiosidade. A bola que a tinha atingido permanecia imóvel aos seus pés. O garoto a fitava em um misto de espanto e admiração, sem sequer piscar, enquanto seus pés se moviam sozinhos para mais perto dela.

— O que é você? — ele finalmente se pronunciou, parecendo não saber ao certo que palavras utilizar.

— O meu nome é CL II. — Ela respondeu em sua voz mecanizada. — Meu pai é o homem que mora nesta casa atrás de mim.

— Você é um robô?

— Meu sistema operacional acusa essa afirmação, mas meu pai sempre me disse que eu sou uma menina. — Sua saia fez um giro completo na cintura. — Qual é o seu nome?

— Joseph. — ele respondeu com um sorriso e achando graça das palavras e voz exóticas da máquina. — Você é estranha.

Seu semblante era brando; constituído de um fitar fascinado e trejeitos ingênuos. Embora tivesse ouvidos boatos maldosos a respeito do homem que morava naquela casa, sobre como ele tinha negligenciado e perdido a esposa, ou sobre a possibilidade de, após conviver tanto tempo com suas peças e ferramentas, tê-las acoplado ao próprio corpo, nunca teve medo de se aproximar do lugar como seus amigos pareciam ter. Como o garoto sapeca que era, sempre quis descobrir os segredos guardados entre as paredes tortas da oficina.

Sem que ele percebesse, um dos amigos com quem estava brincando se aproximou afim de recuperar a bola cuja qual o primeiro tinha sido incumbido de obter de volta. Ao contrário de Joseph, o garoto gorducho que acabara de chegar possuía feições mais severas.

— Joey, o que está fazendo? — Ele reclamou. — Estávamos esperando por você!

— Desculpe.

Naquele momento, CL II curvou o corpo suavemente para apanhar a bola recostada aos seus pés metálicos, mas, sem que ela previsse, uma imperfeição na extremidade de um dos seus parafusos fez com que a esfera de plástico estourasse diante dos olhos de quem estava presente.

— O que essa coisa fez? — o gorducho gritou, refletindo raiva em seus olhos, ao que encurtou a distância entre ele e a pequena robô e a empurrou com força no chão. — Você destruiu a bola!

— Jimmy! — berrou Joseph.

— O que foi? Porque você a está defendendo? — o outro pareceu enraivecido por ter sido questionado. — Isso sequer é uma pessoa, é um robô, não tem sentimentos; é uma aberração!

Sem cerimônia, o agressor deu as costas e correu de volta para onde estava enquanto Joseph, que estava claramente dividido entre a consumação dos conceitos morais que aprendera com os pais e a dúvida cuja questão primordial era se eles se aplicavam também aos seres robóticos, projetava uma reação além do semblante de atenuante preocupação que ele esboçava no rosto.

CL II tinha caído no chão e, por causa do impacto, um arranhão, que produziu faíscas luminescentes, surgiu em sua bochecha direita. Ela tentava mexer as pernas e os braços, mas era incapaz de levantar-se sozinha devido à sua primitiva estrutura dinâmica. Segundos depois, a porta da casa atrás dele subitamente se abriu e — pela porta da frente — surgiu Monroe que, tremelicando, se aproximou da robô caída e apanhou-a nos braços.

— CL! — ele berrou. — Você está bem, filha?

Sem esperar resposta, e após ignorar sumariamente o garoto que assistia a cena assustado, o velho voltou para dentro de casa e as portas se fecharam com um baque violento.

ATO IV — AJUSTES

O cuco do relógio, localizado bem acima da mesa de trabalho de Monroe, saiu de dentro do aparato de madeira e berrou — em um aviso estridente — que já passava das seis. Sequer havia sol do lado de fora da janela. A oficina estava imersa em uma atmosfera densa, pesada, e, pela primeira vez, melancólica, ao passo que a única coisa que importava ao homem em questão era corrigir a rachadura no rosto de CL II.

Feixes de luz faiscavam da extremidade do maçarico que fundia e finalizava os ajustes na menina-robô, mas nenhum som era emitido nem por ela nem seu guardião. Os olhos do inventor estavam rigidamente fixos na bochecha machucada da outra. Ele manuseava a ferramenta em sua mão com precisão assombrosa, embora a idade já lhe tivesse roubado a instabilidade das mãos, e só depois de ter feito a lesão desaparecer é que se deu permissão para respirar.

— Agora está melhor. — murmurou ele enquanto encarava o próprio trabalho.

— Você está bravo, papai? — a robô, que até então tinha permanecido calada e imóvel, voltou os olhos vazios na direção dele. — Eu fiz alguma coisa errada?

Monroe, que ostentava uma expressão de profunda preocupação, suspirou e permitiu que um sorriso de rendição se formasse em seus lábios. Ele se sentia impotente diante do imenso poder que o pequeno robô de metal, que continha a alma daquilo que um dia tinha — ou deveria ter — sido seu maior tesouro, exercia sobre si. Sua existência parecia se resumir a ouvir a voz mecânica pronunciando as mesmas frases que outrora foram ditas, atender desejos pueris e ajustar o futuro que, tempos atrás, ele sequer cogitou que existiria.

— Não, você não fez nada de errado, querida. — ele a colocou sentada em sua perna flexionada. — Eu só não quero que você se machuque.

— Eu não vou me machucar. — ela respondeu. — Eu sou de metal.

— Eu sei.

— O amigo de Joseph disse uma coisa. — Cl cortou a conversa.

— Quem é Joseph? — Indagou o velho. — E o que esse amigo disse?

— Joseph é o menino que perdeu a bola, com quem eu estava conversando quando você chegou. — Respondeu a robô. — O amigo dele disse que eu sou uma aberração.

A fala da diminuta máquina era neutra, ausente de emoção e picos na voz, de modo que era difícil enxergar seu relato como uma perturbação real, mas, para o inventor, que nadava em sentimentos de remorso e culpa, tinha os olhos cheios d’água. Apesar de a tecnologia ter tido grandes avanços nos últimos anos, nem todo mundo a entendia — e a via — como ele. E independente disso, dos julgamentos que ele sabia que viriam quando tomou sua decisão, ele viu nas engrenagens e nos fios uma chance, que lhe fora negada pelos céus, de consertar os seus erros.
Cada vez que ele olhava para ela, enxergava a filha que um dia desdenhou; não por maldade, ou insegurança, mas pelo amor obsessivo por aquilo que poderia conceder aos homens o poder de um deus. E embora a amasse, apesar de sua dúbia existência, ele era incapaz de reproduzir perfeitamente a voz, os gestos e mesmo o sorriso de Cyelle. Só lhe restou um robô, enferrujado e defeituoso, para lhe lembrar dos seus pecados.

— Você não é uma aberração. — ele disse, fazendo força para desfazer o nó que tinha se formado em sua garganta. — Você é uma benção... Você é minha filha, CL.

O robô permaneceu em silêncio e nada mais disse.

ATO V — ACABAMENTO

Quando o astro-rei ergueu-se no céu do terceiro dia, cujo aparência cinzenta se estendia como um manto sufocante, silêncio sepulcral reinava no interior das paredes da última casa da rua. Além do cuco, que berrava ensandecido, não havia nenhum outro som significativo. A luz quente de verão, que penetrava na residência através das frestas nas janelas, revelava grãos de poeira que saltitavam no ar, serpenteando de lá para cá, ao passo que o desleixo do proprietário vinha à tona como se emergisse da escuridão.

A menina-robô andava de um lado para o outro, movendo objetos de lugar, tentando controlar a bagunça de acordo com os comandos de limpeza que tinham sido acrescentados ao seu código fonte. Ela demonstrava alguma dificuldade para atravessar obstáculos. Em movimentos mecânicos, ela conduzia seu corpo através da sala e produzia um ruído metálico característico que indicava que seu armazenamento de energia potencial estava esvaziando e, portanto, suas funções estavam começando a falhar.

Após deslizar por uma estreita rampa improvisada, feita sob medida para sua utilização, alcançou o porão onde ficava a oficina de seu pai. Ela encarou novamente seus irmãos mortos, amontoados em todos cantos, enquanto atravessava o que se assemelhava a um campo de batalha coberto de perdas; o óleo sujo era como o sangue, e as bonecas, quebradas ou pela metade, representando o ápice do fracasso daquele que as criou, eram os corpos sem vida prontos para serem devorados pela amargura e pelo sofrimento.

— Papai? — a robô chamou. — Papai, eu preciso de você.

Sua voz oscilava entre tons altos e baixos, além de ecoar em uma velocidade nitidamente mais lenta que o normal, mas CL II prosseguiu em seu caminho que, dizia seu sistema, a levaria direto para Monroe. A imagem que seu visor captou, no entanto, estava além de sua compreensão programada e não produziu nenhum significado que ela fosse capaz de compreender.

O pai, pendurado por um laço no pescoço, bem no centro da oficina.

Sob seus pés, no chão, havia um bilhete rabiscado. A menina-robô o apanhou, certa de que haveriam ali instruções que complementariam seu entendimento da situação, mas, ao lê-lo, foi capaz apenas de ler os dizeres:

“Perdoe-me, querida, eu só quis amá-la mais uma vez.”

E então tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

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