Chain of Memories escrita por JaineYHY


Capítulo 4
Capítulo 4 - Alice


Notas iniciais do capítulo

Agora vocês vão poder saber um pouquinho sobre a história da Yumi. O nome desse capítulo foi dado por conta de uma música de Vocaloid, Hatsune Miku. Se sintam a vontade para ouvi-la enquanto leem o capítulo. E muito obrigada por lerem até aqui.
Beijoooos Beijoooos! :3



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–Chegamos. –Disse Yumi com o semblante sério enquanto colocava Tomoyo no chão.

Era um templo meio abandonado e rodeado por cerejeiras, formando um cobertor rosado no chão, a grama estava meio alta, mas as duas se sentaram ali no chão mesmo.

–Que lugar bonito Yumi... –Tomoyo sorria encantada enquanto fitava o lugar.

–Ah... – A garota coça a própria cabeça. – Aqui costumava ser minha casa. – Sorri timidamente.

–Entendi. Por isso você me trouxe até aqui? – Permanecia sorrindo.

A garota apenas deu de ombros.

–Sabe, eu sinto algo estranho por você Daidouji Tomoyo. –Encarava o chão. – De certa forma, sinto que preciso te contar a verdade sobre mim, e só então eu vou estar sendo justa com você e comigo mesma... –Dá um suspiro.

Tomoyo sorriu e assentiu com a cabeça, incentivando a garota a contar.

“Primeiro você precisa entender o que são correntes. Só assim minha vida faz algum sentido. –Ri timidamente.

Correntes são almas corrompidas.

Todo e qualquer ser humano que possua escuridão em seu coração pode ser corrompido. Ser corrompido significa que um demônio, ou ser das trevas, se conecta a você e começa a sugar você para as trevas. Essa é uma das formas de ir parar lá. Eles se aproveitam das fraquezas do coração do ser humano.

Sabendo disso, Deus deu o poder para que os próprios humanos lutassem contra isso. Uma linhagem que nasceria com o dom de quebrar as correntes e libertar almas que ainda pudessem ser salvas.

Os seres das trevas não gostaram nada disso. Eles resolveram armar uma emboscada. Resolveram aniquilar as famílias usando as fraquezas dos corações deles contra eles mesmos.

Assim, as correntes foram tomando conta de famílias que estavam espalhadas pelo mundo e eram especializadas nisso.

(Faz uma longa pausa.)

Existe um tipo de alma que é extremamente difícil de ser presa e extremamente preciosa para ser possuída. A alma de uma criança, que é incapaz de sentir ódio.

Em uma das famílias, uma criancinha de três anos assistiu sua família toda ser transformada em monstro e ser brutalmente aniquilada por seres horríveis. Ela sentiu ódio. Tanto ódio que acabou sendo presa por um daqueles monstros.

O avô da garota, vendo que aquilo saíra do controle, simplesmente não pode suportar a ideia de entregar o neto para as trevas assim tão facilmente.

Então ele o matou. E então se matou.

A alma daquela criança não podia ser jogada na Luz, mas também não foi completamente absorvida pelas Trevas. Então Deus a prendeu na Fantasia, onde ela cresceria, até poder responder a um julgamento adequado.”

Yumi deu um longo suspiro. Tomoyo a encarava com um sorriso triste.

–Essa criança era você, né Yumi? –Perguntou Tomoyo depois de um tempo.

Himegawa apenas assentiu positivamente com a cabeça.

–Eu sinto muito. –Tomoyo a abraçou, enquanto uma lágrima escorria por sua face.

–Não sinta. –Yumi alisou os cabelos da garota prostrada à sua frente.

As duas permaneceram um longo tempo em silêncio.

–Yumi eu... –Tomoyo voltara a sorrir e permanecia com a cabeça no peito da garota menor. –posso ouvir seu coração batendo.

Yumi corou subitamente e virou o rosto, apesar de a garota não a ver de qualquer jeito.

–Isso me deixa feliz. – Tomoyo sorria mais ainda enquanto mais lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto. –Muito feliz.

–Boba, pra quê ficar feliz com uma coisa dessas? – Himegawa falou baixo, com uma voz frustrada.

–Porque é a prova de que você está viva aqui.

Yumi apertou a garota contra seu peito e permaneceu em silêncio. Apenas a segurando firme ali.

Tomoyo levou um susto ao ser apertada. Havia sido pega de surpresa.

Então sorriu mais ainda, afundando mais a cabeça no peito da pequena menina ali, para ouvir melhor aquele som que tanto a agradava.

O coração das duas começou a disparar, formando uma batida coesa e agitada entre eles, e elas ficaram apenas ouvindo, com leves sorrisos, enquanto aquela música falava o que cada uma gostaria de dizer.

*&*

–Tudo bem? –Pergunta Daidouji, enquanto cozinhava na casa de Yumi. Havia se passado uma semana desde que as duas haviam tido aquela conversa.

Yumi revira os olhos, se sentando.

–Desde quando você cozinha? –Assopra.

–Eu só quis fazer um teste. Você é uma cobaia perfeita. –Ri timidamente enquanto cozinha.-Ginsei saiu de volta? –Se vira para ela.

A garota apenas assentiu com a cabeça.

–Ele mandou esses dangos pra você. –Aponta para a caixa sobre a mesa. Seus olhares se encontram. Yumi cora e vira o rosto.

–O que foi? – Tomoyo pergunta, ainda com um sorriso, se virando de volta para o fogão. Antes que pudesse se virar completamente ela é surpreendida por um rápido e forte abraço de Yumi, que chegou sorrateiramente por trás da garota, enlaçando os braços em sua cintura.

A respiração quente da garota batia na nuca de Tomoyo, fazendo com que ela se arrepiasse. Um sorriso terno possuiu seus lábios.

–Yumi, eu... –Antes que pudesse terminar a frase, Himegawa virou bruscamente o corpo de Tomoyo, tapando sua boca com os próprios lábios.

As duas estavam com os olhos arregalados e foram tomadas por uma vermelhidão. Yumi fechou os olhos como se estivesse emburrada e permaneceu com os lábios selados nos da garota mais alta.

Tomoyo se abaixou um pouco, ficando do mesmo tamanho que a menina em sua frente. Fechou os próprios olhos e começou a acariciar os cabelos dela.

As duas bocas começaram a se abrir quase que involuntariamente. Yumi introduziu sua língua na boca da outra garota, fazendo carícias ali dentro e explorando bem o local. Passou então as mãos pela cintura dela e a fez sentar-se na cadeira, sem separar as bocas, que se enlaçavam cada vez mais.

As duas acariciavam os cabelos uma da outra enquanto as línguas se encontravam em uma explosão indefinida de sabores agradáveis. Havia um leve tom salgado no fundo daquele beijo. Eram as lágrimas, tão silenciosas quanto o beijo e as carícias que elas trocavam.

As duas se separaram. Ficaram se olhando por longos minutos.

–Me desculpa Tomoyo. Eu só...Não posso ficar aqui agora. –Olhava para as mãos de Tomoyo, cheia de machucados, e completamente trêmulas. Ela sabia que aqueles machucados não eram normais.

Saltou pela janela com sua espada, antes da outra ter a chance de impedi-la.

–Ginsei. Eu sei que você está aí. – Tomoyo continuava a encarar a janela, com um sorriso triste enquanto as lágrimas escorriam. –Quanto tempo?

Ginsei se encosta na borda da janela.

–Aquela menina é uma boba mesmo. –Sacode a cabeça como reprovação.


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