Undisclosed Desires escrita por Larissa Redfield


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente! Eu demorei um pouco por conta da volta as aulas. Mas aqui estou. Queria agradecer ao comentário da Anabelle pelo comentário e pelo apoio que me fez querer voltar.
Eu queria pedir que vocês comentassem e favoritassem, pq da trabalho escrever e se não tiver retorno fica difícil né. Mas vamos ao capítulo.
Música do capítulo - Nothing On You - Bruno Mars - https://www.youtube.com/watch?v=8PTDv_szmL0



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 Nothing On You

Eu me remexi na cama a noite inteira, mal consegui pregar os olhos. Amanhã seria o grande dia. Eu iria para a Somália, e esperar a tropa do Oliver Queen me encontrar. E eu pedia aos céus por ele ter tanta misericórdia quanto seu pai, porque se não, eu já estava morta.

Acordei com os primeiros raios solares batendo no meu rosto. Levantei rapidamente, fiz minha higiene matinal e acordei Iris West, uma prima que eu pedira um favor de vir até aqui.

— Por que mesmo estamos fazendo isso? - Iris disse desconfiada enquanto enchia um liquido roxo com um pincel.

Engoli em seco.

— Eu te disse. Eu queria mudar o visual.

— Você Felicity? Desde que éramos adolescentes tento te convencer a pintar seu cabelo. E esse seu jeito durona nunca deixou. E por que diabos agora iria querer mudar?

Eu tinha cabelos pretos até metade das costas. A pele branca, e os olhos azuis. Mas eu nunca fui muito vaidosa. Jamais tinha usado vestido, muito menos salto alto. Coisa que nem era necessária no exército, então eu sempre me dei muito bem. A unica coisa que sempre me incomodou foi minha estatura. Eu era baixa demais, pequena demais, mas o que eu não tinha de tamanho tinha de força.

— Pode simplesmente fazer o que eu mando sem questionar? É por isso que Eddie te largou! - Soltei sem pensar e ela me olhou com raiva. Eddie era um assunto sagrado. — Desculpe. - Ela apenas assentiu e começou a tingir meu cabelo.

Eddie era o noivo da Iris. Mas quando ele foi convocado para o exército, ela não aguentou a angústia de saber se ele voltaria ou não.

— Voilá.— Iris disse sorridente e me entregando um espelho. Minha boca se formou um pequeno "o" e Iris percebeu porque sorriu mais ainda. Meu cabelo antes preto agora estava na altura do meu ombro e loiro. Eu estava com mais cara de delicada.

— Uau Iris! Você é incrível! - Disse sorridente. — E eu te amo. - A puxei para um abraço.

— Não vai mesmo me contar para onde você vai? - Ela segurou minhas mãos e pude ver verdadeira preocupação em seus olhos.

— É para seu próprio bem, Iris. Eu quero te proteger.

Ela apenas assentiu triste e voltou a dormir na cabana, enquanto eu fazia minhas malas.

[...]

Eu terminei de colocar a última mala no porta malas quando observei um par de olhos interrogativos encostados na porta do carro.

— Harper. - Sorri para ele. — Deveria estar dormindo.

— E você deveria estar morena. - Ele puxou uma mecha do meu cabelo. — Que droga é essa, Felicity?

— Eu já disse. Estou pedindo dispensa, Roy. - Roy riu com escárnio.

— E porque diabos está levando uma Colt M12 no porta-malas?

Filho da puta. Olhei para os dois lados e o puxei pela blusa junto para o banco traseiro da caminhonete.

— Eu imaginava isso de outro jeito. - Roy sorriu malicioso e eu dei um soco em seu braço. — Foco Roy.

Ele pareceu entender e ficou em silêncio e eu explique toda a história para ele e sua cara ia mudando de alegre, para divertido e por fim numa carranca brava típica dele.

— Você enlouqueceu, Felicity. Não é seguro! Jura que Ray concordou com essa maluquice?

— Sim. E você não pode contar isso para ninguém! - Sussurrei baixinho. Ele me olhou com raiva.

— Eu vou com você.

— Não, não vai.

— Eu posso te ajudar!

— Você estragaria todo o disfarce!

— Só porque eu tenho dezessete anos? - riu sem humor. — Você vai se matar, Felicity. E eu não vou para o seu enterro.

Ele bateu a porta do carro e saiu caminhando na mata. Eu simplesmente não entendia porque Roy estava surtando.

Esperei para ver se ele voltava, mas ele não voltou. Então eu simplesmente suspirei derrotada e dei partida no carro em direção ao aeroporto.

[...]

Nove horas depois do voo eu já estava pousando na Somália. Eu estava tão exausta que eu dormi no avião. E aeromoça teve que vir me acordar.

Peguei minhas malas e fui em direção a um táxi que estava parado. Dei ordem a ele de ir para as aldeias da cidade e ele assentiu não parando de olhar para as minhas pernas pelo retrovisor.

Eu estava usando uma roupa da Iris. Era um shorts largo que ia até metade das minhas coxas, uma camiseta de qualquer banda de rock aleatória e eu estava de óculos escuros. O típico turista.

— Hey.— Disse ao ligar para Ray.

Como vão as coisas Felicity?

— Estou indo para as aldeias. Qual o próximo passo?

— Segundo o GPS, os Somalianos já estão posicionados. O que você tem que fazer é se meter no meio da guerra.

Ri descontroladamente nervosa. O motorista do táxi me olhou intrigado pelo retrovisor e eu o dei um olhar bravo. Pra ver se ele se tocava.

— Eles vão me matar! - gritei.

— Eu tenho tudo planejado, Felicity.— Ele limpou a garganta. — Esse é John Diggle.

Recebi as fotos no meu celular. John Diggle. 1.90. 90 Kg.

— Vai salvar a vida dele. Temos alguém enviado ai para mata-lo, e depois ele será grato a você eternamente.

Suspirei.

— Coloque a escuta, Felicity. Estarei com você até a hora que o exército dos EUA chegar, depois disso quebre-o. - Ele suspirou. — Tudo vai dar certo, Felicity. Eu te amo.

[...]

Gotas de suor escorriam pelo meu rosto. O calor da Somália era de matar. Eu estava incrivelmente nervosa. Eu estava num ponto estratégico com um ponto na orelha, esperando o sinal de Ray.

Eu já estava nisso há uma hora. E isso porque o Ray disse que já estavam quase chegando. Olhei no relógio pela décima vez quando ouvi passos. Peguei o binoculo de dentro da minha bolsa e observei a tropa se aproximando sorrateiramente pela floresta.

— Eles chegaram Ray. – sussurrei.

Houve alguns segundos de silêncio e eu já estava ficando exasperada.

— Já avistou John Diggle?— Finalmente Ray disse algo e eu suspirei feliz. Ia responder que não, mas foi quando eu o vi.

Oliver Queen, em carne, inúmeros músculos e uma beleza incomparável. Ele estava com uma AK47 agachado apontando para algo. Ele era tão sexy. Pena que eu teria que mata-lo. Sorri maldosa.

Logo atrás dele estava sua trupe. John Diggle dava alguma ordens a alguns soldados que apenas assentiam com o típico sorriso convencido. Revirei os olhos. Aqui ou na Europa eles eram todos iguais.

— Sim. Ele está alguns metros de distância. – Disse puxando uma mecha de cabelo que insistia em cair no meu rosto.

— Espere o ataque começar e então dê um jeito de fazer algo vitorioso, contamos com você, Felicity.

E então ele desligou. Apenas suspirei cansada e peguei uma Scorpion EVD da bolsa a colocando na cintura. Escondi a bolsa e esperei a coisa começar.

Foi tudo muito rápido, Oliver gritou algo para eles então eles correram em direção aos terroristas que foram pegos de surpresa. Ouvi diversas pessoas correndo, mulheres com crianças de colo enquanto os terroristas tampavam os rostos e atiravam para qualquer lugar. Dava para perceber pelo desespero de alguns que eram só adolescentes assustados, como eu, quando entrei para o exército, eles provavelmente estavam sendo obrigados a fazer isso. Eram apenas crianças, mas nós erámos ensinados a não ter dó de ninguém, e era isso que eu estava fazendo ao atirar na cabeça de um deles quando ele iria matar um soldado.

Resolvi então descer silenciosamente do telhado e ir em direção ao conflito. Oliver matava diversos apenas com uma faca, enquanto John Diggle atirava em alguns terroristas em se aproximavam. Mas quanto mais eles matavam terroristas, surgiam dois no lugar. Como uma hidra.

— Oliver! – O tal John Diggle gritou. — Não podemos com eles, são muitos!

— Eu sou o general aqui, então eu digo que podemos! – Oliver gritou de volta enquanto cortava a jugular de um homem que caia inerte no chão.

John Diggle estava pronto para retrucar quando uma flecha atingiu seu ombro e ele caiu no chão e aquela foi a brecha para um terrorista se aproximar e apontar a arma para a cabeça de John.

Oliver estava ocupado demais com os outros, então aquela era a minha deixa. O homem estava pronto para puxar o gatilho quando disparei minha Scorpion contra sua cabeça. John que permanecia de olhos fechados já esperando o pior, me encarou com um misto de confusão e alivio. Todos pararam para me observar e nesse mísero segundo no qual eu me distrai, senti uma dor profunda no meu abdômen e depois tudo ficou escuro.

[...]

Estávamos todos no acampamento dentro da tenda, enquanto todos observavam o mapa em silêncio. John marcava os pontos estratégicos com alfinetes coloridos, enquanto eu apoiava as mãos na mesa.

— Não seria mais fácil, invadir pelo norte? – Steve, um dos soldados questionou.

Levantei meu olhar e estreitei meus olhos.

— Não me lembro de ter te dado permissão para falar, Willians. – Ele apenas abaixou a cabeça constrangido e não disse mais nada.

Todos tomaram isso como uma ordem de não dar nenhuma opinião. Até que eu ouvi vozes no fundo rindo, levantei meu olhar para me deparar com Robbie e Johnny conversando animadamente.

— As duas florzinhas querem mais privacidade? – Disse sarcástico enquanto ria estridentemente, a maioria dos soldados me acompanhou mas John me deu um olhar de reprovação.

Não era de hoje que eu tinha uma certa implicância com Robbie e Johnny. Todos suspeitavam do caso dos dois já que eles vivam juntos e haviam rumores de que já haviam sidos vistos se beijando. E eu sempre achei que o exército não era lugar para gays e sim para homens. Então eu fazia questão de humilha-los sempre que podia.

Com a explosão de risadas percebi Robbie ficar vermelho e soltar da mão de Johnny, que não se deixava abalar por nada.

— Seu filho da puta egoísta, você não tem ideia do que seja amar e muito menos uma concepção de amor. A única coisa que você sabe fazer é coçar o saco, dar ordens e fazer qualquer piada que humilhe alguém. E isso tudo para quê, Oliver Queen? Para inflar seu ego? Para mostrar o quão grandioso é o General Queen? Você é uma merda, igualzinho a seu pai! – Johnny estava a centímetros do meu rosto e gritava comigo na frente de todos. Eu devia estar vermelho de raiva, porque quando o ouvi pronunciar o nome do meu pai em vão, eu surtei e parti para cima dele, o esmurrando até que ele caísse no chão.

— Nunca. Mais. Pronuncie. O. Nome. Do. Meu. Pai. – Disse enquanto continuava o esmurrando. Sua cara já estava inchada e cheia de sangue e só parei quando John me tirou de cima dele.

— Chega Oliver. Já deu seu showzinho. – Me soltei do John e fiz questão de cuspir no chão enquanto ele cuspia sangue no chão.

— O próximo a me enfrentar na frente de todos, terá o destino pior. – Disse enquanto saia da tenda, John me seguiu e eu vi alguns soldados rindo enquanto outros o ajudavam com pena. — Partimos em uma hora. E você. – apontei para Johnny. — Pode fazer suas malas. Você parte amanhã.

...

Já estávamos todos reunidos para sair em direção a aldeia. Seria uma missão para se livrar de alguns terroristas. Coisa básica. Porém tudo tinha que ser bem planejado.

— O plano é o seguinte, chegamos pelo lado oeste, atacamos, matamos e depois saímos. Isso tudo antes deles terem a chance de chamar reforços.

Todos assentiram então nos dividimos em duas tropas. A tropa 1 que eu liderava e a tropa 2 onde Diggle liderava.

John Diggle era meu melhor amigo e meu braço direito, assim como era do meu pai. Ele me ajudou com todo o lance de assumir o exército e assumir novas responsabilidades. Ele era veterano do exército e tinha uma filha Sara. Ele dizia que ela era o único motivo dele sempre querer voltar para casa. Ele era como um pai, um irmão e um melhor amigo ao mesmo tempo.

Chegamos ao local, e ficamos atrás das árvores. Eu agachei com a minha AK47 enquanto examinava o local, eram 14 homens na frente e 17 atrás. E nós éramos só trinta. Mas dávamos conta.

Senti a estranha sensação de ser observado, olhei para o telhado de uma casa, mas logo esqueci essa sensação me concentrando nos terroristas.

— Ao seu sinal. – Ouvi John Diggle falar ao rádio.

— AGORA! – gritei para os soldados chamando a atenção dos terroristas.

E logo começaram os tiros, os gritos e o sangue para todo o lado. Atirei em alguns homens, desviei de alguns tiros, mas cada vez que matávamos algum homem, mais dois apareciam no local.

— MERDA! – gritei ao perceber que minha arma havia emperrado. Pensei em pedir a arma de alguém, mas todos os soldados estavam ocupados com suas devidas missões. Peguei uma faca de caça da minha bota e comecei a imobilizar alguns terroristas.

E cada vez surgiam mais e mais soldados, eu já estava exausto e cercado, quando ouvi um urro de dor.

Olhei para o lado e percebi que John havia sido flechado, e isso deu brecha para um terrorista se aproximar. Eu ia ajuda-lo se não fossem outros cinco homens tamparem minha visão e me cercarem.

— JOHN! - Gritei ao ver uma arma sendo apontada para a cabeça do meu amigo. Entrei em desespero, já percebendo que era tarde demais. O som do tiro ecoou por toda a aldeia. E depois veio o silêncio junto com um burburinho sem fim. Abri os olhos para dar de cara com a cena mais estranha de toda a minha vida. O tiro não havia vindo da arma do terrorista, tinha vindo de... Uma garota?

Eu tive que piscar duas vezes para ter certeza, e todos pareciam ter tido a mesma reação, pois ninguém se mexia.

E isso foi o tempo de um terrorista atirar nela e ela cair no chão desmaiada. Matei o resto dos terroristas e me arrastei junto a todos os soldados para ver a tal garota.

Ela era linda. Ela tinha cabelos loiros cacheados e olhos azuis que davam a ela um ar de delicadeza. Mas pelo que eu tinha vido ela havia matado um homem com uma Scorpion. E isso não era nada delicado.

Agachei para observa-la demais, ela usava uma camisa branca que estava toda manchada de sangue e eu a rasguei para ver onde a bala teria perfurado.

— Ei, vai com calma Oliver. Sei que não vê um corpo há alguns meses, mas não precisa fazer isso com ela desmaiada. – o soldado Drake se pronunciou e todos riram, menos eu e Diggle que deu a ele um olhar mortífero.

— A bala pode ter perfurado algum órgão. Não acho que tenha muitas chances de vida. – Conclui me levantando e cruzando os braços.

Diggle suspirou.

— Vamos embora.

— O QUE?! – todos já estavam em pé indo embora quando ouvimos a voz do Robbie. Tinha que ser. — Não podemos deixa-la!

Voltei irritado e parei a centímetros dele.

— E por que não, Robbie? – Perguntei irritado.

— Ela salvou sua vida, John. Não acha isso o bastante?

John ponderou.

— Ele tem razão, Oliver.

— Não a conhecemos.

— Devemos isso a ela.

— Ela tem uma Scorpion. Pode ser uma terrorista.

— Eu escolho me arriscar.

Apenas bufei enquanto segurava seu pequeno corpo em meus braços, na direção do acampamento.

— É bom que você valha a pena, coração.


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Notas finais do capítulo

É isso por hoje pessoal, até a próxima



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