Dream Girl escrita por Magnefly


Capítulo 8
Tell me!


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou bem rapidinho com mais um capítulo enorme pra vocês?
Obrigada a todas que comentaram o último. Fiquei muito feliz com ao ler os comentários e responde-los.
Espero que gostem do capítulo, amores!
Segurem os forninhos, meninas!
Enjoy!



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Pov Ally

Ao ver que Austin havia acabado de descer as escadas para tomar seu café da manhã, caminhei até o seu quarto e coloquei, com muito cuidado, o celular onde eu havia encontrado.

Não devolvi a foto de Taylor. Alexa ainda precisava para interrogar Amber, uma coisa que minha amiga realmente não queria fazer. Mas, como ela mesma disse, não tinha escolha.

Amber é a única pessoa que pode nos contar sobre a vida de Austin nos últimos cinco anos em Nova York.

E eu não entendia o motivo de estar tão interessada sobre isso.

Austin não é meu amigo ou algo parecido, eu o conheci ontem. Ele é apenas o irmão gato da minha melhor amiga. Nada demais!

Me xinguei mentalmente ao perceber que havia pensado em Austin como “gato”.

Sai do quarto, checando se havia alguém no corredor. Para minha sorte, aparentemente toda a família Moon estava no andar de baixo. Voltei ao quarto de Alexa, que estava uma completa bagunça, como sempre.

Revirei os olhos.

Não sei como eu e Alexa somos melhores amigas, somos tão diferentes.

– Ally, você não vai descer? – Alexa entrou no quarto, me assustando. – Você não vai pra escola com essa roupa!

– O que..? – antes que eu pudesse falar alguma coisa, Alexa fechou a porta e caminhou até seu closet.

– Você usou esse vestido horroroso num jantar com a minha família, mas não vai usar para ir pra escola. – gritou ela, me fazendo rir enquanto revirava os olhos mais uma vez.

– Alexa, você me pediu pra dormir aqui. Eu não trouxe uma roupa pra trocar, não é, querida? – comentei, com sarcasmo. – E outra, ninguém na escola além de você, Austin e Amber vai saber que eu usei isso ontem.

– A questão não é você já ter usado ontem. O vestido é até fofo e tal, mas, não combina com o seu tom de pele, amiga. – ela disse, voltando ao quarto com uma pilha de roupas. – Hoje você vai com uma das minhas roupas, e vai tirar esse allstar.

– NÃO! – gritei, indignada. – Pode escolher um vestido de puta se quiser, mas eu não vou abrir mão do conforto dos meus tênis para usar um dos seus sapatos de salto super desconfortáveis.

– Eu te deixo usar as botas que você tanto adora... – cantarolou ela, me mostrando o par de botas de couro.

– Acho que posso me separar dos meus amores por um dia...

Alexa riu e voltou sua atenção para as próprias roupas, tentando escolher algo que combinasse com o meu tom de pele.

Eu mereço...

(...)

– Sério, Alexa? Você quer que eu vá pra escola parecendo uma roqueira punk que destrói propriedades em seu tempo livre? – reclamei, ao me olhar meu reflexo no espelho. – E eu não preciso usar óculos!

– Eles não têm grau. – falou ela, com uma naturalidade que me surpreendeu. – Ally, você está uma gata, acredite em mim. E é só por hoje, ok?

Assenti, relutante.

Conversamos mais um pouco sobre coisas banais, como minha queda – abismo – por Kyle e sobre o abismo dela pelo meu irmão. Ela negou mais uma vez sentir alguma coisa pela Ben, mas eu sabia que ela mentia.

Sua mãe veio nos chamar para o café da manhã – que estava finalmente pronto -, e descemos juntas, conversando sobre ela estar dormindo ontem suspirando o nome do meu irmão. Mimi e eu rimos quando ela corou ao saber do fato.

Durante o café, Austin ficou calado, mexendo em seu celular, parecendo conversar com alguém por mensagem. Ele tinha um sorriso bobo no rosto, mesmo que tentasse esconder, e por um momento eu pensei que ele estivesse falando com Taylor, mas logo descartei a possibilidade.

Ela havia quebrado seu coração, e, ao menos que ele fosse o cara mais tonto da Terra, nunca mais falaria com ela.

Senti meu celular vibrar no bolso da saia xadrez que estava usando. Alexa havia me mandado uma mensagem.

“Se esqueceu do Kyle, foi?”

A encarei, confusa. Ela apontou discretamente para o irmão, e então eu percebi que o encarava sem piscar por alguns segundos. Senti minhas bochechas esquentarem, enquanto Alexa abria um sorriso brincalhão.

– Mãe, a Amber está perguntando se pode ir pra escola com a gente. – Austin disse, com o celular em sua mão.

– Por mim tudo bem, você é quem vai dirigir mesmo. – Mimi respondeu, colocando seu prato sujo na pia.

– O que? – Alexa gritou, parecendo indignada. – Austin, você já tem carteira de motorista?

– Sim. – respondeu o loiro, rindo da expressão da irmã. – Você não tem?

– Não. De acordo com nossos queridos pais, eu não responsável o bastante para dirigir. – disse ela, encarando Mimi e Mike, que começaram a rir. – Isso é sério? Confiam mais nele do que em mim?

Os dois se olharam e não demoraram em responder, deixando Alexa ainda mais indignada com eles:

– Sim.

(...)

No caminho para a escola, eu e Austin conversávamos normalmente. Eu explicava para ele como era nosso colégio, e como ele iria odiar alguns professores. Eu havia sentando no banco do passageiro ao seu lado, enquanto Alexa e Amber ficaram quietas no banco de trás, ambas encarando a paisagem.

– Tem alguma chance de eu ter alguma aula com você? – perguntou ele, tirando os olhos da estrada por um momento e me encarnado.

– Não. – respondi, rindo de seu expressão ao ouvir. – Você está no terceiro ano do colegial, e eu estou no segundo.

– Ah...

Me peguei o encarando sem piscar mais uma vez, e agradeci mentalmente por Austin não ter percebido. Ele é tão lindo...

Balancei a cabeça, tentando tirar meu último pensamento de minha mente, por mais que soubesse que era a mais pura verdade.

Ally, para com isso! Você gosta do Kyle, de mais ninguém!

Quando chegamos a escola, Austin foi o primeiro a sair do carro. Ele e Amber, como alunos novos, tinham que ir a sala do diretor, pegar os horários e as senhas dos armários.

– Vamos, Ally, para de babar pelo meu irmão. – disse Alexa, me puxando para fora do colégio. – Você ainda tem que encontrar o Ben para ele entregar a sua mochila e... olha, ele está ali.

Alexa começou a arrumar seu cabelo e roupa como podia, enquanto observava Ben se aproximar de nós com minha querida mochila. Eu havia ligado para ele quando acordei, pedindo que trouxesse minha mochila com o material do dia.

Meu irmão concordou na mesma hora, depois de perguntar sobre como foi a minha noite e se eu ainda era virgem.

– Bom dia, maninha. – disse ele, me abraçando. Peguei minha mochila de suas mãos e coloquei em minhas costas. – Que roupa é essa?

– Pergunte a sua namorada. – os dois me repreenderam com o olhar na mesma hora, o que não me impediu de rir. – Vamos, Alexa, pare de babar pelo meu irmão.

Enquanto andávamos pelos corredores, Alexa me xingou dos piores nomes possíveis, o que não me atingiu. Sabia que ela não falava sério quando me chamou de vaca, puta e filha de uma mãe. Apenas ri.

Após deixar minha mochila no armário e pegar o que iria usar, caminhei com Alexa até minha sala. Minha primeira aula seria história, e a de Alexa seria literatura, duas matérias que odiamos com todo nosso coração.

*-*

Pov Alexa

Durante a aula de geografia – que era a última antes do intervalo para o almoço -, escrevi um bilhete para Amber, que havia se sentado atrás de mim. Pedi que ela me encontrasse na biblioteca assim que o sinal tocasse, e que fosse discreta.

Austin não poderia saber de nada.

Voltei a prestar atenção no que o professor falava depois disso. Precisava tirar uma nota boa em geografia se quisesse que meus pais me deixassem tirar minha carteira de motorista.

Sr. Water, nosso professor, não aparentava ter mais do que trinta anos, e ele era um pedaço de mau caminho vestido de ser humano, motivo de todas as meninas não irem muito bem em sua matéria.

– ... então, para fixar o conteúdo de hoje, quero que leiam e façam um resumo das páginas 134 e 135 do livro de vocês. Para segunda-feira. – as reclamações dos alunos começaram, o que me fez rir discretamente. – Se continuarem reclamando, passarei mais duas páginas.

A sala de calou e não demorou muito para o som estridente do sinal soar em nossos ouvidos, já castigados pelos gritos dos professores. Arrumei meus materiais rapidamente e, antes de sair, encarei Amber, querendo ter certeza de que ela iria me encontrar na biblioteca, já que ela não respondeu ao meu bilhete.

– Te encontro daqui a pouco. Só vou colocar isso no meu armário. – disse ela, me mostrando seus cadernos e estojo. Apenas assenti e sai da sala, começando meu caminho até a antiga e empoeirada biblioteca do colégio.

Ao chegar, deixei os cadernos em uma mesa e comecei a andar pelo local, observando as várias e enormes prateleiras cheias de livros de todos os tipos.

Amber não demorou em chegar, parecendo não gostar muito de estar ali. Eu não a culpava, disse coisas terríveis a ela na noite passada. Não que eu me arrependa, Amber mereceu cada palavra.

– O que você quer, Alexa? – perguntou, se escorando em uma das prateleiras.

– Me diga tudo que sabe sobre Taylor. – fui direta, assim como ela.

– Quem? Taylor Swift? Ela é uma cantora incrível, adoro as músicas dela. – respondeu ela, sarcástica.

– Amber! – a repreendi, começando a me irritar.

Vai ser mais difícil do que eu pensei...

– Por que eu estou falando com você? Deixou bem claro ontem que tudo o que quer de mim é distancia. – Amber tinha algumas lágrimas no canto dos olhos, mas parecia não querer deixa-las cair. – Sabe quantos amigos eu tinha em Nova York? Nenhum além do Austin! Eu senti a sua falta durante esses cinco anos, e eu esperava que tudo voltasse a ser como antes, mas...

– Amber, para com o showzinho, ok? – pedi, sem paciência.

– Eu vou embora. – disse ela, começando a caminhar.

Segurei seu braço, a obrigando a voltar a me encarar.

– Austin sabe que você gosta dele? – questionei, a provocando.

– Como v-você...?

– Acha que eu não vi o jeito que olha pra ele o tempo todo? Posso não ser tão inteligente como você, mas não sou boba. – Amber abaixou a cabeça, confirmando todas as suspeitas que eu tinha sobre seus sentimentos por meu irmão.

– Não, ele não sabe. E não precisa saber.

– Então vai me contar tudo o que sabe sobre essa puta. - disse, séria.

– Tudo bem...

Amber sugeriu que nos sentássemos em uma das mesas, e assim fizemos.

– Taylor era uma das populares. Ela é linda, e tem um namorado gostoso, como todas as garotas populares de todas as escolas. – começou. – Austin e ela foram parceiros em um projeto de ciências, o que os fez passarem pelo menos duas semanas vendo um ao outro depois das aulas.

– E... – a incentivei a continuar.

– Seu irmão se apaixonou pela Taylor, e ela não correspondia. A mesma história clichê de que populares e nerds não podem namorar. Austin sabia disso, por isso não se declarou. – Amber fez uma pausa, parecendo incomodada e ao mesmo tempo aliviada por falar sobre o assunto. – Tudo voltou ao normal, ela sendo a líder de torcida irritante que ninguém aguenta, Austin sendo o cara inteligente que os populares desprezam. Mas, de repente, Taylor e seu namorado terminaram e ela ficou super mal.

– E...

Será que dá pra parar com isso? – ela gritou, irritada, mas logo se recompôs. – Austin a encontrou no jardim, chorando, e eles voltaram a se aproximar. Ele se afastou um pouco de mim depois de eu dar a minha sincera opinião sobre o relacionamento dos dois, que já não era mais amizade.

Amber parou de falar e suspirou. Não era um suspiro de alívio.

– Acabou? – perguntei, calmamente.

– Não. Só estava me preparando para contar a pior parte.

– Fica pior? – a ruiva assentiu, suspirando mais uma vez.

– Eles dormiram juntos. – arregalei os olhos em surpresa. – Não foi o Austin quem me contou, eu acabei sabendo pelos corredores, assim como todo o colégio.

– O que?

– Não sei como, mas uma semana antes de nós virmos, Brandon, o ex namorado da Taylor, acabou descobrindo e foi tirar satisfações com ela. Ele bateu nela, e o Austin a defendeu, começando uma briga. – minha boca se abriu em um perfeito “O”. – Não foi por vontade própria que ele decidiu voltar pra Miami. Austin foi expulso do colégio.

– Por que ele entrou numa briga? – assim que aumentei meu tom de voz, a bibliotecária me pediu silencio. – Isso acontece em todas as escolas, todos os dias.

– Para justificar a briga, Austin teve que explicar o motivo, que foi ele ter tido relações sexuais no colégio, o que é extremamente proibido. – Amber voltou a suspirar, mas dessa vez em alívio. – Como o diretor conhecia e adorava o Austin, ele não contou nada para os seus pais, e isso não foi para o registro escolar dele.

Ficamos em silencio.

Eu não sabia o que falar ou agir. Foram muitas informações.

As palavras de Taylor voltaram a minha mente.

“Se está me ligando por causa do nosso pequeno probleminha... estou dando um jeito nisso, não se preocupe...”

Agora suas palavras faziam sentido.

– Amber, você sabe quando exatamente eles dormiram juntos? – perguntei, mesmo sabendo que era difícil pra ela falar sobre isso.

– Eu não sei, acho que um mês atrás, ou cinco semanas. – ela respondeu, estranhando meu interesse.

– Tempo suficiente para ela ter os primeiros sintomas... – sussurrei pra mim mesma.

Amber me encarava confusa, parecendo querer uma explicação.

– Do que está falando, Alexa? Sintomas de que?

– Não me julgue ainda, mas, ontem à noite, eu e a Ally pegamos o celular do Austin e ligamos pra Taylor.

– O QUE? – a bibliotecária se manifestou mais uma vez, pedindo silêncio.

– Austin foi no meu quarto ontem pra se desculpar, e ele disse que estava com alguns problemas. Eu precisava saber o que estava acontecendo com ele. Austin é meu irmão gêmeo, eu me preocupo com ele mais do que ninguém. – expliquei. – Voltando... eu não disse nada, só ouvi. Taylor disse que já estava dando um jeito no pequeno problema deles.

– Você acha que ela está grávida. – concluiu Amber, forçando um sorriso. – Acho que eu já falei demais.

Ela se levantou e saiu andando. Corri atrás dela.

– Amber, espera. – gritei, a fazendo parar. – Obrigada.

– Pelo o que? Você praticamente me obrigou a te contar.

– Você sabe que eu nunca contaria ao Austin que você gosta dele. – Amber sorriu tristemente. – Eu sei que se um dia ele souber, tem que ser por você.

– Eu acho melhor eu ir. Estou com fome e daqui a pouco o sinal vai bater de novo.

– Eu e a Ally vamos ao spa hoje depois das aulas. Se quiser, pode vir com a gente.

A ruiva pareceu surpresa com meu convite.

– Eu adoraria. – disse, sorrindo fracamente.

– Ótimo. Eu peço pra minha mãe passar na sua casa na hora de irmos. – não consegui me controlar e sorri também. – Preciso de uma tarde relaxante antes de conversar com o Austin hoje à noite.


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Notas finais do capítulo

Roupa da Ally: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=185277374
Professor gato: http://img4.wikia.nocookie.net/__cb20140120183217/udante/images/3/34/Fotografia,homens,man,handsome,men-b7dc170e96def56dd1b55bb438d236fb_h.jpg
Ben: https://36.media.tumblr.com/09ab1951c373f01a676e843f9f13a614/tumblr_njdir3QNX21unok0jo1_500.jpg
(...)
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