Wolfpack escrita por Junior Dulcan


Capítulo 8
1x08 - Liars


Notas iniciais do capítulo

Eai Wolfers!
Mais um capítulo novo! Dessa vez finalmente na data certa Haha *-*
Um enorme obrigado a todos que estão acompanhando a fict (até vocês meus leitores fantasmas que não comentam e nem deixam eu saber quem vocês são)
Com essa fict chegando em sua reta final da Season, teremos alguns conflitos e emoções!

Pessoal que acompanha minha fict no anonimato e está gostando, ao menos marca como favorito T.T



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Anteriormente em Wolfpack... David começa a trabalhar seus problemas de raiva com a ajuda de Jonny quando são emboscados pelo alfa dentro da escola, Helen e Kelly que estavam no lugar para surpreender os rapazes acabam se tornando parte da caçado do alfa. Henry aparece para ajuda-los, mas o alfa monstro é muito poderoso para o lobisomem, ele acaba precisando da ajuda de David e Jonny para enfrentar o monstro. Agora...

David

Após sobreviver ao pesadelo vivo que era fugir de um alfa monstro dentro de uma escola a noite com a garota que você gosta e ter gritado com ela em uma situação problemática cheguei a pensar que não dava para piorar, mas a vida estava consecutivamente me mostrando o quanto estava enganado.

Foram cerca de duas horas no gabinete do delegado Rodriguez que era nada menos que o pai da Helen. A delegacia ficava no centro da cidade, era um dos quatro postos da polícia na cidade e onde se concentrava a maior parte da força policial da cidade. O prédio era uma construção antiga, com pelo menos cem anos e muitas reformas na infraestrutura para acomodar novas salas e tecnologias. Por fora lembrava um casarão colonial, com grades altas de fero escuro do lado de fora, um pequeno jardim a frente com calçada de pedra que levava a uma sacada com entrada pelos dois lados. Era feito de concreto reforçado seguia os tons de cores branco e azul, a sacada levava até uma porta grande de vidro que era a recepção da delegacia.

Quando os policiais finalmente nos encontraram na escola e nos levaram até a delegacia para esclarecimentos foi especialmente difícil explicar o que havia acontecido. Helen e Kelly já haviam dado o depoimento e ambas haviam descrevido um animal grande que as perseguiu por toda a escola, quando eu e Jonny explicamos a mesma coisa foi o chefe de polícia que parecia não estar convencido.

Delegado Rodriguez era um homem com seus quarenta e oito anos, rosto de queixo quadrado, pele bronzeada e marcada com rugas da idade em volta dos olhos e linhas de expressão severas, cabelos pretos foscos em um corte curto e bem penteado, barba bem-feita, sobrancelhas grossas fechadas em um semblante mal-humorado, os lábios eram meio desproporcionais sendo a parte superior um pouco mais cheia que o normal, olhos pequenos e atentos com íris castanha, tinha orelhas um pouco grandes, mas nada que chamasse a atenção. Os braços do delegado estavam cruzados de insatisfação, ele parecia não estar comprando nossa história, o que era um absurdo já que era a mesma que sua filha havia contado.

–O que exatamente vocês dois estavam fazendo na escola depois do horário? –A voz dele era grave e límpida, parecia que ele estava instigando um deslize, quase como se induzisse uma falha apenas com seu modo de falar.

–Como já falamos antes, durante toda essa semana estivemos praticando basquete depois do horário. Temos uma permissão do técnico para provar. –O delegado já sabia disso, mas ele parecia ler minha expressão de que tinha algo a mais naquela história.

–Por que voltaram para escola quando finalmente conseguiram sair? –Ah cara ele era muito insistente, já tinha feito aquela pergunta cinco vezes de formas diferentes, não sabia o que mais ele esperava extrair daquele tópico.

–Não podíamos arriscar que aquela coisa nos seguisse, são quase dois quilômetros até a cidade! –Jonny apenas concordou comigo, o delegado não tinha feito muitas perguntas sobre ele ter voltado depois de deixar as garotas na área urbana.

–E devo acreditar que vocês por puro e completo auto sacrifício, voltaram apenas para dar as garotas uma chance de fuga? –Naquele momento a tia de Jonny entrou com um homem engravatado que só poderia ser um advogado, isso foi reconfortante.

–Acredito que o delegado já fez todas as perguntas que precisa, meu cliente não precisa responder mais nenhuma questão a não ser que esteja sendo incriminado, o que acredito ser improvável uma vez que os depoimentos dos quatro envolvidos batem com a mesma descrição dos eventos. –Os dois homens se encararam por um momento, então fazendo um gesto exasperado finalmente fomos liberados.

–Tudo bem, podem ir.

Eva passou alguns minutos verificando se o sobrinho estava bem, e quando constatou que nada parecia errado lhe deu um tapa na nuca com força.

–Ai! O que foi que eu fiz?

–O que eu disse sobre não aprontar mais nada?

–Como é que eu vou impedir um animal selvagem de atacar as pessoas na escola? –Mal tinha dado um leve sorriso e minha mãe apareceu no final do corredor parecendo alarmada. Meu sorriso desapareceu imediatamente.

Dra. Marisa, minha mãe. Elsa era uma mulher bonita de trinta e nove anos, tinha o mesmo tom de peque que eu, rosto fino de queixo levemente quadrado, orelhas pequenas e enfeitas com brincos pequenos e dourados, rosto de linhas delicadas e maçãs do rosto um pouco cheias, seu nariz pequeno e arrebitado fazia um belo conjunto com os olhos amendoados de íris verdes como os meus, os lábios rosados estavam contraídos de preocupação, e as sobrancelhas finas e bem-feitas moldavam sua expressão ansiosa. Os longos cabelos castanhos estavam posicionados em um coque com algumas mechas soltas, ainda vestia o jaleco branco do laboratório por cima da blusa azul, ainda estava calças de um tecido flexível e sapatos altos e é claro uma bolsa preta presa ao ombro.

–David! O que aconteceu? –Já não bom ter Eva aqui, agora ter minha mãe seria um desastre.

–Eu te digo o que houve doutora, seu filho e meu sobrinho estavam na escola a noite, provavelmente aprontando alguma quando foram atacados por um animal selvagem! Não bastando o que aconteceu na reserva! –Eu sabia que Eva não estava provocando minha mãe, as duas eram amigas e já estavam acostumadas a lidar conosco.

–Tirando a parte do “aprontando alguma”, o resto está certo. –Minha mãe ao menos não entrou na pilha paranoica de Eva e isso era no mínimo uma evolução, considerando o quanto elas paranoicas às vezes.

Estávamos saindo da delegacia quando avistei Helen e Kelly, as garotas pareciam bem, apesar de um pouco abaladas com sorte o ocorrido seria esquecido. Com o alerta de que havia um animal selvagem nas redondezas da cidade logo haveria patrulhas nas ruas e pessoas do controle de animais para darem suporte, era uma pena que o problema não seria resolvido com esse tipo de ajuda.

–Posso falar com você um minuto? –Estava tão distraído que nem notei quando Helen se aproximou. Ela parecia ainda um pouco abalada, mas ao menos estava bem.

–Vou te esperar no carro. –Minha mãe felizmente era uma pessoa que captava bem o momento. Ela passou por Helen olhando-a discretamente.

Segui Helen até uma parte mais afastada da delegacia, ele parecia incrivelmente desconfortável. Os braços cruzados, o olhar inquieto e os lábios contraídos deixavam claro que ela não iria deixar passar o acontecido em branco.

–Na escola, você e o Jonny agiram como se soubessem o que era aquela coisa. Pareciam saber quando iria atacar, onde e o por que. Eu estava completamente desconcertada, mas eu reconheço quando estão mentindo para mim. Então vou perguntar apenas uma vez. O que era aquilo na escola? –Muitas possibilidades explodiram em minha mente, mas dias se destacavam com clareza: poderia contar a verdade e esperar que ele achasse que aquilo era uma mentira ridícula e sem sentido ou poderia mentir e ela saberia que estava mentindo o que não ajudava em nada.

–Helen... Eu sei que fui um idiota antes, não devia ter gritado, mas eu não entendo o que aconteceu, honestamente eu nem sei como posso explicar isso. –Optei por uma verdade sem respostas, ela me encarou um olhar cheio de dúvidas.

–Naquela noite na floresta, foi esse mesmo monstro que nos atacou não foi?

–Acho que sim, quer dizer, quantos outros desse pode haver por aqui?

–Acha que ele seguiu você até a escola? Não parece ser uma coincidência ele aparecer no mesmo lugar onde nós três estávamos de novo. –Essa era um pergunta difícil, acho que por ser filha de um delegado ela tinha aprendido algumas coisas sobre como fazer perguntas muito especificas.

–Gostaria de pensar que sim... Mas, não acho que seja. –Ela não tirou os olhos do meu rosto lendo cada uma das minhas reações. Ela franziu as sobrancelhas e saiu, seguei seu pulso fazendo-a olhar para mim novamente.

–Acredite que tudo que fiz, todas as escolhas e tomei, foram para nos manter a salvos. Para te manter a salvo. –Seu olhar tremeu por um instante, sabia que ela via a verdade por trás das minhas palavras. –Eu ainda não sei o que está acontecendo Helen, mas quero que saiba quando descobri, eu vou te contar.

–Acredito em você. Posso ver que você está perdido, mas também vejo que não quer me contar tudo o que sabe, não posso exigir isso de você, mas não quer dizer que não vou procurar respostas por mim mesma. –Ela se afastou voltando para onde Kelly estava. Jonny me aguardava próximo ao carro da minha mãe, parecendo um pouco preocupado.

–E então? O que ela disse?

–Praticamente que sabe que estou mentindo e que vai procurar ela mesma por respostas. –Jonny parecia mais preocupado do que eu, ele não parava de lançar olhares furtivos as garotas.

–Isso não é nada demais, o que elas podem descobrir sozinhas afinal de contas?

–É... O que elas podem...

Henry

Quando ainda não se estava na lista dos caçadores locais como “lobisomem selvagem a solta” era fácil despistar, agora quando um dos caçadores sabia como era a sua cara isso ficava mais difícil. Quando me separei de David e Jonny sabia que os caçadores fariam de tudo para me localizar.

Isso me lembrava dos velhos tempos em Beacon, houve certa época que Gerard Argent não dava nenhuma folga aos seres sobrenaturais, ele matava adolescentes como se não passassem de um pedaço de lixo. De todas as famílias que caçavam lobisomens, os Argent’s deviam ser os mais famosos, com toda aquela origem com as Besta de Gevaudan fazia as pessoas acharem que eles eram a elite. Pessoalmente achava que eles eram assassinos que usavam a desculpa de serem caçadores para tirarem vidas inocentes.

Todos os lugares tinham seus caçadores famosos: Argents, Calaveras, Leões das Oliveiras... Simplesmente não dava para se mudar de país e esperar que nunca mais fosse encontrá-los. O pior era quando pediam favores entre si, se ter uma família de caçadores malucos em uma cidade é ruim, imagine como é ter várias delas no mesmo lugar.

Certa vez quando ainda estava em Beacon, precisei fugir por três dias seguidos. Um grande grupo de caçadores liderados por Gerard estava caçando alguns lobisomens jovens na região, não sabia exatamente o que tinha acontecido, mas tinha certeza de que não era nem metade do que eles alegavam. Correr na floresta era o maior problema, eles plantavam iscas sonoras que nos atraíam e com isso era fácil cair em suas armadilhas.

Por sorte eu conhecia alguns truques que davam certas vantagens, não era aconselhando por poder causar comprometimento permanente da audição, mas havia aprendido que causando dano à parte do meu sistema auditivo isso me daria tempo para fugir, sem audição contaria apenas com visão e olfato pra me guiar, sentidos que os caçadores ainda não haviam aprendido a confundir de tão longe. A dor de ter suas garras perfurando seus ouvidos não era poucos, tão agonizante quanto desorientadora.

Estava escondido afastado da rota dos caçadores, enquanto esperava minha cabeça parar de girar e sensação de viver em um mundo mudo. O sangue ainda escorria quando comecei a correr na direção da cidade, longe da rota eles haviam criado para pegar os mais desavisados.

Dentro do perímetro urbano eu era um alvo mais difícil, mas sabia que eles seguiram meus rastros para fora da floresta e iriam querer saber como fiz para enganar suas tecnologias estúpidas. Era estranho andar dentro da cidade e não ouvir as pessoas, os carros, e tudo mais. Não saberia dizer em que parte da noite estava, mas precisava de um lugar para passar a noite e me curar.

Quando encontrei aquele pequeno parque infantil decidi que seria um bom lugar para ficar até recuperar minha forma, minha cabeça doía como nunca e sentia tanta tontura que ao entrar naquele pequeno forte de madeira próximo a um balanço foi um esforço enorme. Apaguei no momento que cheguei ao lugar.

Ei... Você mora nesse forte agora? –Era a voz de um garoto próximo a mim, abri meus olhos com certa dificuldade, devia ter apagado. Por sorte os caçadores não tinham me encontrado. O garoto na minha frente era pequeno, talvez com seis ou sete anos, pele branca como um tom corado, cabelos pretos, olhos intrigados de cor castanha, rosto fino com o queixo um pouco torto. –Meu nome é Scott! Qual o seu nome?

–Henry. –Assim que fiquei sentado me senti melhor, as dores de cabeça haviam desaparecido e havia apenas sangue seco para limpar, meu estomago roncou de fome, quase dois dias fugindo e comendo quase nada resultavam nisso.

–Tome. –O garoto pegou um sanduíche muito bem embrulhando que até aquele momento eu não havia notado ao seu lado e me ofereceu, era um gesto de bondade que apenas era visto em crianças. Normalmente recusaria, mas o cheiro estava bom por isso aceitei.

–Obrigado. Sua mãe não te fala para não conversar com estranhos?

–Diz, mas você não é mais um estranho, seu nome é Henry e você mora no forte do parque. –Tive que sorrir, aquele tipo de bondade de inocência era algo que eu não via todos os dias.

–E onde está sua mãe? Ela não está preocupada por não ver você brincando com os outros garotos do parque?

–Ela está conversando com eu pai, eles brigam muito nesses últimos tempos... Geralmente eu venho com meu amigo Stiles, mas ele não pode vir hoje. –O garoto parecia triste, conseguia ver através de seus problemas de infância, já tinha vivido os meus. Quando terminei de comer agradeci pelo sanduíche e já estava indo embora quando ele me chamou.

–Henry! Você vai voltar para o parque? Posso trazer mais lanches se você quiser. –Foi difícil olhar para aquele garoto e dizer que provavelmente não iríamos nos ver novamente.

–Talvez em outra hora. –O garoto pareceu um pouco desapontado, mas voltou para dentro do forte.

Odiava essas lembranças. Correr durante a noite no meio da floresta fugindo de caçadores e tudo que me ocorria era lembrar algo que aconteceu há quase dez anos. Por um momento imaginei o que teria acontecido com aquele garoto Scott. Não era hora de pensar nisso, voltei minha atenção para a floresta e continuei correndo.

Tive sorte que os caçadores daquela vez não tiveram sucesso, corri pelo que pareceu uma hora e nenhum sinal deles em parte alguma. Devia estar muito afastado da cidade para que eles me seguissem, parei para descansar próximo a um riacho, talvez passasse a noite por ali e no dia seguinte voltaria para conversar com os rapazes.

Jonny havia me pedido para não contar ao amigo o que tivemos que fazer para mantê-lo controlado. O problema com os wendigos era que eles não precisam de ajuda, eles precisam de carne e uma vez que se alimentassem de humanos não teria volta. Comer aquela quantidade de defuntos foi um limiar ultrapassado, apesar de ficar impressionado que ele não tivesse matado ninguém para se satisfazer, carne humana mesmo de alguém que faleceu recentemente ainda é carne.

Escolhi deixar que ele lidasse com a questão do quando iria contar afinal ele não poderia manter esse segredo para sempre. Tinha um problema em mente bem maior, agora que David tinha feito exatamente o que aquele maldito alfa esperava dele não tinha a menor chance de deixar essa cidade. Enquanto David estivesse aqui onde eu pudesse encontrá-lo o alfa também estaria.

Estava pensando em fazer uma fogueira quando um barulho na mata chamou minha atenção, passos. Alguém estava caminhando em minha direção, podia ouvir os batimentos cardíacos e a respiração pesada. Podia sentir sua raiva flutuar até mim, uma sensação há muito tempo conhecida.

–Olá Henry. Quando tempo não nos falamos. –O homem que apareceu entre as árvores, uma pessoa que não via dessa forma há tantos anos que nem conseguia mais me lembrar. –Achei que era hora de termos um tempo de qualidade juntos.

Eddy

Dois alfas na mesma cidade, que ótimo. Não tinha como saber com certeza se o que abordei do lado de fora da escola estava ou não trabalhando com o outro monstruoso que matou nossos homens na floresta. Ele me pareceu alguém honesto num primeiro momento e incrivelmente bonito, mas beleza é tão superficial quanto um sorriso vazio.

Ele certamente lutou contra o outro alfa monstruoso e estava interessado em ajudar as pessoas, talvez algum dos envolvidos fizessem parte da sua alcatéia. Uma briga por um bando não é algo tão raro assim. Quando chamei meu irmão para ajudar com o problema do alfa na escola ele pareceu entender que queria uma tropa.

Isso resultou na fuga de ambos os alfas, tínhamos confirmado que devia ao menos haver um beta. Quando cheguei a casa depois daquela noite estranha encontrei Max e Lucca e minha espera, ambos parecendo rabugentos.

–Qual o problema? –Lucca veio em minha direção parecendo muito contrariado, esperei ele me responder, mas foi Max que falou do seu canto:

–Lucca está aborrecido porque eu não compareci no chamado de hoje e por não estar de dando cobertura. –Não achava isso nada de mais, Max já tinha me dito que estava resolvendo outra questão relacionada ao desaparecimento dos corpos e outros relatos que seguiram esse.

–Max me avisou que estava seguindo pistas dos desaparecimentos de corpos. Não era isso?

–Exatamente. Aliás, como já disse diversas vezes. –Max andou e parou ao meu lado colocando a mão em meu ombro. –Eddy não precisa de mim para bancar a babá, ele sabe se cuidar.

–Temos agora informações de dois alfas nessa cidade, não podemos perder tempo buscando pistas de corpos desaparecidos! –Não entendi qual era o problema de seguir com a investigação, mas meu irmão não parecia que ia me dizer qual era. –Quero todos preparados para emboscar aquele que foi para a floresta, o que você viu. Podemos conseguir algumas respostas.

–Você se lembra da parte que eu disse que ele me ajudou o tempo todo? –Conhecia bem os caçadores para partilhar qualquer dúvida que eu tinha a respeito do lobisomem, mas conhecendo os métodos que usavam era bem capaz de entenderem o pior de qualquer maneira.

–Ele é um lobisomem alfa, não dá pra confiar. –Meu irmão não olhou na minha direção quando me respondeu, estava escondendo alguma coisa com certeza.

–E você vai simplesmente caçá-lo sem se preocupar se ele é um aliado ou inimigo? Desde quando vocês atiram primeiro e perguntam depois?

–Desde sempre. Se você passasse mais tempo com sua família fazendo o que fazemos e menos tempo perdendo tempo com suas bobagens de adolescente saberia o que fazemos. –Aquele foi um golpe muito baixo, tinha certeza que ele não teve a intenção de parecer um idiota, mas dada a circunstâncias ele totalmente era um agora. –Desculpe Eddy, eu não quis dizer...

–Então me considere fora da sua operação. Não vou fazer parte do seu clube de sociopatas disfarçados de defensores da sociedade! –Não tinha chance de trabalhar com meu irmão, não devia ter pedido a ajuda dele na escola. Max segurou meu braço quando fiz menção de sair.

–Lucca, tenho respeito por você como líder, mas ficarei do lado do Eddy nessa. Não vou apoiar uma caça sem sentido, deveríamos estar tentando capturar o monstro que matou todas aquelas pessoas e não desviando nossa atenção para alguém que até onde sabemos não fez nada a ninguém.

Lucca não falou nada o que era novo para ele, apenas foi para a cozinha. Estava feliz por ver que Max tinha bom senso, que não era como os outros caçadores que só pensavam em matar tudo que viam pela frente. Tinha ficado em dúvida pelo modo como ele agia na escola, tinha desenvolvido uma rivalidade com David que não parecia normal e depois de ter intencionalmente agredido o rapaz, tive que suspendê-lo dos treinos até ele aprender a ter uma competitividade saudável.

Agora ele estava demonstrando bom senso o que era um alívio, o problema seria Lucca, conhecia bem o meu irmão, ele poderia até aceitar minha saída, mas não ia ser tão fácil com Max. Subimos para o meu quarto no segundo andar, queria conversar sobre o que ele havia descoberto sobre os desaparecimentos.

–Seu irmão não vai aceitar isso numa boa, não é? –Sacudi a cabeça negativamente, Max suspirou cansado, às vezes era difícil lidar com minha família.

–Deixa pra lá. O que você descobriu?

–Não estou certo ainda. –Max pegou o celular e começou a me mostrar diversos arquivos que ele havia copiado dos lugares onde tinha ido, registro policiais até depoimentos. –Apesar de apenas nessa cidade os corpos terem desaparecido completamente, em outras da redondeza houve desaparecimento de bolsas de sangue em hospitais, partes de corpos em necrotérios e depois de vasculhar alguns cemitérios me dei conta que alguns pareciam remexidos.

–Você que quem pegou os corpos agora está roubando apenas algumas partes de corpos? Como em algum tipo de ritual?

–É o que parece se fosse dizer no início achei que seria um wendigo, mas agora isso não faz sentido. Um deles não manteria esse nível de discrição, mesmo assim wendigos preferem carne fresca e não corpos em necrotério. –Fazia sentido, wendigos eram canibais sobrenaturais, havia vivido aqui por anos sem ter notícia de nenhum desaparecimento de pessoas ou corpos.

Ficamos lendo os artigos e relatórios por algum tempo, não fazia muito sentido, como Max havia dito os desaparecimentos eram de partes, se um wendigo estivesse envolvido, com certeza haveria um rastro de desaparecidos. Já passava das duas horas da manhã quando finalmente desisti, não havíamos feito nenhum progresso.

–Desisto, não vamos ir muito adiante com isso. –Max parecia concordar comigo, ele colocou a pesquisa de lado parecendo cansado.

–Vamos precisar de algo mais sólido do que isso para entender o que está acontecendo. –O celular dele fez um som indicando que havia uma nova mensagem. Ele verificou por um momento e xingou. –Merda! Seu irmão está indo atrás do alfa! Vamos temos que achá-lo antes dele!

–-------------Sneak Peak 1x09 – Dark Side of the Moon-------------

Henry mergulha em suas lembranças enquanto conversa com o misterioso homem na clareira, revelando a história que os dois compartilham. Finalmente são mostrados os eventos do ataque da floresta da perspectivas dos dois alfas e é claro a revelação do homem por trás do monstro.


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Notas finais do capítulo

Wolfers!
Muitas tretas nesse capítulo se formando!
E a pedido do pessoal nos comentários, teremos muito mais Henry no próximo capítulo, além da revelação do alfa que mordeu David e Jonny!
Cada vez mais próximos também da promoção que vai dar um Kit Teen Wolf + Wolfpack (Caneca + Camisa + Versão Impressa "Livro" da Season de Wolpack) para um leitor.
Ainda estou decidindo a forma que os prêmios vão ser distribuídos, mas deixo de ante aviso que apenas leitores que favoritaram e seguiram em modo aberto (o que todos podem ver que você está seguindo a fict) podem concorrer.
Haverá um premio especial para os comentadores fieis!

—-----Dream Cast-------(NOVOS)
Dra. Mariza - Katie Mcgrath
Lucca - Marco Dapper
Max - Jake Artist



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