O Rebelde escrita por Sereia Literária


Capítulo 18
Um Canto de Amor... O Raiar da Esperança


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Quase vinte dias... Puxa!!!
Desculpem mesmo, demorei por falta de tempo e também por querer que o capítulo ficasse minimamente fofo-perfeito!

Obrigada pelos comentários Gabi Jackson e Eleanor Liesel Grey! ^.^



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CONOR!

E sob o céu estrelado e o delicado lençol que era a chuva que caía sobre nós, eu me joguei em seus braços aos prantos, como se ele fosse uma âncora que me salvara de um oceano de angústias, amarguras e incertezas. Era como respirar pela primeira vez, como sentir novamente o chão sob os meus pés após uma eternidade de queda ou de passar anos no espaço; ter Conor comigo novamente era como uma cachoeira, um oásis com lírios, sombra fresca e água após meses se arrastando por um deserto longo, arenoso e estéril.

Sentir o pulsar e ouvir o som de seu coração novamente enquanto meu rosto se encaixava perfeitamente em seu peitoral forte era como voltar para casa após a certeza de que isso não mais aconteceria. Sentir seus braços fortes ao meu redor, me trazendo para mais perto pelas costas e pela cintura. Sentir seus dedos correndo pelos meus cabelos enquanto ele murmurava meu nome... Éramos duas metades de uma coisa só, pode-se chamar de quebra-cabeça, yin yang, preto e branco, dia e noite... Não há definição correta, nada se compara a isso. Nenhuma palavra conseguiria expressar o que realmente estávamos sentindo, e ninguém realmente saberá até que sinta o mesmo.

Conor subiu uma das mãos e a trouxe para o meu pescoço, erguendo meu rosto e me puxando para um beijo. Soltei sua cintura e segurei seu pescoço com as duas mãos enquanto nossos lábios se encontravam – lentamente, de maneira nostálgica e melancólica, como se o beijo representasse o que sentimos durante a ausência um do outro.

–Conor, onde esteve?- perguntei, o rosto ainda muito próximo ao dele. A chuva se tornara mais forte e os trovões rugiam acima de nós.

–Eu quis vir antes...- e ele passou os dedos pelas mechas molhadas de meu cabelo, descolando-as de minhas bochechas. Sua voz soava culpada, então eu subi na ponta dos pés e beijei-lhe o canto da boca.

–O que importa é que você está aqui agora- murmurei, depois segurei sua mão com delicadeza.

Conor conduziu minha mão para o seu coração enquanto seus olhos se fixavam nos meus.

Como senti saudade disso.

Seus olhos dourados como o amanhecer me iluminavam e me enxergavam por dentro, me aqueciam o coração, a alma, os sonhos e os pensamentos. Era com eles que eu tinha a certeza absoluta de nosso amor... Não que todas as palavras fossem inválidas, mas a língua Humana tem o poder de mentir, porém os olhos... Estes somente repassam a verdade. Eu queria apenas mergulhar em seus olhos de ouro, ficar com ele para sempre, e sempre, sempre...

Ele baixou os olhos para os meus lábios e trouxe a mão para minha nuca, me puxando para mais um beijo arrebatador. Esse foi mais forte, mais ardente... Ele ergueu meu corpo em seus braços enquanto seus lábios me elevavam às nuvens...

Meus dedos corriam livremente por seus cabelos molhados enquanto nossos lábios dançavam em uma melodia inconstante.

De repente, ele se sentou comigo ainda em seus braços. Um deles em meu pescoço e outro em minha cintura, enquanto um dos meus estava ao redor de seu pescoço e o outro ainda em seus cabelos.

Ele ergueu os olhos aos meus. Eu ainda chorava de alegria.

–Pensei que estivesse morto- murmurei, enquanto com o polegar ele desenhava a linha de meus lábios.

–Eu quase morri...- seus olhos não saíam dos meus.

Eu desci a mão de seus cabelos e delicada e lentamente fui abrindo os primeiros botões de sua camisa branca, revelando primeiro um tiro no ombro e logo depois um muito próximo do coração. Arfei enquanto erguia novamente os olhos à altura dos dele, que esperava pacientemente minha reação.

–Você é muito forte... Poucos sobreviveriam a dois tiros... Uma dor como essa por tanto tempo... Até alguém encontrá-lo....

Ele sorriu ironicamente enquanto erguia meu queixo para que eu voltasse a olhar em seus olhos.

–Não houve dor maior que ficar longe de você... Esses tiros não me haveriam arrancado a vida com tanta facilidade quanto você o faria... Minha princesa...- disse ele, beijando os cantos de minha boca delicadamente, e depois o maxilar, parando bem ao pé de minha orelha, e sua voz foi tão profunda, tão... mágica que me arrepiei inteira quando ele continuou a frase;

–Minha vida está em suas mãos.

Então eu tomei seu pescoço e o puxei para perto, deixando claro que eu estava na mesma situação. E o beijo foi acontecendo... primeiro mais lento, depois rápido...

Eu ansiava por ele, era como se agora, sem ele, me faltasse um pedaço. Perdi a noção de tempo e espaço, e quando me dei conta, ele parou e eu abri os olhos.

Eu estava deitada, ele sobre mim. Ele erguia o próprio tronco. Os braços fortes estavam apoiados cada um em um lado de minha cabeça, separando nossos rostos a alguns centímetros. Levei um susto ao me dar conta de que ele estava sem a camisa e que meu roupão de dormir estava aberto. Eu ainda usava roupas íntimas e ele ainda usava calças, e ao reparar minha confusão, ele tocou em uma brincadeira antiga:

–Isso sim é inapropriado.

Rimos juntos e eu passei os braços ao redor de seu pescoço, erguendo meu tronco para junto do dele.

–Só se estivéssemos sem roupas- completei, rindo um pouco alto demais. Ele ergueu uma sombrancelha, brincalhão, desceu os olhos sobre mim, e eu entedi.

–Só se estivéssemos completamente sem roupas.

Sorrimos e rimos mais alto ainda. Então ouvimos o som de passos do lado de fora. Tampando a boca – a minha e a dele – esperei o riso diminuir e cochichei:

–Tem guardas na porta, vamos fazer menos barulho...

Rimos mais e ele beijou meu maxilar com ternura enquanto ainda ríamos, um cochicho misturado com risos abafados e beijos brincalhões. Ri ainda mais os sentir cócegas quando ele beijou a palma de minha mão.

Paramos de rir aos poucos, olhando um para o outro, com ternura e amor sinceros.

Depois ele nos baixou com delicadeza e eu senti o peso de seu corpo sobre o meu. Eu estava sem ar, mas eu não sabia se era por essa proximidade tão... Íntima ou se era por seu peso. Acho que um pouquinho de cada coisa.

Ele começou a beijar minhas têmporas, meu maxilar, meu pescoço... Mas então seus lábios pararam e ele retesou os músculos. Seus olhos procuraram os meus.

–Não precisa ser agora...

–Eu sei- respondi, e puxei seus lábios para junto dos meus. Conor pareceu desmanchar por um momento, cedendo por um momento, mas então se sentou na cama e desvencilhou-se de mim delicada, mas rapidamente.

Como não entendi – e ele percebeu isso – ele tomou minhas mãos e as trouxe para ele.

–Podemos colocar tudo a perder.

Engoli o seco e desviei o olhar. Ele ergueu meu queixo para que eu olhasse seus olhos.

–Estou arrumando tudo para ficarmos juntos. Transporte, casa... Tudo, meu amor...- disse ele, beijando o canto de minha boca.

–Vamos agora- pedi.

–Não. É perigoso demais.

–Você sabe que me caso em duas semanas?- perguntei, tentando fazer com que assim ele reconsiderasse me levar naquele segundo.

–Sei que seu casamento está marcado para daqui a duas semanas... E sei que daqui a duas semanas você já estará casada... Mas não com o Sr. Natan Bonenberger- quando ele terminou a frase, ele tinha um sorriso maroto nos lábios, e eu um sorriso de alegria e lágrimas nos olhos.

Ele espalmou com delicadeza as mãos em minhas costas e me beijou com vigor enquanto eu o trazia para mais perto pelo pescoço. Depois desse beijo, ele me abraçou com força, um abraço que eu retribuí. Foi rápido, pois o sol já raiava, mas foi o melhor, mais caloroso e terno abraço que eu já havia recebido... Não queria deixá-lo partir.

Quando ele começou a afrouxar os braços e saiu da cama em direção a sacada, eu já estava em lágrimas. O segui até a varanda.

Conor passou uma perna pela balaústre, pronto para pular, mas, antes de fazê-lo, segurou minha mão, me puxou para perto e me deu um beijo breve e cheio de paixão. Depois, me soltou, mas seus olhos continuavam a me segurar.

–Não se esqueça de mim, de nós. Voltaremos a nos encontrar em breve, para nunca mais nos separarmos.

E fazendo um esforço tão grande quanto o meu, ele virou os olhos para o horizonte e saltou. Corri para a borda da sacada, mas apenas tive tempo de ver um vulto adentrando a floresta... Um pássaro distante começou a cantar de maneira tão solitária e comovente – porém esperançosa – que penso que esse era um canto por mim, pelo nosso amor, e não pelo sol que raiava.

Será que Conor também o ouvira cantar para nós?


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