Memórias de uma vida escrita por AnmyChan
Sophia levou Pietra até um carrinho de sorvete na praça da cidade, e surpreendentemente a pequena gostava do mesmo sabor que ela, morango. Eu estava afastado queria que Pietra conhecesse alguém como ela, aquela minha amiga de infância doida e cheia de vida, e que ninguém se comparava nesse quesito. Elas perceberam minha distância e logo estavam sentadas no mesmo banco que eu.
— Não quer sorvete Ed?- Sophia perguntou.
— Não, aquele Milk Shake me encheu para um dia todo.
— Aham sei. – Ela olhou para Pietra. – Ele ainda ama muito sorvete?
— Sim, às vezes até o vejo comendo escondido.
— Pietra! – Falei.
— Opa. – Ela riu e deu uma lambida no sorvete e eu sorri. – Papai posso ir ali? – Era um escorrega.
— Pode, depois que acabar esse sorvete. – Ela sem pensar me entregou e saiu correndo. – Ei toma cuidado não corre.
— Olha para você. – Suspirou. – Um homem de verdade, um Pai e um cantor famoso. – Ela sorriu.
— É isso que se espera de alguém com o meu talento. – Sorri um tanto quanto convencido.
— Palhaço. – Ela olhou para a Pietra. – Por que não me falou que você tinha uma filha?
— Por que achei que sabia, já que eu te liguei aquela vez para te fazer o convite de madrinha, lembra?
— Lembro, mas na noite seguinte me ligaram dizendo que Lizandra estava em trabalho de parto e que o bebê havia... – Ela falou diminuindo a voz e de repente ficou quieta e então o inesperado. – AAAAAAAAAAAAAAAhhhhhh!!!! – Ela berrou.
— Que isso Sophia? – Perguntei assustado.
— A Lizandra mentiu para mim, ela disse que você estava bem sem mim e que Pietra nunca veio ao mundo.
— Sério isso? – A olhei surpreso.
— Sim, Ed. – Ela me olhou. – Desculpe falar, mas a Lizandra nunca mereceu você. – A encarei por alguns minutos, meu coração disparou e então perdido em seus olhos, e em sua última frase, eu finalmente entendi. Eu gostava da Sophia antes e agora gosto mais ainda. – Ed, desculpa se falei besteira, mas é o que eu acho.
— Tudo bem Sophia, Liz é muito imatura, só que ainda é a mãe da Pietra então tenta não falar isso muito próximo da pequena.
— Sim, me desculpe. – Ela suspirou. – Pietra é maravilhosa, e aquela carinha de sapeca. – Sorriu olhando para Pietra.
— Ela é, e você não vai acreditar no que aconteceu hoje.
— O que?- Olhou rápido para mim.
— Ela havia sumido hoje depois do meio dia, e quando eu a achei, ela estava com um violino em mãos, tocando uma linda canção que ela ouviu.
— Uau, ela escutou e reproduziu sem tablatura.
— E o mais incrível não é isso.
— É o que então?
— É que Pietra nunca havia pegado um violino nas mãos. – Ela olhou para Pietra de boca aberta.
— Ed, eu já amo essa menina! Por favor, me vende ela.
— Não! Ela é limitada.
— Por favor, Edinho, eu faço qualquer coisa para sair com ela um dia, leva-la no meu estúdio. – A empolgação da Sophia era por que o violino era seu instrumento favorito.
— Qualquer coisa? – A olhei rindo.
— Menos trabalhos corporais, primeiro por que não danço bem e segundo por que não quero. – Soltei uma gargalhada.
— Não foi isso que eu pensei.
— Seu tarado. – Ela cobriu seu peito com os braços formando um “X”.
— Eu estou brincando. – Ela suspirou.
— Seu idiota. – Ela voltou a olhar para Pietra que brincava sem parar no escorrega.
— Saí para jantar comigo?
— Hum? – Ela me olhou séria e eu suspirei soltando um sorriso.
— Saí para jantar comigo? Se aceitar eu deixo a Pietra sair com você, sabe como é, preciso conhecer as intenções de quem vai sair com minha filha.
— Como se não me conhecesse o suficiente.
— E é por isso que quero sair com você, vai Sophia somos amigos a tanto tempo.
— Ok, eu saio com você, mas com uma condição.
— Qual?
— Eu escolho o lugar.
— Desde que não seja muito longe tudo bem.
— Então esta marcado. – Ela estendeu a mão para mim. – Estamos combinados Senhor Edward?
— Sim Senhora Sophia. – Disse apertando sua mão.
— Papai! – Berrou Pietra vindo correndo em minha direção.
— Oi? Que foi pequena?
— A tia Sophia pode escrever no meu gesso?
— Pode. – Eu ri da cara de surpresa da Sophia, não sabia se era sobre escrever no gesso ou o fato da pequena ter a chamado de tia.
— Oba!
— Mas não temos canetas aqui, devemos deixar para outro dia. – Sorriu Sophia.
— A tia Sophia. – Eu soltei uma risada e uma cotovelada da Sophia. – Quer te levar para sair, te apresentar o estúdio dela, você quer ir?
— Sim!
— Oba! Vamos depois de amanhã, por que amanhã eu tenho que sair. – Ela me olhou.
— Tudo bem, que legal vou conhecer o estúdio da tia Sophia.
— Érr... Quanto me chamar de tia não precisa, pode me chamar só de Sophia, meu amor.
— Ok, Sophia. – Ela sorriu.
A tarde prosseguiu com enormes risadas e muita história constrangedora, eu estava começando a me perguntar o do por que as pessoas estavam contra mim. Pietra já estava cansada da viagem e de andar e brincar hoje, então a mesma já se encontrava no meu colo dormindo, e Sophia e eu estávamos conversando próxima a casa da minha mãe.
— Adorei conhecer esta pequena.
— E acredite, pelas risadas e o olhar dela, quase certeza que ela gostou de você.
— Será?- Ela sorriu e mexeu no cabelo da Pietra que estava cobrindo seu rosto em meu ombro. – Ela é adorável e muito linda, me lembra de você.
— Você acha? – Ela assentiu. – Espero que ela não tenha escutado, não vai gostar de ser comparada ao pai.
— Por que diz isso?
— Não sei, eu só acho que ela gosta muito da Mãe e a tem em um altar.
— Ed, não subestime uma criança, ainda mais a sua filha. Ela é uma garota esperta, e muito madura devo admitir.
— Sim, você tem que ver quando ela esta brava comigo.
— Por quê? E isso é possível?
— O que?
— Ficar brava com você.
— É. – Revirei os olhos. – Eu tenho o hábito de fumar quando estou nervoso ou pensativo, e Pietra não gosta então ela infla o peito e me olha com cara de mal com as mãos na cintura.
— Bem o jeito que imaginei. – Ela riu. – Mas fumar faz mal Ed.
— Eu sei, mais é vicio. – Eu ajeitei Pietra no colo, estava ficando um pouco pesado.
— Bom, vou indo antes que você derrube essa pobre e inocente criança. – Ela veio até Pietra e a beijou a bochecha, e depois veio até mim. – Obrigada pela tarde e por me apresentar a pequena.
— De nada. – Ela beijou meu rosto.
— Tchau Ed, até amanhã às 16h, me espera na pedra do lago de novo.
— Ué 16h? Geralmente um encontro é às 20h.
— Para o lugar que quero te levar tem que estar de dia, tchau Ed.
— Tchau Sophia.
Esperei Sophia sumir ao virar a esquina e entrei em casa, levando Pietra diretamente para a cama, e então me deitei ao seu lado na enorme cama de casal.
— Eu tenho um encontro com a Sophia. – Resmunguei baixo para somente eu ouvir.
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