Memórias de uma vida escrita por AnmyChan
Despedi-me dela e fui correndo para casa da minha mãe, tudo o que eu queria era encontrar Pietra e dar a grande noticia, cheguei ao quarteirão em uma rua sem saída e logo vi minha pequena brincando na rua com o Matthew. Ela ria enquanto o seu tio rebolava no bambolê de maneira ridícula, e isso me deu uma nostalgia de tempos em que no lugar de Matt, era o meu Pai pagando tal mico.
— Hey Ed. – Berrou Matthew quando me viu.
— Oi, e aí? Se divertindo?
— Uhum, essa pequena não sabe rebolar.
— Claro que sei titio, só não quero. – Pietra colocou a única mão boa na cintura.
— Aham sei. – Ele olhou de canto de olho para ela.
— Vocês dois poderia fazer isso lá dentro de casa né? Pagando um mico desses no meio da rua. – Eu soltei uma risada.
— Qual é Ed, desde quando você virou um careta?
— Papai, a onde você foi?
— Eu fui passear e trouxe novidades.
— Novidades? – Perguntou Matt fazendo careta, pois o sol batia em seus olhos.
—Que novidades Papai?
— Bom, digamos que encontrei uma amiga. – Soltei um sorriso.
— Não me diga que você encontrou a... – Falou Matt.
— A Sophia Papai?
— Sim. – Imediatamente Pietra sorriu. – E hoje depois do meio dia iremos nos encontrar e você vem junto.
— OBA!
— Posso ir junto Edinho? – Disse meu irmão piscando freneticamente seus olhos.
— Edinho? O que você quer indo junto?
— Dizer um Oi, ué.
— Oi? – O encarei. – Pode deixar darei seu recado. – Dei meia volta e entrei em casa.
— NÃO SEJA TÃO MAL ED. – Matt berrou e sem ele ver eu ri do seu comportamento.
Então depois de voltar do meu passeio e almoçar com minha família, em um lindo momento de paz e muitas risadas, por que do nada, meu pai e irmão começaram a contar para Pietra os locais em que passei vergonha na cidade.
Como se já não fosse vergonhoso minha filha saber que o Pai era um tremendo desastre agora ela sabia os lugares exatos em que caí. Quando minha mãe retirou a mesa, e meu pai, meu irmão e eu fomos para a sala, discutindo sobre quem ganharia no campeonato de drinks na festa de natal eu me lembrei de que Pietra não estava conosco. Levantei-me e procurei pelo andar de baixo a pequena, e não a encontrei, somente quando estava disposto a sair para procura-la do lado de fora, escuto notas musicas que desciam as escadas, era uma linda melodia que parecia ser tocada por anjos, eu a segui e me deparando com um verdadeiro e inacreditável anjinho vestindo um vestido azul claro e com um violino velho da família em mãos. Ela fechava os pequenos olhos em momentos de concentração, era como se assim como eu, ela estava sentindo a melodia com o coração, seus dedinhos seguravam com firmeza o instrumento mesmo com um dos braços engessado e eu me senti naquele momento o pai mais orgulhoso da face da terra. De repente ela abriu os olhos e me viu, e então parou de tocar.
— Oi Papai. – Sorriu.
— Filha, isso estava lindo. – Enxuguei minhas poucas lágrimas na manga da blusa. – Desde quando você toca violino? – Cheguei perto dela.
— Não sei, eu simplesmente ouvi uma canção na televisão enquanto tomava café e agora eu toquei. – Eu não podia acreditar, que talvez minha filha fosse aquele tipo de criança auto ditada, que apenas prestando atenção conseguia reproduzir algo tão lindo como agora.
- Isso é incrível. E você gostou de tocar?
— Aham, é um pequeno violão, mas com um galinho. – Ela balançou o arco.
— O galinho se chama Arco filha. – Sorri e ela também. – Você gostaria de aprender mais sobre ele?
— Claro, eu quero tocar como o Papai. – Ela abriu o sorriso.
— Então assim que você tirar esse gesso eu comprarei um violino para você. – Sorri.
— Sério Papai? – Assenti. – Oba, estou louca para contar para a mamãe... – Ela diminuiu o tom de voz e então olhou para o chão e eu sabia o que viria logo em seguida.
— Filha, o que foi?
— Tenho saudades da Mamãe.
— Eu sei que em algum lugar ela também sente sua falta querida. – Coloquei a mão em sua cabeça.
— Por que a mamãe não me liga mais?
— Vai ver ela esta ocupada trabalhando amor.
— Queria ela aqui. – Ela me olhou com os olhos marejados.
— Amor, você sempre terá ela e a mim, eu estou aqui e sei que mesmo que seu Pai esteja com você todos os dias a falta da sua mãe nunca vai acabar. Mas eu prometo que assim que eu conseguir falar com ela, nós pessoalmente iremos até ela e mostraremos seu novo talento. – Ela sorriu meio frouxo, colocou o violino no banco, e me abraço à cintura.
— Eu te amo Papai.
— E eu te amo muito, e você me surpreende a cada dia sua baixinha. – Ela sorriu. – Então agora são quase 14h, temos que encontrar alguém, não é mesmo?
— Verdade, a Sophia.
— Vamos?
— Sim. – Ela pegou minha mão e descemos as escadas e depois que avisei minha mãe nós saímos em direção ao lago.
Pietra estava com aquele lindo sorriso novamente, e eu estava pensando no porque Liz parou de ligar, eu não queria pensar em besteiras, mas isso era muito estranho. Gostaria que minha filha tivesse a melhor mãe do mundo, que lesse histórias quando eu não estivesse que cuidaria dela quando os pesadelos viessem que falaria ao bicho papão para não aborrecer ela e que diria o quanto ela é especial, mas tudo o que Pietra conseguiu da Liz foi, brigas, dor e lágrimas, elas tinham os seus rituais, mas infelizmente só isso, nada nunca era muito maternal quando se tratava da pequena Pietra. Estávamos chegando quando acordei do meu transe, e logo eu via Sophia sentada de costas para a rua, contemplando o lago que em outros anos era escondido no meio da floresta.
— A lagoa esta tão interessante assim? – Perguntei e em um único movimento ela virou para nós com um imenso sorriso.
— Esta melhor do que a sua cara. – Ela mostrou a língua e então percebendo a Pietra ela levantou. – E este pequena ruivinha, quem é?
— Bem esta é a ... – Fui interrompido.
— Olá, me chamo Pietra Sheeran, e ele é meu Papai. – No mesmo instante Sophia olhou séria para mim, aquele lindo sorriso havia ido embora.
— Como? – Ela não parecia acreditar.
— Sou Pietra e tenho 6 anos, você é a Sophia né?
— Sim, sim sou eu mesma. – Ela voltou do choque e sorriu novamente para pequena.
— Você é linda sabia?
— E você é muito mais, esse cabelo ruivo é um charme.
— Herdei do meu Papai. – Sophia sorriu para ela e levantou o olhar para mim.
— Bom Pietra, você gosta de sorvete?
— Sim.
— Vamos? Eu adoro sorvete. – Pietra deu um enorme sorriso e agarrou a mão de Sophia, me deixando para trás.
— Eii e eu?
— Ele pode vim Pietra? – Perguntou a debochada da Sophia.
— Humm, pode. – Ela fez cara de quem pensou muito para responder.
— Ah é assim é? ACHO BOM VOCÊS CORREREM SE NÃO QUEREM QUE EU PEGUE VOCÊS.- Berrei antes de perseguir as duas, que já corriam bem na frente rindo da minha cara e tudo o que eu fazia era correr e rir delas.
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