Memórias de uma vida escrita por AnmyChan


Capítulo 23
The Sheerans




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/630227/chapter/23

 

Acordei sentindo o braço de Pietra em cima da minha barriga, ela dormia pesadamente e totalmente esticada, ocupando o espaço dela e o meu. Fiz uma manobra para sair da cama sem acordá-la mesmo sabendo ser impossível, sentei na beirada da cama, passando a mão por meu rosto tentando desamassá-lo, levantei e fui em direção ao banheiro fazendo enfim minhas necessidades, voltando ao quarto peguei uma roupa limpa, vestindo-a e descendo as escadas, a cada degrau ouvia barulhos na cozinha indicando que dona Imogen travava uma batalha para servir um café da manhã digno da enorme família que havia na casa.

— Bom dia mãe. – disse ao entrar na cozinha.

— Bom dia meu filho, dormiu bem? – perguntou após receber um beijo meu.

— Dormi, mas acho que a Pietra esta dormindo melhor que eu. – sorri.

— Também, chegaram tão tarde ontem, que não me assusto a chutar que ela irá acordar por volta do meio dia.

— Será? Eu acho que logo ela acorda, ainda mais com esse cheiro de panquecas.

— Ela e o Matt gostam. – sorriu.

— Eu também sabia?

— Eu sei, mas para você tem cereal ali na mesa.

— Cereal? Você comprou?

— Sim, sei o quanto você é viciado.

— Obrigado mãe. – agradeci ao sentar na mesa e colocar o leite e o cereal na tigela.

— De nada.  – sorriu, e voltou para a frigideira com as panquecas. – E então, o que fará hoje?

— Agora de manhã, pretendia ficar aqui com a senhora, de tarde tenho um encontro.

— Encontro?- disse ela tirando a frigideira do fogo e virando em minha direção. – Com quem?

— Com quem mais seria? – sorri.

— Sophia?- eu assenti. – Então vai tentar dessa vez?

— Sim, eu não quero me apegar ao passado e pensar no tempo perdido.

— Bem que você faz filho, eu gosto da Sophia, na verdade ela é bem popular por aqui.

— Como assim?

— Ela é a professora de música, mais paquerada da região. – ela riu. – Não só pelos pais dos alunos, mas pelos próprios alunos, tem um mocinho que mora no final da rua da lanchonete, que sempre leva flores para a Sophia alegando que um dia vai casar com ela. – sorriu. – Uma gracinha.

— Como à senhora sabe disso? Hein, dona Imogen?

— Sophia vem me visitar quase sempre, eu adoro aquela menina.

— Aé? Porque nunca me disse?

— Porque ela me pediu, ela falou que quando você quisesse falar com ela, deveria vir atrás, até foi por isso que me assustei quando falou que vinha atrás dela, ainda mais com a Pietra.

— Ah agora faz sentido, mas que convencida. – eu ri.

— Ela é um amor, agora come seu cereal, que seu Pai logo desce e vai a mercearia, talvez queira te levar junto.

— Ok mãe. – dito e feito, em menos de minutos meu Pai apareceu na cozinha, junto com Matthew.

— Bom dia família! – disse meu Pai.

— Bom dia Pai. – disse.

— Bom dia. – disse Matthew.

— Bom dia querido, seu café esta na mesa, Matt venha aqui e pegue suas panquecas.

— Obrigado Mãe.

— Então. – meu pai sentou ao meu lado e depois Matt sentou do outro lado. – Minha família reunida, que lindo isso. – vi minha mãe sorrir.

— Como se fosse bom acordar e ver o rosto desse ruivo aí todo amassado. – brincou Matt.

— Aé, já tentou dormir com alguém roncando no quarto ao lado? – me referi a ele, que roncava mais do que uma moto velha.

— Oh Pai olha ele. – falou Matt.

— Meninos, se controlam. – meu pai sorriu.

— Ainda acha isso lindo, meu esposo? – minha Mãe falou ao se sentar, agora os quatros estava à mesa.

— Sim, olha para isso Imogen, meu filho mais velho é um excelente compositor e esta trabalhando em uma gravadora de que sempre me incomodava para levá-lo e o meu mais novo, que saiu cedo de casa atrás do seu sonho, hoje tem milhares de álbuns vendidos, infelizmente acabou de sair de um casamento, mas nos deu um presente que não se pode comprar: uma neta.

— Verdade John. – minha mãe, Matt e eu sorrimos nos olhando.

— Falando em neta, cadê a tua pentelha? – disse Matt.

— Esta dormindo no mais profundo sono, estava tão cansada que capotou antes de chegar em casa.

— Coitada da Pietra, que pai irresponsável. – Matt franziu o cenho e forçou os lábios em sinal de repreensão.

— Boboca. – eu ri, Matthew era um ótimo irmão, gostaria de saber o por que de sua solteirice, nunca o ouvi com uma namorada fixada.

— Então Sheeran’s quem quer ir comigo a mercearia? – meu Pai falou e minha Mãe nos olhou.

— Nós vamos, né Ed? – Matt se pronunciou.

— Sim, claro.

Fomos a tal mercearia depois do café, e meu Pai apontava para os lugares contando o que aconteceu nesses sete anos em que não vim para a cidade, ele pegava constantemente no meu pé, para que levasse a sua neta para pescar dizendo que seria bom para o seu crescimento. Mesmo ele falando que era bom, eu imaginava a minha pequena vendo o peixe ser preso na isca e querer soltá-lo, ela é do tipo que defende qualquer criatura viva, quer ver a novela que fez quando tentei matar uma barata.

Quando voltei para casa, Pietra estava na sala assistindo televisão enquanto minha Mãe fazia uma pulseira ao seu lado no sofá. Pensei em sentar com elas, mas logo que Matt me viu, me arrastou para o quarto com instrumentos musicais, ele queria me mostrar uma nova música que tinha escrito, então eu fui ouvi-la. A música parecia ter sido escrita por mim, havia desilusão, havia traição e havia um resquício de amor, eu ouvia e olhava Matt tocando no violão e cantando baixinho, apenas nós dois podíamos ouvir. Ele não é considerado um romântico por isso era tão estranho, quando ele terminou, me olhou e suspirando falou.

— O que achou?

— Parece que fui eu que escrevi isso. – sorri.

— Mas fui eu. – ele olhou para o chão.

— Matthew, a letra é verdadeira?

— Em que parte?

— Toda.

— Sim, ouve namoro, ouve traição e agora a fase da desilusão.

— Sinto muito irmão. – coloquei uma mão no seu ombro.

— Tudo bem, eu vou seguindo, mas não conta para a Mãe e nem para o Pai, ok?

— Sim, qualquer coisa digo que fui eu que escrevi, já estão tão acostumados. – sorri.

— Valeu. – sorriu.

Ficamos no quarto, até minha Mãe nos chamar para almoçar, e depois de comermos e lavarmos a louça, Pietra me pediu para ir brincar com umas crianças que havia na vizinhança. Claro que eu deixei, por que em Londres, ela só tem amizade com o Nick filho de Sarah e Stuart. Enquanto eu, fui deitar e esperar a hora passar para me encontrar com Sophia, estava curioso para saber aonde ela iria me levar. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Memórias de uma vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.