Memórias de uma vida escrita por AnmyChan
— Meu deus, é o Ed Sheeran, autografa meus peitos? – Eu arregalei os olhos e comecei a rir.
— Desculpe amor, só pagando. – Foi eu terminar de fazer minha pose de esnobe que recebi um enorme puxão de braço, me fazendo ficar em pé e então receber um abraço carregado de nostalgia e de centenas de memórias.
Ela se sentou na cadeira a minha frente depois de me soltar e então começou a sorrir me olhando da cabeça aos pés.
— Não vai se sentar? – Perguntou, já que eu estava em pé ainda.
— Sim. – Me sentei e ela ainda sorria.
— Tudo bem Edward?
— Tudo ótimo e você? Não mudou nada.
— Eu estou bem, quem não mudou nada aqui, foi você.
— Eu? – Ela se levantou. – Pare de desprezar meu bumbum, paguei milhões nele. – Ela gargalhando se sentou.
— Então foi dinheiro mal gasto, por que esta a mesma coisa. – Eu gargalhei junto.
— Idiota. – Ela ainda ria. – Mas me diga o que o ruivo da cidade grande veio fazer em Suffolk?
— Bem. – Pensei muito antes de falar algo. – Tem uma pessoa que eu queria rever e outra bem baixinha queria conhecer a cidade do ruivo aqui.
— Rever? – Ela se apoiou na mesa se inclinando para frente. – Alguma fã que te encontrou em um show por aí, e então você quer entregar algo para ela.
— Não viaja. – Eu ri enquanto mordia meu lanche.
— Estou brincando, é claro que seria sua Mãe e seu Pai, caso contrário Lizandra não teria te deixado vir.
— Liz? – Eu sorri meio sem graça. – Você ainda não sabe?
— O que?- Ela agora mantinha um olhar preocupado. - O que aconteceu?
— Eu e ela nos separamos.
— O QUE? – Berrou surpresa.
— Fica quieta Sophia, precisa fazer escândalo, a noticia é velha.
— Como assim? Eu não sabia. – Ela se se encostou à cadeira e me olhou séria. – E você, como esta? Você deve ter ficado na tristeza né?
— Eu? – Ela assentiu. – Não, pela primeira vez eu não fiquei TÃO mal assim.
— Tão mal, mas ainda ficou mal. Poxa que barra. – Ela fez uma expressão que há muito tempo eu não via, e era a de pena.
— Eii, pode tirar essa cara de quem tem pena. – Falei dando a ultima mordida no hambúrguer.
— O que? Eu não estou fazendo cara de pena.
— Não, capaz. – Eu ri. – O que você tem feito por aqui? Soube que é professora.
— Sim, dou aulas de música na escola aí. – Apontou para a construção da onde havia saído.
— Achei que você fosse ser professora de artes no exterior.
— E eu fui. – A olhei surpreso. – Fiquei cinco anos na Inglaterra.
— Hã? E por que nunca me procurou? Não foi me visitar, por quê? – Ela me olhou séria como se fosse óbvio.
— Como eu iria Ed? Sabe que a Lizandra nunca foi com a minha cara, e eu nem sei o por que. – Eu tossi. – Que foi? Se engasgou?
— Não, só respirei errado aqui. – Tossi mais uma vez. – Esta com tempo agora?
— Eu? Ed é domingo, o que mais eu faria no domingo?
— Sei lá, dar aulas de reforço.
— É isso é bem a minha cara. – Ela sorriu novamente. – Mas por que a pergunta?
— Quer dar uma volta? Faz tempo que não venho aqui.
— Isso é uns sete anos? – Eu assenti. – Sabia.
— Contou?
— NÃO! Só calculei com a minha viagem e volta dos estudos e coisas do tipo.
— Ok, e então vamos?
— Sim. – Levantamos, e paguei a conta e começamos a nossa caminhada pela rua da lanchonete e pela praça que havia ali. Ríamos e lembrávamo-nos das grandes confusões da infância junto com a Jane. – E a Jane? O que será que aconteceu com ela?
— Ah não sei. – Pigarrei e ela parou na minha frente, me fazendo parar de andar. – Que foi?
— O que você sabe? Não esconda.
— Ela esta noiva, e vai casar final do ano.
— Nossa, e vocês se falam com frequência?
— Não, foi só uma vez em que ela me viu no prédio e me beijou. – Desviei de Sophia e continuei andando a deixando para trás.
—Ei Ed como assim? – Ela veio correndo para me alcançar e se posicionou do meu lado, me acompanhando. – Vocês se beijaram?
— É, e ela esta noiva.
— Então você a ajudou a trair o cara? – Sophia estava assustada.
— Não ajudei, digo, ela me beijou e depois me contou do cara.
— Desde quando Jane é assim? – Colocou a mão no queixo tentando se lembrar.
— Não sei, só sei que foi desconfortante.
— Imagino.
— E você? É domingo, você não namora não?
— Eu? Não. A última vez que vi meu ex-namorado ele foi embora com outra.
— Hã? Como isso?
— É ele fazia direito e ela medicina na mesma faculdade que eu, e então na época de formatura ele se mandou com ela.
— CARAMBA QUE CARA IDIOTA. – Pensei alto, alto demais.
— Ed, agora quem esta fazendo escândalo é você. – Ela começou a rir.
— Desculpa, é só que eu não acredito que alguém te trocou.
— Tudo bem Ed, não é a primeira e nem a ultima vez né. – Ela me olhou, e a tosse voltou. – Não precisa disfarçar seu branquelo, somos adultos já.
— Eu sei só que me sinto mal por isso ainda.
— Ed relaxa, quando você saiu daqui tínhamos 16 e eu te dei um selinho sem esperar que você berrasse comigo, claro que isso deixou a Lizandra brava na época que você lançou seu CD em Londres.
— Como?
— Eu fui à festa de lançamento do Plus, e a sua ex-mulher me encarava demais e quando fui falar com ela, ela meio que brigou comigo.
— Você foi à festa? – Eu sorri quando ela assentiu. –Eu não sabia, e nem de que ela brigou com você, desculpa.
— Tudo bem, isso já esta enterrado e bem guardado. – Ela sorriu.
— Sophia. – Ela me olhou e apontou para a pedra que havia na frente de um lago, para que sentássemos e foi oque fizemos. – O motivo que vim até aqui, foi você.
— Hã? Por quê? Depois de anos, por que me procurar?
— Tem alguém que assim que falei o quanto você e eu éramos desastrados. – Eu sorri ao lembrar. – Ficou me perguntando sem para, por onde você andava.
— Quem?
— Você vai descobrir, esteja aqui de tarde lá pelas 14h.
— Ok. – Sorriu mesmo sem entender.
— Nos falamos mais um pouco, e logo me despedi, pois teria de falar com a Pietra para se encontrar com Sophia a tarde e também precisa almoçar, se não minha Mãe viraria um monstro caso não visse na mesa.
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