Memórias de uma vida escrita por AnmyChan


Capítulo 11
Verdades a beira mar




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Passamos o dia em um parque de diversões, levei meus pais ao famoso Palácio de Buckingham – Ficamos na frente, é claro - onde rendeu milhares de fotos em diversos ângulos e até fotos com a Pietra fazendo pose de miss. O dia estava perfeito, meus pais riam e acabamos esquecendo o tempo, quando chegamos próximo ao London Eye vi a minha ex-mulher com um cara, e o mesmo estava forçando a beijá-lo.  E não pensei duas vezes pedi para a minha mãe que estava distraída com a vista, para que levasse a minha pequena para longe e foi o que ela fez. Eu corri até lá.

— HEY! – Cheguei perto deles. – O que pensa que esta fazendo?

— O que não é dá sua conta. – Disse o babaca, enquanto Liz me olhava assustada.

— É sim. – Falei em tom autoritário.

— Você conhece esse cara? – Perguntou o sujeito, e ela confirmou com o balançar da cabeça. – Escuta cara, se você a conhece sabe muito bem o tipo de mulher que ela é não é?

— E que tipo de mulher ela é? – Perguntei de braços cruzados, enquanto ele se afastou dela e parou na minha frente, neste instante Liz correu para trás de mim.

— Uma vagabunda, que se dá para qualquer homem e ainda é casada. Essa mulher é uma imunda, ela não serve nem para uma noite. – Eu estava tão nervoso, não por que ele falou a verdade e sim por que Liz mentiu dizendo que iria viajar. E em menos de um segundo acertei seu nariz com o meu punho, e a puxei pela mão.

Eu andava sem olhar para ela, só procurava um lugar para poder tirar toda essa história a limpo, meus olhos já traiam minha pose de quem não me importava. Mas por que doía tanto ouvir aquilo que no fundo já sabia? No caminho eu liguei para a minha mãe e pedi para avisar a Pietra que eu fui ao banheiro. Quando cheguei perto da beira do mar eu a soltei e me afastei, olhava de canto de olho e ela estava parada em estado de choque.

— O que foi isso Edward? – Ela me perguntou, e antes de responder eu respirei fundo e enxuguei as poucas lágrimas que haviam caído.

— Eu que pergunto Lizandra. – Me virei para ela. – O que foi isso? Por que esta aqui e não em sua viagem? Por que aquele cara estava te forçando a beija-lo? E por que eu ainda me importo com você? – Eu comecei a andar até que a água batesse nos meus tênis.

— Ed, eu. – Eu a interrompi.

— Não me chama de Ed, por favor. – Ainda não a olhava, eu estava mais concentrado na areia que sumia embaixo dos meus pés.

— Edward. – Ela suspirou e implorou. – Olha para mim. – Eu me virei.

— O que foi? Vai mentir ou resolver ser a mãe que a Pietra merece? Eu queria saber onde eu errei como marido, por que como Pai eu sei que não. Você sabia que tem uma menina que vale ouro? E que no momento tem feito coisas grandiosas? – Comecei a soltar aquelas lágrimas que estavam presas. – Eu não sei o que aconteceu com você, e queria saber onde a Liz que conheci se enfiou. Se fosse apenas por mim, eu não teria nem socado aquele paspalho hoje, mas fiz isso por que sua filha estava por perto e não devia ver a mãe nessas condições.  Você se olhou no espelho? Sua aparência esta péssima. – Eu suspirei. – Por Deus Liz, o que você esta fazendo consigo mesma?

— Eu não sei o que falar, eu fiz o que aquele homem disse, e não quero mais mentir para você. E quanto a Pietra, eu quero ser uma boa mãe, mas não consigo. É muita responsabilidade.

— Responsabilidade é sim, e eu tenho assumido isso nesses últimos anos, mesmo quando estou longe não meço esforços para pegar o primeiro avião e vir cuidar dela. Olha Liz. – Suspirei. – Se você acha que não é capaz, então me de a guarda total da Pietra.

— Como? Quer tirar a menina de mim?

— Convenhamos você só quer ela por causa da pensão que terei que dar durante doze anos.

— Não é verdade.

— Então se quer ela, terá que disputar a guarda na justiça. – Falei sério e sem lágrimas e saí dali, e antes de me afastar mais, me virei e disse. – Adeus Liz nos veremos no tribunal.

Quando cheguei perto dos três a pequeninha veio em minha direção.

— Papai! - E naquele momento eu voltei a chorar, e ela não entendeu e nem perguntou.

— Filho, o que aconteceu?

— Nada mãe, senti saudades dessa anãzinha. – Me separei dela. – Vamos para casa?

— Sim papai.

No carro, ninguém quis se pronunciar a respeito do meu repentino ataque de choro ou do meu sumiço, eles só falavam de como o senhor John conseguiu derrubar as seis garrafas com apenas uma bola, e que o urso ele deu para a minha mãe. Dona Imogen ficava olhando as fotos na sua câmera e excluindo algumas que ficaram desfocadas. Chegando em casa, Pietra correu para o banho sem ninguém pedir e isso  foi a oportunidade perfeita para meus pais me questionarem.

— Filho, por que sumiu o que aconteceu? – Perguntou eu pai.

— A Liz estava lá hoje. – Fiz uma pausa olhando o corredor, para ter certeza de que a pequena não ouvisse. –Estava com um cara, que aparentemente queria forçar um beijo.

— E o que você fez? – Minha mãe perguntou correndo e parando o mais próximo possível de mim.

— Eu soquei a cara dele, e a puxei para conversar. Por que eu não falei para vocês, mas ela disse que estaria em viagem esse mês, e no fim. – Outra vez me certifiquei se o corredor estava vazio. – Estava aproveitando a vida.

— Ó céus! – Soltou minha mãe. – Filho isso é terrível.

— Eu jamais achei que ela era desse nível. – Meu Pai estava perplexo.

— Enfim, eu não quero pensar nisso hoje, chega. Entrarei na justiça daqui uma semana se ela não decidir o que vai fazer.

— Bem que você faz Filho.

— Então, Senhora Imogen, eu vou ver como esta a aquela sereia. – Saí em direção ao banheiro. – Com licença, posso entrar? – Bati na porta enquanto perguntava.

— Só pode entrar se falar a senha.

— Huh, vejamos. – Pensei. – A Dona Pietra é a melhor filha que eu tenho. –Nesse momento a ouvi rir e entrei.

— Papai, você só tem eu de filha. – Ainda ria.

— E para mim já basta. – Me sentei no vaso, enquanto ela permanecia sentada na banheira.  – Então o que essa sereia fez, para vir correndo para a água?

— Não conto.

— Como assim? Não vai me contar? – Ela fez que não com a cabeça. – Esta de segredos agora?

— Não papai. – Ela olhou para o patinho da banheira. – Se eu contar, você não conta para a vovó e para o vovô?

— Não conto.

— Promete?

— Prometo.

— De dedinho e tudo? – Ela imitou a Agnes do filme meu malvado favorito.

— Sim, de dedinho e tudo. – Prometi de dedinho.

— Eu. – Ela fez pausa. – Não aguentei e fiz na calça.

— Minha filha, isso é normal.

— Não é papai, na última vez que fiz isso a mamãe brigou comigo e disse que eu fazia ela passar vergonha assim.

— Filha, quando que você fez?

— Quando a gente tava na casa da rainha.  – Eu me assustei, por isso havia sido umas 8h atrás.

— Pequena. – Ela me olhou. – Quando isso acontecer, me fala por que eu sempre levo roupa sua no carro. Não esconde mais. Tudo bem?

— Sim papai.

— Promete?

— Prometo.

— Então vamos termina aí, que hoje tenho uma história para te contar. – Ela sorriu, saiu e se enxugou e depois colocou seu pijama e se deitou correndo na cama.

—PRONTO PAPAI! – A ouvi berrar do quarto.

— Ok então querida. – Fechei a porta e desliguei a luz deixando só o abajur ligado.


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