Death Memories: Operação Marshall escrita por Nael


Capítulo 11
Avançando...


Notas iniciais do capítulo

Não sei se alguém teve dificuldade quanto aos nomes falsos dos meninos, maas... vou colocar aqui mesmo assim. =D
Arthur Hampton -> Mello
Charles Watson -> Near
Johnny Smith -> Matt

Capítulo um tanto curto pro meu padrão, mas para esclarecer o caso.
Até lá embaixo. O/



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“A partida mais longa, terminada em vitória, é a que Wolf ganhou de Duras (Calsbad, 1907). 168 lances. Durou, 22 horas e meia.”

P.O.V Mello

Depois da terceira rodada tínhamos os seguintes resultados. Primeira rodada: duas vitórias, uma derrota. Segunda rodada, três vitórias. Terceira rodada: duas vitórias e uma derrota. A parte estranha disso é que na última rodada quem perdeu foi o Near. Nem preciso mencionar que meu grau de emputecido estava nas alturas.

O miserável do albino perdeu de propósito, jogou até razoavelmente, mas como naquela partida o aluno era considerado super, hiper, mega incrível do tipo que nunca perde uma partida na vida ele cometeu umas gafes ridículas. E nem falou nada, simplesmente levou um xeque mate daqueles e saiu como se fosse a coisa mais normal do mundo. Nós deveríamos ser uma equipe, mas ficou evidente a falta de comunicação e era obvio que isso tudo ia acabar em merda.

– Não entendi. – Matt falou assim que terminamos nossos jogos e Near saiu todo apressado.

– Vamos continuar o plano. – falei entre os dentes. Estava começando a sentir falta dos meus chocolates. Nessas horas eu descontava à dentadas nas barras pra não matar um, mas ali e naquela situação... Me restou ir ficar de olho no colégio que era o motivo de tudo: Herstmore College.

Segundo os dados dos relatórios era basicamente o seguinte: As crianças que do colégio eram introvertidas, isoladas, invisíveis entravam nesses torneios, ganhavam prêmios para a escola e ao final do ano letivo se transferiam e não se tinha mais notícias delas. Algumas órfãs adotadas há cerca de seis meses foram devolvidas pelos casais. Mas claro que mentes brilhantes como elas facilmente enganaram psicólogos e psiquiatras.

Até aí nada demais, não era problema do L. Porém desde o ano passado, exatamente dia 18 de julho de 2000 corpos dessas crianças vem sendo encontrados. Primeiro foi Olivia Tracy de quinze anos, o corpo foi encontrado no Rio Colorado. Pequeno detalhe o Colégio fica no estado vizinho, a Califórnia. E o Rio Colorado está bem próximo da fronteira de Nevada com o Arizona. Como essa garota foi parar lá?

Exatamente um mês depois foi Tomas Mildton na capital Washington que também faz fronteira com a Califórnia. O corpo do garoto de treze anos foi encontrado no espelho d´agua chamado de Lincoln Memorial Reflecting Pool. Além da ligação com a vítima passada por terem sido colegas de equipe durante um dos campeonatos concluiu-se que pela decomposição do corpo o garoto foi morto primeiro. A partir daí virou assassinato em série.

Então em 24 de outubro no Arizona no Tempe Town Lake encontraram o corpo de Hayse Mingze, um chinês que fez intercâmbio exatamente dois anos atrás e estava desaparecido. A parti daí ligou-se que todos os corpos foram encontrados na água, além disso, Mingze era o mais velho com 19 anos e ele tinha cravado por cortes no antebraço esquerdo em chineses a frase: Pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota. Acontece que mesmo que as letras fossem as chinesas esse é um provérbio japonês.

Então L entrou no caso (que acabou sendo abafado pela Interpol) e mandou fazer uma nova verificação no corpo das outras vitimas. Claro que isso deve ter causado vários problemas por terem que abrir as sepulturas. De qualquer forma, sob nova pericia descobriu-se kanjis minúsculos gravados nas outras vitimas, porém isso só foi possível ao se raspar todo o cabelo. E aí realmente as coisas ficam bizarras.

Em Olivia havia as palavras “pois tudo o que é” na lateral direita e “demais sobra,” na lateral esquerda. Já na cabeça de Tomas havia as palavras, “Nunca se ache” na lateral direita e “demais.” na lateral esquerda. Assim mesmo com pontuação. Como foi determinado que Tomas morreu primeiro a frase fica “Nunca se ache demais, pois tudo o que é demais sobra,”. Como a frase está incompleta L só pode concluir que haverá mais vitimas e que o ditado japonês no aluno oriental poderia ser uma dica. Assim ele também descobriu que o colégio participaria do Torneio Internacional de Xadrez.

Mas de tudo isso a parte que realmente me surpreendeu foi o que L nos disse, apenas quando nós três estávamos na sala do Roger repassando algumas coisas com o notebook a nossa frente.

– Este assassino além de cometer atos terríveis e matar crianças inocentes está zombando da minha cara e quer brincar comigo. Eu não poderei em hipótese alguma permitir outras mortes ou mesmo deixa-lo solto, pois isso seria o mesmo que perder para ele.

L não estava apostando apenas sua reputação e nossos pescoços nisso. Ele estava apostando sua própria confiança em si mesmo. Apostando... Aquilo me perturbava, até o som da palavra me soa extremamente horrível aos ouvidos...

– Ora Mike, você entendeu tudo errado. – às vezes ter uma memória boa é uma maldição, pois conseguia ouvir a voz do maldito em minha mente mesmo andando ali pelo salão – O jogo funciona de três formas, para três partes, três lados. Há o meu lado cujo objetivo é o dinheiro, há o cliente que busca diversão e há você, o jogador, que é movido pela aposta. – Seidler estalou os dedos. – A aposta é tudo, ela faz com que você torne tudo possível, ela faz com que você ultrapasse o seu limite, ela te move, te pressiona, te faz ficar vivo. De fato a aposta é agora mais essencial a você que oxigênio. Perca uma que seja, por um segundo apenas e não há mais volta.

– Arthur? – sai dos meus devaneios. O garoto que havia me parado depois do jogo de Go alguns dias atrás estava ali na minha frente, mas decidi me fazer de sonso.

– Er... Você... Eu te conheço?

– Sou Gabor Lengyel da Hungria. – ele estendeu a mão e eu apertei. – Me encontrei com você depois do seu jogo contra o Obata-sensei.

– Ah! Sim... Acho que me lembro vagamente. – aquele garoto ia dar problema, tinha um terrível pressentimento. – Então... O que você quer comigo?

– Bom, é meio clichê, mas queria que jogasse comigo. – ele falou até simpático, devia ser mais novo que eu e estava animado. – Temos grande chances de nos enfrentarmos durante o Torneio por isso para não estragar nada podemos jogar outro jogo que não xadrez, felizmente eu adoro Go.

Jogar contra ele implicaria em mostrar minhas estratégias e ter que sair daquela sala. Eu devia me aproximar dos alunos do Herstmore e não dele. Entretanto para ele estar ali também podia ser a mando de alguém, eu devia ter chamado a atenção e isso seria ruim para nossa investigação.

– Sabe o que é... Eu não jogo contra futuros adversários. É um habito meu. Mesmo sendo outro jogo posso acabar dando dicas para você. Não correi esse risco, Gabor.

– Entendo. Mesmo que assim você também pudesse me analisar. Eu estava disposto a correr este risco. – ele parecia decepcionado, mas calmo. – Neste caso eu espero até o fim do torneio. – ele passou por mim. – Ou até mesmo... – o garoto parou e virou a cabeça rindo de canto. – um de nós ser desclassificado. – ele sorriu e continuou andando.

Nota mental: socar a cara de idiota sorridente de Gabor Lengyel assim que possível anotada.

P.O.V. Lawliet

Eu lia a súmula das partidas dos meninos junto aos relatórios dos policiais responsáveis por ele. Era mais que evidente que Paul não estava satisfeito com Mello, afinal ambos são muito parecidos e como apenas os opostos se atraem...

– Ryuuzaki. – Watari me tirou dos meus pensamentos ao trazer uma bandeja cheia de doces, chás e café. A noite seria realmente longa. – Receio ter que dar notícias um tanto desagradáveis. – sua expressão sempre tranquila estava inquieta e com um ar preocupado.

– O que aconteceu? – o encarei seriamente.

– Encontramos evidencias de que a Unterwelt Spiele pode estar atuando no Japão neste exato momento. – mordi a unha do polegar perante aquilo.

– Isso é preocupante, estar num país como o Japão já é incomum, talvez seja por conta do Torneio, mas ainda sim... A mídia aqui neste momento é muito grande para se arriscarem assim.

– Não seria mais prudente mandar os alunos de volta ao orfanato? – ele finalmente perguntou, então era isso. Watari e sua preocupação com o orfanato e suas crianças. Isso sempre fora a minha maior inspiração na vida e fonte de toda minha admiração por ele.

– Entendo sua preocupação Watari. Peço que confie em mim uma vez mais, lhe asseguro que nada acontecerá a eles. – bebi um pouco do café. – E quanto a Unterwelt eu prometi ao Mello que os destruiria e é exatamente isso que irei fazer. – cerrei os olhos, aquele assunto, aquela organização realmente me deixava furioso.

Em algum lugar...

A moça tinha a testa suada, os olhos lilás concentrados no painel a sua frente. As mãos um pouco tremulas. A respiração ofegante.

– Vamos, jogue! – a voz berrou pelo comunicador no seu ouvido. Ela se focou nos kakuros¹ na tela e acionou os botões do painel para resolvê-los.

Numa lateral a pesada porta de metal se destrancou com um estrondo, outro barulho forte e ela se abriu.

– Jade! – a voz gritou. – Por favor, Jade. – a voz era estridente apesar de ser masculina. – Me ajude, por favor. – o menino alguns metros atrás dela se arrastava pelo chão deixando um rastro de sangue ao passar pelo batente da porta, uma das pernas completamente mutilada.

Jade cerrou o punho e fechou os olhos.

– Rob... – ela queria dizer a ele, queria se desculpa, queria explicar, mesmo que fosse a mais egoísta das explicações. Mas como a moça de 18 anos havia aprendido não se virou para trás, não disse nada. Apenas terminou de solucionar os kakuros e seguiu em frente saindo da sala.

– Meus parabéns. – um homem com charuto na mão e terno cinza apareceu na sua frente. – Você conseguiu passar todas as fases. – ele disse, mas o que ela realmente ouvia era: você matou todos os outros 4.

– O que acontece agora? – ela limpou um pouco de sangue que começo a escorrer do seu nariz.

– Agora? – o homem caucasiano sorriu. – Agora minha cara, você irá jogar uma partida lá em cima. – Jade ficou sem entender.

– O que quer dizer? – ela cerrou as sobrancelhas. – Não pode estar falando do torneio... Você quer que eu entre no torneio de xadrez? E pra quê Seidler?

A expressão do homem adquiriu um tom sério.

– Não é bem isso, mas... Para que eu possa recuperar algo, ou melhor, alguém que me pertence.


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Notas finais do capítulo

CURIOSIDADES
*O nome do colégio (Herstmore College) é fictício, mas sua localização geográfica é baseado no Claremont McKenna College.
*Os locais mencionados, onde os corpos foram encontrados são reais.
*Se querem mais spoilers sobre o passado do Mello comecem pelo significado da palavra Unterwelt Spiele que não é grande e difícil a toa. hhehe
¹Kakuro é um tipo de jogo de raciocínio lógico semelhante ao Sudoku, porém bem mais difícil e mirabolante. rsrs pra terem noção é conhecido nos EUA como somas cruzadas.

É com grande alegria, surpresa e -confesso- um pouco de frustração que anuncio qua charada do capítulo 9 foi resolvida!
o/ O/ Alegria porque alguém pode resolver, surpresa porque alguém conseguiu resolver e frustração porque tava apostando que ia levar muiiito mais tempo pra isso.
Bom, implacável como é Inori chan desvendou o mistério e agora tem em suas mãos a vida de um personagem. Parabéns!
Entretanto... Eu não vou dar a resposta. Até porque havia planejado um capítulo que deixará tudo explicito, até lá então segurem a ansiedade. E Inori haverá umas mudanças nos personagem que poderão ser alvos, vou te avisar em breve.

Até a próxima!
Bjs!!!



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