Assassinato no Fim de Semana escrita por Karura-chan


Capítulo 8
Pausa para o lanche




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- Hmm , esse sanduíche natural é muito bom...quer Carla? - me ofereceu Paula.

 

 

- Ah não, obrigada...- agradeci.

 

 

E antes que pudéssemos continuar a conversa, vi Rafael e Paula cuspindo quase ao mesmo tempo o suco que haviam tomado.

 

- Argh!Que nojo! Parece caldo de pano de pia misturado com água de batata!- disse Rafael e cuspiu de novo e limpou a boca. – Que diabo é isso?

 

- Que horror! Isso parece refrigerante! – disse a Paula. Ela só gosta de comida saudável.

 

E alguns começaram a rir enquanto Dona Marta aflita limpava a sujeira. Paula, na hora desconfiou do que acontecia e pegou o copo de suco do Rafael, e quando cheirou, disse:

 

 

-Ah, mas esse é meu suco! O seu então é esse aqui! Dona Marta, a senhora trocou! Mas eu que não vou beber isso agora não! – e fez uma cara de nojo. – Pensando bem vou querer uma laranjada agora e põe só um torrão de açúcar. Perdi a vontade de beber isso! Sabe-se lá que o Rafael põe na boca...

- Tudo bem, já vou pegar a laranjada...- se prontificou Dona Marta.

- Epa! Agora também quero outro! Vai que caiu grama no meu! – brincou Rafael.

- Tudo bem eu troco também... – completou dona Marta.

“ Mas como eles não perceberam o engano?” – indagou L.

- Do suco? É que a Dona Marta, coloca os sucos num copo que tem uma tampa para pôr canudinho...dai os copos são todos iguais e fechados. Agora deixa eu continuar...

 

 

Depois de resolvido o mal entendido, o professor nos deu quinze minutos pra descansar, ir ao banheiro ou qualquer outra coisa. A maior parte dos alunos saiu pra algum canto, ficaram apenas a Cibele, o Rafael, o Marcelo e eu.

 

 

- Ah, Carla, você já leu aquele livro pra gente fazer o trabalho de sociologia?? - me perguntou a Cibele.

 

 

- Nossa, é mesmo! Nem me lembrava...- respondi. - Eu levo pra casa hoje e já leio...mas alguém tem de ir à biblioteca pra pegar....

 

 

- Nem olha pra mim que eu estou cansada.[só se fosse de fazer nada] – rapidamente a Cibele disse.

 

 

- Então, Rafinha, você não quer ir buscar pra sua amiga predileta? - pedi.

 

 

- O que? Ir lá do outro lado da escola pra buscar um livro? Nem vem! – o Rafael respondeu gentilmente.

 

 

- Então ta bom, vou andar tudo isso pra buscar, sozinha, com as luzes apagadas...- insisti.

 

 

- Tá bom! Mas não vai ser eu quem vai buscar...tenho alguém pra fazer isso por mim...- e se levantou e foi em direção a seus pertences. Pegou o celular e fez uma ligação.

 

 

- Carla eu vou ali falar com o Marcelo, ele ta sozinho, já volto. – disse-me Cibele e eu fiz que sim com a cabeça.

 

 

Nesse meio tempo o Rafael chegou e ouvi parte de sua conversa.

 

 

- Tem certeza? Olha que eu conto, hein...- e depois de um tempo ouvindo: - Nooossa! Não devia falar isso, ta no viva-voz e a Cití ta ouvindo... Né, Cítí? - me perguntou mostrando o celular e eu confirmei com um “é” meio receoso. - É sério, pode ir...eheheh, eu sei....então ta, valeu! Brigadão! – e desligou o celular.

 

 

Fiquei pensando se ele veio perto de mim pra eu ouvir a conversa e pensar que era uma garota e ficar com ciúmes...não sei. Na verdade eu até duvidada que alguém fosse buscar o livro pra ele, nem mesmo os amigos dele acho que fariam! Mas antes que eu falasse qualquer coisa, fui convocada pela Dona Marta pra ajudá-la. Enquanto eu fui, observei que o Rafael ia saindo pelo corredor que levava ao banheiro e a outras partes da escola.

 

 

Tempo depois ele chegou e se sentou. Em seguida chegou a Cornélia e entregou pra ele um livro, e quando ela vinha pra minha direção, foi interceptada pelo Rogério que começou a falar com ela. Então o Rafael chegou até mim.

 

 

- Então, meu anjo (não agüentava mais esses apelidos dele), aqui está o livro.- disse entregando-me o livro.

“ Não agüentava os apelidos a ponto de matá-lo?” – perguntou L. Provavelmente foi só pra me encher que ele perguntou isso...

- Não, por isso não. Mas mataria com certeza se ele ficasse me interrompendo enquanto eu falo... – fiz uma cara séria para o L. E ele reagiu fazendo uma cara de arrependido e baixou os olhos. Até que achei esse gesto muito bonitinho, e sorri pra mim mesma. Mas deixei pra lá e continuei.

Antes que eu perguntasse sobre a Cornélia pro Rafael, pude observar que ele estava todo suado. Ah! Mas então não tinha nada a ver! Era bem típico dele...correu à biblioteca, pegou o livro, voltou e pediu pra Cornélia entregar a ele de novo, só pra eu pensar que ela quem tinha buscado!

- Obri...peraí...este não é o livro pro trabalho de sociologia...tem de ser o volume 2! – eu disse.

- Sem querer interromper, mas já interrompendo, sinto lhe informar, Carla, mas o último volume 2 fui eu que peguei. Vai ter de arranjar um em outro lugar... – disse a Paula, que chegara de um dos corredores.

- Hmmm...então ta bom...eheh, valeu Rafael, mas acho que você vai ter que levar de volta...

- Ah claro, já estou levando! Fica com você, depois eu arranjo um jeito de devolver...- disse entediado.

Quando eu ia perguntar por que supostamente “a Cornélia pegara o livro”, fomos chamados pelo professor pra começar os ensaios novamente.


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