Chegando na sala, o Rafael viu sobre a mesa um pacote de bolachas cobertas de chocolate.

- Olha que delícia! - disse comendo um. – Tem mais dois aqui, quer Pedro?

- Eu não! Não vou aceitar mais nada que você me der! - respondeu.

- Melhor, sobra mais! E você, Carlinha? – respondi que não também , então ofereceu pra Cornélia que passava perto. - E você Cornélia, quer?

- Ah, como? Ah não, brigada mesmo, não quero, deixa pra próxima , tenho que ir, até!- respondeu e foi pra outro lado.

Definitivamente eu precisava falar com ela, estava mais estranha que de costume...

Passado um tempo de ensaio, Diogo, tentando fazer uma cena mais dramática, acabou rasgando a capa do Felipe, o que causou risada da turma e repreensão do professor:

- Não acredito! Que droga! Ahn....Ei, Rafael! Aproveita que você ta ai faz um tempão sentado sem fazer nada e vai buscar uma capa nova! E vocês todos, tomem mais cuidado! Vamos fazendo outra cena enquanto isso...

O Rafael foi, e tempo depois o professor já nem lembrava mais do incidente, e logo pediu pra que fôssemos em nossos armários buscar as provas que havíamos feitos semana passada a respeito dessa peça. Todos se dispersaram. Eu ia a meio caminho, quando dei pela demora do Rafael, então pedi pra Cornélia pegar minha prova enquanto eu ia ver onde estava o Rafael. Assim, fui pra sala de fantasias.

Pra pegar o Rafa de surpresa, resolvi ir sem fazer barulho. Andei por alguns corredores entre as fantasias, até que quando cheguei numa esquina, pisei numa varinha de condão que se partiu fazendo barulho. Então, reparo no fim do corredor umas roupas se mexendo como se alguém tivesse passado. Mas ao olhar logo à minha frente é que gelei. O corpo do Rafael estava estirado próximo a uma cadeira, com uma corda no pescoço. Dei um grito de horror. Em seguida me aproximei e verifiquei sua pulsação rapidamente. Estava morto.