Assassinato no Fim de Semana escrita por Karura-chan


Capítulo 16
O Segundo Assassinato




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- Então L, acho que esse caso vai ser demorado pra  resolver...e porque dispensou os alunos chamando a polícia?

“Não fui eu que chamei, Dineneti-san que chamou. Não disse a ele que estava proibido de fazê-lo. Não tenho direito algum de manter alunos presos aqui. Mas vamos fazer o seguinte, vá até os armários pra verificar algumas coisas.”, disse L. “ Pedirei a Dinetit-san pra manter os outros ocupados, e você pega as chaves com ele.”

Assim, peguei as chaves com o diretor e fui verificar armário por armário, como L tinha pedido. Mas não gostava muito da idéia de ficar fuçando o armário dos outros.

“Rogério – armário todo cheio de recortes de mulher pendurados, cadernos jogados num canto, em outra parte vários papéis e uns CD’s.

Diogo – fotos de carros, papéis entre caderno, uma barra de chocolate meio escondida.

Felipe – muitas fotos dele, um caderno todo esculhambado também com papéis em seu interior, um MP3 no fundo.

Cornélia – caderno e livros na prateleira de cima e uns papéis de atividades escolares na de baixo, alguma maquiagem e umas fotos da família.

Paula – muitos recortes e fotos de jornais, uma bolsinha vazia pra câmeras fotográficas, muitos bloquinhos de nota, cadernos e uma pasta com papéis. Uma bolsinha no fundo.

Jéferson – muitos pôsteres de times de futebol, canetas espalhadas por todo lado, caderno sobre uns papéis, pasta de desenhos num canto.

Thiago – fotos de estrelas e do espaço, caderno de um lado, calculadora dentro de um estojo próprio, livros de ficção científica.

Pedro – vários papéis sobre os cadernos, fotos dos animais de estimação dele, um pacote de salgadinho no fundo, um mini-dicionário e um mini-globo terrestre.

Rafael- [ senti um aperto no peito] fotos de toda a turma e dele sozinho fazendo poses, caderno sobre alguns papéis e livros, walkman, óculos escuros, calculadora e umas revistas numa gaveta. Correntes e alguns anéis numa caixinha.”

Assim que eu terminei de ver o material dele, ouvi passos e me escondi. E vi chegando ninguém mais que o Pedro, que abriu o armário do Rafael.

“Não se preocupe, depois averiguamos isso. Será muito estranho se ele encontrá-la aqui. Continue a ver os armários.”, orientou-me L.

Meio receosa, continuei  a ver.

“Cibele - um diário bem no fundo, cadernos e folhas a frente, revistas de fofoca por todos os lados, juntamente com um conjunto de maquiagem, um espelho na parede, uma blusa na parte de baixo.

Marcelo - um caderno, alguns maços de cigarro, fotos da família dele, uns imãs de geladeira ao fundo.”

- É só isso. O meu a gente não precisa ver...– disse resoluta. – Aonde eu vou agora?

 “Agor...espere”, parou de repente. E pouco depois continuou: “Temos um problema, Paula-chan acabou de ser assassinada.”

 Meus sentidos vacilaram por um instante. Ele dizia isso com tanta calma...Simplesmente não pude acreditar.

- M-mas como aconteceu isso!?!!

“Isso é o que você vai verificar, desça imediatamente.”

Desci a mil por hora. Chegando lá embaixo, uma cena lastimável. As meninas chorando e tremendo, os garotos pálidos e assustados. Uns agitados andando de um lado pro outro de nervosos. E o diretor falando ao celular do outro lado da sala.

- Carla, a Paula morreu! – Cibele veio me dizer soluçando e entre lágrimas.

Disse isso e me abraçou. E eu fiquei olhando pra saber onde ela havia morrido. Desvencilhei-me de minha amiga, abri a porta da escola, sai e tornei a fechá-la, trancando-a com a cópia das chaves que eu tinha, pra ninguém me seguir. Quando olhei pra o lado do muro, aquele por onde eu havia subido, me deparei com uma cena horripilante. Senti um gelo na espinha. O corpo da Paula estendido banhado de sangue, com o crânio atingido por um peso de papéis. Olhei pra cima e vi que estávamos embaixo de uma janela de um longo corredor que havia no segundo andar. Estremeci novamente. Desviei os olhos.

- Eu te disse L que tínhamos de protegê-la! O assassino terminou o serviço. – disse triste e revoltada.

  “Agora são 99,99% de chances de o assassino ser alguém conhecido”, disse placidamente o L.

- Se tivesse me ouvido...Então ela é que era pra ser envenenada... – continuei indignada.

“Não deve ter certeza de tudo. Uma coisa é ter provas e fatos. Outra coisa é saber interpretá-los...”

O que será que ele queria dizer com isso?

Então eu pensei que talvez o motivo da morte dela fosse outro. Lembrei-me do que ela dissera. Ela ia investigar o crime, dissera a todos nós.

Então criando coragem fui observá-la e verifiquei que ela tinha uma câmera fotográfica em uma das mãos.

- E-ela estava investigando... seria esse o motivo pra terem-na matado? – eu perguntei pensativa.

“Possivelmente.”

De repente me veio uma luz :

– Ryuuzaki, as câmeras! Elas devem ter filmado alguém!

“Pois ai é que esta. As câmeras não estavam registrando nada, alguém as colocou pra reprisar as gravações anteriores, acabei de verificar isso. Uma pena.”

- Mas como?!

É o que saberemos. Entre novamente e vá à sala do Dinetti-san”

Para evitar perguntas dos meus colegas, resolvi entrar por outra porta e depois me dirigi à diretoria.

Como eu estava com uma cópia das chaves, abri a sala. Então, olhando em volta, reparei onde eram controladas as câmeras. Não ficava fechada, uma grande máquina continha uns botões e estava ligada aos monitores que mostravam as gravações, que eu reparei estarem passando reprises, pois no jardim não havia o corpo da Paula.

- Quem pode ter feito isso?! – disse e comecei a olhar os botões.

“Todos que estiveram na sala quando o diretor chamou.” , respondeu L.

- Mas TODOS estavam!

“Inclusive você...”

- De novo com essa idiotice! Já falei que essas brincadeiras não têm mais graça! - resmunguei.

“Não me lembro de ter acusado Carla-chan. Disse isso porque poderia ter visto quem fez...”, respondeu calmamente.

Um baka! Aposto que pensou nessa desculpa bem na hora...

- Acho que agora o melhor é observar o que vão fazer...E quando a policia chegar, não será possível fazer nada.Imaginei que não seria tão fácil... – comentei. – O mais estranho é pensar quem teria cometido o segundo crime? Quem teve oportunidade? Mais que isso, quem teve oportunidade de envenenar o refrigerante senão a dona Marta? Mas, mas é ilógico que tenha sido ela...parece-me um tanto tola pra bolar um plano como esse, além de que não tinha nenhum motivo pra matar o Rafael...

“E quem teria um  motivo?” , perguntou-me L.

- Hmm, acho que ele se dava bem com todos...talvez então alguém com quem ele tivesse brigado, ou seja, o Rogério, o Diogo ou o Felipe...de novo sujou pra eles...mas então como conseguiram colocar o veneno no refrigerante? Dona Marta diz que ninguém se aproximou...mas – e de repente uma idéia me pareceu unir todos os fatos. – L! Tem alguém que brigou com ele, que poderia ter sim envenenado a bebida e que não tem nenhum álibi!


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