Assassinato no Fim de Semana escrita por Karura-chan
- Então L, acho que esse caso vai ser demorado pra resolver...e porque dispensou os alunos chamando a polícia?
“Não fui eu que chamei, Dineneti-san que chamou. Não disse a ele que estava proibido de fazê-lo. Não tenho direito algum de manter alunos presos aqui. Mas vamos fazer o seguinte, vá até os armários pra verificar algumas coisas.”, disse L. “ Pedirei a Dinetit-san pra manter os outros ocupados, e você pega as chaves com ele.”
Assim, peguei as chaves com o diretor e fui verificar armário por armário, como L tinha pedido. Mas não gostava muito da idéia de ficar fuçando o armário dos outros.
“Rogério – armário todo cheio de recortes de mulher pendurados, cadernos jogados num canto, em outra parte vários papéis e uns CD’s.
Diogo – fotos de carros, papéis entre caderno, uma barra de chocolate meio escondida.
Felipe – muitas fotos dele, um caderno todo esculhambado também com papéis em seu interior, um MP3 no fundo.
Cornélia – caderno e livros na prateleira de cima e uns papéis de atividades escolares na de baixo, alguma maquiagem e umas fotos da família.
Paula – muitos recortes e fotos de jornais, uma bolsinha vazia pra câmeras fotográficas, muitos bloquinhos de nota, cadernos e uma pasta com papéis. Uma bolsinha no fundo.
Jéferson – muitos pôsteres de times de futebol, canetas espalhadas por todo lado, caderno sobre uns papéis, pasta de desenhos num canto.
Thiago – fotos de estrelas e do espaço, caderno de um lado, calculadora dentro de um estojo próprio, livros de ficção científica.
Pedro – vários papéis sobre os cadernos, fotos dos animais de estimação dele, um pacote de salgadinho no fundo, um mini-dicionário e um mini-globo terrestre.
Rafael- [ senti um aperto no peito] fotos de toda a turma e dele sozinho fazendo poses, caderno sobre alguns papéis e livros, walkman, óculos escuros, calculadora e umas revistas numa gaveta. Correntes e alguns anéis numa caixinha.”
Assim que eu terminei de ver o material dele, ouvi passos e me escondi. E vi chegando ninguém mais que o Pedro, que abriu o armário do Rafael.
“Não se preocupe, depois averiguamos isso. Será muito estranho se ele encontrá-la aqui. Continue a ver os armários.”, orientou-me L.
Meio receosa, continuei a ver.
“Cibele - um diário bem no fundo, cadernos e folhas a frente, revistas de fofoca por todos os lados, juntamente com um conjunto de maquiagem, um espelho na parede, uma blusa na parte de baixo.
Marcelo - um caderno, alguns maços de cigarro, fotos da família dele, uns imãs de geladeira ao fundo.”
- É só isso. O meu a gente não precisa ver...– disse resoluta. – Aonde eu vou agora?
“Agor...espere”, parou de repente. E pouco depois continuou: “Temos um problema, Paula-chan acabou de ser assassinada.”
Meus sentidos vacilaram por um instante. Ele dizia isso com tanta calma...Simplesmente não pude acreditar.
- M-mas como aconteceu isso!?!!
“Isso é o que você vai verificar, desça imediatamente.”
Desci a mil por hora. Chegando lá embaixo, uma cena lastimável. As meninas chorando e tremendo, os garotos pálidos e assustados. Uns agitados andando de um lado pro outro de nervosos. E o diretor falando ao celular do outro lado da sala.
- Carla, a Paula morreu! – Cibele veio me dizer soluçando e entre lágrimas.
Disse isso e me abraçou. E eu fiquei olhando pra saber onde ela havia morrido. Desvencilhei-me de minha amiga, abri a porta da escola, sai e tornei a fechá-la, trancando-a com a cópia das chaves que eu tinha, pra ninguém me seguir. Quando olhei pra o lado do muro, aquele por onde eu havia subido, me deparei com uma cena horripilante. Senti um gelo na espinha. O corpo da Paula estendido banhado de sangue, com o crânio atingido por um peso de papéis. Olhei pra cima e vi que estávamos embaixo de uma janela de um longo corredor que havia no segundo andar. Estremeci novamente. Desviei os olhos.
- Eu te disse L que tínhamos de protegê-la! O assassino terminou o serviço. – disse triste e revoltada.
“Agora são 99,99% de chances de o assassino ser alguém conhecido”, disse placidamente o L.
- Se tivesse me ouvido...Então ela é que era pra ser envenenada... – continuei indignada.
“Não deve ter certeza de tudo. Uma coisa é ter provas e fatos. Outra coisa é saber interpretá-los...”
O que será que ele queria dizer com isso?
Então eu pensei que talvez o motivo da morte dela fosse outro. Lembrei-me do que ela dissera. Ela ia investigar o crime, dissera a todos nós.
Então criando coragem fui observá-la e verifiquei que ela tinha uma câmera fotográfica em uma das mãos.
- E-ela estava investigando... seria esse o motivo pra terem-na matado? – eu perguntei pensativa.
“Possivelmente.”
De repente me veio uma luz :
– Ryuuzaki, as câmeras! Elas devem ter filmado alguém!
“Pois ai é que esta. As câmeras não estavam registrando nada, alguém as colocou pra reprisar as gravações anteriores, acabei de verificar isso. Uma pena.”
- Mas como?!
“É o que saberemos. Entre novamente e vá à sala do Dinetti-san”
Para evitar perguntas dos meus colegas, resolvi entrar por outra porta e depois me dirigi à diretoria.
Como eu estava com uma cópia das chaves, abri a sala. Então, olhando em volta, reparei onde eram controladas as câmeras. Não ficava fechada, uma grande máquina continha uns botões e estava ligada aos monitores que mostravam as gravações, que eu reparei estarem passando reprises, pois no jardim não havia o corpo da Paula.
- Quem pode ter feito isso?! – disse e comecei a olhar os botões.
“Todos que estiveram na sala quando o diretor chamou.” , respondeu L.
- Mas TODOS estavam!
“Inclusive você...”
- De novo com essa idiotice! Já falei que essas brincadeiras não têm mais graça! - resmunguei.
“Não me lembro de ter acusado Carla-chan. Disse isso porque poderia ter visto quem fez...”, respondeu calmamente.
Um baka! Aposto que pensou nessa desculpa bem na hora...
- Acho que agora o melhor é observar o que vão fazer...E quando a policia chegar, não será possível fazer nada.Imaginei que não seria tão fácil... – comentei. – O mais estranho é pensar quem teria cometido o segundo crime? Quem teve oportunidade? Mais que isso, quem teve oportunidade de envenenar o refrigerante senão a dona Marta? Mas, mas é ilógico que tenha sido ela...parece-me um tanto tola pra bolar um plano como esse, além de que não tinha nenhum motivo pra matar o Rafael...
“E quem teria um motivo?” , perguntou-me L.
- Hmm, acho que ele se dava bem com todos...talvez então alguém com quem ele tivesse brigado, ou seja, o Rogério, o Diogo ou o Felipe...de novo sujou pra eles...mas então como conseguiram colocar o veneno no refrigerante? Dona Marta diz que ninguém se aproximou...mas – e de repente uma idéia me pareceu unir todos os fatos. – L! Tem alguém que brigou com ele, que poderia ter sim envenenado a bebida e que não tem nenhum álibi!
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