Why Try? escrita por Mims


Capítulo 4
Capítulo 4




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–Mabel, por que você não avisou que tem um anjo na sua casa? –Grenda perguntou dando um sorriso imenso. Eu, Mabel e até Bill rimos da menina.

Afinal, ela tinha errado feio ao dizer anjo.

–Cala a boca, Grenda! – Mabel falou ainda rindo.

–Ué, foi só uma pergunta. – A mais alta falou nervosa, mas com o mesmo sorriso estampado no rosto.

Tomamos café todos juntos. É claro que num clima completamente mais tenso do que seria, devido à presença de Bill, que apenas comeu seu cereal sem falar nenhuma palavra ou emitir nenhum tipo de som anormal que as do meu lado estavam fazendo muito bem. Tudo bem, isso soou um pouco vulgar.

Assim que terminaram de comer, as garotas saíram para o shopping ou coisa do tipo, não importa. Agora que começava o verdadeiro trabalho de aturar Bill Cipher.

–Então seus dias são tão entediantes assim? Não esperava menos de você, PineTree. –o loiro deu uma risadinha enquanto sentava-se na mesa, literalmente.

–Melhore. –retruquei – E levanta logo daí, vamos ajudar o Tivô na loja.

– Ele precisa de ajuda? Quer dizer, aquele cara já não tem duas pessoas trabalhando pra ele e tals?

–Tem, mas... Espera, como você sabe que ele tem ajudantes se eu nunca comentei nada com você? – questionei o mais alto, que se fez de desentendido.

–Você já tinha falado sim, seu bocó. Soos e Wendy, não? –ele revirou os olhos.

–Tá, que seja. Vamos logo, levanta esse traseiro estúpido daí, inútil. –O puxei de onde ele estava e o arrastei até a loja.

Tive a infelicidade de descobrir que Soos estava doente hoje, então nós teríamos que fazer grande parte do que tinha para ser feito lá, o que contava com limpar tudo, concertar coisas, além de conferir todo o estoque. Só coisas chatas.

–Tudo bem, vamos fazer o seguinte, você limpa o chão e tudo mais enquanto eu vou conferir o estoque, certo? –sugeri, dando-lhe uma vassoura.

–Tanto faz. –ele pegou e foi para um canto varrer.

Voltei para dentro de casa, tentar descobrir onde seria que o Stan escondeu tudo dessa vez. Procurei um pouco, até que achei uma pequena porta, entrei pela mesma, que deu em uma saleta com algumas velharias e muitas caixas com os experimentos e brindes da loja. E muita, muita poeira. Peguei as caixas e comecei a anotar num papel tudo o que tinha nas mesmas. Depois de muito tempo anotando e catalogando tudo eu finalmente acabei. Sério, não sei como Soos consegue fazer isso todo mês.

Fui até a loja e procurei por Bill. Encontrei ele limpando o balcão e espirrando bastante.

–Bill tá tudo bem? Cara, porque teu nariz tá bem vermelho? –perguntei e ele virou-se assustado.

–Eu não sei, tava limpando essa porcaria de loja quando... –ele espirrou novamente - um pó estranho foi se espalhando pelo ar e então eu comecei a ficar assim.

–Droga, você é alérgico a poeira. Tantos corpos humanos e tu arranja logo uma com alergia a poeira? –reclamei com ele, ou com ninguém específico.

–O que é poeira? –Bill perguntou, novamente me causando inveja por não conseguir levantar uma só sobrancelha.

–Um pozinho mágico que você tem alergia. –basicamente. –Agora vem, vamos sair daqui.

–E vamos pra onde, afinal? – o garoto revirou os olhos.

–Não sei, vamos pra floresta, sei lá.

–Não, pra floresta não. Não tem nenhum restaurante, sei lá, por aqui não?

–Quer dizer que você mal acabou de comer e já quer mais comida? Por acaso você está em algum plano pra engordar? –perguntei rindo um pouco.

–Se poupe. Eu tenho cara de quem sobrevive apenas com um cereal de café da manhã?

Depois de insistir pra caramba, Bill e eu fomos a lanchonete da Susan, onde sentamos em um lugar qualquer, como pessoas quaisquer. Acabei pedindo uma porção de waffles para ele, mas acabei comendo um ou dois pedaços do mesmo. Não falamos muito, apenas comemos.

–Ei, PineTree. –ele me chamou enquanto mexia aleatoriamente nos seus waffles.

–O que foi, Bill?

–Me desculpe, não venho sido muito útil na sua vida. Se quiser, eu posso procurar ouro lugar e me virar. Eu poderia fazer até alguma coisa, se eu não fosse tão alérgico aquele pó mágico maldito que parece estar em todos os lugares. –ele falou abaixando um pouco a cabeça. Era isso mesmo que eu estava ouvindo ou Bill Cipher estava pedindo desculpas?

Encarei-o um pouco, ele parecia estar se remoendo por dentro por algum motivo desconhecido. Eu poderia simplesmente concordar e ver que era melhor ele procurar outro lugar, com outras pessoas, outra vida. Mas, daquele jeito, tinha algumas coisa nele que me chamava atenção, eu só não sabia o que era.

–Bill, não é sua culpa se você é alérgico a poeira, isso realmente acontece. E não, não precisa se mudar, muito menos se virar sozinho. Eu sei que você causou muito mal aos Pines e meus amigos, mas agora que eu já estou metido nessa, é melhor irmos até o final. –sorri e olhei para as minhas mãos.

–Obrigada, Dipper. –olhei para ele, que estava sorrindo. Era uma das primeiras vezes que eu o ouvia me chamar pelo meu nome. –De verdade, obrigada.

–Que nada, agora para de gayzisse e termina logo esses waffles! – Brinquei com ele, que voltou a comer, só que dessa vez com um sorriso no rosto.

Afinal, o que podíamos esperar de Bill Cipher? Algum tipo de perigo, ameaça? Claro. Mas talvez ele não fosse simplesmente tão maligno assim. Na verdade, pelo menos por hoje, a última coisa que ele está sendo é maligno. Ele está agindo quase em um nível entre Mabel e Wendy. Isso seria bom, certo? Quero dizer, eu não trouxe uma ameaça para dentro de casa, não?

Não.

Os dias foram passando conforme minha mente também ia se perdendo. Tudo ficou incrivelmente mais rápido, parecia que a presença do garoto loiro naquela cabana fazia o tempo ir quatro vezes mais depressa. Ou era isso, ou era tudo pura impressão minha.

–Vamos, acorda logo! – ouvi a voz cada vez mais habitual.

Abri os olhos lentamente e olhei para o relógio que marcava 5:37. Da madrugada.

–Você está brincando comigo? Você me acordou tipo umas quatro ou três horas mais cedo que o habitual! Você sabe que tipos de sonhos eu poderia estar tendo agora? –esbravejei em meio a um bocejo e uma ira.

Ele ergueu uma das sobrancelhas e percebi o duplo sentido do meu comentário. Juro que não era a intenção.

–Não esse tipo, seu pervertido! –Bill riu um pouco - Tá, tudo bem, por que raios você resolveu me acordar a essa hora?

–Eu quero te levar a um lugar, vamos logo! – o garoto me apressou.

–Que lugar?

–Vai ter que me seguir se quiser descobrir.

Eu não sabia se morria de medo ou explodia de coragem.


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Notas finais do capítulo

Olá, triângulos!
Juro que não foi minha intenção demorar tanto, e juro que o próximo capítulo virá antes de 2016 XD Muito obrigada aqueles que estão comentando, favoritando e acompanhando, amo MUITO vocês. Estou bem feliz, pois Why Try chegou finalmente aos seus 1.000 acessos. Sério, obrigada! Continuem comentando, acompanhando e favoritando, pois juro que sou legal. Novamente: Podem comentar, eu não mordo e leio até o fim ♥. Podem elogiar e até esculhambar com tudo, eu aceito.
Obrigada por lerem até aqui e até o próximo capítulo.