Faltavam vários dias de provas e Kaori praticamente não saía do quarto durante o dia. Focou totalmente sua atenção nas provas, tentando tirar aquele beijo da cabeça, mesmo sendo impossível...

– Nani, Kaori? – Mai perguntou.

As três caminhavam pelo corredor do colégio, a mente de Kaori não estava presente.

– Hum, nada.

– Nee, você está estranha tem um tempinho. – Futaba perguntou.

– Hum... Não é nada não. – Ela disse enrolando o dedo da ponta do cabelo.

– Mentira! – Mai exclamou rindo.

– Hum?

– Você enrola o dedo na ponta do cabelo quando está pensando ou nervosa. – Mai disse – Então? Nervosa ou pensando?

– Hum... – Kaori fez cara de tédio.

Aquilo era inacreditável, ela pensou se Mai a conhecia bem ou se ela era muito transparente mesmo!

– Um pouco dos dois... Talvez. – Ela disse corando.

– Nani? Nani? – Futaba perguntou.

– Não é nada. – Ela disse corando mais.

– Rá! – Mai cantarolou – É um garoto? Hum! Midorima-kun?

– Cala a boca. – Kaori franziu a testa – Não é nada disso. – Ela mentiu.

Mai resmungou, sabia que tinha alguma coisa de errado com ela. Futaba olhou as duas e riu.

...

Depois da longa e chata semana de provas, Kaori voltava do colégio. Era inverno, começou a nevar e ela olhava para cima sorrindo, vendo aquele céu nublado e a neve caindo. Deixou o ar escapar apenas para ver a fumaça branca do frio. Riu abobada, deixando o ar escapar de novo. Ela amava neve e quando a via ficava feliz, mas seu sorriso logo desapareceu ao se lembrar de Midorima a beijando no terraço. Ela tocou os lábios, a neve a fazia feliz e mesmo ela não sabendo por que, aquele beijo também a fez um pouco feliz.

Ela fechou a porta suspirando e tirou os sapatos, entrando na sala. Como a prova da maioria dos colégios havia acabado os garotos estavam ali comemorando com Kagami, jogando videogame.

– Kaoricchi! – Kise abriu um sorriso.

Ela o olhou, levemente desanimada. Fitou Midorima de relance e entrou no corredor sem dizer nada. Estava chateada por ter gostado do beijo e por terem entrado no mês do natal.

– Hum? – Kise não entendeu, assim como os outros.

– O que ela tem? – Aomine perguntou – Nem me fuzilou. – Ele disse deixando uma risada escapar.

– Hum... – Kagami pausou o jogo, pensava – Que dia é hoje?

– 10.

– De que mês?

– Você é totalmente perdido! – Midorima resmungou.

– 10 de Dezembro. – Kuroko disse calmamente.

– Soka.

– Nani? – Murasakibara perguntou, comendo.

Kagami tombou a cabeça, ficando cabisbaixo. Suspirou.

– Nossos pais morreram dias antes do natal, antes do aniversário dela.

Eles gaguejaram com as palavras, até Akashi começou a prestar atenção.

– Do aniversário dela? – Kise perguntou.

– Dia 24 de Dezembro. – Kagami disse cabisbaixo.

– Ahm... – Kise gaguejou com as palavras, engolindo a seco.

Midorima suou frio, preocupado. Kagami suspirou e deu start no jogo, tentando se distrair pra também não ficar triste. Quando os garotos foram embora, ele foi para o quarto de Kaori. Bateu na porta, entrando lentamente. Ela estava encolhida na cama, abraçando o travesseiro.

– Ne. – Kagami sentou na cama, ao lado dela – Tudo bem?

Ela balançou a cabeça lentamente, negando. Seus olhos estavam marejados.

– Eu vou fazer 16 anos e eles não estão aqui. – Ela disse com a voz embargada – Nande, nii-san?

Kagami suspirou e deitou ao lado dela, abraçando-a. Quando Kaori o chamava de “Nii-san” ela normalmente estava muito triste ou muito feliz.

– Okaasan iria querer ver você sorrindo.

– Eu sei. – Ela afundou o rosto no travesseiro.

Ele encostou os lábios na cabeça dela, pensando enquanto começava a mexer em seu cabelo. Respirou fundo, abraçando-a forte.

– Odeio isso. – Ela murmurou.

– Nani?

– Eles não estarem aqui... E você ter que fazer o trabalho deles.

– Baka... – Ele deixou escapar um sorriso – Não me importo. E não é culpa deles, você sabe.

– Hum. – Ela assentiu com a cabeça – Mas ainda assim isso não é justo.

– Concordo. – Ele deixou uma risada escapar.

Kaori começou a pensar. Kagami a consolava como ninguém, mas agora ela pensava naquele impasse novamente.

– Nii-san.

– Hum.

– Como é se apaixonar? – Ela perguntou.

– Hum?! Está gostando de alguém? – Ele perguntou surpreso. Kaori não era o tipo de gostar muito de garotos, ela apenas os aturava.

– Não. Queria saber como é.

– Acho que é... – Ele pensava – Você ficar um pouco em dúvida sobre tudo. Sobre se é certo ou não, se a pessoa gosta também de você ou não. Querer conhecê-la e querer tê-la por perto o tempo todo.

– Você está apaixonado? – Ela perguntou deixando a risada escapar.

Ele riu, batendo de leve na cabeça dela.

– Baka. E você? Interessada por alguém?

Ela abaixou o olhar, de certa forma estava interessada em Midorima.

– Hum, não. – Mentiu, apertando o travesseiro.

– Mentira. – Ele deixou escapar um sorriso.

– Cala a boca. – Ela resmungou.

Kagami riu, apertando ela e fazendo-a exclamar.

...

Futaba, Mai e Kaori caminhavam no fim de semana, passeando pelo comércio. Mai pôs na cabeça que queria se declarar para Otsubo e procurava algo para dar a ele como desculpa para se declarar. Futaba também procurava algo para se declarar, mas não disse para quem era.

– Ahhh, Mai. – Kaori resmungou – O que você quer comprar exatamente?

– Hum, não sei. O aniversário dele está chegando, queria dar algo a ele.

– Baka, então do que ele gosta?

– O aniversário dele é em Abril! – Futaba exclamou – Estamos em Dezembro, baka! O aniversário da Kao está mais perto do que o dele!

– Hã?! Como sabe?! – Kaori exclamou assustada.

– Minha tia me falou. – Ela sorriu.

Kaori fez cara de tédio.

– Pára de ver minha ficha.

– Ah! Ne, ne! Midorima-kun faz aniversário dia 7 de Julho.

– Hum! Eu não perguntei nada!

– Não precisa agradecer. – Futaba riu balançando a mão.

– Baka... – Kaori murmurou.

– Ah! Kawaii, kawaii! – Mai exclamou.

Ela estava vendo uma camisa de um jogador de basquete famoso. Mai olhou para o preço e seu sorriso desapareceu, dando lugar a uma expressão frustrada de olhos arregalados.

– Você também quer dar logo isso! – Futaba exclamou espantada – É só pra se declarar.

– Nee, por que você só não escreve uma carta como as outras garotas? – Kaori perguntou.

– Hum... Porque isso é comum. – Mai disse, desanimada.

– Só tenta dar um presente que não seja muito caro, você não sabe se ele vai aceitar. – Futaba disse.

– Hum... – Mai ficou emburrada – Hai, hai...

– Ne, Kaori... – Futaba ia chamá-la, mas parou quando não a viu mais – Kaori?

Mai e ela a procuraram, andaram um pouco e a viram saindo de uma loja.

– Oe, não suma assim! – Futaba exclamou.

– Gomen, gomen. – Ela sorriu – Vi uma coisa.

– Nani? – Mai exclamou, animada.

– É uma loja cheia de lembrancinhas, tem chaveiros lá dentro. Pode achar um pra ele.

Mai entrou exclamando feliz. Procuraram algo e ela acabou comprando um chaveiro com uma bola de basquete. Foram embora, Kaori sorria gentilmente.

– Que sorriso é esse? – Futaba riu, reparando.

– Nada, baka. – Kaori sorriu envergonhada.

Ninguém viu, mas ela também havia comprado algo.

...

No colégio, Kaori observava a neve cair da porta do terraço. Ela se abraçava por causa do frio e deixava a fumaça branca escapar. Ficava hipnotizada com aquele clima que deixava tudo em tom de azul céu e o branco incrível da neve.

– Gosta de neve?

– Hum?! – Ela olhou rápido na direção da voz. Suspirou – Pára de me assustar, baka.

Midorima deixou escapar uma risada.

– Que foi? – Ela perguntou.

– Futaba está procurando você.

– Hum. – Ela virou o rosto um pouco tímida, pôs as mãos para trás – Por que está aqui?

– Hum? Futaba estava...

– Eu sei. – Ela o interrompeu – Mas por que você está aqui?

– Hum. – Ele pôs as mãos nos bolsos, levemente envergonhado – Gomen.

– Não pedi por desculpas. – Ela disse.

Ele a fitou e corou levemente ao ver que ela olhava em seus olhos com os olhos meio abertos.

– Kaori...

Ela se aproximou rápido dele e levantou a mão levemente próxima de seu rosto. Midorima arregalou os olhos surpreso e viu que na mão dela tinha um chaveiro pendurado em seu dedo. Era um pinguim, parecido com o que ele normalmente usava como item de sorte para os jogos. Acalmou o olhar.

– Pega. – Ela disse suavemente.

Ele o fez.

– Vi um dos seus jogos na internet e aquele pinguim grande estava no banco. – Ela deixou escapar uma risada.

– Nande...?

– Seu aniversário já passou, ne? – Ela cantarolou – Só uma lembrança. – Sorriu gentilmente.

Antes que Midorima pudesse dizer algo, ela foi em direção às escadas.

– Ja ne.

Ele deixou uma risada escapar, vendo-a descer as escadas.

...

Kaori voltava para casa num sábado à tarde. Ela entrou bufando um pouco e logo viu os meninos na sala e Kagami atrás no balcão da cozinha.

– Gente, vocês não tem casa não? – Ela perguntou rindo.

– É que a gente gosta de observar você. – Aomine disse com um sorriso malicioso.

Ela fez cara de tédio, Kagami jogou uma tigela de plástico nele.

– Pensei que ia sair com as garotas. – Kagami disse.

– Elas me ligaram falando que não deu pra ir e eu voltei. – Ela deu de ombros. Suspirou e entrou no corredor.

Quando Kaori entrou e fechou a porta do quarto, Kagami olhou para o balcão e dali Mai e Futaba levantaram, aparecendo.

– Não acham que ela desconfiou? – Mai perguntou.

– Não. – Aomine riu.

– Ah, que legal! – Mai exclamou – Nee, Kagami-kun então manda ela pra rua no dia e fala pra voltar só à noite.

– Aí ela vai desconfiar baka! – Futaba fez cara de tédio, apoiando os cotovelos no balcão.

– Hum, alguém pode ir com ela, distraí-la. – Kuroko disse.

– Isso! – Mai exclamou.

– Eu vou! – Kise levantou a mão.

Kagami fez cara de tédio.

– Eu vou. – Aomine protestou.

– Posso ir? – Murasakibara perguntou, comendo.

Futaba e Mai riram. Mai apoiou os cotovelos no balcão, apoiando o rosto nas mãos.

– Nee, que tal Midorima-kun? – Ela disse, abrindo um grande sorriso.

Midorima levantou uma das sobrancelhas.

– Ahhh, nande? – Kise reclamou.

– Vocês a perturbam. – Kagami fez cara de tédio – Também não gostei, mas é até uma boa ideia. Eu tenho que ficar aqui de qualquer forma.

– Êêhh! – Mai comemorou.

– Certo. – Futaba disse – Então a gente ajuda, Kagami cozinha, vocês...

– Que mandona. – Aomine disse.

Futaba bufou, Kagami riu enquanto a olhava.

...

Uma semana depois, Kagami pediu a Kaori para comprar um lanche pra ele. Ela bufou, mas foi. Estava na lanchonete, esperando na fila. Pensava se iria comprar um lanche pra ela também.

– Hum, kon’nichiwa. – Alguém disse logo atrás dela.

Kaori se virou e viu Midorima.

– Nani...

– Comprando um milk-shake. – Ele sorriu.

– Hum... Aqui? – Ela não entendia.

– Hai. – Ele disse simplesmente.

Kaori deu de ombros ainda sem entender e comprou os lanches. Midorima a acompanhou, sempre a fazendo desviar do caminho e indo para outro lugar. Por fim estavam no parque.

– Taiga me mandou não demorar. – Ela deixou escapar uma risada.

– Ok.

Ela riu.

– Já são sete horas! Eu saí antes das seis.

– Você não está tão atrasada. – Ele riu.

Começou a mexer no embrulho do lanche e pegou uma batata-frita, comendo-a.

– Taiga vai te matar. – Ela disse.

Ele riu e parou. Levantou de repente pegando Kaori pela mão e a levando para a quadra.

– Oe, nani...?

Midorima pôs as coisas dela em um canto e jogou uma bola em sua direção. Kaori riu, tentada e começaram a jogar. Ele não era apenas bom com cestas, era rápido e desviava dela facilmente. Kaori gostava de basquete, mas não treinava muito, então Midorima ganhou com facilidade.

Ela ria ofegante, indo em direção às suas coisas.

– Aonde vai? – Ele perguntou.

– Pra casa. – Ela riu pondo a bolsa no ombro.

– Nande?

– Está tarde, ele vai me matar. – Ela riu.

Quando se voltou para ele, Midorima estava bem perto dela.

– Etto... – Ela não entendeu – Nani?

Ele a olhava nos olhos, ela corou recuando levemente, mas se chocou com a grade da quadra. Ele abriu um leve sorriso e se aproximou, pegando gentilmente na bochecha dela.

– Nee, Midorima...

– Shintarou.

– Hum?

– Me chama pelo nome. – Ele sorria.

– Hum... – Ela engoliu a seco.

Ele se aproximou do rosto dela, deixando-a nervosa. Kaori pôs as mãos em seu peito, mas não conseguiu detê-lo, apenas apertou sua blusa. Ele pôs as mãos na grade logo atrás dela, via Kaori corada e seus olhos meio abertos. Pegou novamente em seu rosto e a beijou, fazendo-a apertar mais sua blusa. A abraçou com um braço, segurando na grade e chegando mais perto dela, quase a fazendo ficar nas pontas dos pés.

Kaori estava extasiada enquanto o beijada, mas se lembrou do terraço.

– Matte... – Parou ofegante.

Ele a olhou, extasiado.

– Nande? – Ela perguntou.

– Hum? Nani?

– Você me beijou no terraço e pediu desculpas. Por que me beijou de novo então?

Ele a olhava, despertando.

– Gomen... – Ele disse, escorando levemente a cabeça na grade.

– Não quero desculpas. Quero saber o porquê se você disse que eu era a irmã do seu amigo.

Ele apertou os olhos e os abriu, olhando-a.

– Você... Me atrai.

Ela corou.

– Ne, eu te levo pra casa. – Ele disse.

– Hum.

Os dois caminhavam e Kaori olhava para o outro lado, corando. Ela não sabia mais o que fazer, apenas sabia que gostava de beijá-lo. Entraram na casa dela, tudo estava escuro. Ela franziu a testa sem entender e de repente as luzes se acenderam.

– Happy Birthday! – Gritaram.

Ela paralisou e aos ficou boquiaberta, rindo e tampando a boca com as mãos. Não acreditava, estavam todos ali! Os meninos, Kagami, Takao, Futaba e Mai. Tudo estava arrumado, na mesa de jantar havia um bolo e vários balões. Mai correu até ela e a abraçou.

– Parabéns!

– Hum? Meu aniversário é sexta. – Ela não entendia, apenas ria.

– Baka, seria óbvio! – Futaba riu.

– E todos estariam fora por causa do feriado. – Kagami disse.

Kaori riu e olhou para Midorima, que sorria logo atrás dela. Seu sorriso sumiu levemente, mas ela o manteve por causa dos outros. Começou a pensar se o beijo foi porque ele quis ou apenas para distraí-la.

– Meu presente é um beijo! – Aomine exclamou.

Ela fez cara de tédio.

– Baka.

Ele riu. A festa foi incrível, Kaori ria o tempo todo! Os garotos a sacaneavam, ela conversava com todos e acabou vendo um lado divertido neles e eles também com ela. Depois de assoprar as velas, Kagami pegou o glacê com o dedo e pôs no nariz dela. “Baka!”, ela exclamou rindo fazendo o mesmo com ele. Ele riu e cortaram o bolo.

– Kaoricchi! – Kise cantarolou.

Quando ela se virou ele e Aomine beijaram sua bochecha, um em cada lado, fazendo-a corar. Futaba tirou uma foto na hora e Kagami rangeu os dentes bufando e correndo atrás deles pela casa. Kaori acabou rindo de toda a situação. Tirou fotos com todos, sempre com aquele sorriso animado que deixava seus caninos de fora. Quando tirou foto com Kagami todos riram dizendo que eles eram gêmeos.

Por fim, ela estava guardando os presentes em seu quarto depois de todos se despedirem. Ficou feliz com a surpresa.

– Kaori, vou levar suas amigas em casa, tá? – Kagami exclamou da sala.

– Hai! – Ela exclamou.

Kise entrou no quarto com Midorima.

– Kaoricchi, ja ne! – Ele deu um sorriso largo e um beijo na bochecha dela.

– Ah, pára com isso! – Ela exclamou pondo a mão na bochecha.

Ele riu e foi em direção à porta dizendo a Midorima que esperaria na sala. Os dois se olharam depois que Kise saiu, um silêncio se instalou.

– Ano... Aquele beijo... Hum... – Ela pensava como iria perguntar.

Ele a olhou surpreso, compreendendo.

– Ele foi real, tá? – Ele disse nervoso – Não foi pra...

– Hum, hai... – Ela corou – Arigatou. Eu só... Queria saber.

– Ne. – Ele se aproximou.

Ela o fitou já extasiada, amava olhar aqueles olhos. Ele tirou a mão do bolso e esticou o braço gentilmente na direção dela, abrindo a mão. Havia um pingente para celular nela, uma pequena coroa prateada com algumas pedrinhas rosa e brilhantes. Ela olhou e arregalou levemente os olhos, vendo como aquilo era bonito. Midorima pegou gentilmente em sua mão e o pôs nela. Kaori abriu um leve sorrindo, admirando-o. Olhou para ele, sem conseguir falar.

– Só uma lembrança. – Ele sorriu.

Ela corou.

– Ja ne. – Ele disse levantando levemente a mão.

Todos foram embora e um tempo depois Kagami voltou. Kaori amou aquele dia e observava o pingente em sua mão, deitada na cama e sorrindo quase que eufórica. Mordeu o lábio, começou a achar que estava se apaixonando por Midorima de verdade e a se perguntar se aquilo era certo.